Leitura para crianças – Investimento Certo Para O Futuro
Flávia Cunha
21 de março de 2017
Vivemos tempos estranhos no cenário sociopolítico brasileiro e mundial, mas sigo firme na convicção que se tem algo que vai mudar o mundo e garantir seres humanos melhores e mais íntegros, é o incentivo à leitura na infância. Eu já falei um pouco sobre o assunto aqui, mas resolvi fazer outro texto com sugestões de obras literárias para os pequenos escritas e publicadas no Brasil. Um pouco para tentar estimular a procura por livros nacionais, em tempos de exaustiva exposição das crianças a produtos derivados de franquias vindas de filmes hollywoodianos (entre eles, livros). Mas também porque as reminiscências me remetem a momentos muito únicos lendo livros brazucas.
Clássicos infantis (Mas Que Seguem Atuais)
Monteiro Lobato: Tenho ressalvas na questão racial à obra do escritor, considerado o pai da Literatura Infantil Brasileira. (No aniversário de Lobato, 18 de abril, é comemorado o DIa Nacional do Livro Infantil). A figura da Tia Nastácia certamente é marcada pelo preconceito racial, ainda mais gritante do que hoje em dia lá em 1931, quando foi lançado o primeiro livro da turma do Sìtio do Pica-Pau Amarelo. Apesar disso, Reinações de Narizinho ainda merece meu respeito pela forma libertária de apresentar as personagens femininas: Dona Benta, a avó sábia e independente, Narizinho, a menina que sobe em árvores e desvenda o mundo de igual para igual com o primo Pedrinho, e, claro, a atrevida e desbocada Emília. Provavelmente foi depois de conhecer as aventuras dessa boneca de pano atrevida que comecei a questionar a autoridade dos adultos.
Bônus:Menino Maluquinho, do Ziraldo, Marcelo Marmelo Martelo, da Ruth Rocha, e Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado.
Autores Para Adultos Que Também Têm Obras Para Crianças
Érico Verissimo: No total, o escritor consagrado por obras como O Tempo e O Vento e Olhai Os Lírios no Campo, escreveu seis livros para o público infantil. Meu preferido é O Urso com Música na Barriga, uma história encantadora de como tratar com as diferenças. Um dos livros virou filme: As Aventuras do Avião Vermelho.
Bônus: O Mistério do Coelho Pensante e A Mulher Que Matou os Peixes, de Clarice Lispector, As Gêmeas de Moscou, de Luis Fernando Verissimo.
Para Crianças Moderninhas (Com Famílias Que Querem Estimular Esse Lado Libertário)
Por Meio da Música: A coleção Rock Para Pequenos, foi idealizada pelos donos da editora independente brasileira Ideal. O casal Felipe Gasnier e Maria Maier convidaram a escritora Laura D. Macoriello para selecionar os “personagens” dos três volumes e o designer Lucas Dutra para ilustrar os três livros. De Chuck Berry a Rita Lee, as obras buscam agradar roqueirinhos e roqueirões.
Pela igualdade de gênero: A escritora e ilustradora Pri Ferrari criou o livro Coisa de Menina, onde questiona os padrões de comportamentos impostos às crianças de ambos os sexos. “Por que ainda dizem por aí que certas coisas não são apropriadas para as mulheres”, questiona a autora na apresentação da obra.
Nessa vibe de ser ecologicamente correta, a gente enfrenta algumas dificuldades e complicações. É uma vida toda na comodidade de usar os produtinhos que estão na prateleira do supermercado ou da farmácia e era isso. Agora, surge o gel de linhaça.
Não serei ingrata, os cosméticos tradicionais me salvaram a vida. Quando eu era criança e adolescente, não tinha esse lance de creme para pentear, modeladores de cachos e muito menos os leave-in. Fala sério, no máximo um Neutrox amarelinho. Ou seja, se já não tinha finalizador tradicional, imagina se eu ia ter acesso aos que não prejudicam o ambiente e a saúde. Eu nem sabia que existiam. Mas isso mudou.
Há uns meses, descobri o melhor finalizador DA VIDA para os cabelos, especialmente para cabelos ondulados, cacheados ou crespos: o gel de linhaça. Ele deixa o cabelo macio, sedoso e modelado ao mesmo tempo. Os cachos ficam lindos, leves e soltos. E tem INÚMERAS vantagens
É natural;
Fácil de fazer;
Barato;
Saboroso;
Light;
Hein? Mas é de passar no cabelo ou de comer? Os dois!
MODELADOR DE CACHOS – QUE, DE QUEBRA, DÁ PRA COMER
Ingredientes
½ xícara de linhaça dourada
2 xícaras de água
folhas de gaze
1 pote de vidro
Modo de fazer
Misture a linhaça e a água em uma panela, leve ao fogo e mexa até que forme um gel;
Coe o gel com a gaze, espremendo até que o gel saia limpo;
Acondicione em um pote de vidro e guarde na geladeira;
Se quiser potencializar o efeito, pode misturar com babosa, especialmente se o seu cabelo for O produto dura cerca de um mês na geladeira, mas além de passar no cabelo, ele pode virar uma geleia light e delicinha. É só misturar o gel com uma xícara de purê de qualquer (prefiro de morangos) fruta e passar no pão. Super nutritivo, docinho, gostoso e light. Nham =)
O nome não parece ter a ver com empoderamento feminino, afinal, a premissa da “boa esposa” é herança da sociedade machista. Mas The Good Wife é o oposto disso. Ao longo de sete temporadas, a advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies) se afasta daquilo que todos esperam dela: o estereótipo de bela, recatada e do lar.
Evolução da “boa esposa”
No primeiro episódio da primeira temporada, vemos uma Alicia pálida, mal vestida e com cara de dona de casa suburbana. Vemos uma esposa humilhada enquanto fica ao lado do marido, o procurador-geral que teve um caso com outra mulher e se envolveu em um escândalo de corrupção. Isso faz com que ela precise/queira mudar sua vida: ela volta a advogar e toma as rédeas da própria vida. Encontra um antigo amor dos tempos de faculdade, começa a trabalhar no escritório do bonitão e está armada a cama. Só precisamos deitar.
A trama tem tudo que a gente precisa pra não desgrudar os olhos da televisão: crimes, política, intrigas, sexo, affairs, mentiras, traições, mais crimes, mais intrigas e mais crimes. E sexo. E mentiras. E mais traições.
Com o passar do tempo, Alicia e a série amadurecem o suficiente para que fiquemos viciados na história dessa mulher poderosa que é uma mãe-dona-de-casa-que-trabalha-fora-e-é-casada-mas-não-é-e-ama-dois-caras-ao-mesmo-tempo-mas-não-tem-certeza-e-está-crescendo-profissionalmente-mas-talvez-não-saiba-lidar-bem-com-isso-ou-saiba. Ufa. Eu sei que ficou grande, mas na série também é assim, tudo ao mesmo tempo agora.
Mulheres poderosas
E não é somente Alicia. Temos Diane Lockhart (Christine Baranski), uma advogada fodona e Democrata até a alma, constantemente lutando contra os conservadores e pelos direitos da mulher, como regularização do aborto. Temos Kalinda Sharma (Archie Panjabi), uma mulher misteriosa e independente que não deixa que ninguém diga como viver a vida.
Então, se tu ainda não viu, corre pra assistir The Good Wife. A série está disponível no Netflix e vale cada clicada. É uma história de empoderamento e emancipação, uma história crua e real sobre os degraus que a mulher precisa subir ou escalar para conseguir ser vista. Eu não vou dar spoiler, mas se tu não te importa com isso, dá uma olhada neste texto da Time sobre o último episódio da série e entenda a evolução de uma personagem que estava em busca de si.
A série acabou, mas o nosso amor, não. Dá uma olhada no recap da primeira temporada e me diz se não é de viciar?
Quando eu era uma jovenzinha e fiz um mochilão sozinha pela Europa, passei de trem pela Bélgica e fiquei encantada com o que vi pela janelinha. Pensava em quando voltaria a ver aquele lugar tão austero e caloroso ao mesmo tempo. Sentia, de fato, algo especial ali. Anos depois, a oportunidade surgiu e, em 2014, conheci Bruxelas.
Eu vivia em Lisboa em função de um mestrado e o instituto no qual eu estudava organizou um seminário de três dias no Parlamento Europeu – phynos. Era a oportunidade perfeita para mim, que mesclava estudo, política e turismo. Ou seja, meu pequeno paraíso particular.
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Bruxelas é cosmopolita, cheia de imigrantes e uma variação enorme de idiomas que transforma o cinza do inferno
em um arco-íris
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Partimos, então, em pleno inverno. O grupo relativamente grande foi instruído a usar roupas adequadas ao Parlamento, obviamente. Ou seja, nada de calça jeans e tênis. Vesti um belo vestido envelope com cara de executiva, meia calça e sapatos de salto alto, combinados com um trench coat e um cachecol. Chiquérrima e empolgadíssima para meu dia de cientista política famosa. Nem as belas cervejas belgas acompanhadas de um delicioso waffle me empolgariam tanto quanto o roteiro intelectual que me esperava. Com uma leve garoa, nos apressávamos para atravessar a praça em frente ao prédio do Parlamento quando … POFT.
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Caí. Assim, do nada, simplesmente desabei. De joelhos. De quatro. No meio da rua.
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A linda, maravilhosa e chiquérrima executiva/politóloga – também conhecida como eu – estava espatifada no meio da rua com a bunda pra cima e embaixo de chuva. Olho pra baixo e noto que, além da dor absurda que eu sentia, minha meia estava rasgada e meu joelho sangrava. Havia uma parte da pele esfolada e, ao lado, um corte bastante feio. Meu dia começou bem.
Parlamento Europeu
Chegamos ao Parlamento Europeu e lá eu fui informada que não havia quem pudesse limpar meu ferimento. Eles sequer me ofereceram um band-aid. Nadica de nada. Lavei com água e sabão no banheiro, mesmo, e uma alma caridosa me deu um curativo que mal tapava o corte gigante que minha perna ostentava. Quanto à meia, não tive tempo de ir ao hotel trocar de roupa, fiquei com a peça rasgada, mesmo. Estava muito frio, não poderia tirar.
Empinei o nariz e saí andando como se nada fosse. Chiquérrima com a meia rasgada. Eu mencionei que o dia terminou com um jantar no Parlamento, no mesmo lugar em que são recebidos os chefes de estado? E eu com a meia rasgada
Mas não é um tombinho (?) que vai estragar uma viagem dessas, não é mesmo? Bruxelas merece um crédito e valeu muito a pena. Conheci até a OTAN – mas lá não apenas não podíamos tirar fotografias como era “expressamente discutir política”, como anunciava uma placa. Tenso.
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Lugares para ver
Bruxelas, apesar de ser a capital da União Europeia, é uma cidade relativamente pequena, mas tem muito pra ver. Aliás, acho melhor dizer que tem muito para curtir. A vantagem é que muitas das atrações estão no que chamam de Petite Ceinture, o pequeno centro.
Grand Place
A Grand Place, ou Grote Markt, é Patrimônio Histórico da Humanidade. Os prédios datam dos séculos 14 a 17 e serviam como espaço para os mercados da cidade. Hoje, recebe uma série de atrações, entre elas a feira de natal.
Manneken Pis
Basicamente, é menininho fazendo xixi. A estátua está ali desde 1619 e é bastante interessante. Já houve inúmeras tentativas de furto e, em datas especiais, recebe roupinhas comemorativas. Tem uma versão feminina, que é menos popular, chamada Janneken Pis, que fica escondida na mesma rua do Delirium Café.
Place de la Bourse
A praça comporta o prédio em que funcionava a bolsa de valores. É o local em que os cidadãos costumam se reunir em eventos importantes, como eleições, protestos etc. Bem pertinho, dá pra ir caminhando até a Place Sainte-Catherine, onde há restaurantes e galerias.
É o local em que mora e trabalha o Rei da Bélgica, apenas. A visitação só é aberta durante o verão, entre 22 de julho a 4 de setembro.
Distrito Europeu
É o bairro em que ficam todos os prédios das Comissões Europeias e o Parlamento. Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o funcionamento da União Europeia, há um espaço aberto a visitação, o Parlamentarium. É uma exposição interativa, com um tour pela história da UE que dura cerca de 90 minutos. Fica aberto todos os dias da semana e a entrada é gratuita.
Museus
Para os amantes das artes, há paradas obrigatórias: o Museu René Magritte e o Museu Horta apresentam o que há de melhor dos dois artistas.
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Onde comer/beber
Há três coisas cujo consumo é obrigatório na Bélgica: waffle, chocolate e cerveja. Não tem como fugir. Com relação ao chocolate, é possível encontrar os mais famosos como o Godivae Neuhaus, e outros mais populares como Côte D’or. São todos absolutamente deliciosos.
A especialidade da casa é, justamente, a culinária típica: moules (mexilhões), peixes, carbonnades flamandes (carne cozida na cerveja escura), stoemp (purê de batatas com uma série de ingredientes), waterzooi (um tipo de sopa de frango). Fica bem pertinho do Delirium.
É o mais famoso, nem por isso é ruim ou “muito turístico”. Ao contrário, é parada obrigatória. Para se ter uma ideia, está no Guiness por conta dos mais de 2mil rótulos diferentes de cerveja que a casa oferece. São três andares cheios desse líquido dos deuses.
É um dos favoritos entre os turistas que visitam Bruxelas. As porções são ótimas e os preços são amigos. E, claro, deliciosos.
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Onde ficar
Lamento, mas essa vou ficar devendo pra vocês. Fiquei hospedada em um ótimo hotel, mas não lembro o nome e sequer fiz a reserva. Lamento. Mas vale a pena ficar em local próximo do centro para poder aproveitar a cidade caminhando.
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Como se movimentar
Como Bruxelas é pequena, o ideal é se movimentar a pé. Mas também é possível andar de metrô, que funciona super bem.
Assisti e me diverti bastante. Então, comecei a ver as opiniões das pessoas e fiquei um pouco assustada com a pressa em julgar o que assistiam. Entre outras coisas, li que:
ele machucou a criança;
ele foi estúpido;
a mulher era a babá;
a mulher era babá e ia tomar um esporro;
e mais outras coisas que felizmente já apaguei da memória;
Fiquei pensando nessa condição humana de sermos, constantemente, os donos da verdade. Do julgamento que fazemos em dois segundos ou menos tempo que isso
Revi o vídeo e o que vi ali foi um homem que estava trabalhando em casa ser interrompido por duas crianças. Eu sou uma pessoa que brinca muito, falo muita bobagem, talvez até demais. Mas na hora do trabalho, sou muito, mas muito séria. Não sei o que faria se um filho meu invadisse o palco durante uma apresentação minha. Eu amo meus filhos de um jeito descomunal, mas não sei se não tentaria esconder um deles embaixo de um tapete, pendurar o outro num lustre ou se não inventaria alguma outra fórmula mágica pra que sumissem naquele momento.
Se alguém que não me conhece me visse em uma situação dessas, poderia me julgar uma péssima mãe, ter pena dos meus filhos, querer me denunciar ao conselho tutelar ou sabe-se lá o quê. Calma! É só uma mãe trabalhando! E ali no vídeo, era só um pai trabalhando. E às vezes (na maioria delas!) os pais não sabem o que fazer. E isso não nos faz nem melhores nem piores, afinal, não tem test-drive. Depois que nasceu, não tem volta.
Então, às vezes (muitas), a gente se atrapalha. E acerta e erra e acerta e erra. E é bem bom assim. Todo mundo diz que os filhos crescem rápido. E que depois morremos de saudades eles pequenos.
Vou lá assistir o vídeo novamente. Que bom poder rir um pouco! E saber que continuo sendo uma mãe que ama os filhos!
PS.: O professor Robert Kelly voltou à BBC com a família toda – dessa vez de propósito – pra falar sobre o turbilhão. Dá uma olhada aí embaixo.
Lua de mel é daqueles momentos que a gente espera com certa ansiedade, por uma série de motivos bastante óbvios, e planeja minuciosamente. Quando era criança, eu dizia a todos que viajaria para as ilhas gregas após a celebração de meu matrimônio. Não rolou.
Por uma grata surpresa do destino e uma combinação de conveniência e curiosidade, Cléber e eu resolvemos passar nossa lua de mel em Cartagena de Indias, na Colômbia. E que bela decisão. Fomos de Porto Alegre ao Panamá e, rapidinho, chegamos ao nosso destino final.
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No aeroporto, estavam nos esperando a gerente do hotel em que nos hospedamos, um calor infernal de 57 graus e uma horda de mosquitos
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Ao longo do trajeto, já deu pra sentir a vibe da cidade. Um lugar diferente, em que o antigo e o novo conversam em meio a uma explosão de cores, luzes e som. Era janeiro e o verão estava na pele das pessoas, que passeavam pelas ruas da cidade. Livres. Tudo naquela cidade transpirava liberdade, calor e movimento.
Estávamos cansados e resolvemos dormir, mas só depois de bebermos um espumante rosé em temperatura perfeita sobre as flores espalhadas pela cama. Phynos. Acordamos cheios de energia e bem cedo para aproveitar o café da manhã e a piscina do hotel.
O calor e os mosquitos
Era 7h da manhã e a temperatura era de 32 graus. Delícia. Estávamos de férias, mesmo, e uma aguinha nos aguardava – não todo aquele concreto da capital gaúcha. Dei uma mordida em um patacón e o primeiro mosquito atacou. Sem problemas, já estou acostumada. Um gole no suco de abacaxi e o segundo avançou, também nas pernas. Foi colocar a granola na boca e o terceiro veio sem dó nem piedade.
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Foi aí que me deu um estalo. Cedo da manhã, calor, mosquitos aos montes, voando baixo e picando nas pernas e pés. Isso tem nome e é nome de rico: Aedes Aegypti
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Sim, a nossa viagem à Cartagena foi durante o surto de Zyka que acometeu o Brasil e, também, a Colômbia.
A partir daí eu fiquei completamente paranoica, especialmente ao lembrar que não havia levado repelente. Eu empacotei laxante mas esqueci do repelente (se bobear tinha até supositório). Fomos à piscina – que ficava no terraço do hotel – e tudo o que eu fiz foi obcecar com insetos que boiavam bem belos e faceiros. Eu olhava cada mosquito, um por um, procurando por patas compridas e listradas. A cada suspeita, eu pirava. Só descansei depois de umas 13 picadas, uma coceira infernal e a compra de um repelente.
Depois disso, aí sim, eu pude aproveitar Cartagena do jeito que a cidade de Gabo merece: com atenção, dedicação e deleite. E valeu cada minutinho. Cada picadinha. Ah, e Zyka free.
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Lugares para ver
Por mais que Cartagena fique no litoral colombiano, não espere praias bonitas. É um lance meio litoral gaúcho, nada de marzinho verde e coisa e tal. Porém, há ilhas e praias próximas à cidade como o Arquipélago de Rosário e Playa Blanca. Mas pra isso vale outro post. Quanto à Cartagena, é um lugar histórico, colorido e com uma culinária maravilhosa.
Cidade Amuralhada
Cartagena é a cidade amuralhada. As Muralhas de Cartagena tem 11 km de extensão e foram construídas para proteger a região dos piratas e outros invasores no século 16. Dentro das muralhas estão muitos dos principais pontos turísticos da cidade. Ela pode ser visitada por dentro e por cima, ou seja, é possível caminhar por ela ou simplesmente sentar para apreciar o por-do-sol. Dentro das muralhas estão as melhores lojas, restaurantes e passeios. Vale bater perna, mesmo, e explorar cada cantinho.
Torre do relógio
É uma das entradas da cidade murada. O melhor: há um sebo com livros incríveis e diversos exemplares de livros de Gabriel García Márquez. Inclusive primeiras edições. Eu garanti um exemplar da primeira edição de O Amor Nos Tempos do Cólera, que está devidamente protegido por uma caixa de vidro em minha estante.
Portal de los Dulces
Em frente à torre há um caminho de bancas de doces com as coisas mais deliciosas do mundo. Cocadas de todos os tipos e sabores e uma variedade interessante de doces de leite. Como essas cabeças de bonecas bizarras e docinhas.
Palácio da Inquisição
Dentro dos muros também fica o Palácio da Inquisição. A inquisição espanhola instalada em Cartagena em 1610 foi das mais sangrentas e não terminou até 1821. É possível ver alguns dos instrumentos de tortura utilizados, listas de livros proibidos e de pessoas perseguidas e assassinadas como forma de controle da população e fixação do poder da Igreja Católica. É um ambiente tenso e assustador, mas fundamental para entendermos um pouco de nossa história. Funciona de segunda a sábado das 09h às 18h e aos domingos das 10h às 16h. A entrada custa 16mil COPS, cerca de R$20,00.
Castelo San Felipe de Barajas
É a maior obra militar do novo mundo construída pela coroa espanhola. É uma construção imponente que oferece uma vista incrível da cidade. No caminho, é bacana parar para uma foto com os Sapatos Velhos, feito em homenagem ao poeta local Luis Carlos López, autor do poema “A mi ciudad nativa”. Na obra, ele compara a cidade com um par de sapatos velhos, pelo carinho que inspiram. O monument, criado em 1946, é obra de Héctor Lombana Piñeres.
Impossível viajar àquela região e não experimentar uma das iguarias mais apreciadas, o ceviche. Em La Cevicheira, é possível experimentar um dos melhores da cidade. Recomendo pedir o trio, em que é possível provar de três preparações diferentes. O ambiente tem temática marítima e mesas na calçada. Um charme.
Cl. 39 #7 14, Cartagena, Bolívar, Colombia
La Casa de Socorro
Um restaurante com comida típica colombiana, em que se prova um bom peixe, patacones e arroz con coco. O preço é acessível e fica próximo à cidade murada. Parada obrigatório para conhecer o sabor de Cartagena.
Serve a cozinha colombiana tradicional e revisitada. Os preços são um pouco mais salgados, mas vale a visita. Os pratos são sofisticados e cheios de sabor.
Uma das casas mais tradicionais da cidade serve bebidas e oferece ótima música cubana ao vivo. Salsa até dizer chega. O ambiente é incrível, como se fosse uma volta ao passado, já que fica em um autêntico clube de jazz dos anos 50. Mas os preços são bastante salgados. Só aguentamos um drinque e umas cervejas. Bem carinho.
ESQUINA, Cra. 10, Cartagena, Getsemaní, Colombia
La Casa del Habano
É uma charuteria. Basicamente um cubículo em que enrolam e vendem charutos cubanos. Mas, meus amigos, serve o melhor mojito de Cartagena e uns sanduíches dos deuses. O Ropa Vieja vale cada mordida. Mas assim, eu andei lendo que há outra (ao menos o endereço é diferente do que eu vi) e que é fake e tal, ou seja, não é parte da franquia a que diz fazer parte e que os charutos são falsificados. Não entrei lá pelos charutos, apesar de ter fumado, então tá de boa. De qualquer maneira, o botequinho em que entramos era perto do Cafe Havana e serviu um almocinho delícia.
Além de charmoso, ofrece um café da manhã dos deuses e personalizado. O serviço é impecável e feito sob medida para casais. O hotel conta com piscina no terraço, redes e tem ótima localização. Próximo à Praça da Santíssima Trindade, local de efervescencia cultural. Além disso, é possível ir até a cidade murada a pé. Perfeito.
Tenho dois filhos e, sem querer me exibir, creio que tenho o melhor marido do mundo. Do meu mundo. Meu marido não me ajuda, ele faz a parte dele. Meus filhos são metade dele. E ele cuida da metade, do todo, do dobro.
“Ele tem que poder fazer do jeito dele, afinal, não precisamos concordar em tudo, precisamos concordar no principal”
Não foi fácil criar isso. Dá vontade de que ele faça as coisas do jeito que quero. Dá sim. Daí respiro e me seguro. Ele tem que poder fazer do jeito dele, afinal, não precisamos concordar em tudo, precisamos concordar no principal. Às vezes, os guris saem com uma calça listrada e camiseta de bolinhas. Tudo bem. Eles são tão bonitos que isso até pode virar tendência.
Às vezes chego em casa e meu marido está mais interessado no desenho que passa na TV que os dois, que já estão correndo pela casa e brincando de outra coisa. E eu fico com vontade de reclamar, mas fico quieta, pois eu estava na rua porque tinha ele ali pra cuidar dos nossos filhos.
Tenho tentado não ter razão. Não preciso ter razão. Preciso ter paz. E acho que estamos num bom caminho.
Precisamos repetir o óbvio: ser gay não te impede de ser machista
Samir Oliveira
9 de março de 2017
Foto: Adria Meira
Nesta semana marcada pelo Dia Internacional da Mulher, o assunto desta coluna não poderia ser outro que não o machismo perpetuado por homens gays. Trata-se de algo tão intrínseco em nossa própria sociabilidade que pode ser difícil para alguns identificar determinados comportamentos e discursos como integrantes de uma cultura machista. Façamos, então, um esforço radical de compreensão.
Eu aprendi muito com minhas amigas. Especialmente com minhas amigas lésbicas. À medida em que passei a conviver mais com as outras letras da população LGBT, fui percebendo o quanto o segmento “G”, ao qual pertenço, está na vanguarda do atraso quando olhamos para o conjunto de nossa comunidade. Não me refiro apenas ao movimento gay enquanto um corpo político – justamente apontado como centralizador de toda causa LGBT, valendo-se de privilégios que lésbicas, bissexuais e transexuais não possuem. Refiro-me aos indivíduos gays enquanto sujeitos, suas dinâmicas internas de convivência e linguagem.
Ao deixar de me relacionar apenas com amigos heterossexuais passei a me libertar de diversas formas ao estabelecer vínculos com outros sujeitos como eu. Outros homens gays. Mas hoje percebo que, no que diz respeito ao machismo, apenas transitei do convívio com comportamentos machistas heterossexuais para o convívio com comportamentos machistas vindos de homossexuais.
Ainda é muito comum, em círculos de amizade formados por homens gays, ouvir absurdos misóginos
Ouvir expressões que humilham mulheres, que expressam a ideia de que homens gays possuem nojo da genitália feminina. Também não são raras as vezes em que homens gays se apropriam de elementos socialmente tidos como “femininos” como forma de rebaixamento, ecoando a noção de que tudo que é associado a uma ideia de “feminino” é inferior. Esses comportamentos, muitas vezes, não são reproduzidos de maneira a constituir conscientemente uma ação machista. Mas oprimem da mesma forma. Não me custa nada entender por que minhas amigas lésbicas preferem sair com meninas lésbicas, interagir com outras mulheres. Elas se sentem mais seguras e acolhidas, a salvo de comentários de seus amigos gays que, mesmo de forma inconsciente, reproduzem machismo e até mesmo lesbofobia.
Isso para não falar das mulheres transexuais e travestis. Estas estão sujeitas a toda forma duvidosa e opressora de humor por parte de homens gays. O tempo inteiro.
Ainda hoje é preciso repetir o óbvio: que ser gay não significa portar um passe livre para a reprodução de outras opressões. Que ser gay não te impede de ser machista. A força da luta das mulheres despertou em mim um alerta permanente a este tipo de conduta. Eu preciso do feminismo para ser viado. Porque homofobia e machismo andam de mãos dadas, massacrando juntas tudo que é associado a conceitos socialmente construídos de “feminilidade”. Porque durante toda a minha infância eu fui ensinado a entender que ser “mulherzinha” era ser inferior. Que não havia “xingamento” pior para um menino do que ser chamado de menina. Que eu não podia usar canetas coloridas na escola, porque isso “era coisa de bichinha”. Que eu não podia lavar louça em casa, porque “isso é coisa de mulher”. Que se eu não “andasse como um homem” poderia ser insultado nas ruas. A maioria dos ataques e insultos homofóbicos tem suas raízes cravadas no ódio a qualquer ideia socialmente associada ao feminino. É inaceitável que homens gays, vítimas desses mecanismos perversos de opressão sistêmica, também reproduzam a lógica das engrenagens que os sufocam.
Dia Internacional da Mulher. Um dia escolhido para celebrar a força das mulheres e homenageá-las e parabenizá-las e exaltá-las. Mais do que isso, um dia escolhido para lembrar a luta que cada mulher trava todos os dias para conquistar seus direitos e espaços em uma sociedade em que o machismo é tão enraizado que sequer percebemos os padrões que reproduzimos.
Hoje pela manhã, cometi a asneira (que é quase sadismo) de das uma espiada no que estava sendo dito nos comentários de sites de notícia. Abri uma matéria do G1 sobre os desafios do Gênero em 2017 e dei de cara com isso:
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“Tem que proibir aborto sim. Não quer filhos, fecha as pernas” (Fernando)
“O Problema é que essas feminazis querem dar sem limites” (Daniel)
“Quando percebo que a cidadã é feminista eu me afasto, por que sei que tem a cabeça pequena, eu gosto de mulher feminina.” (Anônimo)
“Abriu as pernas tem que assumer (sic)” (Celso)
“Pra finalizar, criticar um machista, sendo feminista, é igual a criticar um bandido por roubar e fazer a mesma coisa…..” (Anônimo)
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São apenas cinco comentários, mas os problemas contextuais são tantos que mal sei por onde começar. Mas acho importante usar esse espaço pra debater algumas coisas.
O assunto em questão era o aborto. Eu entendo que não seja um tema que se restrinja à agenda feminista, afinal, envolve o conceito de onde começa a vida, a chamada bioética, a religião e mais uma série de variáveis. Eu, particularmente, sou a favor da regularização do aborto, mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso são alguns absurdos saltam aos olhos:
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1. Os comentários responsabilizam única e exclusivamente a mulher pela ocorrência da gravidez;
2. Comparam feministas, que nada mais são que mulheres que lutam por direitos iguais, com nazistas;
3. Falam de feministas como mulheres masculinizadas, exclusivamente. Feminista também pode usar batom vermelho, saia rodada e salto alto. E também pode ser masculina se quiser, ninguém tem nada com isso;
4. Mesclam a luta pela regularização do aborto a um dos mais antigos estereótipos a que as mulheres livres sexualmente são associadas: putas;
5. Por fim, o maior de todos os problemas, achar que feminismo é o mesmo que machismo.
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Diferença entre machismo e feminismo
Machismo é um conceito que se baseia na supervalorização do homem em detrimento da mulher. Machismo é quando uma mulher é desvalorizada ou prejudicada ou preterida pelo simples fato de ser mulher. Quando alguém comenta que uma mulher não serve pra determinada função, é machismo.
Feminismo é um movimento social e político que nasceu no final do século XIX com o objetivo de conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres. Quando alguém fala que uma mulher deveria ganhar o mesmo salario que o homem que exerce a mesma função, é feminismo.
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Percebe a diferença? O machista acha que o homem é melhor que a mulher, a feminista quer que homens e mulheres sejam tratados da mesma forma
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Sociedade machista
Somos tão machistas que temos a ousadia de manchar o feminismo com o sufixo “nazi”, uma expressão que lembra o pior da espécie humana. Somos tão machistas que temos a audácia de responsabilizar a mulher por uma gravidez. Somos tão machistas que temos a cara de pau de pagar 30% a menos às mulheres, pelo simples fato de falta de pênis. Somos tão machistas que odiamos a namorada do nosso amigo só porque ela existe pra ele. Somos tão machistas que acreditamos no fato de que mulher gordinha não presta. Somos tão machistas que levamos adiante a história de que mulher bem sucedida deu pra alguém. Somos tão machistas que nem percebemos que somos machistas.
Cabelo tonhonhóin, lindo e consciente – como hidratar os cabelos de maneira natural
Geórgia Santos
5 de março de 2017
Eu já falei aqui que resolvi encarar o desafio de mudar meus hábitos de consumo e passei a utilizar cosméticos naturais no meu corpo. E comecei pelos cabelos. Saí do comodismo dos cosméticos tradicionais para ser mais consciente – cuidar mais de mim e da terrinha ao evitar petrolatos e sulfatos. Pra mim é especialmente difícil porque meus cabelos são crespos e descoloridos (coisa que não faço mais), duplamente mais difíceis de cuidar (domar) do que fios lisos.
Para fazer essa transição, o indicado é começar de trás pra frente. Ou seja, primeiro substituir as máscaras de hidratação, depois os modeladores, o condicionador e então substituir o xampu químico por um natural – e de preferencia sólido para evitar a embalagem.
De cara, descobri A MELHOR MÁSCARA HIDRATANTE PARA CABELOS CRESPOS do mundo. Adivinha: óleo de oliva.
“Isso mesmo, azeite é melhor do que qualquer produto que eu tenha usado. E acredite, eu já usei muitos, caros e baratos, nacionais e importados”
Na verdade, o de oliva foi o que melhor funcionou para o meu tipo de cabelo, mas a ideia é utilizar óleos vegetais para hidratação capilar no lugar de produtos caros e cheios de química. E, pasmem, funciona inclusive para quem tem cabelo oleoso.
A técnica se chama umectação e consiste, basicamente, em aquecer o óleo e passar nos cabelos. Abaixo, veja como recuperar os seus cabelos de maneira natural, sustentável e cheirosa, sem agredir o meio ambiente e o nosso corpo.
MÁSCARA HIDRATANTE PARA CABELOS
½ xícara de óleo vegetal de sua preferência (só!)
Aqueça o óleo em banho maria até que ele esteja morno;
Divida o cabelo em mechas e aplique o óleo nas pontas ressecadas. Se o seu cabelo for seco, pode aplicar em todo o comprimento, apenas evite a raiz;
Massageie levemente enquanto aplica o óleo, para que o produto penetre nos fios;
Cubra com uma touca ou uma toalha morna e deixe agir por uma hora – se tiver tempo, pode deixar até duas, mas tome cuidado para não deixar o cabelo pesado. Melhor não arriscar se o seu cabelo for oleoso;
Depois é só lavar e ser linda =)
Há vários tipos de óleo vegetal que podem ser usados para hidratar o cabelo. Abaixo, uma listinha com as propriedade de cada um 😉
ÓLEO DE OLIVA
Ideal para cabelos cacheados. É rico em antioxidantes como vitaminas A e E. Nutre e repara o couro cabeludo, ajuda no combate à caspa e promove o crescimento do cabelo. Também tem propriedades anti-inflamatórias e hidrófilas, que ajudam na formação de uma camada protetora, além de intensa nutrição. Reduz o ressecamento dos cabelos danificados e reduz as pontas duplas e o frizz;
ÓLEO DE COCO
Ideal para cabelos secos e danificados. Rico em vitaminas E e K, além de ácidos graxos. Consegue penetrar profundamente nos fios, combate o ressecamento, pontas duplas e reduz o frizz. Promove restauração capilar e é um bom aliado no combate à caspa e coceiras;
ÓLEO DE JOJOBA
Ideal para cabelos oleosos. Por ter uma composição parecida a do óleo produzido pela pele humana, desintoxica o couro cabeludo e reduz o excesso de sebo. A região fica limpa além de estimular a circulação sanguínea. Mas verifique se óleo é realmente puro antes de usar no couro cabeludo;
ÓLEO DE RÍCINO
Ideal para cabelos finos e com intensa queda. Poderoso aliado contra a queda e quebra dos fios. Rico em vitamina E e sais minerais, estimula o crescimento do cabelo ao ser aplicado no couro cabeludo, além de auxiliar no tratamento da calvície. Também previne pontas duplas;