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Glitter não é comida de peixe

Geórgia Santos
4 de fevereiro de 2018

Pode parecer estranho vincular carnaval e sustentabilidade, eu sei. Mas a questão é que não podemos levar uma vida mais verde apenas de segunda a sexta. A mudança de hábitos para uma rotina mais rotina sustentável pode e deve estar presentes em todos os nossos atos, inclusive no carnaval. Inclusive no glitter.

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O carnaval é um prato cheio para pôr em prática novos conceitos

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Comecemos pelo óbvio de não jogar latinhas e garrafas pelo chão, e sim em lixeiras apropriadas. Quem sabe levar o próprio copo para beber cerveja em vez de usar os plásticos descartáveis, ou aquelas canecas que ficam penduradas no pescoço para o caso de o bebum não conseguir segurar, hein.

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Mas e o glitter, hein?

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Eu já falei aqui sobre o estrago que o plástico causa no meio ambiente. E adivinha do que o glitter é feito? Pois é, de plásticos. Aqueles pedacinhos lindos e brilhosos e glamourosos e, aparentemente, inofensivos são feitos de plástico. Um material que não é biodegradável e que é pequeno demais para ser filtrado pelo sistema de tratamento de esgoto. Isso significa que aquele brilho todo que escorre pelo ralo vai parar direto nos rios e mares. Reportagem da BBC explica direitinho todo o caminho.

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Mas nós sabemos que glitter não é comida de peixe

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A boa notícia é que ninguém precisa dispensar o brilho do carnaval, porque há inúmeras opções de glitter biodegradável.  Eu confesso que nunca havia pensado nisso, até porque não costumo usar o produto. Só me dei conta desse impacto no ano passado, quando visitava a cidade de San Luis Obispo, na California. Entrei por acaso na loja da Heart´s Desire Soap Co., uma empresa local que produz cosméticos 100% naturais. Comprando alguns mimos para amigas, deparei com o glitter ecológico e percebi que o brilho tradicional deveria entrar para a lista do que não usar.

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Felizmente, ninguém precisa viajar para a Califórnia para comprar glitter seguro. Abaixo segue uma lista com algumas sugestões:

Pura BioGlitter – A Pura vai para o seu segundo carnaval com glitter biodegradável, vegano e artesanal. E o resultado fica lindo!

Shock –  A Shock é uma empresa carioca que existe desde 2016 e produz glitter biodegradável, vegano e hipoalergênico. E ainda tem a vantagem de ter filtro solar (seguro);

GLITRA – Além de produzir glitter biodegradável, a Glitra ainda investe em projetos que evitam a poluição dos oceanos por plásticos

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Imagens: Pixabay e Instagram Pura BioGlitter

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App ajuda a identificar componentes tóxicos em cosméticos e alimentos

Geórgia Santos
28 de janeiro de 2018

Uma das maiores dificuldades ao fazer a transição dos cosméticos tradicionais para os naturais é saber quais substâncias são tóxicas e quais são de baixo risco. Se o produto for 100% artesanal e natural, esse problema desaparece, afinal, é só conversar com quem fez e analisar os poucos ingredientes seguros da fórmula. Mas quando se fala em cosméticos industrializados, a situação muda de figura.

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São zilhões de substâncias com nomes confusos em latim, escritos em letra miúda e praticamente impossíveis de decifrar

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Há alguns relativamente comuns como parfum e lauril sulfato, ao menos são mais conhecidos. Mas eu, particularmente, não sei a procedência e a consequência da maioria dos componentes utilizados na cosmética industrial. E então? O que se faz nesses casos? Como avaliar as substâncias dos produtos que estão na prateleira?

Pensando nisso, a Environmental Working Group (EWG), uma organização sem fins lucrativos com foco na preservação ambiental e em um estilo de vida natural e saudável, criou um banco de dados. O EWG’s Skin Deep® mostra não apenas cada ingrediente dos cosméticos mais usados pela população em geral como ainda exibe uma classificação de toxicidade. Ou seja, ficou mais fácil saber quais produtos são mais ou menos nocivos.

O banco de dados não está disponível em português, mas é fácil consultar os ingredientes. Lembra dos nomes estranhos? Então, eles seguem um padrão internacional, então isso não muda. O único problema é que alguns produtos de marcas brasileiras não estão no cadastro. Mas aí você pode acrescentar e o programa calcula se é tóxico ou não.

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Como funciona?

Há duas possibilidades: pode ser online ou via aplicativo. A versão do site é uma barbada. É só entrar na página EWG’s Skin Deep®  e digitar, no campo de busca, o nome da marca, produto ou ingrediente.  A plataforma trabalha com a seguinte escala: 1-2 risco baixo; 3-6 risco moderado; 7-10 risco alto. Para desenvolver essa classificação, levam em conta desde riscos a alergias até câncer.

Já o aplicativo EWG’s Healthy Living tem a facilidade estar ao alcance do seu telefone. O banco de dados tem 120.000 cosméticos e alimentos e a busca pode ser feita escaneando o código de barras. O vídeo abaixo mostra como.

https://www.youtube.com/watch?v=mYIurYTifjA

E aí, vai testar? Não precisa escanear cada produto que passa pela tua mão, mas ajuda bastante. É uma boa maneira de começar a transição para cosméticos mais seguros, além de extremamente fácil.

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Por que é tão difícil aceitar que o aquecimento global existe?

Geórgia Santos
14 de janeiro de 2018

Eu faço essa pergunta com frequência. O planeta está entrando em colapso em função do nosso estilo de vida e, mesmo assim, há quem prefira acreditar que está tudo bem. Acham que é questão de opinião, de ideologia. Entre eles está o presidente dos Estados Unidos, o que torna a mudança ainda mais difícil. Em meio a onda de frio extremo que atinge o leste dos Estados Unidos, Donald Trump tuíta o seguinte:

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“No Leste, pode ser o Ano Novo mais FRIO de que se tem registro. Talvez a gente pudesse usar um pouco daquele bom e velho Aquecimento Global pelo qual o nosso país, mas não outros países, ia pagar TRILHÕES DE DÓLARES para se proteger”

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Mas aquecimento global não é questão de opinião, de ideologia ou conspiração dos chineses. É um fato científico. CIENTIFICAMENTE COMPROVADO. Porque acreditamos que cigarro faz mal para a saúde mas não acreditamos no aquecimento global? Como disse o astrofísico Neil Degrasse Tyson em 10 de agosto do ano passado:

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“Estranho. Ninguém está negando o eclipse solar do dia 21 de agosto nos EUA. Assim como o aquecimento global, métodos e ferramentas científicos previram o acontecimento”

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Mas afinal, por que é tão difícil acreditar que aquecimento global existe? O lance é que as mudanças climáticas são causadas, em grande parte, por indústrias milionárias que não pretendem deixar de ganhar dinheiro. E aí vamos desde a indústria do petróleo, combustíveis fósseis, até a agropecuária. Sim, aquele bifinho e aquela soja estão nessa lista. Ou seja, as grandes potências econômicas não tem interesse em mudar a configuração social que se estabelece há décadas. Todo o estilo de vida propiciado pela revolução industrial causou algum tipo de impacto no meio ambiente. Isso significa que o famoso “progresso” ocorreu às custas do planeta. E se o “progresso” é o grande responsável pelo aquecimento global, é melhor que o aquecimento global não exista.

Volto a dizer, não é questão de opinião. Em 2013, uma pesquisa reuniu 4mil artigos acadêmicos publicados ao longo de duas décadas e chegou à conclusão que 97% da literatura científica concorda com a premissa de que os humanos estão causando as mudanças climáticas conhecidas como aquecimento global. Por mais que a gente goste de dirigir e comer hambúrguer, negar que o aquecimento global existe é um retrocesso que não podemos bancar, por mais que a ignorância e a ganância de alguns tentem nos fazer acreditar.

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Faça você mesmo (DIY) – Sabão líquido natural

Geórgia Santos
3 de dezembro de 2017

A ideia de produzir em casa um sabão líquido que seja natural faz parte da nossa caminhada em direção a uma vida mais sustentável, que agrida menos o meio ambiente. E essa receita da Flávia Aranha é uma mão na roda por uma série de motivos: é menos poluente que os produtos químicos que a gente costuma usar, não contém derivados de petróleo, produz menos lixo, é indicado para lavar roupas E louça e ainda é recomendado para quem sofre com alergias.

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E ainda é barata e rende TRÊS LITROS

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Uau! Isso porque essa receita tem só três ingredientes: sabão de coco, alcool e bicarbonato de sódio. Só precisa prestar atenção para que o sabão em barra seja, de fato, natural. É fundamental que apareça ÓLEO DE COCO ou ÓLEO DE BABAÇU na composição. E quanto menos ingredientes na lista, melhor. Se puder, compre um artesanal.

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RECEITA

  • 3L de água
  • 1 barra de sabão de coco (200g)
  • 50ml de álcool
  • 3 col de sopa de bicarbonato de sódio
  • Óleo essencial da sua escolha (opcional)

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Coloque a água para ferver. Enquanto isso, rale o sabão de coco. Coloque o sabão na panela quando a água estiver fervendo e mexa devagar, até que esteja dissolvido – use uma panela grande, porque pode transbordar. Acrescente o álcool e depois o bicarbonato de sódio. Mexa por mais alguns minutos, com cuidado. Desligue o fogo e acrescente o óleo essencial – não é obrigatório, mas o sabão não tem cheiro, então pode ser uma boa ideia.

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Deixe o detergente descansando por uma hora e, depois de frio, guarde em recipientes de vidro. Não se assuste com a textura, fica líquido feito água, mesmo. Não é um sabão viscoso. Além disso, costuma ficar transparente – o meu ficou turvo dessa vez, confesso que não sei porquê. A vantagem de quando fica turvo é que não corremos o risco de alguém achar que é água parada e jogar fora. Já aconteceu por aqui =)

Pronto, agora é só usar. =)

 

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Faça você mesmo (DIY) – Barra hidratante natural

Geórgia Santos
8 de outubro de 2017

Eu nunca gostei de passar hidratante no corpo, por vários motivos. Acho uma mão (sim, me julguem), detesto a sensação de ficar melecada depois, demora pra absorver, não fico com a sensação de pele macia, é ruim pra vestir a roupa logo em seguida e sinto que perco um tempão. Não gosto mesmo. Simples assim. Por isso, nunca foi um hábito. Eu me decidia a começar a usar e minha determinação durava uns dois dias, no máximo. E quando descobri todas as tranqueiras que colocam nos cremes, aí sim minha antipatia só aumentou.

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Isso mudou quando eu conheci as barras hidratantes naturais

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Comprei uma barra de massagem da LUSH. A Percup é feita com manteiga de cacau e grãos de café. Natural (depois percebi que tinha fragrância artificial), cheirosa, uma delícia. Mas ainda tinha o problema da textura, ainda me sentia melecada depois de passar e, sim, continuava sendo uma mão. Até que resolvi testar outro produto da mesma marca, o Scrubee. É um hidratante e esfoliante para passar no final do banho.

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É só passar a barra em todo o corpo da mesma forma que um sabonete. Quando terminar, enxágua o excesso e seca o corpo com uma toalha, normalmente

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É perfeito. Porque se eu não tenho paciência para passar o creme, não gosto de ficar grudenta, acho difícil vestir a roupa depois de passar hidratante e perco um tempão, isso não acontece com a barrinha.

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É como passar sabonete duas vezes. Simples, fácil e a pele fica cheirosa e macia

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Eu percebi essa facilidade com o Scrubee, mas a verdade é que essa rotina pode ser aplicada a qualquer barra hidratante. Todas podem ser usadas durante o banho. E se é assim, porque não cortar o intermediário e produzir a própria barrinha em casa? Além de garantir a qualidade dos ingredientes, é BEM mais barato.

No site Um Ano sem Lixo, a Cristal Muniz ensina a fazer uma barra de massagem hidratante em casa. Eu adaptei um pouco a receita para as minhas necessidades – e você pode fazer isso também de acordo com o tipo de pele.

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Receita base

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1 parte de manteiga de cacau

1 parte de cera de abelha

1 parte de óleo vegetal (isso só é necessário se a pele for muito seca. Pode ser coco, amêndoas, semente de uva etc)

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Derreta todos os ingredientes e coloque em formas de silicone. Assim que a mistura endurecer, está pronta para uso.

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Além desses ingredientes, é possível acrescentar óleos essenciais de acordo com a necessidade do corpo ou ainda determinados grãos para ajudar na esfoliação (antes de derreter). Abaixo, alguns exemplos dos ingredientes e suas funcionalidades:

Combate à celulite – acrescente grãos de café e algumas gotas de óleo de laranja, que age como descongestionante linfático;

Problemas de pele – acrescente algumas gotas de óleo de camomila ou até mesmo a flor seca, que ajudará a esfoliar a pele de maneira delicada. A camomila é aconselhada para tratar acne, eczema, feridas, pele seca, dermatites e até reações alérgicas;

Combate à insônia – acrescente algumas gotas de óleo essencial de lavanda e algumas flores para um sono mais tranquilo. A lavanda reduz a hiperatividade e ainda age como um ótimo cicatrizante;

Má circulação – acrescente algumas gotas de óleo de alecrim e algumas folhas da erva. O alecrim estimula a circulação e ajuda a combater varizes e dores musculares;

E se a intenção é só acrescentar um aroma aconchegante, ótimo. Abuse do oleo e pétalas de rosas, canela, caramelo, enfim, seja criativa.

Afinal de contas, se a manteiga de cacau sempre salvou nossos lábios durante o pior dos invernos, porque não pode ajudar a hidratar o restante do corpo? E além de ser natural, não produz lixo =)

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Horário de verão é assunto sério

Geórgia Santos
24 de setembro de 2017

Todo mundo tem opinião sobre o horário de verão e não há unanimidade. Enquanto eu, particularmente, adoro o fato de que o dia fica maior e dá pra tomar um chopinho na calçadas às 21h, há quem considere uma desvantagem. E agora, com a intenção de acabar com o horário de verão, o governo federal reacende esse debate.

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A justificativa é que a adoção do horário de verão para economia de energia, não se justifica mais

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que “a avaliação é que, sob a perspectiva do setor elétrico, o horário de verão não se justifica”. Isso porque, segundo dados do governo, a economia gerada com a aplicação do horário de verão diminuiu nos últimos quatro anos. Entre 2013 e 2016, caiu de R$405 milhões para R$159,9 milhões.

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Confesso que não compreendo essa justificativa. Mesmo que a economia tenha diminuído, ela ainda existe, certo?

Por que alguém não ia querer economizar R$ 159 milhões?

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No Brasil, o horário de verão é aplicado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal (Brasília). De acordo com os dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia nos últimos quatro anos, o Brasil economizou cerca de R$1,4 bilhão. A adoção do horário de verão gerou uma economia de R$853 milhões para os consumidores. Tanto que especialistas recomendam a manutenção da extensão do dia.

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Mas a discussão está centrada em uma abordagem equivocada

Testemunhei jornalistas bradando em suas TLs sobre achar o horário de verão ótimo ou desagradável e, lamento, mas considero essa abordagem extremamente leviana. Até agora, as justificativas que apresentei se sustentam na questão financeira. Obviamente é um fator importante, mas não podemos nos esquecer que economia na geração de energia é, antes de mais nada, uma redução no impacto ambiental. Em tempos de negação da ciência e do aquecimento global, é preciso levar em conta este aspecto do horário do verão, que é uma medida adotada pela maioria dos países ocidentais, com resultados efetivos e eficazes.

Por outro lado, há cientistas que acreditam que o horário de verão contribui para o aquecimento global, e não o contrário, uma vez que o ar-condicionado permaneceria ligado por mais tempo. O problema com essa afirmação é que ela é derrubada pela redução do consumo de energia, afinal, ar-condicionado depende da mesma eletricidade que a lâmpada.

Pode não parecer, mas horário de verão é assunto sério e precisa tratado como tal, com seus prós e contras devidamente pesados. Por isso formulamos uma lista de benefícios e malefícios (formulada a partir de uma pesquisa com múltiplas opiniões), para que você possa tomar uma decisão informada caso o governo resolva consultar a população. Não pensa no choppinho no final da tarde, não pensa no dia que não termina nunca. Pensa no planeta.

BENEFÍCIOS

  • Economia de energia
  • Redução de impacto ambiental (com a economia de energia elétrica)
  • Redução no número de acidentes nos horários de pico
  • Redução no número de assaltos

MALEFÍCIOS

 

Foto: Pixabay

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Eu testei – Anticaspa natural

Geórgia Santos
17 de setembro de 2017

Sim, eu tenho caspa. Essa coisinha nojentinha e desgraçada que insiste em armar acampamento no nosso couro cabeludo é uma forma leve de dermatite seborreica. Ao contrário do que muitos pensam, esse problema não está associado a falta de higiene, não é coisa de quem não lava o cabelo – aliás, lavar demais pode agravar o quadro. A intensidade da caspa aumenta de acordo com alguns fatores como mudanças bruscas de temperatura, oleosidade do couro cabeludo, temperatura da água (quanto mais quente, pior), estresse e alterações hormonais.

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Mas o maior problema é que a caspa não tem cura

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É isso mesmo. É tipo celulite, existe só pra atrapalhar. Os xampus anticaspa funcionam muito bem quando o assunto é reduzir a quantidade e melhorar o aspecto do couro cabeludo. Nos casos mais graves, em que há prurido (coceira), esses produtos também auxiliam. O problema é que são mais eficazes os que contem metais pesados, como zinco, especialmente.

Por isso, seguindo o conselho da Mona Soares, da Ewé Alquimias. Em um post do Instagram, ela contou que dilui o xampu no mel orgânico. O ingrediente, segundo ela, é ótimo pra quem tem caspa porque é antifúngico, regenerador celular e antioxidante. Se você for vegan, o mel pode ser substituído por melado de cana.

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Eu testei – e aprovei

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Resolvi seguir o conselho e testar o mel como um anticaspa natural. A receita é bastante simples: partes iguais de mel orgânico e do xampu que se costuma usar diariamente. O resultado é incrível. Em uma semana já notei que meu couro cabeludo fica limpo por mais tempo e meu cabelo mais macio. Com o passar dos dias, já foi possível notar uma redução na caspa – já não noto caírem no ombro quando uso preto.

 

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Caro é NÃO preservar o ambiente

Geórgia Santos
3 de setembro de 2017

Entre decretos e arrependimentos, o governo de Michel Temer é reconhecido nacional e internacionalmente como um desastre no que tange às políticas de proteção ambiental, especialmente na Amazônia. Ele simplesmente as ignora. Ou reescreve. Na última semana, o Brasil testemunhou o descaso do tal presidente quando um decreto acabava com uma reserva ambiental. Uma estratégia já empregada anteriormente em circunstâncias parecidas.

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E nesse turbilhão de frustração, uma entrevista tão

esclarecedora quanto estarrecedora passou despercebida

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O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, falou à DeutscheWelle Brasil. O líder da chamada bancada ruralista, que conta com 211 deputados que defendem o agronegócio (inclusive o explorador) com unhas dentes, explica melhor do que ninguém o que ele e seus pares pensam da preservação da Floresta Amazônica:

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“Manter floresta em pé é apenas um gasto? Um custo?
Claro que é um custo. Você tem os problemas naturais, incêndios. Para preservar é preciso ter um monte de coisas: cisternas, água, caixas de água, toda uma estrutura dentro da propriedade. E quem paga a conta por isso? Cobrar é fácil. Quem paga é o produtor rural. Se alguém quer muito que o Brasil seja esse modelo que nenhum outro país do mundo foi, nós concordamos. Mas é preciso ser remunerado por isso.”

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Pobres produtores. Coitadinhos. Como vão ter lucro se não for destruindo tudo o que há pela frente?

Veja bem, não falo de pequenos produtores, não falo da agricultura familiar ou do cara que tem meia dúzia de vacas. Falo dos caras que queimam metade floresta pra um zilhão de bois pastarem enquanto seus empregados vivem em condições subumanas e eles passeiam por Miami.

A entrevista completa pode ser acessada aqui e é um festival de surrealidades. O nobre deputado garante que é mentira que fazendeiros invadam espaço de reservas ambientais, apoia a exploração do minério e plantio de soja em terras indígenas – ele inclusive acredita que pode falar em nome deles. Falando assim não parece o bicho, mas a desinformação do parlamentar assusta. Ele acredita, por exemplo, que os índios americanos são milionários, quando a realidade é bastante cruel.

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Para ele, preservar o meio ambiente atrasa o progresso

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Me sinto voltando uns cem anos no tempo. Especialmente quando vejo que o Brasil ainda lidera o ranking dos países que mais matam ambientalistas. Se preservar o meio ambiente é caro, imagina não preservar.

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Faça você mesmo (DIY) – Talco para os pés

Geórgia Santos
6 de agosto de 2017

Um dos melhores amigos da minha família é o tal do Pó Pelotense. Pai e mãe sempre usaram e eu não ficava pra trás. Volta e meia esquecia, mas era só usar uma Melissa em um dia de calor que eu lembrava do porquê amávamos tanto o Pó Pelotense. A verdade é que ninguém gosta de chulé, né. E se pudermos usar algo pra espantar esse cara que insiste em nos acompanhar, tá valendo. Por isso pensei num talco para os pés que seja natural e que a gente pode ser em casa.

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Mas e quais as alternativas sustentáveis pra o chulé? 

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É mais fácil do que tu imaginas. Eu pesquisei sobre o tema na internet, além de perguntar pra algumas pessoas, e há inúmeras receitas pra espantar o mau cheiro nos pés, mas a melhor resposta é simples: BICARBONATO DE SÓDIO E AMIDO DE MILHO. Substitui o talco por uma mistura de partes iguais de bicarbonato de sódio com maisena e o resultado será absolutamente o mesmo. O amido controla a umidade (muito importante, senão o pé fica cheiroso porém encharcado) e o bicarbonato controla o chulé.

Se sentir falta de um cheirinho mentolado ou um cheirinho qualquer, pinga umas gotas de óleo de essencial e mistura com o pó. Deixa secar e coloca em um tubinho que facilite a aplicação, tipo esse aí embaixo.

Mas assim, usa um óleo que não tenha cor. Porque eu pinguei óleo de laranja (que é amarelo) e o resultado foi esse aí, ó =(

Muito idiota. Era óbvio que isso aconteceria, a meia ficou amarela por causa do oleo de laranja. Claro que se usar o calçado sem meias ou com uma meia escura, a cor do “talco” deixa de ser problema. Mas por via das dúvidas, eu evitaria.

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Chulé prévio

E o que fazer se o chulé já tomou conta do calçado? Ah, aí a trama complica. Quer dizer, nem tanto. Nesse caso, a solução também é muito simples: VINAGRE BRANCO. Mistura uma parte de vinagre (eu prefiro o de maçã) para cinco partes de água. Umedece um pano com essa mistura e passa no calçado fedorento. Deixa secar à sombra e pronto, o chulé vai embora. Depois é só usar o bicarbonato.

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Cinco passos para uma vida mais sustentável

Geórgia Santos
30 de julho de 2017

Há poucos dias eu conversava com meus pais sobre o problema do aquecimento global. Mais especificamente, discutíamos o fato de o iceberg gigante ter se desprendido de plataforma de gelo na Antártica. Conforma a conversa evoluiu, começamos a conversar sobre os efeitos do nosso estilo de vida. Um artigo da revista New York fala que algumas partes da terra estarão inabitáveis já nos próximos 100 anos. Mesmo os cientistas que discordam do alarmismo e questionam alguns dados ressaltam que a situação é grave. Eles afirmam, porém, que é reversível.

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Papo vai, papo vem, minha mãe perguntou: o que eu posso fazer ?

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A dúvida que ela tem é a mesma de milhares de pessoas. E assim como a dona Tude, essas milhares de pessoas acreditam que levar uma vida mais sustentável é difícil e caro. Mas é mais simples do que se imagina. Mais do que isso, é totalmente possível. Por isso nós preparamos algumas dicas para quem não sabe por onde começar.

 

Cinco passos para começar a levar uma vida sustentável

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  1. 1. Economize energia

Essa era meio óbvia, né? Nem por isso a gente se preocupa o suficiente. E eu sou a primeira a assumir a culpa por deixar todas as luzes da casa ligadas – ou pelo menos deixava, no passado.

Começa por aí, apagando as luzes; desligando aparelhos que não estão em uso; tirando os carregadores da tomada; tomando banhos mais curtos; secando a roupa no varal; lavando a roupa e a louça à mão sempre que possível. Também evite usar o ar condicionado o tempo inteiro e escolha lâmpadas que consumam menos energia.

Se quiser dar um passo adiante, comece a utilizar fontes de energia renovável, como a solar – tem até c. Essas medidas não só ajudam o meio ambiente, mas reduzem – e muito – a conta de luz no final do mês. Ser sustentável economiza até grana. E nunca é demais lembrar que vivemos uma grave crise de energia. Quem não lembra dos apagões?

  1. 2. Economize água

Há estimativas de que 50% da água consumida em uma casa seja desperdiçada. E olha, eu lembro de fazer uma apresentação no colégio cantando aquela música horrível do Guilherme Arantes, Planeta Água, para chamar atenção para o desperdício. Isso há mil anos. Será que a gente não evoluiu nem um pouquinho?

Vamos lá, precisamos tomar banhos mais curtos (estou melhorando esse item); fechar a torneira enquanto escovamos os dentes; enquanto lavamos a louça; consertando vazamentos. Sem contar que já passou a era em que era necessário lavar calçada, né? Água da chuva tá aí pra essas e outras coisas.

As nossas fontes de água potável estão se esgotando e precisamos ser responsáveis quanto a isso. A quem acha que não passa de alarmismo, lembro que o nordeste brasileiro enfrentou, em 2017, a pior seca em 100 anos. Agora mesmo, fazendeiros do sul da europa enfrentam a pior estiagem em décadas. O estado da California, nos Estados Unidos, de onde escrevo neste momento, enfrentou os piores anos de seca de sua história. Estudos atestam que foi a pior estiagem em 1200 anos. É isso mesmo, eu não escrevi errado, em MIL E DUZENTOS ANOS.

Abaixo, o vídeo do National Geographic explica: menos de 3% da água do planeta é potável; apenas 0,3% está disponível para consumo humano; e isso é tudo o que temos. E deu. 

 

  1. 3. Abandone o carro

Ande a pé ou de bicicleta sempre que possível. Além de ser saudável, é outra maneira de ser gentil com o ambiente. Se usar o carro for imperativo, opte por um modelo mais econômico, de preferencia elétrico. Parece um contrassenso, mas há maneiras de abastecer o carro em plugues alimentados por energia solar. Sem contar que é BEM mais barato que gasolina.

 

  1. 4. Evite o plástico

Esse não é simples, há plástico por tudo e em tudo. Mas também não é impossível, é só mudar alguns hábitos. Troque as mil sacolas de plástico por uma de tecido; use uma garrafa reutilizável em vez de garrafa plástica; tenha uma caneca no trabalho, além de talheres de metal; evite pedir teleentrega; coloque as frutas e verduras da feira em saquinhos de tecido; use gilete reutilizável; prefira alimentos naturais e evite os industrializados e processados.

Enfim, evite o plástico sempre que possível. Prefira as alternativas produzias em materiais naturais e biodegradáveis. Esse pequeno documentário divulgado pela ONU Brasil ajuda a compreender o problema. 

 

  1. 5. Adote uma rotina de higiene natural

Essa passa por evitar os químicos, e também é uma alternativa saudável. Opte sempre por produtos naturais, desde sabonetes; desodorantes; maquiagem; xampu e condicionador; pasta de dentes; hidratantes para o rosto e corpo e por aí vai.

 

E aí, tá afim de experimentar uma vida mais verde? Vale a pena. Ah, e não esquece de separar o lixo 😉

 

Foto: Pixabay