ECOO

O problema do plástico é pior do que pensávamos

Geórgia Santos
29 de abril de 2018

Nós já falamos aqui sobre o mar de plástico a que estamos submetendo as próximas gerações. E se já parecia ruim, tudo indica que seja ainda pior.

.

No início do ano, uma baleia cachalote foi encontrada morta com 29 quilos de plástico no estômago

.

O animal media dez metros de comprimento e apareceu em Múrcia, no sul da Espanha, em uma cena que mais parecia saída de um filme de terror. Especialistas do Centro de Recuperação de Vida Selvagem El Valle encontraram, durante a autópsia, 29 quilos de sacolas plásticas de supermercado, um galão de plástico e pedaços de cordas e redes de pesca.

.

Os pesquisadores concluíram que a baleia havia morrido justamente porque não conseguia expelir todo o plástico que havia engolido.

.

Esse é sinal mais do que alarmante, absurdo, da quantidade de plástico que estamos jogando nos oceanos. Estima-se que mais de OITO MILHÕES DE TONELADAS de plástico sejam despejadas nos mares em todo o mundo. A crise é global e os números são assustadores. Estima-se que em 2050 teremos mais plástico do que peixes nadando nos oceanos.

Por se tratar de um material sintético, há poucos processos naturais capazes de desintegrar o plástico. Isso significa que as sacolas, canudinhos, copos e garrafas podem nadar por décadas, senão séculos. E não é algo que vai parar no estômagos de animais, somente.

Uma pesquisa realizada pela Orb Media encontrou fibras plásticas em 83% das amostras de água potável em todo o mundo. Outro estudo publicado neste ano ainda encontrou partículas de microplástico em 93% das amostras de água engarrafada (geralmente mineral). A pesquisa investigou 259 garrafas, de 19 localidades em noves países. Ao todo, testaram onze marcas diferentes. No Brasil, a marca testada é Minalba, que contém até 863 partículas de plástico por litro de água. A pior é a Nestlé Pure Life, que chega a 10390 por litro.

.

O lado bom da história

Há uma série de iniciativas no mundo inteiro para reduzir a produção e consumo de plásticos. A mais conhecida é a proposta de cobrar por sacolas plásticas de supermercado, o que estimula o uso de sacolas de pano reutilizáveis. Inclusive no Brasil. O projeto de lei (PL 91/2018) que prevê a retirada do plástico da composição de pratos, copos, bandejas e talheres descartáveis foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado. A proposta é que o material seja substituído em até 10 anos por opções biodegradáveis. Só espero que não seja tarde.

Foto: Twitter / Espacios Naturales Protegidos de la Región de Murcia

ECOO

App ajuda a identificar componentes tóxicos em cosméticos e alimentos

Geórgia Santos
28 de janeiro de 2018

Uma das maiores dificuldades ao fazer a transição dos cosméticos tradicionais para os naturais é saber quais substâncias são tóxicas e quais são de baixo risco. Se o produto for 100% artesanal e natural, esse problema desaparece, afinal, é só conversar com quem fez e analisar os poucos ingredientes seguros da fórmula. Mas quando se fala em cosméticos industrializados, a situação muda de figura.

.

São zilhões de substâncias com nomes confusos em latim, escritos em letra miúda e praticamente impossíveis de decifrar

.

Há alguns relativamente comuns como parfum e lauril sulfato, ao menos são mais conhecidos. Mas eu, particularmente, não sei a procedência e a consequência da maioria dos componentes utilizados na cosmética industrial. E então? O que se faz nesses casos? Como avaliar as substâncias dos produtos que estão na prateleira?

Pensando nisso, a Environmental Working Group (EWG), uma organização sem fins lucrativos com foco na preservação ambiental e em um estilo de vida natural e saudável, criou um banco de dados. O EWG’s Skin Deep® mostra não apenas cada ingrediente dos cosméticos mais usados pela população em geral como ainda exibe uma classificação de toxicidade. Ou seja, ficou mais fácil saber quais produtos são mais ou menos nocivos.

O banco de dados não está disponível em português, mas é fácil consultar os ingredientes. Lembra dos nomes estranhos? Então, eles seguem um padrão internacional, então isso não muda. O único problema é que alguns produtos de marcas brasileiras não estão no cadastro. Mas aí você pode acrescentar e o programa calcula se é tóxico ou não.

.

Como funciona?

Há duas possibilidades: pode ser online ou via aplicativo. A versão do site é uma barbada. É só entrar na página EWG’s Skin Deep®  e digitar, no campo de busca, o nome da marca, produto ou ingrediente.  A plataforma trabalha com a seguinte escala: 1-2 risco baixo; 3-6 risco moderado; 7-10 risco alto. Para desenvolver essa classificação, levam em conta desde riscos a alergias até câncer.

Já o aplicativo EWG’s Healthy Living tem a facilidade estar ao alcance do seu telefone. O banco de dados tem 120.000 cosméticos e alimentos e a busca pode ser feita escaneando o código de barras. O vídeo abaixo mostra como.

https://www.youtube.com/watch?v=mYIurYTifjA

E aí, vai testar? Não precisa escanear cada produto que passa pela tua mão, mas ajuda bastante. É uma boa maneira de começar a transição para cosméticos mais seguros, além de extremamente fácil.

ECOO

Três passos para começar o ano de forma sustentável

Geórgia Santos
7 de janeiro de 2018

Dar o primeiro passo para uma vida mais sustentável pode ser mais simples do que parece. Não envolve nada mirabolante e ainda pode tornar a vida mais leve e fácil. Aproveitando a onda das resoluções de Ano Novo, que tal incluir uma vida mais verde como uma meta para 2018? Mas não vou mencionar coisas como diminuir o consumo de energia elétrica, não desperdiçar água ou separar o lixo. Isso é o básico, né?

.

Vamos começar com apenas três passos, mas ousados

.

1. Alimentação saudável

Aposto que a maioria das pessoas colocou na lista das resoluções algo sobre emagrecer, comer melhor, ser mais saudável. Pois saiba que uma alimentação saudável está totalmente associada a um estilo de vida sustentável. Optar por alimentos naturais no lugar de ultraprocessados faz bem à saúde e ao meio ambiente, porque produz menos lixo, deixa menos pegadas e faz parte do ciclo da terra. Se deixar a carne de lado, melhor ainda;

.

2. Reduza os químicos

A gente coloca uma quantidade absurda de químicos nosso corpo e despeja essa mesma quantidade de volta ao meio ambiente. Substituir cosméticos e produtos de limpeza que são cheios de derivados do petróleo por alternativas naturais é uma boa maneira de começar a levar uma vida mais verde. Xampu, condicionador, desodorante e até sabão para lavar roupa e louça. De grão em grão, a gente empanturra a galinha. Sem contar que dá pra fazer grande parte deles em casa e economizar uma grana bem legal;

.

3. Abandonar o plástico

O plástico é um dos grandes vilões do nosso planeta, causando um impacto enorme em diversos ecossistemas. E evitar o consumo é bastante simples. Leve uma caneca ao trabalho e abandone o copinho; tenha sempre uma sacola de pano na bolsa; leve potes ou saquinhos de pano na hora de comprar a granel. Já é um começo, né?

E aí, achou difícil? Não é, com um passo de cada vez já podemos provocar mudanças importantes na nossa vida e das outras pessoas.

ECOO

Ideias de presentes sustentáveis (e baratos!) para o Natal

Geórgia Santos
17 de dezembro de 2017

Esse ano (in)tenso vai chegando ao fim, mas com a proximidade do Natal a nossa ansiedade só aumenta. Por isso a gente pensou em algumas coisas que podem te ajudar a lidar com, pelo menos, uma parte desse problema: os presentes. Que tal inovar e investir em presentes sustentáveis, baratos e feitos por ti? Dessa forma é possível fazer um consumo consciente, que evita os excessos e desperdícios, com itens que, de quebra, serão úteis. Não serão jogados no cantinho dos anjinhos de gesso da vó – com todo o respeito aos anjinhos de gesso da vó 😉

.

Os presentes que a gente selecionou são amigos do teu bolso, do planeta e são cheios de amor

.

 Barrinhas hidratantes naturais

Essas barrinhas além de lindas podem ser usadas por pessoas de qualquer idade, porque são feitas com ingredientes naturais e que não agridem o nosso corpo – nem o meio ambiente. Clique aqui para ver a receita.

.

Difusor de ambientes

Quem não adora entrar em uma sala ou quarto cheirosinhos? Banheiro, então, nem se fala. Pois um difusor de aromas é muito fácil de fazer, basta misturar algumas gotas de óleo essencial da sua preferência com óleo de amêndoas (ou outro óleo vegetal que tenha um aroma mais neutro ou adocicado, como o óleo de semente de uva). Aí é só colocar em uma garrafinha de vidro bem charmosa e juntar os palitinhos de bambu. Eu gosto de colocar a planta in natura do óleo essencial, mas é só pra ficar bonitinhos. As quantidades variam de acordo com o tamanho. Em uma garrafa de 50ml eu usei 45ml de óleo de amêndoas e 30 gotas de óleo essencial.

.

Se tu não estiveres afim de fazer o presente, experimenta fugir do óbvio. Hoje há uma série de opções de cosméticos naturais, por exemplo. Bolsas feitas com tecidos reutilizados e/ou sustentáveis. Ou quem sabe começa evitando aquela embalagem desnecessária para embrulhar o presente. Em vez de usar aquele monte de papel e plástico, compra um lenço e bacana e embrulha com tecido. Dois presentes em um 😉