Guia de Viagem

Como comer bem em outro país

Geórgia Santos
17 de fevereiro de 2018

Quando se viaja a outro país, a tendência é ser excessivamente cuidadoso com a alimentação, além de economizar ao máximo com comida. Pois eu sou o oposto. Essa foto aí em cima, por exemplo, é de um café da manhã maravilhoso no meu último dia em San Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. Mais especificamente, um brunch no maravilhoso Kitchen Story, um lugar que me fez vibrar na mesma frequência que a cidade.

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Acredito que grande parte da experiência de conhecer um lugar novo esteja na cultura e na gastronomia

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Não acho que seja possível conhecer uma cidade sem provar sua comida, seu tempero, seu sabor. Da mesma forma, prefiro investir em um bom restaurante e ficar em um hotel modesto, por exemplo, do que comer sanduíches ou frango de supermercado para economizar. Ora, porque eu comeria um panini nas ruas de Roma se posso experimentar um belo spaghetti alla carbonara?

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Explorar os restaurantes de outro país é uma excelente oportunidade para conhecer mais sobre costumes e cultura

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Dito isso, eu tenho plena consciência que comer em outro país pode ser bastante difícil. Não somente pela resistência que algumas pessoas tem a novos sabores, mas também porque as tradições e etiqueta variam de acordo com a região. E isso pode ser bastante desconfortável.

Para evitar constrangimentos, pensei em algumas sugestões para aproveitar ao máximo as mais variadas experiências gastronômicas

  1. Coma na hora certa

Faça as refeições no mesmo horário em que os moradores locais. Dessa forma, tu não corres o risco de não ter onde almoçar caso os restaurantes fechem cedo, por exemplo. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos o jantar é bastante cedo para os padrões brasileiros, por volta das 18h. Na Inglaterra é ainda pior, no final da tarde. Por isso, se tu saíres para jantar às 21h em um desses dois países, tu vais ficar com fome;

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  1. Use os utensílios corretos – ou nenhum

É preciso ter cuidado com esse detalhe, em alguns países, comer da maneira errada pode ser uma ofensa. Então informe-se. O ideal pode ser garfo e faca, hashis, ou simplesmente comer com as mãos. O lance é dar uma espiada na mesa ao lado e copiar;

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  1. Coma sem pressa

Tu estás de férias, não precisa comer rapidão para pular para o próximo passeio. Um bom restaurante pode ser tão interessante quanto um ponto turístico. Aqui no Brasil, nossas refeições costumam ser demoradas – com exceção dos dias de trabalho e correria. O mesmo acontece na Itália, por exemplo. Então não devore um prato de pasta em 10 minutos. Saboreie;

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  1. Pesquise sobre gorjetas

Já passei muita vergonha com isso. Aqui no Brasil, é costume incluir 10% de serviço na conta final. Por isso, não temos o hábito de dar gorjeta, muito menos de 20%. Mas em muitos países, não deixar gorjeta é extremamente deselegante. Por outro lado, em lugares como o Japão é considerado ofensivo. Por isso, pesquise;

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  1. Fuja de restaurantes turísticos

Geralmente, os melhores restaurantes não estão nas proximidades dos pontos turísticos. Pelo contrário. Ali estão os lugares mais caros e com pior comida disponível. Procure os restaurantes escondidos e despretensiosos para uma ótima relação de custo benefício.


Encontrei a melhor pizza da minha vida quando me perdi em Roma. Espiei por uma porta, só vi alguns italianos. Não sabia onde estava, mas que pizza.

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  1. Coma onde os locais comem

Se você entrar em um restaurante e só enxergar turistas, há algo errado. A boa comida típica está onde os moradores estão. Uma boa pesquisa antes da viagem pode ajudar bastante. Pergunte a amigos que já visitaram o lugar.

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Guia de Viagem

Como viajar apenas com bagagem de mão

Geórgia Santos
3 de fevereiro de 2018

O carnaval está chegando e muita gente vai viajar para curtir o feriadão. Alguns vão para a praia, outros para o Rio, outros para o Nordeste. Há também quem vá escapar para mais longe e atravessar o Oceano. Mas o que todos tem em comum é o fato de que ninguém quer se preocupar com o que colocar na mala. Até porque, no caso do carnaval há outras prioridades – e trajes sumários. Mas como não se preocupar?

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É muito simples, basta viajar apenas com a bagagem de mão

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Não precisa se preocupar com bagagem extraviada. Nada de ficar mil anos esperando a mala aparecer na esteira. Nenhuma chance de precisar pagar alguma taxa extra. Parece difícil, mas é bastante simples. Basta ser objetivo. No inverno complica um pouco, mas é perfeito pra o carnaval, especialmente com alguns truques na manga. E se a ideia é voltar com muitas compras, basta comprar uma mala no país de destino e despachar somente na volta, que tal?

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1. Comece comprando uma mala compacta, porém espaçosa

As malas que podemos carregar no avião, sem despachar, não são todas iguais. O ideial é encontrar uma que seja compacta, para ser fácil de carregar, mas espaçosa. De preferência com alguns bolsos externos e um expansor;

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2. Espalhe tudo pela cama

Essa etapa é fundamental. Sem pensar no tamanho da mala, espalhe pela cama tudo o que tu achas que é imprescindível. A partir daí, edite e fique com o básico;

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3. Não repita itens pesados

É absolutamente desnecessário levar dois tênis, duas calças jeans, dois casacos, duas saias. Claro que tu precisas de mais de uma blusa, por exemplo, mas leve apenas uma peça dos artigos mais pesados;

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4. Invista em peças únicas

Essa vale para mais as mulheres. Invista em peças únicas, vestidos e macacões. . Afinal, em geral, um vestido ocupa menos espaço que uma saia e uma blusa;

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5. Não exagere nas peças íntimas

Leve somente o necessário, ou seja, uma para cada dia. Afinal, não é difícil lavar uma calcinha ou cueca. O mesmo vale para meias;

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6. Economize nos cosméticos

Leve somente o essencial, o mínimo. Creme dental, desodorante, sabonete, xampu, condicionador. Se a qualidade dos produtos não for importante, nem isso precisa, já que alguns hotéis oferecem miniaturas.

O mesmo vale para a maquiagem: corretivo, batom e rímel. Até porque, é sempre uma compra possível – ou provável. Além da quantidade, cuidado com o tamanho. As embalagens precisam ter menos de 100ml e guardadas em um saquinho transparente. No carnaval tá liberado o brilho, hein;

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7. Otimize o espaço

Nada de atirar as coisas de qualquer maneira. Dobre com cuidado e organize os itens de maneira a aproveitar ao máximo o espaço da mala;

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8. Deixe os líquidos em local acessível

Nada de esconder os líquidos no fundo da mala, sempre coloque por último. Deixe por cima do restante, porque talvez a segurança do aeroporto queira averiguar; Por precaução, leve um segundo kit de higiene na bolsa;

Foto: Pixabay

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Não viajo sem – Sete itens indispensáveis em uma viagem

Geórgia Santos
27 de janeiro de 2018

Na rotina de quem viaja muito, há alguns itens indispensáveis na hora de fazer a mala. Pensando sobre eles, percebi que não se trata de uma lista imutável, pelo contrário. A experiência de uma viagem nos ensina muito, por isso frequentemente acrescento algum artigo que torna meus passeios bem mais fáceis. Não falo de documentação específica, vacinas e coisas do gênero, mas de amenidades.

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Estes são os sete itens indispensáveis em uma viagem 

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1. Travesseiro de pescoço

Era algo que eu subestimava, até me dar por vencida e comprar um. Melhor compra da vida. É muito mais fácil viajar quando a gente não acorda babando no ombro de um desconhecido. Se tu achares muito grande, olha o item 2;

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2. Casaquinho

Sabe aquela frase clássica da mãe? “Leva um casaquinho!” Então, no caso de uma viagem, é mais importante do que nunca. Você nunca sabe o ar condicionado que irá encontrar pela frente. E se tu não quiseres levar o travesseiro de pescoço, enrola o casaquinho e usa para apoiar a cabeça;

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3. Livro

Pelo menos um. Sempre há um momento em que se está em um aeroporto, sem fazer nada. Não há coisa melhor para passar do tempo do que ler. Se não for tua praia, pense em um passatempo que se adeque melhor. Música, revista etc;

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4. Algo para comer

Pode ser uma maçã, uma barrinha, uma bolachinha. Porque você pode não conseguir comer a comida do avião, ou do aeroporto. Enfim, é sempre bom ter algo por perto;

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5. Lenço umedecido

Porque mulheres não podem simplesmente sacudir, não é mesmo? É sempre bom ter um lenço umedecido por perto. Papel já resolve, mas o lenço umedecido é bom para limpar as mãos e o rosto, também. Especialmente em viagens longas;

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6. Adaptador de tomada

Eu não sei qual o acordo do inferno realizado por todos os países do mundo, mas cada um usa uma tomada diferente do outro. Sério. É ridículo. Então, se tu não quiseres ficar sem bateria no rico do celular, leve um adaptador.

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7. Celular 

Obviamente levo o celular para poder manter contato e para emergências. Mas não nos enganemos, o celular é muito mais usado para qualquer outra coisa além de um telefonema. O lance é que, atualmente, o celular substitui a câmera fotográfica para amadores, o mapa e o guia turístico. Com o GPS, não precisa mais carregar o mapinha embaixo do braço (embora, na minha opinião, ajude). Sem contar na infinidade de aplicativos que fazem as vezes do guia em papel (que eu também ainda adoro).

 

Ah, se a viagem for internacional, não esquece o passaporte =)

Foto: Pixabay

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Seis dicas fundamentais para curtir uma viagem tranquila

Geórgia Santos
13 de janeiro de 2018

Nós passamos muito tempo fazendo contas para garantir que teremos grana o suficiente para viajar. Com sorte, dá para parcelar a passagem em cinco vezes, sem juros. São dias a fio à procura do hotel mais barato. Sem café para economizar. Planjeamos cada passo na cidade desconhecida, com medo de que não saber por onde começar. Ai, a mala. Que inferno. Faz frio? Calor? Precisa levar roupa mais arrumadinha ou um vestidinho e tênis é só o que eu vou usar? Enfim, são muitos os motivos para que o período que antecede qualquer viagem seja estressante.

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Mais do que planejamento, porém, há uma série de atitudes que a gente pode adotar para aproveitar ao máximo um passeio

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Por isso, listamos

Seis dicas fundamentais para curtir uma viagem tranquila

 

1. Viaje sem julgamentos e ideias pré-concebidas

 

O maior empecilho a qualquer viagem é partir com ideias pré-concebidas sobre o lugar. Deixe-se levar pelo desconhecido e aproveite para explorar os cantos e sabores de cada cidade. Não é porque a tua amiga comeu mal em Roma que a Itália não tem boa comida. Só o que faltava;

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2. Seja flexível com seus planos

Tudo bem, foram dias e mais dias de planejamento para que desse tempo de ver tudo. O problema é que, às vezes, com a pressa de conhecer os pontos turísticos do guia de viagem, a gente deixa de aproveitar o que está fora dos roteiros. Um itinerário rígido pode estragar a viagem. Um fado em uma pequena casa recém descoberta em Alfama, Lisboa, pode ser muito mais interessante que um passeio ao Mosteiro dos Jerónimos;

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 3. Não se irrite com os contratempos, você está de férias

Mesmo com o mais metódico dos planejamentos, alguma coisa sempre vai dar errado. Vai por mim. Pode ser uma diarreia, o hotel pode estar fechado, os mosquitos podem estar famintos e por aí vai. O lance é não pirar e tentar levar na esportiva. Procure sempre o lado bom das coisas;

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4. Aprenda sobre os costumes locais

Os hábitos são diferentes de um país para outro, por isso, entre no clima e relaxe. Assim como gestos e palavras podem significar coisas totalmente diferentes. Portanto, informe-se. Rapariga, em Portugal, não é ofensa;

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5. Experimente coisas novas

Isso vale para comida, música, lugares, passeios. Enfim, tudo. Experimente coisas novas, saia da zona da conforto. São essas pequenas aventuras que tornam uma viagem memorável. Que graça tem viajar à Taiwan para comer batatas fritas, certo?

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 6. Não passe o tempo todo olhando para a tela do celular

Fotografias são lembranças importantes de uma viagem, é aquilo que fica depois que o passeio acaba. Mas não desperdice o tempo precioso em um local especial olhando para a tela do celular. Tire suas fotografias rapidamente e aproveite o tempo curtindo o lugar. Isso ninguém tira de ti.

 

Foto: Pixabay

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Cinco lugares para conhecer em 2018

Geórgia Santos
6 de janeiro de 2018

O começo do ano é perfeito para planejar uma viagem para o exterior. Aquela energia para experimentar está constantemente pulsando em nossas veias, como se o sangue fosse composto única e exclusivamente por adrenalina. É o momento ideal para explorar o mapa do mundo à procura de lugares legais para conhecer. Especialmente agora em que lugares antes ignorados por viajantes inveterados passam a entrar na lista de aventuras inesquecíveis. Assim como alguns destinos esquecidos voltam a aparecer na lista em função de uma espécie de reafirmação cultural.

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Mas o mundo é grandão. E para te poupar um pouco do trabalho de fazer essa varredura, a gente fez uma lista com

Cinco lugares bem legais  para conhecer em 2018

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Buenos Aires – Argentina

Caminito, Buenos Aires, Argentina

Estive na capital argentina há muitos anos e, finalmente, chegou o momento de voltar. É a minha escolha de viagem para este ano. Buenos Aires é uma capital impregnada por cultura, arte e história. Em que a tristeza das mães da Plaza de Mayo se misturam ao som do Tango e ao aroma dos vinhos, que se mescla à memória de Evita e seu túmulo, que estão ligados ao Caminito e suas cores, compartilhadas com o futebol e o mate. Sem contar que uma viagem a Buenos Aires pode ser esticada até Mendoza, terra dos vinhos, ou, quem sabe, até ao Sul e à fria Bariloche.

Neste ano ainda há um detalhe: a Feira de Arte Contemporânea, agendada para setembro, acontece na capital dos Hermanos. Um ótimo momento para conhecer Buenos Aires e tomar um mate.

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Costa Vicentina e Algarve

Algarve, Portugal

Sempre que se fala sobre turismo em Portugal, imediatamente pensa-se em Lisboa ou Porto – alguns talvez lembrem de Fátima ou Coimbra. Mas o fato é que raríssimos são os que pensam em praia. E eu não era diferente. Qual não foi minha surpresa quando deparei com cenários paradisíacos, escondidos na Costa Vicentina e no Algarve? Minha amiga Ana e eu embarcamos em uma road trip inesquecível. Partimos do Cascais e fomos até Portimão, parando em pequenas vilas e praias pelo caminho, sem destino certo, sem lugar para ficar. Decidíamos onde dormir na hora, perguntando por aí se havia quartos para uma noite. Vimos quartos sujos dos quais fugimos; pousadas, nas quais ficamos, que abrigavam assustadoras bonecas de porcelana; pensão com senhoria preconceituosa. Cantamos “Cheira a Lisboa”, levemente embriagadas, pelas ruas de Vila Nova de Milfontes.

Experimente, em qualquer lugar, ameijoas fresquinhas e cataplanas de frutos do mar. Babe com as construções mouras, as cerâmicas, os penhascos, a água transparente e fria. Cada passo do caminho certamente faz da costa sul de Portugal um destino especial para conhecer em 2018.

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Santiago – Chile

 

A isolada capital chilena está se tornando uma queridinha em guias de viagem mundo afora e sua popularidade só tende a aumentar em 2018. Por isso, este ano é um ótimo momento para conhecer Santiago. Mesmo porque, é uma visita que se estende aos vinhedos do interior e às praias de Viña del Mar e Valparaíso; ou à Cordilheira dos Andes e seus picos nevados; ou ao Deserto do Atacama. O Chile oferece aos viajantes uma gama bastante extensa de atrações, capaz de agradar aos públicos mais diversos. Vá às degustações de vinho, passeios por museus, à casa de Pablo Neruda. Se não for teu caso, há também esportes radicais, escalada, montanhismo. Ainda não? Então desfrute das praias e deliciosos frutos do mar. Em resumo, qualquer época é época para viajar ao país, tão diverso que chega a ser difícil definir.

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Toscana – Itália

Montepulciano, Toscana, Itália

Assim como no caso do litoral português, a sugestão não é uma cidade, mas uma região, talvez uma das mais emblemáticas da Itália, impregnada pelo romantismo que a precede. A Toscana já foi imortalizada em filmes e certamente o será por ti. Não fique em hotel, alugue uma casinha no interior, em algum vilarejo pequeno, e se deixe levar pelo calor. Aprenda a fazer massa. Aprenda italiano. Alugue um carro e explore os vinhedos, as cantinas, os queijos. Esqueça os passeios turísticos com guia, explore os cantos sem pressa, coma uma pizza, beba um vinho, experimente a Bisteca Fiorentina, aprecie David.

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Cidade do Cabo

Table Mountain, Cidade do Cabo, África do Sul

Os planos de viagem raramente incluem o continente africano. Por um hábito de origem preconceituosa, é comumente associado à pobreza e violência. O lance é que pensar assim é uma perda de tempo que nos afasta de maravilhas como Marrocos, Egito, Moçambique e tantos outros. Ao sul, por exemplo, encontra-se a Cidade do Cabo, na África do Sul. Meu marido fala que as praias do Cabo são tão bonitas quanto as do Rio de Janeiro. De fato, é uma cidade maravilhosa. Apenas não tem a badalação da orla carioca. Infelizmente, os traços do Apartheid permanecem e o povo ainda sofre essa consequência. E assim como na Argentina, em que a história triste história política se mistura à cultura, a Cidade do Cabo tem esse período marcado na carne. Ter consciência do que se passou ali, porém, torna o passeio cheio de significados. A cada passo na Table Mountain ou a cada gole dos vinhos sul-africanos.

Yo No Soy de Aquí

Uruguai – Seis meses, seis aprendizados

Alvaro Andrade
23 de novembro de 2017

Meio ano já é tempo suficiente para algumas constatações sobre o Uruguai. O tempo ajuda a consolidar percepções, derrubar mitos e ter uma visão menos romântica do país que se tornou a panaceia sul-americana.

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Como não amar um país movido a parrilla?

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1 – Amsterdã latina – Para os cidadãos uruguaios, a política sobre a maconha é de fazer inveja aos países de primeiro mundo: é permitido cultivar, comprar em farmácias (!!!) ou participar de cooperativas de cultivo. Enfermos começam a ter acesso aos derivados medicinais para tratamento de doenças crônicas. Mas turistas podem guardar o isqueiro e tirar o cachimbo da chuva pois não é nada fácil – nem permitido – conseguir um cogollo por aqui.

2 – Qualidade de vida x custo de vida – Aqui está o xis da questão: Morar em Montevideo é sentir-se seguro, ter serviços sempre próximos, 20km de orla urbanizada, limpeza eficiente e parques conservados. Mas viver a cidade custa caro: alimentação e moradia são os itens mais pesados do orçamento, seguidos por luz e combustível. Em geral, o custo de viver é pelo menos 20% mais caro que Porto Alegre, por exemplo.

3 – Imigração x oferta de empregos – Não são apenas os brasileiros que ‘descobriram’ a promissora qualidade de vida dos orientais. Cubanos e venezuelanos também estão na disputa pelas vagas de trabalho de nível básico. A situação é ainda mais complicada para vagas de nível técnico ou superior, já que o mercado é muito restrito.

4 – Educados sim, hospitaleiros talvez – idosos e mulheres têm preferência nos ônibus, todos cumprimentam-se e conversam amenidades. Amizades são cultivadas com esmero. Mas não espere intimidade imediata ou grande receptividade. Uruguaios são bastante reservados e ganhar a confiança deles demanda mais do que um churrasco em fim de semana.

5 – Tenha teu mate – Não chegue na roda do chimarrão esperando tua vez. Primeiro porque não tem roda, segundo porque não haverá tua vez. O mate é um patrimônio individual do uruguaio.

6 – Capital, pero no mucho – Montevideo tem metade da população uruguaia, três shoppings centers, grandes clubes de futebol, é uma capital repleta de parques, mas tem seus limites. A vida noturna da cidade é discreta, shows musicais de destaque são raros. O que se sobressai é o incentivo público a dança e dramaturgia, com espetáculos semanais no Teatro Solis. Comer e descobrir novos restaurantes acaba sendo o principal programa do fim de semana.

 

Foto: Pixabay

Guia de Viagem

Cambará do Sul – Parte 2: A Emboscada

Geórgia Santos
29 de abril de 2017

Foi uma semana congelante no sul do Brasil, segundo relatos que recebi. Previsivelmente, a gauchada já começa a se coçar pra viajar pra serra e passar aquele frio gostoso enchendo a cara de vinho em frente a uma lareira e coisa e tal. Três amigas e eu resolvemos fazer isso e viajamos para Cambará do Sul há quase cinco anos. E valeu a pena, mas foi uma viagem turbulenta – óbvio.

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Começou com um corpo no chão, como já contei pra vocês, mas o que viria pela frente era um potencial filme de suspense policial.

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O suposto atropelamento deixou a viagem estranha, mas bastante propensa a ataques de riso eventuais. No meu caso, de puro nervosismo. Provavelmente algo que herdei de minha mãe, considerando que não há ninguém no mundo que ria mais que ela ou o faça em situações mais inadequadas. E os risos eram realmente aleatórios, não estávamos bebendo nem fumando maconha. Só coca-cola e uns marlboros.

Quando avistamos a placa indicando que estávamos em Cambará do Sul, já havia passado de 1h da manhã. A cidade parecia o cenário de um filme do Clint Eastwood. Abandonada, escura, com uma baita neblina e sem uma viva alma na rua. Veja bem, almas, havia. Vivas, nenhuma.

Todos os celulares estavam sem bateria – lembrem, era 2012 e as fotos foram tiradas com câmera digital – e nós não tínhamos a menor ideia de como chegar à pousada. Estávamos condenadas a vagar até que alguma pessoa aparecesse. Renata começou a dirigir em círculos pela cidade, na esperança de que encontrássemos alguém que pudesse nos ajudar. Felizmente, de alguma forma, chegamos até a casa em que ficava a Brigada Militar.

Neste ponto é importante ressaltar que Fernanda e eu estávamos em meio a um dos piores ataques de riso de toda a viagem. Eu não conseguia respirar, meu diafragma estava distendido e louco pra soluçar e minha barriga estava tão tensa que a câimbra já se anunciava. Não bem câimbra, mas aquela dor que dá quando a gente corre sem ter o menor preparo físico, sabe. Por isso, Renata e Evelin, muito responsáveis, sugeriram que nós ficássemos no carro pra que os policiais não se sentissem ofendidos. Justo.

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Elas desceram e começaram a bater na porta, aparentemente sem muito sucesso. Quando já estavam voltando pra o carro, aparece alguém na porta. Sem farda e armado. Elas se borraram, Fernanda e eu rimos ainda mais

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Esclarecida a situação de estarmos vagando pela madrugada, as gurias pediram ajuda. Se desculparam pelo nosso comportamento infantil e eles, gentilmente, explicaram como chegar à pousada. Quando elas voltaram pra o carro, perguntei pra Renata se ela havia entendido, ao que ela me garantiu que sim. Mentira. Duas quadras depois ela não sabia mais pra onde ir e nós não conseguíamos mais encontrar a Brigada.

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“Sem demora, notei que um carro nos seguia. As gurias estavam céticas, me chamaram de paranóica”

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A essa altura nós já não ríamos mais. Estávamos com medo, mesmo. E tínhamos razão pra isso. Sem demora, notei que um carro nos seguia. As gurias estavam céticas, me chamaram de paranoica. Riram. Mas aquilo estava estranho. Renata resolveu testar o motorista e começou a entrar em ruelas improváveis. A cada curva que nós fazíamos, eles seguiam o mesmo trajeto. Viramos à direita. Eles também. Viramos à esquerda, eles também.

Ficamos desesperadas. Assustadas de verdade. Estávamos em uma cidade fantasma sendo seguidas por um automóvel que parecia ter quatro homens dentro – exatamente a quantidade de mulheres em nosso carro. Renata foi mais corajosa –e doida – e resolveu parar o carro e perguntar o que estava acontecendo. Não reagimos bem.

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“Tu tá louca. Eles vão nos estuprar, nos matar, a gente não vai sair viva disso. Não para esse carro. A gente vai ser presa fácil. Não faz isso!!!”

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Eu estava em pânico, a Fernanda chorava, a Évelin blasfemava e a Renata abaixou o vidro e perguntou: “O que vocês querem?” Notando o nosso desespero, o rapaz sorriu e disse: “A gente sabia que vocês iam se perder, por isso resolvemos ajudar.” Eram os brigadianos que decidiram nos seguir, garantindo que chegaríamos ao destino. “A gente leva vocês até lá, segue o carro”, explicou. Obviamente, diante do ridículo, caímos na gargalhada de novo e fizemos o que eles disseram.

Mas algo soou estranho. Eles não estavam de viatura ou fardados. Hm, não parecia certo. Ao mesmo tempo, o carro seguia para uma rua escura, de chão batido, sem casas ou prédios no entorno. Todas pensamos a mesma coisa.

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“Nós somos muito trouxas. É uma emboscada!!!!”

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Começamos a gritar, eu comecei a chorar e a Fernanda não parava de gritar que era uma emboscada. A Évelin e a Renata tentaram manter a calma, mas elas estavam apavoradas também. “Eles vão nos estuprar no mato, cortar nossos corpos em pedacinhos e ninguém nunca mais vai encontrar. Meu Deus, nossas famílias. Que horror. Arranca esse carro, foge. É uma emboscada! É uma emboscada!!!!”

Eu sei que parece coisa de quem vê muito Criminal Minds, mas a situação era tensa. Eu alternava entre risos e choro e estava muito assustada. Até que tudo ficou ainda pior. Eles pararam o carro em uma rua escura e, aparentemente, sem saída. Não conseguiríamos passar por eles. Nisso, outro carro surge do nada e nos fecha. Fodeu.

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“Eu disse que era uma emboscada, a gente vai morrer!!!”, gritou a Fernanda

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A essa altura do campeonato, todas nós acreditávamos nisso. De verdade. Quando eles desceram do carro, o discurso de despedida já começava a ser ensaiado e as lágrimas eram bastante intensas. Era o fim. Adieu. Era uma emboscada.

Exceto pelo fato de que estávamos em frente à pousada e o cara que “nos fechou” só estava entrando na garagem da própria casa. Mas também, dá uma olhada na rua do bagulho. Imagina à noite. Compreensível, né?

Sim, adivinhou, caímos na gargalhada. De novo. Só que dessa vez foi difícil de parar. Eu levei muito tempo. Acordamos o dono da pousada, demorei uma hora pra fazer a lareira funcionar (que já estava preparada e era só acender um fósforo) e quase fui expulsa do quarto ao melhor estilo Big Brother, com votação e tudo, porque não calava a boca.

Hoje “A Emboscada” virou nome de grupo no whatsapp. Mas a saga daquele final de semana não parou por aí. Ainda fizemos estragos em São Francisco de Paula…

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Lugares para ver

Fortaleza e Itaimbezinho

O turismo em Cambará é totalmente voltado pra natureza e as grandes atrações são os canyons da Fortaleza e o Itaimbezinho. Particularmente, acho o da Fortaleza mais bonito e interessante. O único inconveniente é o acesso. A estrada pra chegar até lá é horrível. Mas não tem erro, é só seguir as placas, mesmo quando parece que alguém vai te matar no meio do nada. Chegando lá, é só caminhar bastante e explorar as trilhas ao máximo – e desviar dos boizinhos – e aproveitar a vista maravilhosa. Pra quem gostas de algo mais radical, é possível fazer a trilha no riacho que corta o canyon, mas pra isso é preciso procurar as empresas especializadas que oferecem esse serviço. Os hotéis e pousadas, na maioria, oferecem pacotes com passeios exclusivos por trilhas em diversos locais da região.

Já o Itaimbezinho tem uma infraestrutura mais preparada para receber turistas, com guias, banheiros e tudo muito bem sinalizado. Há duas trilhas, que o visitante escolhe de acordo com o quanto quer caminhar. Ao longo do caminho, há recantos lindos esperando por quem está afim de explorar o matagal, com riachos e cascatas pra recarregar as energias. Só tomem cuidado com os búfalos. Não é piada. Especialmente com neblina….

Turismo rural

Eu nasci na colônia, então passear por sítios e fazendas em meio a animais não me impressiona. Mas pra quem nasceu na cidade, pode ser um passeio interessante. Há uma série de estâncias que estão prontas para receber visitantes que queiram conhecer um pouco mais do universo campeiro. Os hotéis da região estão todos preparados pra indicar o melhor roteiro pra tua viagem.

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Onde comer

Não é uma cidade grande, com grandes restaurantes. por isso, recomendo a hospedagem em um local que ofereça café da manhã. Os melhores restaurantes da cidade estão localizados no hotéis mais equipados – e caros -, que qualquer pessoa pode acessar. Mas há outras alternativas.

Sabores da Querência

É um local delicioso que vende geleias e antepastos orgânicos, produzidos no local, a Querência Macanuda. Quando nós visitamos pela primeira vez, em 2012, só era possível fazer uma pequena degustação dos produtos. Hoje o sítio está preparado para receber quem queira degustar um espumante ou uma boa cerveja artesanal. Ainda oferecem tábuas de queijos, sorvetes e outras delícias.

Restaurante Galpão Costaneira

O lugar perfeito pra quem quer experimentar uma boa comida campeira, sem falar na ótima seleção de cachaças que a casa oferece. É um espetáculo no inverno, com a comida reconfortante e fogões à lenha. A comida é maravilhosa e rola até um som bem gaudério.

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Onde ficar

Parador Casa da Montanha

Se tem grana sobrando, nem pense em ficar em outro lugar. É a experiência perfeita. Da vista à comida, dos spas à lareira. Desenhado para agradar até ao cliente mais exigente, é sofisticado sem apagar o clima rural da cidade.

Cabanas Brisa dos Canyons

Foram essas as cabanas difíceis de achar. Apesar do local ermo – que nem é tanto assim -, vale muito a pena. O preço é acessível e as cabanas são bem equipadas e aconchegantes. Uma ótima alternativa.

 

 

Guia de Viagem

Cambará do Sul – Parte 1: O corpo no chão

Geórgia Santos
22 de abril de 2017

As temperaturas já começaram a cair no Rio Grande do Sul e o primeiro instinto é se enfiar debaixo de um cobertor e ascender a lareira ou o fogão a lenha ou uma espiriteira (aquele lance de jogar álcool na panela e tocar fogo, super seguro). O segundo instinto é viajar pra Serra. Gramado, Canela e blá blá blá. Um saco, lamento. Tudo muito fake pro meu gosto. Já Cambará do Sul é outra história.

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Cambará é a essência do inverno gaudério: campos de cima da serra, um frio do cão, comida campeira, chimarrão, poncho e neblina. Perfeito

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Por esses e outros motivos, minhas amigas e eu resolvemos nos bandear praqueles lados e explorar a natureza da região, intercalando as trilhas com vinho em frente à lareira. Fernanda, Évelin, Renata e eu estávamos empolgadas naquele inverno de 2012, afinal, seria nossa primeira viagem juntas e, certamente, seria linda. Mas nem tudo correu como imaginávamos.

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Aliás, nem com a imaginação da J.K. Rowling nós chegaríamos ao que nos aconteceu naquele final de semana

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Reservamos uma cabaninha charmosa em Cambará. Ficaríamos de sexta a domingo e, na volta, ainda passaríamos em São Francisco de Paula. Como eu dava aula na sexta à noite, só poderíamos sair depois das 22h. E foi o que fizemos. Levei minhas coisas pra Universidade e as gurias me buscaram lá. Renata foi dirigindo. Estávamos tranquilas, afinal, mesmo que a estrada não fosse uma maravilha, não teria muito movimento àquela hora da noite. Estávamos certas.

A primeira bizarrice aconteceu na estrada, na ERS-020Estávamos felizes e cantantes, empolgadas com aquelas musiquinhas clássicas de roadtrips entre quatro amigas e nenhum jeans viajante.

 

Obrigada, Alemão Ronaldo, por esse momento. Continuando, passamos a viagem comendo porcaria e bebendo coisas açucaradas sem nenhuma culpa.

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Estávamos falando mal dazinimiga, trocando confidências e dando gargalhadas quando vimos um corpo na beira da estrada e um carro estacionado ao lado. Sim. Foi isso

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Ficamos em imediato silêncio e resolvemos parar pra ver o que estava acontecendo, aquele instinto sem noção de jornalista. Quando nos aproximamos do veículo que não conseguimos identificar, um homem desce do automóvel. Com uma silhueta significantemente assustadora ao melhor estilo cadeirudo à meia noite, ele caminha na nossa direção.

Ele não disse nada, não fez nenhum sinal ou tentativa de comunicação. Simplesmente caminhou na nossa direção e parecia que ele tinha algo em mãos. Mas a gente não conseguia ver, por causa da luz no nosso rosto. Ele não passava de uma sombra, na verdade.

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Me borrei toda. Corremos o mais rápido possível e saímos dali em um fração de segundos, berrando como cabritas sem a mãe

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Claro que precisávamos fazer alguma coisa, mas cinco corpos na beira da estrada não ajudariam a resolver o mistério. Chegamos à conclusão que deveríamos ligar para a polícia. Felizmente, com quatro jornalistas no carro, encontrar o telefone direto do batalhão não seria um problema. Não foi. Ligamos para o Comando Rodoviário da Brigada Militar e explicamos, com parcimônia, a situação. A verdade é que não sabíamos o que tínhamos visto, mas acreditávamos que valia a pena averiguar.

Depois deste fato, estávamos menos felizes e cantantes e mais tensas e silentes. Continuamos comendo porcaria, mas aquilo mexeu com a gente e com os nossos medos. Mas a gente não perdia por esperar….

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Como chegar

Carro ou ônibus. Há vários caminhos possíveis mas, apesar do corpo na beira da estrada, a melhor alternativa é usar o caminho pela ERS-020 quando sai de Porto Alegre.

Foto: Divulgação Prefeitura de Cambará do Sul

Guia de Viagem

Cartagena – O calor e o mosquito

Geórgia Santos
10 de março de 2017

Lua de mel é daqueles momentos que a gente espera com certa ansiedade, por uma série de motivos bastante óbvios, e planeja minuciosamente. Quando era criança, eu dizia a todos que viajaria para as ilhas gregas após a celebração de meu matrimônio. Não rolou.

Por uma grata surpresa do destino e uma combinação de conveniência e curiosidade, Cléber e eu resolvemos passar nossa lua de mel em Cartagena de Indias, na Colômbia. E que bela decisão. Fomos de Porto Alegre ao Panamá e, rapidinho, chegamos ao nosso destino final.

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No aeroporto, estavam nos esperando a gerente do hotel em que nos hospedamos, um calor infernal de 57 graus e uma horda de mosquitos

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Ao longo do trajeto, já deu pra sentir a vibe da cidade. Um lugar diferente, em que o antigo e o novo conversam em meio a uma explosão de cores, luzes e som. Era janeiro e o verão estava na pele das pessoas, que passeavam pelas ruas da cidade. Livres. Tudo naquela cidade transpirava liberdade, calor e movimento.

Estávamos cansados e resolvemos dormir, mas só depois de bebermos um espumante rosé em temperatura perfeita sobre as flores espalhadas pela cama. Phynos. Acordamos cheios de energia e bem cedo para aproveitar o café da manhã e a piscina do hotel.

O calor e os mosquitos

Era 7h da manhã e a temperatura era de 32 graus. Delícia. Estávamos de férias, mesmo, e uma aguinha nos aguardava – não todo aquele concreto da capital gaúcha. Dei uma mordida em um patacón e o primeiro mosquito atacou. Sem problemas, já estou acostumada. Um gole no suco de abacaxi e o segundo avançou, também nas pernas. Foi colocar a granola na boca e o terceiro veio sem dó nem piedade.

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Foi aí que me deu um estalo. Cedo da manhã, calor, mosquitos aos montes, voando baixo e picando nas pernas e pés. Isso tem nome e é nome de rico: Aedes Aegypti

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Sim, a nossa viagem à Cartagena foi durante o surto de Zyka que acometeu o Brasil e, também, a Colômbia.

A partir daí eu fiquei completamente paranoica, especialmente ao lembrar que não havia levado repelente. Eu empacotei laxante mas esqueci do repelente (se bobear tinha até supositório). Fomos à piscina – que ficava no terraço do hotel – e tudo o que eu fiz foi obcecar com insetos que boiavam bem belos e faceiros. Eu olhava cada mosquito, um por um, procurando por patas compridas e listradas. A cada suspeita, eu pirava. Só descansei depois de umas 13 picadas, uma coceira infernal e a compra de um repelente.

Depois disso, aí sim, eu pude aproveitar Cartagena do jeito que a cidade de Gabo merece: com atenção, dedicação e deleite. E valeu cada minutinho. Cada picadinha. Ah, e Zyka free.

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Lugares para ver

Por mais que Cartagena fique no litoral colombiano, não espere praias bonitas. É um lance meio litoral gaúcho, nada de marzinho verde e coisa e tal. Porém, há ilhas e praias próximas à cidade como o Arquipélago de Rosário e Playa Blanca. Mas pra isso vale outro post. Quanto à Cartagena, é um lugar histórico, colorido e com uma culinária maravilhosa.

Cidade Amuralhada

Cartagena é a cidade amuralhada. As Muralhas de Cartagena tem 11 km de extensão e foram construídas para proteger a região dos piratas e outros invasores no século 16. Dentro das muralhas estão muitos dos principais pontos turísticos da cidade. Ela pode ser visitada por dentro e por cima, ou seja, é possível caminhar por ela ou simplesmente sentar para apreciar o por-do-sol. Dentro das muralhas estão as melhores lojas, restaurantes e passeios. Vale bater perna, mesmo, e explorar cada cantinho.

Torre do relógio

É uma das entradas da cidade murada. O melhor: há um sebo com livros incríveis e diversos exemplares de livros de Gabriel García Márquez. Inclusive primeiras edições. Eu garanti um exemplar da primeira edição de O Amor Nos Tempos do Cólera, que está devidamente protegido por uma caixa de vidro em minha estante.

Portal de los Dulces

Em frente à torre há um caminho de bancas de doces com as coisas mais deliciosas do mundo. Cocadas de todos os tipos e sabores e uma variedade interessante de doces de leite. Como essas cabeças de bonecas bizarras e docinhas.

Palácio da Inquisição

Dentro dos muros também fica o Palácio da Inquisição. A inquisição espanhola instalada em Cartagena em 1610 foi das mais sangrentas e não terminou até 1821. É possível ver alguns dos instrumentos de tortura utilizados, listas de livros proibidos e de pessoas perseguidas e assassinadas como forma de controle da população e fixação do poder da Igreja Católica. É um ambiente tenso e assustador, mas fundamental para entendermos um pouco de nossa história. Funciona de segunda a sábado das 09h às 18h e aos domingos das 10h às 16h. A entrada custa 16mil COPS, cerca de R$20,00.

Castelo San Felipe de Barajas

É a maior obra militar do novo mundo construída pela coroa espanhola. É uma construção imponente que oferece uma vista incrível da cidade. No caminho, é bacana parar para uma foto com os Sapatos Velhos, feito em homenagem ao poeta local Luis Carlos López, autor do poema “A mi ciudad nativa”. Na obra, ele compara a cidade com um par de sapatos velhos, pelo carinho que inspiram. O monument, criado em 1946, é obra de Héctor Lombana Piñeres.

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Onde comer/beber

La Cevicheria

Impossível viajar àquela região e não experimentar uma das iguarias mais apreciadas, o ceviche. Em La Cevicheira, é possível experimentar um dos melhores da cidade. Recomendo pedir o trio, em que é possível provar de três preparações diferentes. O ambiente tem temática marítima e mesas na calçada. Um charme.

Cl. 39 #7 14, Cartagena, Bolívar, Colombia

La Casa de Socorro

Um restaurante com comida típica colombiana, em que se prova um bom peixe, patacones e arroz con coco. O preço é acessível e fica próximo à cidade murada. Parada obrigatório para conhecer o sabor de Cartagena.

Cl. 25 #8B-112, Cartagena, Bolívar, Colombia

La Cocina de Pepina

Serve a cozinha colombiana tradicional e revisitada. Os preços são um pouco mais salgados, mas vale a visita. Os pratos são sofisticados e cheios de sabor.

Cl. 25 #10B-6, Cartagena, Bolívar, Colombia

Bazurto Social Club

O lugar ideal para bons drinques e ouvir uma bela música. Mas o charme especial fica por conta do passado: era o bar favorito de Gabo.

Getsemaní, Av. del Centenario, Cra 9 #30-42.

Teléfono: +57 (5) 664 3124 / +57 317 648 1183

info@bazurtosocialclub.com

Cafe Havana

Uma das casas mais tradicionais da cidade serve bebidas e oferece ótima música cubana ao vivo. Salsa até dizer chega. O ambiente é incrível, como se fosse uma volta ao passado, já que fica em um autêntico clube de jazz dos anos 50. Mas os preços são bastante salgados. Só aguentamos um drinque e umas cervejas. Bem carinho.

ESQUINA, Cra. 10, Cartagena, Getsemaní, Colombia

La Casa del Habano

É uma charuteria. Basicamente um cubículo em que enrolam e vendem charutos cubanos. Mas, meus amigos, serve o melhor mojito de Cartagena e uns sanduíches dos deuses. O Ropa Vieja vale cada mordida. Mas assim, eu andei lendo que há outra (ao menos o endereço é diferente do que eu vi) e que é fake e tal, ou seja, não é parte da franquia a que diz fazer parte e que os charutos são falsificados. Não entrei lá pelos charutos, apesar de ter fumado, então tá de boa. De qualquer maneira, o botequinho em que entramos era perto do Cafe Havana e serviu um almocinho delícia.

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Onde ficar

Hotel Boutique Santa Ana

Além de charmoso, ofrece um café da manhã dos deuses e personalizado. O serviço é impecável e feito sob medida para casais. O hotel conta com piscina no terraço, redes e tem ótima localização. Próximo à Praça da Santíssima Trindade, local de efervescencia cultural. Além disso, é possível ir até a cidade murada a pé. Perfeito.

Calle del Carretero (29) No. 10B – 34 · Getsemaní · Cartagena · Colombia

Teléfono: (+575) 643 6125 · (+575) 643 6451

Móvil: (+57310) 586 1393 · (+57312) 584 8511 Solo Whatsapp

Email: info@casasantaana.net · infousa@casasantaana.net