Guia de Viagem

Como comer bem em outro país

Geórgia Santos
17 de fevereiro de 2018

Quando se viaja a outro país, a tendência é ser excessivamente cuidadoso com a alimentação, além de economizar ao máximo com comida. Pois eu sou o oposto. Essa foto aí em cima, por exemplo, é de um café da manhã maravilhoso no meu último dia em San Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. Mais especificamente, um brunch no maravilhoso Kitchen Story, um lugar que me fez vibrar na mesma frequência que a cidade.

.

Acredito que grande parte da experiência de conhecer um lugar novo esteja na cultura e na gastronomia

.

Não acho que seja possível conhecer uma cidade sem provar sua comida, seu tempero, seu sabor. Da mesma forma, prefiro investir em um bom restaurante e ficar em um hotel modesto, por exemplo, do que comer sanduíches ou frango de supermercado para economizar. Ora, porque eu comeria um panini nas ruas de Roma se posso experimentar um belo spaghetti alla carbonara?

.

Explorar os restaurantes de outro país é uma excelente oportunidade para conhecer mais sobre costumes e cultura

.

Dito isso, eu tenho plena consciência que comer em outro país pode ser bastante difícil. Não somente pela resistência que algumas pessoas tem a novos sabores, mas também porque as tradições e etiqueta variam de acordo com a região. E isso pode ser bastante desconfortável.

Para evitar constrangimentos, pensei em algumas sugestões para aproveitar ao máximo as mais variadas experiências gastronômicas

  1. Coma na hora certa

Faça as refeições no mesmo horário em que os moradores locais. Dessa forma, tu não corres o risco de não ter onde almoçar caso os restaurantes fechem cedo, por exemplo. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos o jantar é bastante cedo para os padrões brasileiros, por volta das 18h. Na Inglaterra é ainda pior, no final da tarde. Por isso, se tu saíres para jantar às 21h em um desses dois países, tu vais ficar com fome;

.

  1. Use os utensílios corretos – ou nenhum

É preciso ter cuidado com esse detalhe, em alguns países, comer da maneira errada pode ser uma ofensa. Então informe-se. O ideal pode ser garfo e faca, hashis, ou simplesmente comer com as mãos. O lance é dar uma espiada na mesa ao lado e copiar;

.

  1. Coma sem pressa

Tu estás de férias, não precisa comer rapidão para pular para o próximo passeio. Um bom restaurante pode ser tão interessante quanto um ponto turístico. Aqui no Brasil, nossas refeições costumam ser demoradas – com exceção dos dias de trabalho e correria. O mesmo acontece na Itália, por exemplo. Então não devore um prato de pasta em 10 minutos. Saboreie;

.

  1. Pesquise sobre gorjetas

Já passei muita vergonha com isso. Aqui no Brasil, é costume incluir 10% de serviço na conta final. Por isso, não temos o hábito de dar gorjeta, muito menos de 20%. Mas em muitos países, não deixar gorjeta é extremamente deselegante. Por outro lado, em lugares como o Japão é considerado ofensivo. Por isso, pesquise;

.

  1. Fuja de restaurantes turísticos

Geralmente, os melhores restaurantes não estão nas proximidades dos pontos turísticos. Pelo contrário. Ali estão os lugares mais caros e com pior comida disponível. Procure os restaurantes escondidos e despretensiosos para uma ótima relação de custo benefício.


Encontrei a melhor pizza da minha vida quando me perdi em Roma. Espiei por uma porta, só vi alguns italianos. Não sabia onde estava, mas que pizza.

.

  1. Coma onde os locais comem

Se você entrar em um restaurante e só enxergar turistas, há algo errado. A boa comida típica está onde os moradores estão. Uma boa pesquisa antes da viagem pode ajudar bastante. Pergunte a amigos que já visitaram o lugar.

.

 

Guia de Viagem

Como viajar apenas com bagagem de mão

Geórgia Santos
3 de fevereiro de 2018

O carnaval está chegando e muita gente vai viajar para curtir o feriadão. Alguns vão para a praia, outros para o Rio, outros para o Nordeste. Há também quem vá escapar para mais longe e atravessar o Oceano. Mas o que todos tem em comum é o fato de que ninguém quer se preocupar com o que colocar na mala. Até porque, no caso do carnaval há outras prioridades – e trajes sumários. Mas como não se preocupar?

.

É muito simples, basta viajar apenas com a bagagem de mão

.

Não precisa se preocupar com bagagem extraviada. Nada de ficar mil anos esperando a mala aparecer na esteira. Nenhuma chance de precisar pagar alguma taxa extra. Parece difícil, mas é bastante simples. Basta ser objetivo. No inverno complica um pouco, mas é perfeito pra o carnaval, especialmente com alguns truques na manga. E se a ideia é voltar com muitas compras, basta comprar uma mala no país de destino e despachar somente na volta, que tal?

.

1. Comece comprando uma mala compacta, porém espaçosa

As malas que podemos carregar no avião, sem despachar, não são todas iguais. O ideial é encontrar uma que seja compacta, para ser fácil de carregar, mas espaçosa. De preferência com alguns bolsos externos e um expansor;

.

2. Espalhe tudo pela cama

Essa etapa é fundamental. Sem pensar no tamanho da mala, espalhe pela cama tudo o que tu achas que é imprescindível. A partir daí, edite e fique com o básico;

.

3. Não repita itens pesados

É absolutamente desnecessário levar dois tênis, duas calças jeans, dois casacos, duas saias. Claro que tu precisas de mais de uma blusa, por exemplo, mas leve apenas uma peça dos artigos mais pesados;

.

4. Invista em peças únicas

Essa vale para mais as mulheres. Invista em peças únicas, vestidos e macacões. . Afinal, em geral, um vestido ocupa menos espaço que uma saia e uma blusa;

.

5. Não exagere nas peças íntimas

Leve somente o necessário, ou seja, uma para cada dia. Afinal, não é difícil lavar uma calcinha ou cueca. O mesmo vale para meias;

.

6. Economize nos cosméticos

Leve somente o essencial, o mínimo. Creme dental, desodorante, sabonete, xampu, condicionador. Se a qualidade dos produtos não for importante, nem isso precisa, já que alguns hotéis oferecem miniaturas.

O mesmo vale para a maquiagem: corretivo, batom e rímel. Até porque, é sempre uma compra possível – ou provável. Além da quantidade, cuidado com o tamanho. As embalagens precisam ter menos de 100ml e guardadas em um saquinho transparente. No carnaval tá liberado o brilho, hein;

.

7. Otimize o espaço

Nada de atirar as coisas de qualquer maneira. Dobre com cuidado e organize os itens de maneira a aproveitar ao máximo o espaço da mala;

.

8. Deixe os líquidos em local acessível

Nada de esconder os líquidos no fundo da mala, sempre coloque por último. Deixe por cima do restante, porque talvez a segurança do aeroporto queira averiguar; Por precaução, leve um segundo kit de higiene na bolsa;

Foto: Pixabay

Guia de Viagem

Não viajo sem – Sete itens indispensáveis em uma viagem

Geórgia Santos
27 de janeiro de 2018

Na rotina de quem viaja muito, há alguns itens indispensáveis na hora de fazer a mala. Pensando sobre eles, percebi que não se trata de uma lista imutável, pelo contrário. A experiência de uma viagem nos ensina muito, por isso frequentemente acrescento algum artigo que torna meus passeios bem mais fáceis. Não falo de documentação específica, vacinas e coisas do gênero, mas de amenidades.

.

Estes são os sete itens indispensáveis em uma viagem 

.

1. Travesseiro de pescoço

Era algo que eu subestimava, até me dar por vencida e comprar um. Melhor compra da vida. É muito mais fácil viajar quando a gente não acorda babando no ombro de um desconhecido. Se tu achares muito grande, olha o item 2;

.

2. Casaquinho

Sabe aquela frase clássica da mãe? “Leva um casaquinho!” Então, no caso de uma viagem, é mais importante do que nunca. Você nunca sabe o ar condicionado que irá encontrar pela frente. E se tu não quiseres levar o travesseiro de pescoço, enrola o casaquinho e usa para apoiar a cabeça;

.

3. Livro

Pelo menos um. Sempre há um momento em que se está em um aeroporto, sem fazer nada. Não há coisa melhor para passar do tempo do que ler. Se não for tua praia, pense em um passatempo que se adeque melhor. Música, revista etc;

.

4. Algo para comer

Pode ser uma maçã, uma barrinha, uma bolachinha. Porque você pode não conseguir comer a comida do avião, ou do aeroporto. Enfim, é sempre bom ter algo por perto;

.

5. Lenço umedecido

Porque mulheres não podem simplesmente sacudir, não é mesmo? É sempre bom ter um lenço umedecido por perto. Papel já resolve, mas o lenço umedecido é bom para limpar as mãos e o rosto, também. Especialmente em viagens longas;

.

6. Adaptador de tomada

Eu não sei qual o acordo do inferno realizado por todos os países do mundo, mas cada um usa uma tomada diferente do outro. Sério. É ridículo. Então, se tu não quiseres ficar sem bateria no rico do celular, leve um adaptador.

.

7. Celular 

Obviamente levo o celular para poder manter contato e para emergências. Mas não nos enganemos, o celular é muito mais usado para qualquer outra coisa além de um telefonema. O lance é que, atualmente, o celular substitui a câmera fotográfica para amadores, o mapa e o guia turístico. Com o GPS, não precisa mais carregar o mapinha embaixo do braço (embora, na minha opinião, ajude). Sem contar na infinidade de aplicativos que fazem as vezes do guia em papel (que eu também ainda adoro).

 

Ah, se a viagem for internacional, não esquece o passaporte =)

Foto: Pixabay

Guia de Viagem

Seis dicas fundamentais para curtir uma viagem tranquila

Geórgia Santos
13 de janeiro de 2018

Nós passamos muito tempo fazendo contas para garantir que teremos grana o suficiente para viajar. Com sorte, dá para parcelar a passagem em cinco vezes, sem juros. São dias a fio à procura do hotel mais barato. Sem café para economizar. Planjeamos cada passo na cidade desconhecida, com medo de que não saber por onde começar. Ai, a mala. Que inferno. Faz frio? Calor? Precisa levar roupa mais arrumadinha ou um vestidinho e tênis é só o que eu vou usar? Enfim, são muitos os motivos para que o período que antecede qualquer viagem seja estressante.

.

Mais do que planejamento, porém, há uma série de atitudes que a gente pode adotar para aproveitar ao máximo um passeio

.

Por isso, listamos

Seis dicas fundamentais para curtir uma viagem tranquila

 

1. Viaje sem julgamentos e ideias pré-concebidas

 

O maior empecilho a qualquer viagem é partir com ideias pré-concebidas sobre o lugar. Deixe-se levar pelo desconhecido e aproveite para explorar os cantos e sabores de cada cidade. Não é porque a tua amiga comeu mal em Roma que a Itália não tem boa comida. Só o que faltava;

.

2. Seja flexível com seus planos

Tudo bem, foram dias e mais dias de planejamento para que desse tempo de ver tudo. O problema é que, às vezes, com a pressa de conhecer os pontos turísticos do guia de viagem, a gente deixa de aproveitar o que está fora dos roteiros. Um itinerário rígido pode estragar a viagem. Um fado em uma pequena casa recém descoberta em Alfama, Lisboa, pode ser muito mais interessante que um passeio ao Mosteiro dos Jerónimos;

.

 3. Não se irrite com os contratempos, você está de férias

Mesmo com o mais metódico dos planejamentos, alguma coisa sempre vai dar errado. Vai por mim. Pode ser uma diarreia, o hotel pode estar fechado, os mosquitos podem estar famintos e por aí vai. O lance é não pirar e tentar levar na esportiva. Procure sempre o lado bom das coisas;

.

4. Aprenda sobre os costumes locais

Os hábitos são diferentes de um país para outro, por isso, entre no clima e relaxe. Assim como gestos e palavras podem significar coisas totalmente diferentes. Portanto, informe-se. Rapariga, em Portugal, não é ofensa;

.

5. Experimente coisas novas

Isso vale para comida, música, lugares, passeios. Enfim, tudo. Experimente coisas novas, saia da zona da conforto. São essas pequenas aventuras que tornam uma viagem memorável. Que graça tem viajar à Taiwan para comer batatas fritas, certo?

.

 6. Não passe o tempo todo olhando para a tela do celular

Fotografias são lembranças importantes de uma viagem, é aquilo que fica depois que o passeio acaba. Mas não desperdice o tempo precioso em um local especial olhando para a tela do celular. Tire suas fotografias rapidamente e aproveite o tempo curtindo o lugar. Isso ninguém tira de ti.

 

Foto: Pixabay

Guia de Viagem

Cinco lugares para conhecer em 2018

Geórgia Santos
6 de janeiro de 2018

O começo do ano é perfeito para planejar uma viagem para o exterior. Aquela energia para experimentar está constantemente pulsando em nossas veias, como se o sangue fosse composto única e exclusivamente por adrenalina. É o momento ideal para explorar o mapa do mundo à procura de lugares legais para conhecer. Especialmente agora em que lugares antes ignorados por viajantes inveterados passam a entrar na lista de aventuras inesquecíveis. Assim como alguns destinos esquecidos voltam a aparecer na lista em função de uma espécie de reafirmação cultural.

.

Mas o mundo é grandão. E para te poupar um pouco do trabalho de fazer essa varredura, a gente fez uma lista com

Cinco lugares bem legais  para conhecer em 2018

.

Buenos Aires – Argentina

Caminito, Buenos Aires, Argentina

Estive na capital argentina há muitos anos e, finalmente, chegou o momento de voltar. É a minha escolha de viagem para este ano. Buenos Aires é uma capital impregnada por cultura, arte e história. Em que a tristeza das mães da Plaza de Mayo se misturam ao som do Tango e ao aroma dos vinhos, que se mescla à memória de Evita e seu túmulo, que estão ligados ao Caminito e suas cores, compartilhadas com o futebol e o mate. Sem contar que uma viagem a Buenos Aires pode ser esticada até Mendoza, terra dos vinhos, ou, quem sabe, até ao Sul e à fria Bariloche.

Neste ano ainda há um detalhe: a Feira de Arte Contemporânea, agendada para setembro, acontece na capital dos Hermanos. Um ótimo momento para conhecer Buenos Aires e tomar um mate.

.

Costa Vicentina e Algarve

Algarve, Portugal

Sempre que se fala sobre turismo em Portugal, imediatamente pensa-se em Lisboa ou Porto – alguns talvez lembrem de Fátima ou Coimbra. Mas o fato é que raríssimos são os que pensam em praia. E eu não era diferente. Qual não foi minha surpresa quando deparei com cenários paradisíacos, escondidos na Costa Vicentina e no Algarve? Minha amiga Ana e eu embarcamos em uma road trip inesquecível. Partimos do Cascais e fomos até Portimão, parando em pequenas vilas e praias pelo caminho, sem destino certo, sem lugar para ficar. Decidíamos onde dormir na hora, perguntando por aí se havia quartos para uma noite. Vimos quartos sujos dos quais fugimos; pousadas, nas quais ficamos, que abrigavam assustadoras bonecas de porcelana; pensão com senhoria preconceituosa. Cantamos “Cheira a Lisboa”, levemente embriagadas, pelas ruas de Vila Nova de Milfontes.

Experimente, em qualquer lugar, ameijoas fresquinhas e cataplanas de frutos do mar. Babe com as construções mouras, as cerâmicas, os penhascos, a água transparente e fria. Cada passo do caminho certamente faz da costa sul de Portugal um destino especial para conhecer em 2018.

.

Santiago – Chile

 

A isolada capital chilena está se tornando uma queridinha em guias de viagem mundo afora e sua popularidade só tende a aumentar em 2018. Por isso, este ano é um ótimo momento para conhecer Santiago. Mesmo porque, é uma visita que se estende aos vinhedos do interior e às praias de Viña del Mar e Valparaíso; ou à Cordilheira dos Andes e seus picos nevados; ou ao Deserto do Atacama. O Chile oferece aos viajantes uma gama bastante extensa de atrações, capaz de agradar aos públicos mais diversos. Vá às degustações de vinho, passeios por museus, à casa de Pablo Neruda. Se não for teu caso, há também esportes radicais, escalada, montanhismo. Ainda não? Então desfrute das praias e deliciosos frutos do mar. Em resumo, qualquer época é época para viajar ao país, tão diverso que chega a ser difícil definir.

.

Toscana – Itália

Montepulciano, Toscana, Itália

Assim como no caso do litoral português, a sugestão não é uma cidade, mas uma região, talvez uma das mais emblemáticas da Itália, impregnada pelo romantismo que a precede. A Toscana já foi imortalizada em filmes e certamente o será por ti. Não fique em hotel, alugue uma casinha no interior, em algum vilarejo pequeno, e se deixe levar pelo calor. Aprenda a fazer massa. Aprenda italiano. Alugue um carro e explore os vinhedos, as cantinas, os queijos. Esqueça os passeios turísticos com guia, explore os cantos sem pressa, coma uma pizza, beba um vinho, experimente a Bisteca Fiorentina, aprecie David.

.

Cidade do Cabo

Table Mountain, Cidade do Cabo, África do Sul

Os planos de viagem raramente incluem o continente africano. Por um hábito de origem preconceituosa, é comumente associado à pobreza e violência. O lance é que pensar assim é uma perda de tempo que nos afasta de maravilhas como Marrocos, Egito, Moçambique e tantos outros. Ao sul, por exemplo, encontra-se a Cidade do Cabo, na África do Sul. Meu marido fala que as praias do Cabo são tão bonitas quanto as do Rio de Janeiro. De fato, é uma cidade maravilhosa. Apenas não tem a badalação da orla carioca. Infelizmente, os traços do Apartheid permanecem e o povo ainda sofre essa consequência. E assim como na Argentina, em que a história triste história política se mistura à cultura, a Cidade do Cabo tem esse período marcado na carne. Ter consciência do que se passou ali, porém, torna o passeio cheio de significados. A cada passo na Table Mountain ou a cada gole dos vinhos sul-africanos.

Yo No Soy de Aquí

Uruguai – Seis meses, seis aprendizados

Alvaro Andrade
23 de novembro de 2017

Meio ano já é tempo suficiente para algumas constatações sobre o Uruguai. O tempo ajuda a consolidar percepções, derrubar mitos e ter uma visão menos romântica do país que se tornou a panaceia sul-americana.

.

Como não amar um país movido a parrilla?

.

1 – Amsterdã latina – Para os cidadãos uruguaios, a política sobre a maconha é de fazer inveja aos países de primeiro mundo: é permitido cultivar, comprar em farmácias (!!!) ou participar de cooperativas de cultivo. Enfermos começam a ter acesso aos derivados medicinais para tratamento de doenças crônicas. Mas turistas podem guardar o isqueiro e tirar o cachimbo da chuva pois não é nada fácil – nem permitido – conseguir um cogollo por aqui.

2 – Qualidade de vida x custo de vida – Aqui está o xis da questão: Morar em Montevideo é sentir-se seguro, ter serviços sempre próximos, 20km de orla urbanizada, limpeza eficiente e parques conservados. Mas viver a cidade custa caro: alimentação e moradia são os itens mais pesados do orçamento, seguidos por luz e combustível. Em geral, o custo de viver é pelo menos 20% mais caro que Porto Alegre, por exemplo.

3 – Imigração x oferta de empregos – Não são apenas os brasileiros que ‘descobriram’ a promissora qualidade de vida dos orientais. Cubanos e venezuelanos também estão na disputa pelas vagas de trabalho de nível básico. A situação é ainda mais complicada para vagas de nível técnico ou superior, já que o mercado é muito restrito.

4 – Educados sim, hospitaleiros talvez – idosos e mulheres têm preferência nos ônibus, todos cumprimentam-se e conversam amenidades. Amizades são cultivadas com esmero. Mas não espere intimidade imediata ou grande receptividade. Uruguaios são bastante reservados e ganhar a confiança deles demanda mais do que um churrasco em fim de semana.

5 – Tenha teu mate – Não chegue na roda do chimarrão esperando tua vez. Primeiro porque não tem roda, segundo porque não haverá tua vez. O mate é um patrimônio individual do uruguaio.

6 – Capital, pero no mucho – Montevideo tem metade da população uruguaia, três shoppings centers, grandes clubes de futebol, é uma capital repleta de parques, mas tem seus limites. A vida noturna da cidade é discreta, shows musicais de destaque são raros. O que se sobressai é o incentivo público a dança e dramaturgia, com espetáculos semanais no Teatro Solis. Comer e descobrir novos restaurantes acaba sendo o principal programa do fim de semana.

 

Foto: Pixabay

Guia de Viagem

Tokyos – Retratos do Cotidiano

Geórgia Santos
22 de novembro de 2017

Desde que compreendi o prazer da leitura – há muito tempo – percebi a verdade por trás do clichê de que os livros nos fazem viajar. As palavras desenhadas por autores talentosos foram trampolins para a minha imaginação e, acreditem, Hemingway levou-me à Cuba, onde conheci o velho Santiago; e com Jorge Amado viajei à Bahia, no período do carnaval, onde conheci Dona Flor e seu marido Vadinho. Conforme o tempo foi passando, percebi que a possibilidade de viajar transcende a página de um livro e pertence à arte.

.

E hoje vou viajar à Tóquio

.

O projeto Tokyos – Retratos do Cotidiano apresenta a capital do Japão que os estereótipos de guias de viagem deixam de fora. Na exposição do fotógrafo Gustavo Mittelmann, Tóquio supera as grandes construções e o neon para ser desvendada em sua essência humana.

.

Tóquio são as pessoas

.

As fotos exibem a cidade de que só existe por uma fração de segundo e depois se transforma. Uma cidade viva, com grande contraste cultural e movida por uma engrenagem humana que não tem nada de fria.

.

Gustavo está compartilhando conosco a poesia visual das ruas 

.

Tokyos – Retratos do Cotidiano está em exposição no Centro Cultural Érico Veríssimo, na sala O Retrato, entre 23 de novembro e 16 de dezembro. Parte das fotos integrará, em janeiro de 2018, uma mostra coletiva na Agora Gallery, em Nova York.

Centro Cultural Érico Veríssimo – Rua dos Andradas, 1223 – Centro Histórico, Porto Alegre – RS

_______________________________________________________________________________________

 .

Gustavo Mittelmann é publicitário de 38 anos formado pela UFRGS. Sócio e diretor de cena da Catraca Filmes há 11 anos, já atua no audiovisual desde o final dos anos 90. Foi nessa mesma época que a paixão pela fotografia começou a se manifestar. Não demorou muito para o quarto se transformar em um laboratório de fotos preto e branco.

Ao longo dos anos, a atividade profissional ajudou a aprimorar o hobby e vice-versa. Como resultado, vieram dois prêmios de fotografia amadora e duas publicações na revista francesa Photo, uma das mais importantes da área no mundo.

Guia de Viagem

Califórnia para crianças – Disneyland

Geórgia Santos
21 de outubro de 2017

O fato de eu não ter filhos faz com que eu, naturalmente, ignore destinos que sejam interessantes e divertidos para os pequenos. Isso mudou neste ano. Não, não estou grávida. Acontece que nos meses em que vivi na Califórnia, Estados Unidos, recebi visitas muito especiais. A Nanda (minha tia) e o Ronaldo passaram 12 dias comigo e não viajaram sozinhos: levaram a Helo, filha deles que tem quatro anos; e a Victoria, minha prima e afilhada que tem 14 anos.

.

Imediatamente comecei a fazer um roteiro na Califórnia que fosse divertido pra uma criança e pra uma adolescente

E deu muito certo

.

Deu tão certo que os adultos adoraram também e se divertiram tanto quanto. Eu escolhi quatro programações diferentes (todas no sul da California) pra dividir com vocês ao longo de quatro semanas. Mas como sempre acontece por aqui, obviamente algumas coisas saíram do script. Mas enquanto tudo dava certo, eu vestia minhas orelhinhas de Minnie e brinquei como se tivesse cinco anos.

 

 Disneyland

.

Eu e a Vic; Helo e a Minnie

.

Geralmente, quando os brasileiros pensam em Disney, imediatamente lembram de Orlando e do gigante parque da DisneyWorld. Acabam esquecendo que a Califórnia guarda com todo o carinho o primeiro parque temático que o senhor Walt construiu. A Disneyland foi aberta em 1955, em Anaheim, e é a história viva desse mundo mágico. É bem menor que a versão da Flórida, mas quando se viaja com uma criança de quatro anos, isso é uma grande vantagem.

.

 O que levar

.

Essa etapa é muito importante, afinal, um passeio à Disney não dura por duas horas, mas o dia inteirinho. Por isso, é importante pensar em alguns itens para passar o dia:

1. Garrafa d´água é fundamental, porque o clima de Anaheim é extremamente seco. Há água para vender, mas é cara. Então em vez de torrar o dinheiro comprando água, encha a garrafinha nos bebedouros espalhados pelo parque;

2. Muda de roupa, ou uma camiseta extra. Há brinquedos em que a gente pode se molhar, como o Splash Mountain. Sem contar que, com crianças, uma roupinha extra nunca é demais;

3. Filtro solar. Não precisa explicar, né;

4. Boné ou chapéu ajudam muito. O clima no sul da California é bastante estável e chove muito pouco. Isso significa que mesmo em dias de temperaturas relativamente baixa, o sol é bastante forte – e às vezes as filas podem demorar;

5. Carregador de bateria ou bateria extra. Não há celular que resista a um dia inteiro de fotos e vídeos;

6. Lanchinho como frutas, castanhas e barrinhas. Há muitos lugares para comer na Disney, mas eu recomendo os restaurantes somente para as refeições maiores como almoço e jantar, porque se perde muito tempo – além de ser caro e, quase sempre, porcaria;

7. Carrinho de bebê – mesmo para crianças mais velhas, porque elas vão cansar. Há carrinhos para alugar no local, então não precisa se preocupar muito com esse detalhe. O problema é que esses carrinhos não são os mais confortáveis, então a criança não fica muito acomodada ao dormir. Mas quebra o galho;

8. Casaquinho ou outro agasalho, pois a temperatura cai bastante à noite, mesmo no verão;

.

 Como chegar

.

A melhor maneira é ir de carro e deixar no estacionamento do resort. Mas se não pilha de alugar, pode pegar um trem até Anaheim e de lá pegar um uber.

.

 O que ver

.

Antes de mais nada, é muito importante baixar o aplicativo. Ali você tem acesso ao mapa e, principalmente, o tempo de espera de cada brinquedo. As filas são enormes e, em alguns casos, a espera passa de duas horas. Para evitar esse tipo de problema, é só controlar o tempo de espera no app. Às vezes, em função de algum evento, paradas com os personagens ou até mesmo horário, abre uma janela de menor espera. Além disso, existe um passe rápido que pode ser utilizado em alguns brinquedos e por tempo limitado.

A organização é muito importante porque não dá tempo de ver tudo, a menos que você fique mais de um dia. Abaixo, sugestões do que eu achei mais legal. Mas obvio que é apenas o meu gosto, por isso é legal baixar o app e explorar antes mesmo da viagem.

.

MAINSTREET – É a entrada e o diferencial desse parque, que ó primeiro que o seu Disney construiu. A rua tem ares históricos com a reprodução de uma pequena cidade cenográfica, restaurantes, carruagens e vários personagens dando sopa, só esperando uma fotinha;

.

FANTASYLAND – É a área perfeita para os pequenos, com atrações dos filmes clássicos da Disney, aqueles que todos vimos mil anos atrás. Alice no País das Maravilhas, Pinóquio, Rei Arthur, Peter Pan. É como voltar à infância. A gente vira criança. O lugar também é especial porque é onde “moram” as princesas. Teve adulto chorando ao ver a Rapunzel. Dá pra fazer um tour e conhecer várias princesas, o castelo da Bela Adormecida e ainda assistir a uma peça de teatro incrível;

.MICKEY´S TOONTOWN – É o coração da Disneyland, é onde tem a casa do Pateta, o barco do Donald, a casa do Tico e Teco, da Minnie e, é claro, a casa do Mickey, que é uma atração à parte e uma viagem no tempo . A gente tem a sensação de estar dentro de um desenho animado. É uma delícia e vale muito a pena;

 

TOMORROWLAND – A área futurista do parque, onde estão as atrações de Star Wars e Toy Story. Mas a minha favorita é o Submarino do Nemo, em que a gente embarca em um submarino de verdade e é levado por todas as aventuras que o pai do peixinho e a Dory enfrentaram;

.

ADVENTURELAND – Aqui a gente encontra as aventuras do Tarzan e uma das melhores atrações de todo o parque, na minha opinião: Indiana Jones. É simplesmente incrível, especialmente pra quem conhece os filmes de cabo a rabo. Tem o jipe, tem a bola rolando, tem o Indi descendo do teto pra te salvar. E como se não bastasse, a área ainda abriga a Enchanted Tiki Room. Eu não entrei pra ver o que acontece, mas paramos do lado de fora onde há o Tiki Juice Bar, onde eles vendem uma sobremesa maravilhosa.

.

E foi aí que a viagem que parecia tranquila virou um pequenino desespero

.

Paramos os cinco para comprar o que eles chamam de Dole Whip Float, que é basicamente um sorvete de abacaxi dentro de um copo com suco de abacaxi e pedaços de abacaxi. Uma delícia docinha e refrescante – e com guarda-chuvinhas de papel. Mas essa iguaria não é uma descoberta minha, TODOS que pisam na Disney procuram por esse sorvetinho. Isso significa que o lugar tem zilhões de pessoas. Isso não seria problema se as crianças ficassem sentadinhas e quietinhas em seus lugares, não é mesmo? Mas sabemos que isso não acontece e não foi diferente com a Heloísa.

.

Corre pra lá e corre pra cá até que … cadê a guria?

.

A mãe dela se desespera e começa a gritar: “Heloísa! Heloísa!”A gente tentou acalmar a Nanda e começou a olhar pra os lados, até que o pai avistou a menina em forma de terremoto. Estava a dois passos de todos, olhando o poço dos desejos. Ufa. A sorte é que a Helo tinha uma pulseira com todos os dados e telefones, justamente pra o caso de se perder. No fim não precisamos desse recurso, felizmente, mas é uma ótima dica. E não esquece do sorvetinho;

 

NEW ORLEANS SQUARE – É, sem dúvida, a “vizinhança” mais legal da Disney. A gente é transportado pra New Orleans, especialmente à noite, e simplesmente não quer mais sair. Sem contar que tem duas atrações clássicas do parque estão lá: Piratas do Caribe e a Mansão Mal Assombrada. Vale cada segundinho;

Além disso, fique de olho no horário de atrações que ocorrem por todo o parque, como as Paradas e Paradas Elétricas, e os pontos em que os personagens estão dando autógrafos.

.

 Onde comer

Cada área do parque oferece restaurantes com refeições de todos os tipos e pra todos os gostos. Nós almoçamos na FantasyLand, na Taverena do Gaston. Sim, ele mesmo, aquele da Bela e a Fera. O lugar é super bacana, como se a gente estivesse dentro do desenho. E a comida estava uma delícia.

Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal