Toda semana tem um vídeo polêmico que viraliza na internet. O da semana que passou me deu um nó na cabeça: o vídeo do Professor Robert, ao vivo na TV com suas duas crianças e mais a esposa.
Assisti e me diverti bastante. Então, comecei a ver as opiniões das pessoas e fiquei um pouco assustada com a pressa em julgar o que assistiam. Entre outras coisas, li que:
- ele machucou a criança;
- ele foi estúpido;
- a mulher era a babá;
- a mulher era babá e ia tomar um esporro;
- e mais outras coisas que felizmente já apaguei da memória;
Fiquei pensando nessa condição humana de sermos, constantemente, os donos da verdade. Do julgamento que fazemos em dois segundos ou menos tempo que isso
Revi o vídeo e o que vi ali foi um homem que estava trabalhando em casa ser interrompido por duas crianças. Eu sou uma pessoa que brinca muito, falo muita bobagem, talvez até demais. Mas na hora do trabalho, sou muito, mas muito séria. Não sei o que faria se um filho meu invadisse o palco durante uma apresentação minha. Eu amo meus filhos de um jeito descomunal, mas não sei se não tentaria esconder um deles embaixo de um tapete, pendurar o outro num lustre ou se não inventaria alguma outra fórmula mágica pra que sumissem naquele momento.
Se alguém que não me conhece me visse em uma situação dessas, poderia me julgar uma péssima mãe, ter pena dos meus filhos, querer me denunciar ao conselho tutelar ou sabe-se lá o quê. Calma! É só uma mãe trabalhando! E ali no vídeo, era só um pai trabalhando. E às vezes (na maioria delas!) os pais não sabem o que fazer. E isso não nos faz nem melhores nem piores, afinal, não tem test-drive. Depois que nasceu, não tem volta.
Então, às vezes (muitas), a gente se atrapalha. E acerta e erra e acerta e erra. E é bem bom assim. Todo mundo diz que os filhos crescem rápido. E que depois morremos de saudades eles pequenos.
Vou lá assistir o vídeo novamente. Que bom poder rir um pouco! E saber que continuo sendo uma mãe que ama os filhos!
PS.: O professor Robert Kelly voltou à BBC com a família toda – dessa vez de propósito – pra falar sobre o turbilhão. Dá uma olhada aí embaixo.
