Raquel Grabauska

Praga de filho!

Raquel Grabauska
25 de agosto de 2023

Dias desses comentei com o namorado de um amigo que já tem filhos grandes sobre o sono que estava sentindo. Contei que meus filhos acordaram váááááááááááárias vezes durante a noite, fazendo com que eu me tornasse um zumbi matinal. Foi quando ele me disse: “Filhos pequenos dão trabalho. Filhos grandes dão dor de cabeça”. Nunca mais parei de pensar nisso. Resolvi aproveitar para me divertir um pouco com o trabalho que os filhos pequenos nos dão.

Às 10h da manhã, o filho menor pede colo para o pai. O objetivo é ver o que tem no armário das comidas. Descobriu um pirulito que jazia escondido. Começa a negociação. O pai não cede. Filho frustrado. Manha, fúria, desgosto. Por fim, desabafo: “Se eu fosse adulto, eu faria o que queria”. Certamente o primeiro ato da sua vida adulta será comer um pirulito às 10h da manhã de um feriado.

Por aqui, quando não deixamos fazer alguma coisa que querem muito, ouvimos coisas terríveis:

– Não vou te convidar pro meu aniversário!

– Não vou te emprestar os meus brinquedos!

– Não gosto mais de ti, só do papai!

– Não gosto mais de ti, só da mamãe!

– Ninguém me entende!

Nada de amor!

Essas duras palavras duram em torno de doze segundos. Daí vem o melhor abraço do mundo. Sempre. E somos novamente convidados para o aniversário. E podemos brincar com seus brinquedos. E eles ficam sabendo que os amamos.

Imagem de Rudy and Peter Skitterians por Pixabay

Raquel Grabauska

Pílula de força para uma mãe

Raquel Grabauska
16 de abril de 2023

Tenho me sentido frágil. Por vários motivos, tenho me sentido muito frágil. Mas ontem eu me senti forte e fazia muito tempo que não me sentia assim.

Pois acontece que os guris – Benjamin e o Tom, meus filhos de quase 12 e nove anos respectivamente – tiveram aula o dia todo e os dois estavam muito cansados. O menor me contou que o dia tinha sido ruim, e normalmente gosta dos dias. O ápice da ruindade do dia foi quando o melhor amigo, sem querer, deu uma cotovelada no rosto dele. E o pior, “ele não sabe nem pedir desculpas direito”, me disse.

A coisa já não estava fácil quando a gata se esgueirou para trás dele e, como naqueles dias em que acordamos com o pé esquerdo, o pé esquerdo dele pisou na gata acidentalmente e ela reagiu instintivamente retribuindo a pisada no pé dele. Nem marcou o pé, mas a alma, meus amigos, essa doeu. Ele pediu beijo para curar. Ganhou vários. Curamos.

Depois, os três assistimos a um vídeo de uma bobagem que eles estão vendo só para debochar. Quando me contaram o que era, expliquei que achava perda de tempo ver algo que consideram idiota só pra gozação. Mas o maior me disse que aquilo é tão ruim que chega a ficar bom e eu acabei vendo três episódios com eles e agora estou louca para que chegue o fim do dia de hoje para repetirmos o programa. Riso frouxo cura a alma também. Curamos.

O mais velho estava atirado no sofá. Em nove dias, vira oficialmente adolescente – torçam por mim! -, ainda assim, me disse: tu pode ler uma história pra gente? Eu ri. Quase 12 e ama ler. O de nove correu, acendeu a luz e escolheu um livro: A Menina do Cabelo Vermelho, de Lolita Goldschmidt. Ele comparou com o próprio cabelo e se divertiu. Adormeceram me ouvindo. Que super-poder, esse.

Em tempos de ameaças e atentados em escolas, de bueiros abertos para os fascistas saírem, de ódio disseminado por Fake News, uma boa história para ninar os filhos é uma pílula de sanidade e força para qualquer mãe.

Imagem de capa: Pixabay / Montagem com ilustração de Benjamin Grabauska

PodCasts

Todo Dia Oito #9 Francisca, a pianista que veio do futuro

Geórgia Santos
8 de novembro de 2021

No nono episódio do podcast, Francisca, a pianista que veio do futuro. Chiquinha Gonzaga foi a primeira pianista de choro do Brasil; a primeira mulher a reger uma orquestra no país; a primeira compositora de ritmos populares; e, muito provavelmente, a primeira “moça de boa família” a se integrar à boemia. E como alguém que não pertence ao tempo em que está, tornou-se um alvo da sociedade empertigada que vivia às voltas de aparência.

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OUÇA

Uma criação do Vós

Produção: Flávia Cunha, Geórgia Santos e Raquel Grabauska

Pesquisa: Flávia Cunha

Roteiro: Flávia Cunha e Geórgia Santos

Apresentação e edição: Geórgia Santos

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

Ao longo do episódio, você ouviu algumas das canções de Chiquinha Gonzaga, que estão em domínio público. A gravação faz parte de disco da Casa Edison gravado entre 1911 e 1912 com o Grupo Chiquinha Gonzaga.

PodCasts

Todo Dia Oito #8 Aracy, a justa que adorava batom vermelho

Geórgia Santos
8 de outubro de 2021

Todo Dia Oito. Todo dia oito, uma história, todo dia oito, uma mulher

No oitavo episódio do podcast, Aracy, a justa que adorava batom vermelho. Ela conviveu com uma das grandes injustiças enfrentadas por mulheres casadas com homens notáveis. Viver à sombra do marido. Ser a “esposa de alguém”. Aracy Guimarães Rosa é a Ara a quem é dedicada uma das maiores obras da literatura brasileira. Mas como uma certa ironia do destino, para uma mulher que tanto enfrentou injustiças, depois de viúva, ela foi reconhecida como uma Justa Entre As Nações.

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Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos

Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha

Locução: Raquel Grabauska, como Aracy Carvalho Guimarães Rosa

Apresentação e edição: Geórgia Santos

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

Os áudios com a vozes de Eduardo Tess, Margarethe Levy e Bella Herson foram extraídos do documentário “Esse viver ninguém me tira”, de Caco Ciocler. Além dos livros citados ao longo do episódio e do documentário, para a pesquisa sobre a vida de Aracy foram consultados artigos de Daniel Reizinger Bonomo , Tânia Biazoli e Neuma Cavalcante, e reportagem da jornalista Eliane Brum publicada na revista Época em 2008. Além da trilha original, ouve-se trecho de Casinha Feliz, de Gilberto Gil, e o tema de abertura da minissérie da Globo, Grande Sertão: Veredas.

PodCasts

Todo Dia Oito #7 Laudelina, uma lutadora que gostava de dançar

Geórgia Santos
8 de setembro de 2021

Todo dia Oito. Todo dia oito, uma história. Todo dia oito, uma mulher

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No sétimo episódio do podcast, Laudelina, uma lutadora que gostava de dançar. Ativista. Ex-combatente na Segunda Guerra Mundial. Presa pela ditadura militar brasileira. Organizadora de bailes e concursos de beleza negra.  Líder sindical e pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas, Laudelina de Campos Melo fundou o primeiro sindicato da categoria.

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Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos

Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha

Produção: Raquel Grabauska

Apresentação e edição: Geórgia Santos

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

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Os áudios com a voz da sindicalista foram extraídos do documentário “Laudelina, Suas Lutas e Conquistas”, produzido pelo Palácio dos Azulejos e o Museu da Cidade. Você também ouviu depoimentos reais de empregadas domésticas brasileiras, que relataram as dificuldades que ainda enfrentam.

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Todo Dia Oito #6 Bertha, a mulher que era muitas

Geórgia Santos
8 de agosto de 2021
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Todo dia Oito. Todo dia oito, uma história. Todo dia oito, uma mulher
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No sexto episódio do podcast, Bertha, a mulher que era muitas. Ela tentou quebrar o sistema fazendo parte dele – e em todas as frentes possíveis. Bertha Lutz foi estudante, professora, cientista, poetisa, sufragista, política, deputada federal, ativista, feminista. E , de certa forma, conseguiu. Conquistou avanços importantes e foi responsável por incluir os direitos das mulheres na carta da ONU. Mas será que todo mundo sabe disso?
 
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Produção: Vós
Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos
Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha
Direção Artística: Raquel Grabauska
Apresentação e edição: Geórgia Santos
Trilha sonora original: Gustavo Finkler
Raquel Grabauska como Bertha Lutz
Os áudios de Bertha Lutz fazem parte do acervo do Fundo da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino do Arquivo Nacional.

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Todo Dia Oito #5 Menininha, a primeira mãe-de-santo pop

Geórgia Santos
8 de julho de 2021
Todo dia Oito. Todo dia oito, uma história. Todo dia oito, uma mulher
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No quinto episódio do podcast, Menininha, a primeira mãe-de-santo pop. O título não é de nossa autoria. Quem disse que Mãe Menininha do Gantois foi a primeira mãe-de-santo pop foi Gilberto Gil. Mas, apesar de ser verdade – afinal, tinha mais de 700 filhos-de-santo, entre eles o próprio Gil, Caetano, Bethânia e Vinícius de Moraes – ela era muito mais que isso. Amada em todo o Brasil, Mãe Menininha é lembrada por advogar pela tolerância e liberdade religiosas.

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QUEM FAZ

Produção: Vós; Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos; Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha; Direção Artística: Raquel Grabauska; Apresentação e edição: Geórgia Santos; Vocais: Cláudia Braga, Stefania Johnson e Geórgia Santos; Locução: Andrea Almeida e Cléber Grabauska; Trilha sonora original: Gustavo Finkler. O depoimento de mãe menininha e os tambores ouvidos ao longo do episódio foram extraídos do LP Mãe Menininha do Gantois. Disco gravado ao vivo no Gantois, em Salvador, na Bahia. Ainda ouvimos Vinícius e Toquinho com Tatamirô e Caetano, Bethania e Dona Canô com Oração de Mae Menininha, de autoria de Dorrival Caymmi

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Todo Dia Oito #4 Luciana, a feminista do século 19

Geórgia Santos
8 de junho de 2021
Todo dia Oito. Todo dia oito, uma história. Todo dia oito, uma mulher
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No quarto episódio do podcast, Luciana, a feminista do século 19. Achou que o feminismo tinha sido inventado no Twitter? Pois Luciana de Abreu já defendia a equidade de gênero nos idos de 1870, em Porto Alegre. O direito ao estudo e ao trabalho. Ela defendia a independência das mulheres em tribunas e na prática.

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QUEM FAZ

Produção: Vós

Pesquisa: Flávia Cunha

Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha

Direção Artística: Raquel Grabauska

Apresentação e edição: Geórgia Santos

Locução:

Raquel Grabauska como Luciana de Abreu,

Andrea Almeida como a mãe de Luciana;

Participação especial de Mirna Spritzer, Juçara Gaspar e Boina Galli

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

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Todo Dia Oito #2 Maria, O Soldado Medeiros

Geórgia Santos
8 de abril de 2021
Todo dia Oito. Todo dia oito, uma história. Todo dia oito, uma mulher
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No segundo episódio do podcast Todo dia Oito, Maria, O Soldado Medeiros. Em um tempo em que nem o Brasil era independente, Maria Quitéria de Jesus se fez passar por homem para poder ser livre. Para poder desafiar o pai e a sociedade, pegar em armas e entrar para a história. Ela foi a primeira mulher a ingressar no Exército Brasileiro.

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QUEM FAZ

Produção: Vós

Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos

Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha

Direção Artística: Raquel Grabauska

Apresentação e edição: Geórgia Santos

Locução:

Raquel Grabauska como Maria Graham

Angelo Primon como Dom Pedro Primeiro

Participação especial de Cléber Grabauska como José Joaquim de Lima e Silva

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

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Sobre Nós #13 A fuga

Geórgia Santos
14 de dezembro de 2018

No Sobre Nós, Raquel Grabauska e Angelo Primon fazem uma homenagem à Clarice Lispector com o conto “A Fuga”.  Ela faria 98 anos no dia 10 de dezembro de 2018. O trabalho é também uma provocação a algumas das ideias ventiladas no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.