PodCasts

Todo Dia Oito #8 Aracy, a justa que adorava batom vermelho

Geórgia Santos
8 de outubro de 2021

Todo Dia Oito. Todo dia oito, uma história, todo dia oito, uma mulher

No oitavo episódio do podcast, Aracy, a justa que adorava batom vermelho. Ela conviveu com uma das grandes injustiças enfrentadas por mulheres casadas com homens notáveis. Viver à sombra do marido. Ser a “esposa de alguém”. Aracy Guimarães Rosa é a Ara a quem é dedicada uma das maiores obras da literatura brasileira. Mas como uma certa ironia do destino, para uma mulher que tanto enfrentou injustiças, depois de viúva, ela foi reconhecida como uma Justa Entre As Nações.

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Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos

Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha

Locução: Raquel Grabauska, como Aracy Carvalho Guimarães Rosa

Apresentação e edição: Geórgia Santos

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

Os áudios com a vozes de Eduardo Tess, Margarethe Levy e Bella Herson foram extraídos do documentário “Esse viver ninguém me tira”, de Caco Ciocler. Além dos livros citados ao longo do episódio e do documentário, para a pesquisa sobre a vida de Aracy foram consultados artigos de Daniel Reizinger Bonomo , Tânia Biazoli e Neuma Cavalcante, e reportagem da jornalista Eliane Brum publicada na revista Época em 2008. Além da trilha original, ouve-se trecho de Casinha Feliz, de Gilberto Gil, e o tema de abertura da minissérie da Globo, Grande Sertão: Veredas.

Voos Literários

Desligue a TV e vá ler um livro

Flávia Cunha
25 de abril de 2017

“Desligue a TV e vá ler um livro”

A frase do título era de uma campanha antiga da MTV, que causou polêmica há alguns anos. Hoje em dia, com a Internet, redes sociais e afins, a televisão está longe de ser a única responsável pela falta do hábito de leitura entre os brasileiros. De qualquer forma, me chamou a atenção uma tentativa de se falar de literatura em um programa televisivo bem popular.

A última edição do Domingão do Faustão coincidiu com o Dia Mundial do Livro e o apresentador resolveu aproveitar a data para sugerir clássicos da literatura brasileira. Eu estava zapeando bem no instante em que isso aconteceu e fiquei um tempo refletindo sobre essa atitude. Aqui vocês podem ver praticamente a íntegra do que ele falou, citando dados alarmantes já divulgados pela imprensa há algum tempo.

Mais de 40% da população brasileira não tem a leitura como hábito. Em média, os entrevistados por uma pesquisa do Instituto Pró-Livro afirmam lerem menos de cinco livros por ano.

Depois disso, sem nem respirar, Fausto Silva saiu metralhando 20 títulos de obras consideradas clássicas da literatura brasileira, de diferentes épocas. E acabou. Passou disso para as vídeo cassetadas, sem nem um fiapo de explicação ou de espontaneidade de porque ler é algo interessante ou enriquecedor.

Tudo muito rápido, muito raso, muito televisivo. Claro, a lista está na Internet para quem é curioso e foi pesquisar, como eu. Porém, mesmo sem o fator tempo incluído, o “serviço” prestado pelo programa da Globo não passa disso. Uma lista com o nome dos livros, os autores e o ano de sua publicação. Também não esclarece quem elaborou essa seleção ou a relevância dos títulos.

Alguns, são extremamente difíceis para o leitor comum contemporâneo, como Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

De qualquer forma, é digno de nota que os clássicos literários virem tema de abordagem de um programa de auditório do tipo que ainda tem dançarinas com trajes de gosto duvidoso como assistentes de palco.

E sem “jabá”, já que não houve nenhuma editora citada durante a fala do apresentador. Abaixo,a  relação dos livros sugeridos.

A lista apresentada por Fausto Silva:

  • “Gabriela, Cravo e Canela” (1958), Jorge Amado
  • “Morte e Vida Severina” (1955), João Cabral de Melo Neto
  • “O Tempo e o Vento” (1949), Érico Veríssimo
  • “Macunaíma” (1928), Mário de Andrade
  • “O Quinze” (1930), Rachel de Queiroz
  • “O Guarani” (1857), José de Alencar
  • “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), Machado de Assis
  • “Espumas Flutuantes” (1870), Castro Alves
  • “Crônicas Escolhidas” (1977), Rubem Braga
  • “Primeiros Cantos” (1846), Gonçalves Dias
  • “Vestido de Noiva” (1943), Nelson Rodrigues
  • “A Hora da Estrela” (1977), Clarice Lispector
  • “O Menino do Engenho” (1932), José Lins do Rego
  • “Claro Enigma” (1951), Carlos Drummond de Andrade
  • “O Auto da Compadecida” (1956), Ariano Suassuna
  • “Os Sertões” (1902), Euclides da Cunha
  • “Grande Sertão: Veredas” (1956), Guimarães Rosa
  • “Pica Pau Amarelo” (1920), Monteiro Lobato
  • “O Ateneu” (1888), Raul Pompéia
  • “Vidas Secas” (1938), Graciliano Ramos