PodCasts

Cantinho da Leitura # 17 Livros infantis para sonhar e aprender com as profissões

Geórgia Santos
29 de abril de 2022

Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, livros infantis para sonhar e aprender com as profissões. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura é um podcast parceiro da Companhia das Letrinhas.

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O tema profissões é instigante para a criançada

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Afinal, quem de nós já não teve mil planos e sonhos na infância quando ouvia a clássica pergunta: “o que você quer ser quando crescer?” Pois é sobre profissões e também como os adultos devem abordar esse assunto com os pequenos, o tema do nosso episódio de hoje.

A convidada é Janaina Tokitaka, paulistana, que é escritora e roteirista na área audiovisual. Têm mais de 40 livros publicados, entre eles o ABCDelas, pela Companhia das Letrinhas. Um abecedário que conta a história de mulheres pioneiras em diferentes profissões, de A a Z.

Nas dicas de leitura, ABCDelas, de Janaina Tokitaka, da editora Companhia das Letrinhas; Lina, Aventuras de uma arquiteta, Ángela León, do selo Pequena Zahar; Preciso de espaço!, de Philip Bunting, do selo Brinque-Book; e A criança que queria todas as profissões, de Elis Nunes, da editora e-galáxia.

PodCasts

Cantinho da Leitura #15 A literatura e os laços afetivos

Geórgia Santos
25 de fevereiro de 2022

Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, a literatura e os laços afetivos. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura é um podcast parceiro da Companhia das Letrinhas.

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Falar sobre afeto é algo bem importante em todas as faixas etárias

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E nós, adultos, podemos ajudar as crianças a entender e cultivar os laços afetivos que vão além da relação com pai ou mãe. O afeto com avós, tias, tios, amigas, amigos, colegas. E também mostrar que objetos comuns podem se transformar em itens especiais quando existe um valor sentimental associado. E para falar sobre afeto e literatura para a infância, nossa convidada é a artista plástica, ilustradora e escritora Ivone Rizzo Bins.

Nas dicas de leitura, O Túnel, de Anthony Browne, da editora Pequena Zahar; O Armário da Vovó, Ivone Rizzo Bins, editora Libretos; Eu Fico em Silêncio, de David Ouimet, editora Companhia das Letrinhas; Clarice Quer Um Amigo, de autoria de Graça Lima, da editora Escrita Fina; e a A Raposa Vai de Carro, da escritora Susanne Straber, da editora Companhia das Letrinhas.

PodCasts

Cantinho da Leitura #14 Livro infantil não é livrinho

Geórgia Santos
31 de janeiro de 2022
Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, livro infantil não é livrinho. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura é um podcast parceiro da Companhia das Letrinhas.
 

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A literatura infantil, por vezes, enfrenta um certo preconceito, como se fosse algo menor ou menos importante do ponto de vista cultural

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O que vamos defender nesse episódio é que os bons livros escritos para crianças são tão importantes como qualquer outro. Ouvimos o autor Christian David, que tem mais de 20 livros lançados, e a a atriz, diretora de teatro e escritora Raquel Grabauska.
 
A Flávia ainda traz dicas de leitura de autores que ficaram consagrados para o grande público por livros para adultos mas que também escreveram livros infantis que não tem nada de livrinho.
 

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Aliás, vamos falar sobre isso aqui também, será que chamar de livrinho já é uma forma de menosprezar esse tipo de literatura?

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Nas dicas de leitura para as crianças, A mulher que matou os peixes, de Clarice Lispector, selo Rocco Jovens Leitores; A maior flor do mundo, de José Saramago, da editora Companhia das Letrinhas; Rosa Maria no castelo encantado, de Erico Verissimo, da editora Companhia das Letrinhas; Eu sou a monstra, de Hilda Hilst, da editora Companhia das Letrinhas; além dos livros do escritor Christian David e das obras literárias da Raquel Grabauska e do Grupo Cuidado Que Mancha.

PodCasts

Cantinho da Leitura #8 Como abordar a diversidade sexual com as crianças

Geórgia Santos
25 de junho de 2021

No oitavo episódio do podcast Cantinho da Leitura, como abordar o tema diversidade sexual com as crianças. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura agora tem o apoio da Cia das Letrinhas.

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A gente precisa falar sobre diversidade sexual com as crianças, justamente para que esse tema deixe de ser um tabu
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E também para que os adultos do futuro não caiam em erros recorrentes da atualidade como estereótipos de gênero ou modelos únicos de família. A nossa convidada para comentar o assunto deste episódio é Renata dos Anjos, ativista, coordenadora da ONG Mães pela Diversidade no RS e mãe da Flora, uma mulher cis lésbica.

A dica de leitura para os adultos é Sexualidade, Gênero e Diversidades, uma coletânea de artigos de diversos autores da editora Casa do Psicólogo. Nas sugestões de leitura para as crianças, Olívia tem dois papais, escrito por Marcia Leite, editora Cia das Letrinhas; Meu Maninho é uma menina, de autoria de João Paulo Hergesel, da editora Jogo de Palavras; Olívia não quer ser princesa, de autoria de Ian Falconer, da editora Globinho; De Cadu a Duda – A história com final feliz de uma garota trans, escrito por Dani Balam, da editora Cartola.

Voos Literários

Desligue a TV e vá ler um livro

Flávia Cunha
25 de abril de 2017

“Desligue a TV e vá ler um livro”

A frase do título era de uma campanha antiga da MTV, que causou polêmica há alguns anos. Hoje em dia, com a Internet, redes sociais e afins, a televisão está longe de ser a única responsável pela falta do hábito de leitura entre os brasileiros. De qualquer forma, me chamou a atenção uma tentativa de se falar de literatura em um programa televisivo bem popular.

A última edição do Domingão do Faustão coincidiu com o Dia Mundial do Livro e o apresentador resolveu aproveitar a data para sugerir clássicos da literatura brasileira. Eu estava zapeando bem no instante em que isso aconteceu e fiquei um tempo refletindo sobre essa atitude. Aqui vocês podem ver praticamente a íntegra do que ele falou, citando dados alarmantes já divulgados pela imprensa há algum tempo.

Mais de 40% da população brasileira não tem a leitura como hábito. Em média, os entrevistados por uma pesquisa do Instituto Pró-Livro afirmam lerem menos de cinco livros por ano.

Depois disso, sem nem respirar, Fausto Silva saiu metralhando 20 títulos de obras consideradas clássicas da literatura brasileira, de diferentes épocas. E acabou. Passou disso para as vídeo cassetadas, sem nem um fiapo de explicação ou de espontaneidade de porque ler é algo interessante ou enriquecedor.

Tudo muito rápido, muito raso, muito televisivo. Claro, a lista está na Internet para quem é curioso e foi pesquisar, como eu. Porém, mesmo sem o fator tempo incluído, o “serviço” prestado pelo programa da Globo não passa disso. Uma lista com o nome dos livros, os autores e o ano de sua publicação. Também não esclarece quem elaborou essa seleção ou a relevância dos títulos.

Alguns, são extremamente difíceis para o leitor comum contemporâneo, como Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

De qualquer forma, é digno de nota que os clássicos literários virem tema de abordagem de um programa de auditório do tipo que ainda tem dançarinas com trajes de gosto duvidoso como assistentes de palco.

E sem “jabá”, já que não houve nenhuma editora citada durante a fala do apresentador. Abaixo,a  relação dos livros sugeridos.

A lista apresentada por Fausto Silva:

  • “Gabriela, Cravo e Canela” (1958), Jorge Amado
  • “Morte e Vida Severina” (1955), João Cabral de Melo Neto
  • “O Tempo e o Vento” (1949), Érico Veríssimo
  • “Macunaíma” (1928), Mário de Andrade
  • “O Quinze” (1930), Rachel de Queiroz
  • “O Guarani” (1857), José de Alencar
  • “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), Machado de Assis
  • “Espumas Flutuantes” (1870), Castro Alves
  • “Crônicas Escolhidas” (1977), Rubem Braga
  • “Primeiros Cantos” (1846), Gonçalves Dias
  • “Vestido de Noiva” (1943), Nelson Rodrigues
  • “A Hora da Estrela” (1977), Clarice Lispector
  • “O Menino do Engenho” (1932), José Lins do Rego
  • “Claro Enigma” (1951), Carlos Drummond de Andrade
  • “O Auto da Compadecida” (1956), Ariano Suassuna
  • “Os Sertões” (1902), Euclides da Cunha
  • “Grande Sertão: Veredas” (1956), Guimarães Rosa
  • “Pica Pau Amarelo” (1920), Monteiro Lobato
  • “O Ateneu” (1888), Raul Pompéia
  • “Vidas Secas” (1938), Graciliano Ramos

 

Voos Literários

Tem ziriguidum na literatura brasileira

Flávia Cunha
28 de fevereiro de 2017

“Vadinho, o primeiro marido de Dona Flor, morreu num domingo de Carnaval, pela manhã, quando, fantasiado de baiana, sambava num bloco, na maior animação, no Largo Dois de Julho, não longe de sua casa. Não pertencia ao bloco, acabara de nele misturar-se, em companhia de mais quatro amigos, todos com traje de baiana, e vinham de um bar no Cabeça, onde o uísque correra farto à custa de um certo Moyses Alves, fazendeiro de cacau, rico e perdulário.”

Assim começa o romance Dona Flor e Seus Dois Maridos, do baiano Jorge Amado. Essa forma de apresentação de um dos personagens principais é considerada por especialistas em literatura uma das qualidades do livro. O leitor é levado imediatamente ao centro da trama e consegue visualizar como é Vadinho, com sua malandragem e boemia, por meio do relato da sua morte em plena manhã de Carnaval.

Não apenas pelo seu início, mas pelo encadeamento bem estruturado ao longo de quase 500 páginas (dependendo da edição), essa é uma das obras de maior sucesso de Jorge Amado, tendo obtido igual popularidade no cinema, teatro e televisão.

Conhecido por exalar brasilidade em seus textos, o escritor baiano lançou-se no gênero romance com outro livro que fala da festa de Momo: O País do Carnaval. A obra foi lançada em 1931, quando Jorge Amado tinha apenas 18 anos, e conta a história de um jovem que retorna ao Brasil depois de passar anos estudando na Europa. Filho de um rico produtor de cacau, o protagonista tem uma postura crítica em relação ao Carnaval, por considerar que a folia traz alienação ao povo. Considerado subversivo na época da ditadura de Getúlio Vargas, o livro foi queimado em praça pública, assim como outras obras do escritor, que teve uma reconhecida trajetória na militância comunista.

Outro texto literário que tem como tema o Carnaval é o conto Terça-Feira Gorda, de Caio Fernando Abreu. O escritor gaúcho, conhecido por sua prosa urbana e nada ligada às tradições brasileiras, usa o contexto de um baile de carnaval para narrar o envolvimento afetivo entre dois homens, que acabam sendo perseguidos e agredidos devido ao preconceito. O conto integra o livro Morangos Mofados, lançado na década de 1980, quando o tema da homofobia ainda era pouco comentado na mídia e na literatura.

Outras obras

Para passar a régua e fechar a conta desse Carnaval 2017, mesmo para quem não tem samba no pé como eu, seguem mais algumas indicações de livros que abordam de alguma forma o Carnaval:

  • Antes do Baile Verde, Lygia Fagundes Telles (lançado em 1970, com reedição da Companhia das Letras)
  • O Jovem Noel Rosa, Guca Domenico (Editora Nova Alexandria)
  • Orfeu da Conceição, Vinicius de Moraes (estreou no teatro em 1956 e conta com edição atualizada da Companhia de Bolso)