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Cantinho da Leitura #14 Livro infantil não é livrinho

Geórgia Santos
31 de janeiro de 2022
Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, livro infantil não é livrinho. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura é um podcast parceiro da Companhia das Letrinhas.
 

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A literatura infantil, por vezes, enfrenta um certo preconceito, como se fosse algo menor ou menos importante do ponto de vista cultural

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O que vamos defender nesse episódio é que os bons livros escritos para crianças são tão importantes como qualquer outro. Ouvimos o autor Christian David, que tem mais de 20 livros lançados, e a a atriz, diretora de teatro e escritora Raquel Grabauska.
 
A Flávia ainda traz dicas de leitura de autores que ficaram consagrados para o grande público por livros para adultos mas que também escreveram livros infantis que não tem nada de livrinho.
 

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Aliás, vamos falar sobre isso aqui também, será que chamar de livrinho já é uma forma de menosprezar esse tipo de literatura?

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Nas dicas de leitura para as crianças, A mulher que matou os peixes, de Clarice Lispector, selo Rocco Jovens Leitores; A maior flor do mundo, de José Saramago, da editora Companhia das Letrinhas; Rosa Maria no castelo encantado, de Erico Verissimo, da editora Companhia das Letrinhas; Eu sou a monstra, de Hilda Hilst, da editora Companhia das Letrinhas; além dos livros do escritor Christian David e das obras literárias da Raquel Grabauska e do Grupo Cuidado Que Mancha.

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BSV Especial Coronavírus #22 Flordelis, porrada na boca e Fahrenheit 451 à la Paulo Guedes

Geórgia Santos
28 de agosto de 2020

Apesar de a pandemia continuar e o número de mortes aumentar de forma constante, o presidente Jair Bolsonaro precisa dar explicações sobre os cheques que a primeira-dama recebeu de Fabricio Queiroz. Um repórter do jornal O Globo perguntou porque Michele Bolsonaro recebeu 89 mil do ex-assessor da família, mas o presidente não só não respondeu como não gostou. Disse que a vontade era encher a boca do jornalista de porrada.

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Então, nos nos unimos ao coro que se formou nas redes sociais – e fora dela – e perguntamos: Presidente Jair Bolsonaro, porque a sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabricio Queiroz?
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Essa reação de Bolsonaro é o retrato da ignorância. Bolsonaro é o retrato da IGNORÂNCIA. E agora, como se não bastasse tudo o que ele faz, fica claro que ele quer que todos sejamos ignorantes. Afinal, a proposta de reforma tributária do governo federal prevê cobrança de contribuição para o setor de livros. Calcula-se uma alíquota de 12% para novo imposto.

Com a taxação, os livros ficarão cada vez menos acessíveis. Uma espécie de Fahrenheit 451 à la Paulo Guedes, que diz que só a elite consome livros no Brasil. Para falar sobre o tema, a entrevistada desta semana é Rita Lenira Bittencourt, doutora em literatura e professora de letras da UFRGS.

O episódio ainda fala sobre o caso escabroso que envolve a deputada Flordelis, suspeita de ser a mandante do assassinato do Pastor Anderson, que fora seu filho adotivo, depois genro e, por fim, marido. Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox e outros agregadores.

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #22 Flordelis, porrada na boca e o Fahrenheit 451 à la Paulo Guedes
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OUÇA Bendita Sois Vós #31 Crivella e Bolsonaro, sem livros e sem pesquisa

Geórgia Santos
14 de setembro de 2019

No Bendita Sois Vós desta semana, censura e atraso. Enquanto o governo federal de Jair Bolsonaro corta mais de 5mil bolsas de pesquisa de pós-graduação, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella – não sozinho – censura livros com temática LGBT sob o argumento de proteção às crianças.

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Bolsonaro e seus asseclas não gostam de livros, pesquisa ou conhecimento
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Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. A edição é da jornalista Evelin Argenta. No quadro Sobre Nós, a diretora Raquel Grabauska traz a palavra de Cassandra Rios, a escritora mais censurada do Brasil. 

Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

Voos Literários

Como parar o tempo

Flávia Cunha
31 de julho de 2019

Um aplicativo de celular que simulava o envelhecimento a partir de fotos atuais dos usuários movimentou as redes sociais nesse mês de julho. Deixando de lado a discussão sobre invasão de privacidade virtual, o saldo que fica é de muitos jovens horrorizados com as rugas e papadas que terão (ou não) com o passar dos anos. 

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Mas o que existe por trás do pavor de ficar velho?

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Em uma sociedade em que o padrão é a juventude eterna, resolver não se submeter a padrões estéticos acaba sendo um ato de rebeldia. Isso acontece atualmente com a Xuxa, apresentadora por quem sempre nutri uma complacente aversão. Acontece que a Rainha dos Baixinhos resolveu deixar que a passagem do tempo ficasse explícita no seu rosto. E tem chovido haters criticando a aparência de Xuxa, desde o cabelo muito curto até as rugas, normais em uma mulher de 56 anos. Ao entrar na brincadeira do aplicativo de envelhecimento, a apresentadora deu uma alfinetada nos críticos ao comentar:

Gente… resolvi não fazer mais fotos com filtros…. essa sou eu … pelo menos é assim que muita gente me vê “.Ao perceber como o envelhecimento provoca um desconforto em muitas pessoas, fui em busca de três livros que podem nos provocar reflexões sobre o assunto.

Em Como Parar o Tempo, do escritor britânico Matt Haig, nos deparamos com a trajetória de Tom, um homem de mais de 400 anos com a aparência de 40. Como isso é possível? Ele é um tipo de ser humano que envelhece mais lentamente do que o normal. O que poderia ser a felicidade de muitas pessoas obcecadas com a própria imagem, para Tom transforma-se em uma maldição. Perseguido a partir da época da Inquisição por acreditarem que sua juventude eterna era obra de bruxaria, o personagem chega ao século 21 extremamente abatido mentalmente, mostrando que a vitalidade e a vontade de viver precisam ir muito além da aparência. Em determinado momento da narrativa, o personagem Tom, desiludido com tudo, nos brinda com o seguinte raciocínio a respeito da humanidade: 

“Ocorreu-me que seres humanos não vivem além dos cem anos porque simplesmente não aguentavam. Psicologicamente, quero dizer. Você se acaba. Não há você o suficiente para seguir em frente. Você fica muito entediado com a própria mente. Com o modo como a vida se repete. Como, depois de um tempo, não há mais sorriso ou gesto inédito. Não há mudança na ordem do mundo que não ecoe outras mudanças na ordem do mundo. E as notícias param de ser novidade. A palavra ‘novidade’ torna-se uma piada. É tudo um ciclo. Um ciclo rodando lentamente para baixo. E sua tolerância pelos seres humanos, fazendo os mesmos erros de novo e de novo e de novo e de novo outra vez, começa a desaparecer.”

Mas será que é apenas a aparência que amedronta as pessoas em geral a respeito da velhice? Um dos medos mais comuns é da solidão e do abandono por parte de parentes e amigos. O enredo de Enquanto a Noite Não Chega, do brilhante escritor gaúcho Josué Guimarães, mostra esse temor em uma situação-limite. Os protagonistas dessa história são um casal de idosos em uma cidade fantasma. Todos os seus filhos e demais familiares já faleceram. O povoado em que moram foi abandonado ao longo dos anos pelos demais habitantes, restando apenas eles e o coveiro. O trabalho que esse terceiro personagem ainda tem a executar é um grande incômodo para os velhinhos:

Dom Eleutério ficou sério, ruminando em silêncio os seus pensamentos. Tornou a balançar a cadeira desconjuntada. Comentou, como se não desse muita importância ao que dizia: 

– Não gostei da conversa dele ontem de noite, a querer saber como vai a saúde da gente, se a chuvinha do outro dia não gripou ninguém aqui em casa, a dizer que na nossa idade qualquer grau acima ou abaixo na temperatura pode ser muito perigoso. 

– Ele não é médico – disse ela, retomando o crochê.

– E nem padre para andar mexericando coisas. Se ele voltar hoje com a mesma conversa vou apontar a porta da rua e dizer que é a serventia da casa, que fique lá pelo seu cemitério, que é sua obrigação, e nos deixe em paz.”

O que resta, depois do medo do abandono e de doenças, é a incógnita da Morte. Por mais fé e teorias que possamos ter, ninguém realmente sabe o que acontece lá “do outro lado”. No romance Fim, de Fernanda Torres, a morte é o lugar comum. O grande mérito do enredo é mostrar como cada personagem encontra o final de sua vida de uma forma diferente, pelas escolhas que fez ao longo de sua própria trajetória. 

Torçamos para que, quando atingirmos o término de nossas existências, NÃO tenhamos um obituário parecido como esse descrito no livro de Fernanda Torres:

O filho de Sílvio Motta Cardoso Filho, Inácio, comunica o falecimento de seu malquisto pai,  infiel marido, abominável avô e desleal amigo. Peço perdão a todos os que, como eu, sofreram ultrajes e ofensas, e os convido para o tão aguardado sepultamento.”

E para encerrar esse texto falando de vitalidade, luta e resistência, necessárias em qualquer faixa etária, selecionei trechos de uma carta de Caio Fernando Abreu ao amigo e também escritor José Marcio Penido: 

Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vaflejo? não estou certo): ‘caminante, no hay camino, se hace camino al andar’ […] Zézim, vamos lá. Sem últimas esperanças. Temos esperanças novinhas em folha, todos os dias. E nenhuma, fora de viver cada vez mais plenamente, mais confortáveis dentro do que a gente, sem culpa, é.”

Voos Literários

Batalha literária da Copa . França x Argentina

Flávia Cunha
30 de junho de 2018

Inspirada pelas oitavas de final da Copa do Mundo, proponho uma espécie de super trunfo de livros dos países classificados nessa fase da competição. Para a escolha das obras, criei o seguinte critério: escritores contemporâneos e ainda em atividade. Vamos às duas competidoras dessa batalha.

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Representante da França  .  Marie NDiaye, 51 anos

Minibiografia . Filha de uma francesa e de um senegalês, publicou seu primeiro livro em 1985. Tem uma vasta obra de livros adultos e alguns infantojuvenis. Também é dramaturga e foi uma das roteiristas do filme Minha Terra África, de 2010.

Livro escolhido para essa batalha  .  Três Mulheres Fortes, publicado em 2010

Motivo da escolha . Com esse título, não tem como não chamar a atenção de uma feminista. Mas a verdade é que retratar o sexo feminino sem pudores e em situações-limite é o ponto forte dessa obra.

Bônus . O livro foi vencedor do Prêmio Gouncourt em 2009, uma dos mais respeitados da França.

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Representante da Argentina  .  Samanta Schweblin, 40 anos

Minibiografia . Nascida em Buenos Aires, a escritora resgata o realismo fantástico na literatura argentina e é considerada sucessora de Julio Cortázar. Também integra listas dos escritores contemporâneos mais promissores em língua espanhola.

Livro escolhido para essa batalha . Pássaros na Boca, o primeiro da autora publicado no Brasil

Motivo da escolha . Apesar do peso da comparação com Cortázar pode ser uma maldição, os 18 contos da obra fazem jus à herança literária. Um mundo insólito repleto de estranhezas é o universo dessa obra. Para quem gosta de mergulhar na realidade paralela do realismo fantástico, é uma boa pedida.

Bônus . O livro é vencedor do prêmio Casa de Las Américas, o mais prestigiado em língua espanhola.

Voos Literários

Dica de leitura: Canção de Ninar, por Lu Thomé

Flávia Cunha
26 de junho de 2018

Muita gente por aí reclama do conteúdo do que vê postado pelas redes sociais. Pois eu tenho o privilégio de cultivar uma “bolha” de alto nível, com assuntos culturais sempre em destaque. Por isso, é comum haver indicações de leituras com texto muito bem escritos passando constantemente pelas minhas atualizações.

Foi assim que tive acesso a essa resenha da jornalista e coordenadora editorial Lu Thomé, uma figura querida, competente e reconhecida no meio literário do Rio Grande do Sul. O livro indicado por ela é forte e trágico: Canção de ninar, de Leila Slimani. Ainda não tive oportunidade de ler, mas fiquei bastante curiosa após o relato de uma profissional da área:

As opiniões se dividem a respeito deste livro. Vi leitores apaixonados. Vi críticos implacáveis. O estilo de Slimani é seco, pontual, enfiando o dedo direto em uma ferida aberta e purulenta. Uma vez me disseram que meus textos são como um trem andando no trilho. Veloz, curto, com socos em intervalos constantes. Se uma escritora pode representar isso com perfeição é Slimani. As frases curtas, o estilo direto, a crueza que conta a cada linha sem grandes descrições ou voltas. Ela não emprega tempo ou esforços para preparar o terreno. Não precisa disso. E constrói um narrador em terceira pessoa que é implacável com todos – até mesmo com as crianças. Não é um texto para qualquer leitor, e não porque seja rebuscado ou sofisticado. Pelo contrário: é mundano, é simples, é direto no ponto máximo que a literatura permite. Mas algo mais sintomático ocorre: é uma narrativa forte que encontrará – inevitavelmente – mais eco nas mães (e eu não escrevo mulheres aqui de forma proposital). É mais do que um exercício de empatia: é um espelho na nossa cara, refletindo nossas escolhas, nossos problemas, nossos embates, nossa solidão, nossas possibilidades, nossas loucuras e – especialmente – nossas culpas. Porque só quem já ouviu um “Como é que tu consegue?” sabe todo o universo que está envolvido nesta simples, direta e bruta pergunta. Um livro sobre os conflitos sociais, os problemas domésticos, o peso da rotina, o mercado de trabalho opressivo. Mas, essencialmente, um grande livro sobre a maternidade.

Sinopse: Apesar da relutância do marido, Myriam, mãe de duas crianças pequenas, decide voltar a trabalhar em um escritório de advocacia. O casal inicia uma seleção rigorosa em busca da babá perfeita e fica encantado ao encontrar Louise: discreta, educada e dedicada, ela se dá bem com as crianças, mantém a casa sempre limpa e não reclama quando precisa ficar até tarde. Aos poucos, no entanto, a relação de dependência mútua entre a família e Louise dá origem a pequenas frustrações – até o dia em que ocorre uma tragédia. Com uma tensão crescente construída desde as primeiras linhas, Canção de ninar trata de questões que revelam a essência de nossos tempos, abordando as relações de poder, os preconceitos de classe e entre culturas, o papel da mulher na sociedade e as cobranças envolvendo a maternidade. Publicado em mais de 30 países e com mais de 600 mil exemplares vendidos na França, Canção de ninar fez de Leïla Slimani a primeira autora de origem marroquina a vencer o Goncourt, o mais prestigioso prêmio literário francês.

Quer ver sua dica de leitura publicado no Voos Literários? Escreva para flavia@vos.homolog.arsnova.work

 

Voos Literários

Livros pra tentar entender o Brasil atual – parte 2

Flávia Cunha
17 de abril de 2018

Diante da repercussão positiva do primeiro texto sobre obras cujo conteúdo podem auxiliar na compreensão do momento sociopolítico brasileiro, resolvemos dar espaço para nossos leitores darem mais sugestões. Teve livro indicado duas vezes, mas com explicações tão relevantes, que decidimos publicar as duas justificativas para a escolha da obra. Teve gente que sugeriu 2 livros, diante da complexidade do panorama brasileiro.

Agradecemos aos participantes das duas matérias, que demonstram ser possível debater e refletir sobre política de uma forma produtiva, construtiva e sem baixaria. E a coluna Voos Literários e o portal Vós estão abertos para novas dicas de leitura do nosso público.

As Veias Abertas da América Latina – Eduardo Galeano

“Acredito que nenhum outro joga mais luz nessa obscuridade politica/social atual quanto As Veias Abertas da América Latina, do mestre Eduardo Galeano. Essa obra mostra com uma nitidez cristalina tudo que está acontecendo aí.  Veias Abertas não só explica, aquilo faz é desenhar esse momento. O cara que não entender após aquela leitura, é caso de internação.

Gilberto Alves – agente da polícia civil, formado em Filosofia

“Apesar de Galeano se referir muito mais aos colonizados por espanhóis, mostra a origem do que chamo de nosso Complexo da Senzala. Acredito que mostra que realmente corrupção, apesar de deplorável, nunca foi o problema. A questão é que nós acostumamos aos papeis do patrão, feitor e escravo. Quando essa ordem sai do prumo nos atrapalhamos ainda mais como Nação que nunca fomos.”

Tatiane de Sousa – jornalista, repórter da Radioweb

Os Donos do Poder – Formação do Patronato Político Brasileiro –  Raymundo Faoro

“A justificativa encontra-se no título da obra, por descrever como se deu o processo de formação das elites politicas no Brasil desde a era colonial. Outro livro que me vem ao pensamento é O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro. Nesta obra encontrarmos a expressão concunhadismo, que explica muita coisa sobre nossa politica.

Paulo Eduardo Szwec – cineasta

Tristes Trópicos – Claude Lévi-Strauss

“O livro trata a respeito de um etnógrafo que visitou o Brasil nos anos 1930 e desenvolveu um texto que mistura ciência a um relato literário minucioso ímpar.  O seu relato torturante é sobre algumas realidades tropicais, que contrastam a grandeza (potencialidade) com a miséria. Também mostra que as belezas paradisíacas dos países foram exauridas em seus recursos naturais e relações (des-)humanas degradantes. E, hoje, vemos no Brasil tudo isso que ele constatou nos anos 1930 amplificado.  Ainda sobre esse livro, sugiro a leitura desse texto e desse outro aqui.” 

Tiago Siliprandi Giordani – Artista, designer gráfico e professor

Reinventando o Otimismo  – Carlos Fico

“Nesse momento em que vivemos no país, há uma onda que tenta fundamentar ideias ditatoriais, que supostamente traria certa ordem ao caos vigente. No livro, Carlos Fico mostra os mecanismos de linguagem que tentam dar fundamento a essas ideias absurdas através da propaganda da época da ditadura militar brasileira.”

Tiago Siliprandi Giordani – Artista, designer gráfico e professor

Negras Raízes – Alex Haley

“No objetivo de descobrir quem é, Haley levantou todo um mural que retrata a nação americana e toda sua construção racial, e desmonta a iniquidade da superioridade racial que os escravocratas e seus modernos seguidores se atribuíam.

No Brasil,  algumas tentativas nessa busca às origens têm sido feitas, mas todas esbarram numa barreira intransponível: falta de documentação. Por determinação de Ruy Barbosa, então Ministro da Fazenda, em circular de número 29, de 13 de maio de 1891, todo o arquivo relacionado com a escravidão foi queimado para erradicar de vez a ‘terrível macha’. Com isto, o grande segmento da população brasileira, que são os negros e mestiços, ficou flutuando num grande espaço por não saber de onde veio. Quais as tribos que entraram no Brasil? A pergunta, feita por Artur Ramos no seu livro O Negro Brasileiro (1934), continua sem resposta precisa. 

Haroldo Costa, na introdução da obra

Sugestão de Kais Ismail Musa – fotógrafo

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