No segundo aniversário do famigerado Oito de Janeiro, assistimos a uma democracia que resiste e a instituições que não parecem dispostas a anistiar.
Geórgia Santos
10 de janeiro de 2025
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Ficamos meses longe do nosso estúdio, longe do nosso microfone. Mas muita coisa aconteceu na política brasileira. Chegamos ao mês de janeiro de 2025 com a dúvida de se é um ano novo de fato, ou um ano novo … de novo.
No segundo aniversário do famigerado Oito de Janeiro, com letra maiúscula, mesmo, assistimos a uma democracia que resiste e a instituições que não parecem dispostas a anistiar. Pelo contrário, prendem generais de quatro estrelas como nunca se viu. E ao ex-presidente golpista, só resta a espera.
No segundo aniversário do terceiro governo Lula, assistimos a um presidente que decidiu, por fim, mudar a cara do governo. Ou, pelo menos, a percepção que o povo tem dele. Depois da queda de um ministro importante e a queda literal do próprio presidente, entre especulações e a economia de fato, Lula decidiu mexer na comunicação do governo.
E a nós cabe brincar de Mãe Diná neste retorno.
Apresentação: Geórgia Santos Participação: Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno Foto de capa: Ricardo Stuckert / PR
Nova pesquisa divulgada na quarta-feira (25) indica que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu consideravelmente. Segundo os dados da Genial/Quaest, 38% dos entrevistados avaliaram a administração positivamente. No último levantamento esse índice era de 42%. A aprovação do trabalho que o presidente desempenha individualmente também caiu. Era de 60% em agosto e agora está em 54%.
De acordo com a pesquisa, a percepção da economia é um fato importante para a queda na popularidade do governo.
E queremos focar na palavra percepção porque a gente tem uma tese para destrinchar com vocês. Especialmente porque, se olharmos para o outro polo, a média de Jair Bolsonaro (PL) não está lá essas coisas, já que tudo indica que ele tirou votos do candidato ultradireitista na Argentina.
O peronista Sergio Massa, o candidato do Unión por La Pátria e atual ministro da Economia no país vizinho terminou o primeiro turno da eleição na liderança. Ele não era o favorito e, por isso, foi um resultado surpreendente. Mas o instituto Atlas intel já indicava que ele terminaria cinco pontos a frente de Javier Milei, candidato extremista que se define como libertário. A diferença foi de seis pontos.
Milei, que havia vencido as primárias, é o candidato do partido La Libertad Avanza. Ele tem 52 anos, é economista e está no primeiro mandato como deputado. E é um fenômeno político. Resumindo muito, é um tipo despenteado que posa de descolado e é dono de uma inflamada retórica antiesquerda e anticomunista, demoniza o sistema político do que ele chama de “castas” e adora chocar. Alem dos palavrões, incita à luta contra o “zurderio”, um termo pejorativo usado para designar a esquerda. Vem de zurdo, canhoto. Qualquer associação com “esquerdalha” não é mera coincidência.
Bendita Sois Vós #87 Tic, tac, o cerco está se fechando em torno de Bolsonaro
Geórgia Santos
16 de agosto de 2023
Nesta semana, tic, tac, falamos do cerco fechando em torno de Jair Bolsonaro. Entre a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e o comércio de jóias operados pelos asseclas do ex-presidente, a coisa está feia para o lado do presidente de honra do PL. E para completar a diversão, falamos dos 17 mil emails esquecidos na lixeira.
Vamos de trás pra frente? Nos últimos dias, apesar de todos pensarmos que nada mais poderia nos surpreender, fomos presenteados com um vídeo de Jair Bolsonaro recebendo um presente secreto de uma oficial da FAB. Parecia a minha vó me dando 50 reais de aniversário, mas era o cara que vestia a faixa de presidente do Brasil à época. Como se não bastasse, ainda vimos o rosto do pai do Mauro Cid no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas nos Estados Unidos. Ao melhor estilo General vende espelho nunca usado. Sim, porque o pai do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, que está preso, também é militar. E como se não bastasse, ex-funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência da República durante a gestão de Bolsonaro apagaram ao menos 17 mil e-mails funcionais da caixa de entrada e esqueceram de deletar o material das lixeiras.
Essas três bizarrices fazem parte do mesmo problema: uma operação da Polícia Federal que investiga a venda ilegal de joias dadas como presentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Até então, tudo era negado e desviado e desdito. Nesta quarta-feira, dia 16, o advogado de Mauro Cid, o filho, resolveu falar. Em entrevista à Globo News, Cezar Bitencourt disse que ele apenas cumpria ordens.
Pois é. E antes de tudo isso, na última quarta-feira, dia 9, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso preventivamente. O motivo? A interferência no segundo turno das eleições de 2022. Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze em diversas cidades, sobretudo no Nordeste, onde o então candidato Lula (PT) tinha vantagem nas pesquisas de intenção de voto. A PF indica que pode provar que as blitze foram realizadas deliberadamente para interferir no resultado das eleições. Por isso, os crimes incluem prevaricação, que é quando um servidor público não cumpre o dever que lhe cabe; violência política, afinal, usou-se a força policial para impedir cidadãos de exercerem um direito político; e impedir ou atrapalhar a votação, que é, em si, um crime previsto no Código Eleitoral. Só que tem mais, horas após blitze no 2º turno, Vasques se reuniu com o então ministro da Justiça, Anderson Torres e com o então presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro.
A temperatura do planeta aumentou e continua a aumentar graças à progressiva queima de combustíveis fósseis. “O Caminho parao fim do mundo” mostra que o investimento em infraestruturas de transportes precisa ser parte da agenda ambiental e deve ser prioridade para um governo que se preocupa em mitigar os efeitos do aquecimento global e também da desigualdade. No Brasil, e no resto do planeta.
A jornalista Geórgia Santos se debruçou sobre uma série de relatórios e documentos para entender de que forma os governos e a sociedade podem agir de modo a interromper o aquecimento da superfície da Terra e, com a ajuda de especialistas, apresenta três possibilidades de ação. Todas elas envolvem tirar o automóvel do centro da vida.
Nos últimos dias, as atenções estiveram voltadas à atuação do Congresso Nacional. Primeiro, com a boiada passando, quando os deputados aprovaram a urgência do PL que discute o famigerado Marco Temporal, inclusive com votos do PT de Lula, e uma comissão mista aprovou textos que desidratam ministérios, inclusive do Meio Ambiente.
E agora com a aprovação do próprio PL-490. Um projeto controverso e inconstitucional até que o STF determine o contrário. Segundo a tese jurídica do Marco Temporal, os povos indígenas têm direito de estar apenas nas terras que já ocupavam em 1988 – e comprovar isso. Mas a questão a se discutir, ao fim e ao cabo, é oimenso poder de Artur Lira, que até ameaçou a base governista.
Para entender melhor esse turbilhão institucional, conversamos com o cientista político Augusto Neftali de Oliveira, professor da PUC-RS.
Apesar da instabilidade na relação entre Legislativo e Executivo, o presidente delega a tarefa de negociar com um Congresso em que tem absoluta minoria ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, enquanto foca na política externa.
Lula reuniu dez chefes de Estado em Brasília nesta semana para falar de integração na América do Sul, em mais um passo para retomar o protagonismo do Brasil no cenário internacional. Até aí, tudo bem. Porém, um dia antes, formalizou o restabelecimento de relações diplomáticas com a Venezuela, recebeu Nicolas Maduro no Palácio do Planalto e minimizou a tragédia do país, dizendo que era uma questão de narrativa.
A manifestação de Lula repercutiu mal entre os outros presidentes que participariam da reunião de cúpula e em diversos setores da sociedade civil e da imprensa. Como resposta, Lula reforçou a defesa a Maduro.
Mais tarde, a jornalista Delis Ortiz, da Rede Globo, afirmou ter sido agredida pela segurança de Maduro e por agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional. Em nota, o governo federal afirma que o GSI abriu sindicância para investigar a agressão.
Apresentação de Geórgia Santos e participação de Marcelo Nepomuceno e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Criticar o governo Lula é permitido para esquerdistas?
Flávia Cunha
25 de abril de 2023
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, visita pela primeira vez o centro de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e se reúne com parlamentares das bancadas aliadas.
Criticar o governo Lula e as falas do presidente da República vem sendo um campo minado para quem tem ideais esquerdistas. Sem dúvida, a eleição do atual presidente é um alívio, depois de enfrentarmos os desmandos de Jair Bolsonaro no cargo. Porém, apenas por isso, Lula seria inquestionável?
Diante de um certo linchamento virtual para quem ousa apontar erros no atual governo, estou internamente reticente desde janeiro de 2023. Será que posso criticar, por exemplo, a forma como foi anunciada a taxação de compras em plataformas asiáticas e seu subsequente recuo? Devo comentar que as falas improvisadas de Lula precisam ser contidas por sua equipe? É conveniente opinar que Janja talvez esteja um tom acima como primeira-dama e poderia ser um pouco mais discreta em suas declarações e posicionamentos?
Críticas construtivas deveriam ser bem-vindas
Para além do receio de “cancelamento” por parte de quem vê na figura de Lula um líder que nunca erra, recomendo avaliarmos se determinados posicionamentos contrários ao governo em seus primeiros meses não serão usados como munição pelas hordas da extrema-direita. Então, considero fundamental calcularmos quais críticas poderão ser de fato construtivas e não apenas serem somadas ao mero ato de falar mal de quem está no poder. Nesse sentido, percebemos o quanto o antipetismo construiu um repertório vasto – e tosco – que vai de citar a falta de um dedo de Lula a garantir que ele é o maior ladrão de todos os tempos, ainda que a corrupção no país seja endêmica e presente desde os primórdios da colonização portuguesa no Brasil.
Por outro lado, acredito que a capacidade de análise crítica foi deturpada nos últimos anos, em especial com o acirramento da polarização na política. Desaprovar determinada ação de alguém que admiramos não deveria nos transformar automaticamente em inimigo desta pessoa.
Mas, no mundo virulento das redes sociais, é muitas vezes o que acontece. Um exemplo recente foi a reação a uma publicação de Manuela D’Ávila, que ousou fazer críticas e dar sugestões à equipe de comunicação do governo federal. Integrante do PC do B e ex-candidata à vice-presidente em 2018 na chapa com o petista Fernando Haddad, tenho certeza que ela jamais imaginou que seria xingada por esquerdistas por esta “ousadia”.
Indicação de leitura
Como de costume, defendo o ponto de vista que os livros podem contribuir para mudanças reais de comportamento. Por isso, sugiro a leitura de Pensamento crítico: o poder da lógica e da argumentação, de Walter A. Carnielli e Richard L. Epstein, lançado no Brasil pela editora Rideel.
No prefácio da primeira edição desta obra de filosofia, os autores destacam a importância do pensamento crítico, tão necessário nos tempos atuais:
“Pensar criticamente é algo com que nos defrontamos todos os dias, e é um componente fundamental da nossa formação numa verdadeira democracia. Precisamos pensar criticamente para sermos melhores cidadãos e melhores profissionais, quer sejamos professores, filósofos, advogados, juízes, políticos, jornalistas, historiadores, médicos, artistas ou cientistas. Se dominarmos o pensamento crítico, teremos a possibilidade de participar de um modo mais produtivo nas relações interpessoais, pois as nossas propostas serão mais claramente formuladas e estarão mais bem fundamentadas. E não seremos tão facilmente enganados pelo mau jornalismo, pela publicidade e pelos maus políticos. Teremos uma palavra sensata e fundamentada a dizer e poderemos contribuir para uma sociedade e para um ensino melhor.”
Desde que Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, em primeiro de janeiro de 2023, muita coisa aconteceu. Já no dia da posse foi possível perceber a diferença do petista para o antecessor. Subindo a rampa, ao lado de Lula e do vice, Geraldo Alckmin, estavam representantes do povo brasileiro. Mais especificamente, de camadas mais agredidas pelas medidas de Jair Bolsonaro – ou falta delas. Também na posse, o prestígio do novo presidente era evidente pela fila das delegações estrangeiras, o que indicava, de fato, um novo tempo. Até o dólar caiu, apesar dos faniquitos do mercado.
Mas muita coisa aconteceu ao longo do mês. Primeiro, a história sendo feita com posses como as de Sonia Guajajara no Ministério dos Povos Indígenas e de Aniele Franco no Ministério da Igualdade Racial. Ou ainda mensagens fortes para setores negligenciados, como a posse da Marina Silva no Ministério Meio Ambiente ou de Nísia Trindade no Ministério da Saúde.
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Aconteceu tanta coisa ao longo do mês de janeiro que teve até tentativa de Golpe de Estado
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Depois disso tudo ainda houve intervenção federal em Brasília, golpistas e o ex-ministro Anderson Torres presos, e o bolsonarismo empenhado em dizer que os bolsonaristas golpistas não são bolsonaristas. Segundo eles, os apoiadores de Bolsonaro que passaram meses dizendo que fariam o que de fato fizeram não eram … apoiadores de Bolsonaro.
Muita coisa aconteceu em janeiro, e uma delas é que o rastro de destruição do governo anterior é cada vez mais evidente. Agora materializado na morte dos Yanonamis, que estão sendo dizimados por meio da fome causada pelo garimpo ilegal.
E, virando o mês, temos eleição para a presidência da Câmara e do Senado. A Câmara deve permanecer nas mãos de Artur Lira (PP-AL). Já o Senado é uma incógnita. Estão na disputa o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). E tem também o glorioso senador Eduardo Girão (Podemos – CE), que só faz figuração. De todo modo, é o bolsonarismo se organizando – com sucesso – sem Bolsonaro, que continua nos Estados Unidos.
A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Bendita Sois Vós #73 Pelé, Lula e a história do Brasil
Geórgia Santos
7 de janeiro de 2023
Nesta semana, Pelé, Lula e a Historia do Brasil. Porque entre a última semana de 2022 e os primeiros dias de 2023, todo brasileiro vivo pôde ser testemunha da História.
No dia 29 de dezembro, recebemos a notícia da morte de Edson Arantes do Nascimento, o homem a quem coube ser Pelé. O maior e melhor jogador de futebol de todos os tempos, provavelmente a pessoa mais conhecida do mundo, partiu dizendo love, love, love.
A gente vai falar um pouco sobre o legado de Pelé e o apagamento que inclusive este homem negro sofreu em vida quando teve suas ideias escondidas, fazendo com que o brasileiro não enxergasse o Edson político. E vamos falar da despedida daquele que é sinônimo de Brasil mas que foi, no fundo, o Rei de todo o mundo.
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Foram poucos os jogadores presentes no velório de Pelé, que ocorreu entre os dias dois e três, mas o povo esteve lá
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O mesmo povo que passou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva no dia primeiro. Em um dia histórico do nosso país, Lula subiu a rampa ao lado da esposa, Janja; do vice, Geraldo Alckmin, que estava com a esposa Lu; e com representantes do povo brasileiro.
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Em um discurso carregado de simbolismo, Lula deu início a um governo de reconstrução e prometeu olhar para este mesmo povo que lhe confiou o posto mais alto da República
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E essa promessa, no que depender do time de ministros, não será vazia. Silvio Almeida, novo ministro dos Direitos Humanos, emocionou o país com um discurso que não poderia ser mais distante de tudo o que o antecessor representou ao longo de quatro anos.
O governo eleito em 2018 acabou. O ex-presidente fugiu. É hora de recomeçar e dar novos contornos à História do Brasil. Vamos em frente.
A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Durante a eleição de 2018, a gente começou a ouvir, da boca de um candidato à presidência da República, o impensável. No palanque, ameaçava fuzilar a oposição, em entrevistas, não escondia a homofobia, o machismo e ainda lançava mão de narrativas racistas. Elogiava ditadores e idolatrava torturadores diante de um microfone. Ele foi eleito. À época não sabíamos se apesar disso ou por causa disso.
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O governo que se desenhou nos quatro anos seguintes refletiu todo o discurso autoritário e retrógrado da eleição
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Foi uma administração que desmantelou a educação, a pesquisa e a ciência. Que acabou com a cultura a tal ponto que, em certo momento, colocou um homem que se prestou a fazer uma ode pública ao nazismo. Foi um governo que tinha uma ministra das mulheres que perseguiu uma criança de onze anos que havia sido abusada sexualmente e estava grávida. Foi um governo cujo ministro do Meio Ambiente quis aproveitar um momento de pânico para “passar a boiada” e flexibilizar a legislação ambiental. Foi um governo que, diante da pior pandemia dos últimos cem anos, deixou que 700 mil brasileiros morressem. Debochou da doença, debochou dos cuidados, debochou dos mortos, debochou da vacina.
Não há tempo ou espaço para um relato que contemple o horror dos quatro anos de Jair Bolsonaro no poder. Então basta dizer que foi um governo que nunca se preocupou com Deus, Pátria ou Família – aliás, um lema fascista. Foi um governo que tentou reescrever a história política e social do Brasil por meio do apagamento e da desumanização de quem não se parece com eles. Mas também é um governo derrotado.
Derrota, aliás, que trouxe à tona o fruto da semeadura golpista que já dura quase 1460 dias. Fruto mofado e estragado que de fato não caiu longe do pé e agora apodrece aos pés de uma árvore morta. Mas é um governo derrotado.
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito ao lado de Geraldo Alckmin, algo impensável há alguns anos, e promete reconstruir o Brasil. Não sabemos como será, se será bem sucedido, mas sabemos que não será Bolsonaro e, mesmo parecendo ingênuo, isso basta. E agora, com o novo governo batendo à porta, emprestamos o mantra dos golpistas prostrados em frente aos quartéis e dizemos: só mais 72 horas.
A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Nesta semana, um novo governo começa a aparecer – enquanto um velho governo só faz chorar.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá 37 ministérios. A nova estrutura será oficializada em medida provisória em 1º de janeiro de 2023, quando Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), tomarão posse. Uma das principais mudanças é o desmembramento do atual Ministério da Economia em outros quatro: Fazenda, Indústria e Comércio Exterior, Planejamento e Gestão. Além da criação de pastas novas, como dos Povos Originários, e a recriação de outros ministérios extintos por Bolsonaro, como o Ministério da Cultura e o das Cidades.
O presidente eleito Lula começou a anunciar os nomes para os ministérios no dia 9 de dezembro. Os primeiros confirmados foram o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, para a Fazenda; o governador da Bahia Rui Costa na Casa Civil; o ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino para o Ministério da Justiça e Segurança Pública; o ex-ministro José Múcio Monteiro na Defesa; e o diplomata Mauro Vieira para Relações Exteriores.
A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.