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Bendita Sois Vós #92 Da avaliação de Lula à eleição na Argentina

Geórgia Santos
27 de outubro de 2023

Nesta semana, da avaliação do governo Lula à surpresa da eleição na Argentina

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Nova pesquisa divulgada na quarta-feira (25) indica que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu consideravelmente. Segundo os dados da Genial/Quaest, 38% dos entrevistados avaliaram a administração positivamente. No último levantamento esse índice era de 42%. A aprovação do trabalho que o presidente desempenha individualmente também caiu. Era de 60% em agosto e agora está em 54%.

De acordo com a pesquisa, a percepção da economia é um fato importante para a queda na popularidade do governo.

E queremos focar na palavra percepção porque a gente tem uma tese para destrinchar com vocês. Especialmente porque, se olharmos para o outro polo, a média de Jair Bolsonaro (PL) não está lá essas coisas, já que tudo indica que ele tirou votos do candidato ultradireitista na Argentina.

O peronista Sergio Massa, o candidato do Unión por La Pátria e atual ministro da Economia no país vizinho terminou o primeiro turno da eleição na liderança. Ele não era o favorito e, por isso, foi um resultado surpreendente. Mas o instituto Atlas intel já indicava que ele terminaria cinco pontos a frente de Javier Milei, candidato extremista que se define como libertário. A diferença foi de seis pontos.

Milei, que havia vencido as primárias, é o candidato do partido La Libertad Avanza. Ele tem 52 anos, é economista e está no primeiro mandato como deputado. E é um fenômeno político. Resumindo muito, é um tipo despenteado que posa de descolado e é dono de uma inflamada retórica antiesquerda e anticomunista, demoniza o sistema político do que ele chama de “castas” e adora chocar. Alem dos palavrões, incita à luta contra o “zurderio”, um termo pejorativo usado para designar a esquerda. Vem de zurdo, canhoto. Qualquer associação com “esquerdalha” não é mera coincidência.

O diretor-executivo da AtlasIntel, Andrei Roman, disse ao jornal O Globo no início da semana que o apoio de Bolsonaro a Milei “tira votos”. Um dos prováveis motivos é que a pauta armamentista é rejeitada no país. E o 03 teve um gostinho disso. Uma entrevista do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a um canal de TV na Argentina foi interrompida enquanto ele defendia a flexibilização do acesso às armas.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

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Bendita Sois Vós #87 Tic, tac, o cerco está se fechando em torno de Bolsonaro

Geórgia Santos
16 de agosto de 2023

Nesta semana, tic, tac, falamos do cerco fechando em torno de Jair Bolsonaro. Entre a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e o comércio de jóias operados pelos asseclas do ex-presidente, a coisa está feia para o lado do presidente de honra do PL. E para completar a diversão, falamos dos 17 mil emails esquecidos na lixeira.

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Vamos de trás pra frente? Nos últimos dias, apesar de todos pensarmos que nada mais poderia nos surpreender, fomos presenteados com um vídeo de Jair Bolsonaro recebendo um presente secreto de uma oficial da FAB. Parecia a minha vó me dando 50 reais de aniversário, mas era o cara que vestia a faixa de presidente do Brasil à época. Como se não bastasse, ainda vimos o rosto do pai do Mauro Cid no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas nos Estados Unidos. Ao melhor estilo General vende espelho nunca usado. Sim, porque o pai do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, que está preso, também é militar. E como se não bastasse, ex-funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência da República durante a gestão de Bolsonaro apagaram ao menos 17 mil e-mails funcionais da caixa de entrada e esqueceram de deletar o material das lixeiras.

Essas três bizarrices fazem parte do mesmo problema: uma operação da Polícia Federal que investiga a venda ilegal de joias dadas como presentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Até então, tudo era negado e desviado e desdito. Nesta quarta-feira, dia 16, o advogado de Mauro Cid, o filho, resolveu falar. Em entrevista à Globo News, Cezar Bitencourt disse que ele apenas cumpria ordens.

Pois é. E antes de tudo isso, na última quarta-feira, dia 9, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso preventivamente. O motivo? A interferência no segundo turno das eleições de 2022. Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze em diversas cidades, sobretudo no Nordeste, onde o então candidato Lula (PT) tinha vantagem nas pesquisas de intenção de voto. A PF indica que pode provar que as blitze foram realizadas deliberadamente para interferir no resultado das eleições. Por isso, os crimes incluem prevaricação, que é quando um servidor público não cumpre o dever que lhe cabe; violência política, afinal, usou-se a força policial para impedir cidadãos de exercerem um direito político; e impedir ou atrapalhar a votação, que é, em si, um crime previsto no Código Eleitoral. Só que tem mais, horas após blitze no 2º turno, Vasques se reuniu com o então ministro da Justiça, Anderson Torres e com o então presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro.

É, parece que o jogo virou.

Foto: Anderson Riedel/PR

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Bendita Sois Vós #79 PL das Fake News

Geórgia Santos
3 de maio de 2023

Nesta semana vamos falar do famigerado PL 2630/2020. O PL das Fake News, ou PL… não, esse último apelido, não. E ainda a operação da PF contra Bolsonaro em função de fraude no cartão de vacinação.

 

O PL 2630/2020 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O projeto é de autoria do senador Alessandro Vieira (PSDB) e tem o deputado Orlando Silva (PCdoB) como relator. A votação do polêmico PL das Fake News estava marcada para essa terça, 02, mas foi adiada depois de forte pressão das big techs, entre outras coisas. O texto foi bastante alterado ao longo dos últimos tempos, também após discussões entre diversas entidades da sociedade. Ele torna crime a promoção ou financiamento de divulgação em massa de mensagens com conteúdo mentiroso por meio das chamadas contas-robôs.

Além disso, estabelece que provedores tenham representação por pessoa jurídica no Brasil; sejam responsabilizados por conteúdos cuja distribuição tenha sido impulsionada por meio de pagamento; que as plataformas digitais mantenham regras transparentes de moderação; exige a retirada imediata de conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes; determina que conteúdos jornalísticos deverão ser remunerados; além da extensão da imunidade parlamentar às redes sociais.

A proposta começou a tramitar no Congresso em 2020 e chegou a ser aprovada pelo Senado no mesmo ano. Mas parou na Câmara. Desde então, o relator tem trabalhado na construção de um texto que seja palatável para a maioria das bancadas. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que havia maioria para aprovação da proposta, mas o clima não foi favorável e a votação foi adiada.

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Os dias que antecederam a data marcada para a votação foram marcados por um forte embate, especialmente depois que as big techs entraram na jogada

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Google e outras grandes empresas de tecnologia se empenharam em um lobby intenso contra o projeto. Ao mesmo tempo que grandes veículos de comunicação também se empenharam em defender a proposta. Além, é claro, da disputa de narrativas justamente nas redes sociais. Na arena de apoiadores de Lula versus Bolsonaristas, temos os governistas defendendo o projeto de lei e os apoiadores de Bolsonaro tentando derrubar a proposta. Quem diria, google e igrejas evangélicas do mesmo lado.

Pra não dar palpite furado, nós convidamos o professor Marcelo Träsel pra participar do episódio de hoje. Träsel é professor do departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Mas não para por aí, porque estamos gravando em um grande dia. Na quarta-feira, 03, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os agentes ainda prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos. Suspeita é que grupo tenha agido para fraudar cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e assessores.

A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno participa do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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Bendita Sois Vós #75 Um mês do novo governo

Geórgia Santos
1 de fevereiro de 2023

Nesta semana chegamos a um mês de governo Lula. E que mês.

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Desde que Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, em primeiro de janeiro de 2023, muita coisa aconteceu. Já no dia da posse foi possível perceber a diferença do petista para o antecessor. Subindo a rampa, ao lado de Lula e do vice, Geraldo Alckmin, estavam representantes do povo brasileiro. Mais especificamente, de camadas mais agredidas pelas medidas de Jair Bolsonaro – ou falta delas. Também na posse, o prestígio do novo presidente era evidente pela fila das delegações estrangeiras, o que indicava, de fato, um novo tempo. Até o dólar caiu, apesar dos faniquitos do mercado.

Mas muita coisa aconteceu ao longo do mês. Primeiro, a história sendo feita com posses como as de Sonia Guajajara no Ministério dos Povos Indígenas e de Aniele Franco no Ministério da Igualdade Racial. Ou ainda mensagens fortes para setores negligenciados, como a posse da Marina Silva no Ministério Meio Ambiente ou de Nísia Trindade no Ministério da Saúde.

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Aconteceu tanta coisa ao longo do mês de janeiro que teve até tentativa de Golpe de Estado

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Depois disso tudo ainda houve intervenção federal em Brasília, golpistas e o ex-ministro Anderson Torres presos, e o bolsonarismo empenhado em dizer que os bolsonaristas golpistas não são bolsonaristas. Segundo eles, os apoiadores de Bolsonaro que passaram meses dizendo que fariam o que de fato fizeram não eram … apoiadores de Bolsonaro.


Muita coisa aconteceu em janeiro, e uma delas é que o rastro de destruição do governo anterior é cada vez mais evidente. Agora materializado na morte dos Yanonamis, que estão sendo dizimados por meio da fome causada pelo garimpo ilegal.

E, virando o mês, temos eleição para a presidência da Câmara e do Senado. A Câmara deve permanecer nas mãos de Artur Lira (PP-AL). Já o Senado é uma incógnita. Estão na disputa o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). E tem também o glorioso senador Eduardo Girão (Podemos – CE), que só faz figuração. De todo modo, é o bolsonarismo se organizando – com sucesso – sem Bolsonaro, que continua nos Estados Unidos.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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Foto: Ricardo Stuckert / Palácio do Planalto

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Bendita Sois Vós #84 Só mais 72 horas

Geórgia Santos
28 de dezembro de 2022

Nesta semana, aguenta firme, só mais 72 horas. Faltam 72 horas para acabar, de fato, o pior governo da história da democracia brasileira. Tic – tac. 

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Durante a eleição de 2018, a gente começou a ouvir, da boca de um candidato à presidência da República, o impensável. No palanque, ameaçava fuzilar a oposição, em entrevistas, não escondia a homofobia, o machismo e ainda lançava mão de narrativas racistas. Elogiava ditadores e idolatrava torturadores diante de um microfone. Ele foi eleito. À época não sabíamos se apesar disso ou por causa disso.

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O governo que se desenhou nos quatro anos seguintes refletiu todo o discurso autoritário e retrógrado da eleição

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Foi uma administração que desmantelou a educação, a pesquisa e a ciência. Que acabou com a cultura a tal ponto que, em certo momento, colocou um homem que se prestou a fazer uma ode pública ao nazismo. Foi um governo que tinha uma ministra das mulheres que perseguiu uma criança de onze anos que havia sido abusada sexualmente e estava grávida. Foi um governo cujo ministro do Meio Ambiente quis aproveitar um momento de pânico para “passar a boiada” e flexibilizar a legislação ambiental. Foi um governo que, diante da pior pa  ndemia dos últimos cem anos, deixou que 700 mil brasileiros morressem. Debochou da doença, debochou dos cuidados, debochou dos mortos, debochou da vacina.

Não há tempo ou espaço para um relato que contemple o horror dos quatro anos de Jair Bolsonaro no poder. Então basta dizer que foi um governo que nunca se preocupou com Deus, Pátria ou Família – aliás, um lema fascista. Foi um governo que tentou reescrever a história política e social do Brasil por meio do apagamento e da desumanização de quem não se parece com eles. Mas também é um governo derrotado.

Derrota, aliás, que trouxe à tona o fruto da semeadura golpista que já dura quase 1460 dias. Fruto mofado e estragado que de fato não caiu longe do pé e agora apodrece aos pés de uma árvore morta. Mas é um governo derrotado.

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito ao lado de Geraldo Alckmin, algo impensável há alguns anos, e promete reconstruir o Brasil. Não sabemos como será, se será bem sucedido, mas sabemos que não será Bolsonaro e, mesmo parecendo ingênuo, isso basta. E agora, com o novo governo batendo à porta, emprestamos o mantra dos golpistas prostrados em frente aos quartéis e dizemos: só mais 72 horas.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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Bendita Sois Vós #83 Surge um novo governo

Geórgia Santos
23 de dezembro de 2022

Nesta semana, um novo governo começa a aparecer – enquanto um velho governo só faz chorar.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá 37 ministérios. A nova estrutura será oficializada em medida provisória em 1º de janeiro de 2023, quando Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), tomarão posse. Uma das principais mudanças é o desmembramento do atual Ministério da Economia em outros quatro: Fazenda, Indústria e Comércio Exterior, Planejamento e Gestão. Além da criação de pastas novas, como dos Povos Originários, e a recriação de outros ministérios extintos por Bolsonaro, como o Ministério da Cultura e o das Cidades.

O presidente eleito Lula começou a anunciar os nomes para os ministérios no dia 9 de dezembro. Os primeiros confirmados foram o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, para a Fazenda; o governador da Bahia Rui Costa na Casa Civil; o ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino para o Ministério da Justiça e Segurança Pública; o ex-ministro José Múcio Monteiro na Defesa; e o diplomata Mauro Vieira para Relações Exteriores.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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Bendita Sois Vós #80 O multiverso Bolsonarista

Geórgia Santos
23 de novembro de 2022

Nesta semana, o que fazer com o multiverso Bolsonarista?

Passadas três semanas da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda há meia dúzia de gatos pingados em frente aos quartéis. Mas antes fossem meia dúzia os que acreditam em teorias da conspiração e contos estapafúrdios sobre o presente e o futuro do Brasil.

Se em 2018 o ápice do ridículo era a mamadeira de piroca, agora fica até difícil de escolher o delírio coletivo favorito. Há quem pense que Lula morreu e foi substituído por um andróide controlado por um álien. Ou que Bolsonaro morreu e reencarnou em Lula. Há quem acredite que Trump vai salvar a nossa pátria. Ou que ao se colocar o celular na cabeça é possível enviar mensagens aos ETs.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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Bendita Sois Vós #79 O novo velho normal

Tércio Saccol
17 de novembro de 2022

Nesta semana, o governo do Brasil. O novo normal – ou o velho normal. E ainda, o futuro dos movimentos golpistas.

Pouco mais de duas semanas desde o resultado da eleição, o incumbente Jair Bolsonaro segue desaparecidos. Há relatos de que estaria com uma infecção na perna e mesmo deprimido. Fato é que não atua como presidente do Brasil desde o dia 30 de outubro. Mas não há vácuo no poder, não. Já temos um novo governo Lula.

A transição comandada por Geraldo Alckmin é entediante como deve ser e um excelente retorno à normalidade. Sem agressividade, ofensas ou abusos, sem misoginia, homofobia ou pura e simples grosseria. Há problemas a se apontar? Sim. Problemas normais, uma lufada de ar fresco.

Quanto à Lula, é a estrela da COP-27, no Egito. Não que o presidente eleito já não esteja envolvido em polêmicas, está. Alguns questionamentos são válidos, como a carona em avião de empresário. Outros, como o custo da roupa de Janja, apenas um indicativo de que vida de Lula não será moleza daqui para frente. Ainda assim, estamos aqui discutindo a sugestão do novo presidente de a COP de 2025 ser realizada na Amazônia, e não a recomendação de se fazer cocô dia sim, dia não.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

 

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Bendita Sois Vós #76 Pintou um clima?

Geórgia Santos
19 de outubro de 2022

Pintou um clima? Temos certeza de que todo mundo viu ou ouviu falar do vídeo de Jair Bolsonaro que circulou pelas redes sociais na última semana.

Na sexta-feira (14), Bolsonaro disse a um podcast:

“Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto […] parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas… Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, disse o presidente.

Na madrugada de domingo pra segunda, Bolsonaro fez uma live nas redes sociais para se defender. Ele disse que as declarações sobre o encontro com as meninas foram deturpadas. Que foi um encontro gravado e inclusive transmitido pela CNN. Só que o tal encontro era com mulheres venezuelanas, sim, em um centro de apoio, mas nada tinha a ver com prostituição.

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Então ou ele mentiu sobre ser o mesmo encontro ou mentiu sobre ser um caso de prostituição infantil. De todo modo, NADA justifica dizer COM NATURALIDADE que pintou um clima com meninas de 14 e 15 anos

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No domingo, o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, proibiu que o PT associasse a frase dita por Bolsonaro com pedofilia. E aqui a gente tem uma discussão sobre desinformação, sobre contextualização, sobre falsa equivalência e sobre vale-tudo eleitoral.

E ainda falamos de imparcialidade no jornalismo. Uns 50 centavos sobre uma profissão que existe para defender, entre outras coisas, os direitos humanos e a democracia.

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Bendita Sois Vós #74 Chegou a hora

Geórgia Santos
29 de setembro de 2022

Nesta semana, a nossa jornada. A nossa, aqui no Bendita, que começa lá em 20 de setembro de 2018, e a nossa, do povo brasileiro, ao longo de quatro anos de governo de Jair Bolsonaro. Às vésperas da eleição, está nas nossas mãos, finalmente, mudar. Chegou a hora.

Foram quatro anos de abuso de autoridade, de violência, de destruição, de morte, de abandono, de mentira, de apagamento de memória, de exaltação daquilo que já destruiu o Brasil não tanto tempo atrás. Foram quatro anos de banalização de tragédias. De deboche, de incompetência, de crueldade, de retrocesso, de atraso. Não tem Deus, não tem pátria, não tem família que resista.

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Deus? Que tipo de cristão deseja a morte? Que tipo de cristão faz arminha com a mão? Que tipo de cristão ignora a fome dos seus? Que tipo de cristão deboche da morte?

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Pátria? Que tipo de patriota deixa a Amazônia ser destruída? Que tipo de patriota endossa o extermínio de povos originários? Que tipo de patriota deixa o povo com fome? Que tipo de patriota ri de quem não consegue respirar?

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Família? Que tipo de família ele defende que não tem amor? Que prefere filho morto? Que olha pra filha como fraquejada? Que olha para as mulheres com desprezo?

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Já são quatro anos de um governo que vive de espantalhos. Espalham medos de coisas que sequer existem enquanto ignoram problemas reais. Falam em proteger crianças, mas elas estão com fome. Falam que cuidam das mulheres, mas elas são xingadas em rede nacional pelo presidente.

Como consequência, foram quatro anos de muita resistência e resiliência. Cada um fez o que pôde, às vezes “só” existindo. A gente fez o que pôde, aqui, na nossa pequena trincheira. E agora, estamos a poucos dias de mudar o rumo da história e recomeçar.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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