Voos Literários

Batalha literária da Copa . Uruguai x Portugal

Flávia Cunha
30 de junho de 2018

Na segunda batalha do Voos Literários, vamos a dois competidores com trajetórias bem distintas  – assim como Uruguai e Portugal em Copas do Mundo – mas que tem curiosas relações com suas respectivas nacionalidades. No gramado, o Uruguai levou a melhor em 2018. Mas como será no papel? Inspirada pelas oitavas de final da Copa do Mundo, proponho uma espécie de super trunfo de livros dos países classificados nessa fase da competição. Para a escolha das obras, criei o seguinte critério: escritores contemporâneos e ainda em atividade. Vamos às duas competidoras dessa batalha.

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Representante do Uruguai . Carmen Posadas, 64 anos

Minibiografia .  Começou sua carreira como escritora com livros infantojuvenis e consagrou-se na literatura adulta, tendo recebido diversos prêmios ao longo de sua trajetória.  Nascida em Montevideu, também tem cidadania espanhola, após muitos anos morando na Europa. Sua obra é apreciada por leitores de língua espanhola de diferentes países e já foi traduzida para 21 idiomas.

Livro escolhido para essa batalha . As Moscas Azuis, lançado em 1996

Motivo da escolha . É o primeiro romance dessa grande escritora. Além disso, tem um enredo bem interessante. O protagonista, um homem decidido a suicidar-se acaba envolvido na tentativa de resolver a trama de um assassinato.

Bônus . Carmen Posadas também é reconhecida como articulista, tendo ganho em 2017 o prêmio Rei da Espanha de Jornalismo pelo artigo Sonhar em Espanhol.

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Representante de Portugal, José Mario Silva, 46 anos

Minibiografia . Apesar de ter nascido em Paris, o escritor foi levado pelos pais com poucos meses de vida para morar em Portugal, onde segue residindo. Licenciado em Biologia, trabalha como jornalista desde 1993.  Publicou poesias e contos.

Livro escolhido para essa batalha . Efeito Borboleta e outras histórias, de 2010

Motivo da escolha . Ganhei um exemplar dessa obra durante uma aula do professor Luis Augusto Fischer, na UFRGS, em 2013, ano em que ele foi escolhido como patrono da Feira do Livro de Porto Alegre. Desde então, tem um lugar especial na minha biblioteca pessoal.

Bônus . Apenas os minicontos no fim do livro já valem a leitura. Entre eles, destaco meu preferido:

“Noções de geometria afectiva

Os triângulos amorosos nunca são equiláteros.”

Voos Literários

Batalha literária da Copa . França x Argentina

Flávia Cunha
30 de junho de 2018

Inspirada pelas oitavas de final da Copa do Mundo, proponho uma espécie de super trunfo de livros dos países classificados nessa fase da competição. Para a escolha das obras, criei o seguinte critério: escritores contemporâneos e ainda em atividade. Vamos às duas competidoras dessa batalha.

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Representante da França  .  Marie NDiaye, 51 anos

Minibiografia . Filha de uma francesa e de um senegalês, publicou seu primeiro livro em 1985. Tem uma vasta obra de livros adultos e alguns infantojuvenis. Também é dramaturga e foi uma das roteiristas do filme Minha Terra África, de 2010.

Livro escolhido para essa batalha  .  Três Mulheres Fortes, publicado em 2010

Motivo da escolha . Com esse título, não tem como não chamar a atenção de uma feminista. Mas a verdade é que retratar o sexo feminino sem pudores e em situações-limite é o ponto forte dessa obra.

Bônus . O livro foi vencedor do Prêmio Gouncourt em 2009, uma dos mais respeitados da França.

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Representante da Argentina  .  Samanta Schweblin, 40 anos

Minibiografia . Nascida em Buenos Aires, a escritora resgata o realismo fantástico na literatura argentina e é considerada sucessora de Julio Cortázar. Também integra listas dos escritores contemporâneos mais promissores em língua espanhola.

Livro escolhido para essa batalha . Pássaros na Boca, o primeiro da autora publicado no Brasil

Motivo da escolha . Apesar do peso da comparação com Cortázar pode ser uma maldição, os 18 contos da obra fazem jus à herança literária. Um mundo insólito repleto de estranhezas é o universo dessa obra. Para quem gosta de mergulhar na realidade paralela do realismo fantástico, é uma boa pedida.

Bônus . O livro é vencedor do prêmio Casa de Las Américas, o mais prestigiado em língua espanhola.