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Bendita Sois Vós #74 Chegou a hora

Geórgia Santos
29 de setembro de 2022

Nesta semana, a nossa jornada. A nossa, aqui no Bendita, que começa lá em 20 de setembro de 2018, e a nossa, do povo brasileiro, ao longo de quatro anos de governo de Jair Bolsonaro. Às vésperas da eleição, está nas nossas mãos, finalmente, mudar. Chegou a hora.

Foram quatro anos de abuso de autoridade, de violência, de destruição, de morte, de abandono, de mentira, de apagamento de memória, de exaltação daquilo que já destruiu o Brasil não tanto tempo atrás. Foram quatro anos de banalização de tragédias. De deboche, de incompetência, de crueldade, de retrocesso, de atraso. Não tem Deus, não tem pátria, não tem família que resista.

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Deus? Que tipo de cristão deseja a morte? Que tipo de cristão faz arminha com a mão? Que tipo de cristão ignora a fome dos seus? Que tipo de cristão deboche da morte?

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Pátria? Que tipo de patriota deixa a Amazônia ser destruída? Que tipo de patriota endossa o extermínio de povos originários? Que tipo de patriota deixa o povo com fome? Que tipo de patriota ri de quem não consegue respirar?

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Família? Que tipo de família ele defende que não tem amor? Que prefere filho morto? Que olha pra filha como fraquejada? Que olha para as mulheres com desprezo?

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Já são quatro anos de um governo que vive de espantalhos. Espalham medos de coisas que sequer existem enquanto ignoram problemas reais. Falam em proteger crianças, mas elas estão com fome. Falam que cuidam das mulheres, mas elas são xingadas em rede nacional pelo presidente.

Como consequência, foram quatro anos de muita resistência e resiliência. Cada um fez o que pôde, às vezes “só” existindo. A gente fez o que pôde, aqui, na nossa pequena trincheira. E agora, estamos a poucos dias de mudar o rumo da história e recomeçar.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

Vós Pessoas no Plural · Bendita Sois Vós #74 Chegou a hora
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Bendita Sois Vós #67 Golpismo tipo exportação?

Geórgia Santos
20 de julho de 2022

Nesta semana, a admissão de que somos reféns de Bolsonaro. Eu relutei ao longo de quatro anos de dar nome a isso, mas é ele quem define nossa agenda. Ou seja, vamos falar do encontro golpista de Jair com embaixadores em Brasília, uma espécie de golpismo tipo exportaão. E de Anitta, é claro. Porque ela também manda na gente.

Na última segunda-feira, o presidente da república, Jair Bolsonaro, organizou uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada. O encontro foi mais uma investida contra o sistema de urnas eletrônicas. O encontro foi mais um anúncio de golpe. Mais uma ameaça ao sistema democrático. Mais um recado sobre envolver as Forças Armadas e os aliados.

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Os embaixadores reagiram constrangidos enquanto ele esperava uma ovação

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Lembrando que Jair Bolsonaro é candidato a reeleição e usou a estrututa do governo para isso. Mas afinal, é grave? Existe chance de golpe? Ele tem essa força? A gente vai discutir justamente isso. Mas sem deixar de falar na treta envolvendo Anitta, o PT, Lula, Bolsonaro e tuiteiros e tuiteiras deste nosso Brasil varonil.

A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

Vós Pessoas no Plural · Bendita Sois Vós #67 Golpismo tipo exportação
 
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
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O Retrato da Miséria

Geórgia Santos
14 de outubro de 2021

O Brasil de 2021 é um país miserável. E não é um jogo de palavras, é uma realidade dura amparada por dados que mostram que mais de 116 milhões de brasileiros não têm acesso pleno e permanente a alimentos. Mas como chegamos até aqui? Por que o Brasil voltou ao mapa da fome? Nós explicamos esse caminho no documentário em áudio O Retrato da Miséria.

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O retrato da miséria é aquela foto em tom rosado em que pessoas famintas catam carcaças com restos de carne

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É aquela foto que resulta da combinação perigosa de desemprego, queda na renda e aumento no preço dos alimentos. E esse retrato mostra que a escalada da miséria e da fome durante a pandemia não é responsabilidade do coronavírus, mas de escolhas, de negação, negligência e ausência de medidas que protejam a população mais vulnerável.

OUÇA

Uma produção do Vós

Apresentação: Geórgia Santos e Tércio Saccol

Produção: Flávia Cunha, Geórgia Santos, Raquel Grabauska e Tércio Saccol

Trilha sonora original*: Gustavo Finkler

Roteiro e edição: Geórgia Santos

*Além da trilha original, também foram utilizadas melodias de domínio público

Foto original: Domingos Peixoto/ O Globo

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BSV Especial Coronavírus #74 As mentiras de Bolsonaro na ONU

Geórgia Santos
22 de setembro de 2021

Nesta semana, uma série de vergonha: as mentiras de Bolsonaro na ONU e o machismo escancarado na CPI da Covid

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O presidente Jair Bolsonaro foi responsável pelo discurso de abertura da 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Ele foi responsável, também, pela vergonha que os brasileiros passaram no evento.

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Afinal, ele mentiu. Mentiu muito

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Mentiu sobre não haver corrupção no governo, mentiu sobre o Brasil ter estado á beira do socialismo, mentiu sobre a política ambiental, mentiu sobre a economia, sobre o auxílio emergencial, mentiu sobre a pandemia, mentiu que as manifestações do 7 de setembro foram as maiores da história. E como se não bastasse, reforçou a negação da ciência ao defender o mentiroso tratamento precoce contra a Covid-19.

E a vergonha só aumenta, porque o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está quarentenado em Nova York porque testou positivo para Covid. Isso mesmo.

Por aqui, um depoente da CPI da Covid se encarregou da vergonha. O ministro Wagner do Rosário, da Controladoria-Geral da União, chamou a senadora Simonte Tebet (MDB-MS) de “descontrolada”.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

 

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #74 As mentiras de Bolsonaro na ONU
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BSV Especial Coronavírus #65 Entrevista com Omar Aziz

Geórgia Santos
7 de julho de 2021

Nesta semana, entrevistamos o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM). Afinal de contas, parece que há uma rede em torno de superfaturamento e propina de vacinas. E não, nós não esquecemos da rachadinhas.

Gravações inéditas apontam o envolvimento direto de Jair Bolsonaro em esquema ilegal de entrega de salários de assessores quando era deputado federal. A reportagem da jornalista Juliana Dal Piva, do Uol, traz áudios de Andrea Valle, ex-cunhada de Bolsonaro, que revela que o irmão foi demitido porque se recusou a devolver parte do salário. É a primeira vez que um ex-assessor admite o envolvimento direto do presidente. Bolsonaro fez da rachadinha um negócio de família.

Mas não nos esqueçamos que há corrupção ocorrendo AGORA, enquanto milhares morrem em função da Covid. Porque à medida que as investigações avançam, se percebe que há todo um esquema em torno do superfaturamento e da propina.

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Por isso vamos conversar com o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM)

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É treta demais. Covaxin, Davati, um dólar, Luís Miranda, Dominghetti, Reverendo, Cristiano, propina, fiscal de contrato, superfaturamento, shopping, depoimento, chopp, coronel, 400 milhões de doses, emails ignorados, servidor exonerado, servidor ameaçado. Ahhh. Só resta dizer uma coisa. Fora Bolsonaro.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol.  Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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BSV Especial Coronavírus #60 Fora Bolsonaro

Geórgia Santos
2 de junho de 2021

Nesta semana, as manifestações contra Bolsonaro, a Copa América e o PIB.

No último sábado, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro. Milhares de pessoas que chegaram à conclusão de que ele é mais perigoso que o vírus. Milhares de pessoas que lamentam a morte de quase 500 mil outras pessoas e a destruição de quase 500 mil famílias.

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Milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra a inoperância e irresponsabilidade de um governo negacionista, que tem projeto de morte
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O presidente Jair Bolsonaro, em resposta, disse que as manifestações foram pequenas e ironizou. Pra citar uma figurinha de WhatsApp da qual eu gosto muito, banhou-se nas águas do equívoco.Bolsonaro tanto se banha nas águas do equívoco que está disposto a oferecer o Brasil para sediar a Copa América, às vésperas de uma terceira onda e do novo pior momento da pandemia no país. Copa América ou Cova América, ou Cepa América…

E ainda vamos falar do porque não podemos ficar otimistas com a alta do PIB no primeiro trimestre.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #60 Fora Bolsonaro
Imagem: montagem a partir de foto de Marcos Corrêa/PR
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BSV Especial Coronavírus #51 Um governo militar

Geórgia Santos
31 de março de 2021

No episódio desta semana, a confusão no governo de Jair Bolsonaro. Por que, confusão? Vamos lá. O presidente da República foi pressionado pelo Congresso e teve que engolir a queda do chanceler Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores. Em reação surpreendente, ele forçou a saída do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa. Mas não parou por aí. Ao todo foram seis trocas no primeiro escalão do governo que, em princípio, indicam uma tentativa de agradar o Centrão e ter mais controle sobre as Forças Armadas.

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Porém, porém, porém, parece que o pessoal não concorda com essa ideia de controle. Tanto que, em um movimento inédito, os três comandantes das Forças Armadas colocaram seus cargos à disposição
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Mas isso não significa que os militares tenham abandonado o governo, eles só não querem pagar o pato do desastre. Aliás, espalhou-se o boato de que essa debandada foi um protesto às ações antidemocráticas de Jair Bolsonaro, num movimento de preservação das instituições. Ora, gente, não sejamos ingênuos.  Aqui, a gente não acredita que os militares sejam os guardiães da democracia brasileira. Por aqui, esse papo não cola.

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Estamos, inclusive, na semana de aniversário do Golpe de 64
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Será que essa movimentação toda significa uma escalada autoritária ou, pelo contrário, um enfraquecimento de Bolsonaro? Ou os dois? Afinal, nessa dança das cadeiras, ninguém sabe que música está tocando. Mas a gente sabe que os militares estão dançando.

Não esquecendo que milhares de brasileiros morrem todos os dias em função da Covid-19, em função da inoperância e irresponsabilidade do governo. O desempenho desastroso na pandemia é, inclusive, um ponto de pressão fundamental sobre Jair Bolsonaro. Talvez a gota água.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

 

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #51 Um governo militar
Foto capa: Marcos Corrêa/PR
Voos Literários

E se a geração de 1968 for às ruas protestar contra Bolsonaro?

Flávia Cunha
28 de março de 2021

“Os jovens terão que ficar em casa e torcer pelos avós. Assim o jornalista José Trajano define a ideia, surgida nas redes sociais, de que a geração de 1968 vá às ruas protestar contra o governo Bolsonaro. A referência etária se deve ao fato de que as possíveis manifestações ocorreriam após a vacinação em massa dos idosos no Brasil. Confira a entrevista completa aqui

Protesto contra os desmandos bolsonaristas

A possibilidade de protestos promovidos por quem lutou contra a ditadura militar me parece um sopro de esperança. Além disso, seria muito simbólico que os atos contra a condução irresponsável e criminosa da pandemia pelo governo federal fossem promovidos pela faixa etária acima de 60 anos.

Valorização dos idosos

Primeiro, por demonstrar o quanto o preconceito etário precisa ser combatido. Muitos jovens, mesmo sendo progressistas, esquecem ou desvalorizam as lutas promovidas pela geração de 1968. Não apenas pelo que fizeram no passado, mas também por isso, os idosos de hoje devem ser tratados com dignidade.  E essa deve ser uma pauta prioritária da esquerda brasileira, hoje e sempre.

Eliminação dos “menos aptos”

Segundo, porque há um discurso eugenista em relação à velhice desde que a pandemia começou no Brasil. Um dos argumentos escrotos é de que os idosos deveriam estar fora do grupo prioritário de vacinação. O motivo? Não serem mais produtivos do ponto de vista econômico. Para agravar essa situação, diante do colapso do sistema de saúde brasileiro, há uma nova perseguição aos mais velhos. Existem lideranças políticas da extrema-direita defendendo que idosos não recebam tratamento médico. Por esse entendimento insano, a prioridade de atendimento seria apenas a vida dos mais jovens e “aptos”. A justificativa velada é, novamente, de que aposentados seriam um fardo para a sociedade. O que, sabemos, está longe de ser verdade. Na atualidade, muitas famílias estão sendo sustentadas por pensões e aposentadorias, após a escalada do desemprego e a precarização das relações de trabalho dos últimos anos.

Protestos observando protocolos

Sendo assim, há motivos de sobra para que a combativa geração de 1968 retorne ao seu papel de protagonismo político. Claro, desde que haja toda a segurança para evitar novas contaminações pelo coronavírus. A ressalva já foi feita pelo próprio Trajano, em suas redes sociais

“Quanto a ideia de sair às ruas depois de 20 dias após ter recebido a segunda dose, usando máscaras e tentando observar o máximo de distanciamento social possível, só o faremos se cientistas derem sinal verde. Caso contrário, esperaremos para por o bloco na rua e gritar GENOCIDA!”

Desinformação e preconceito etário

Após a divulgação da notícia sobre uma possível manifestação promovida pela geração de 1968, uma onda de desinformação começou a circular. Houve o entendimento, equivocado, que a referência seria às pessoas nascidas naquele ano, que estariam sendo chamadas de “velhas” (Novamente, observamos o preconceito etário, mesmo entre esquerdistas). 

Por isso, considero necessário recomendar algumas leituras para a compreensão de um ano tão importante historicamente. 1968 pode, inclusive, servir de inspiração para o sombrio momento atual.  

1968: O ano que não acabou, de Zuenir Ventura

 A obra é uma referência no Brasil sobre o assunto e teve uma edição especial em 2018. No prefácio dessa nova edição, o autor comenta:

“Apesar da resistência do atraso, o Brasil é, inegavelmente, melhor do que era em 1968. As mudanças de costumes e comportamentos foram tantas — e produzidas ao mesmo tempo — que estão sendo responsabilizadas pela atual onda de conservadorismo que grassa aqui e no mundo, ou seja, tenta-se culpar o avanço dos anos 1960 pelo retrocesso dos anos 2000.”

Zuenir Ventura também destaca o quanto a falta de vivência e conhecimento contribui para que a o regime militar brasileiro seja exaltado na atualidade:

“[…] há entre os que não viveram os tempos de ditadura militar a falsa impressão de que, graças à ordem armada, não existia corrupção como a que se verifica atualmente no país. Um episódio apenas para desfazer esse engano: em 1968, o governo chegou a instalar uma Comissão de Investigações para confiscar os bens adquiridos de maneira ilícita por militares e agregados. Como se não fosse suficiente, em 1970 o Coordenador da Oban (braço clandestino da repressão) propôs ao Comando do II Exército uma Oban específica contra a corrupção, que não era percebida pela sociedade porque uma implacável censura impedia que a imprensa noticiasse.” 

1968: Quando a Terra Tremeu, de Roberto Sander

Sinopse: 1968 é um ano-chave para a história mundial e brasileira, repleto de episódios emblemáticos, como o Maio Francês e a Primavera de Praga, na Europa, e a Passeata dos Cem Mil e a imposição do temido AI-5, num Brasil subjugado pelo regime militar. A abordagem do jornalista Roberto Sander neste livro, contudo, não se limita aos acontecimentos políticos que tão profundamente marcaram o período. […] m 1968 – Quando a Terra tremeu, Roberto Sander explora histórias saborosas e surpreendentes sobre ciência, moda, comportamento, esporte e cultura em geral, daquele que foi um ano ainda mais complexo, assombroso e sedutor do que se sabe.

1968: Eles só queriam mudar o mundo, de Regina Zappa e Ernesto Soto

Sinopse: Um verdadeiro almanaque ilustrado da geração que disse não ao conformismo Do movimento estudantil às trincheiras do Vietnã, das comunidades hippies às passeatas pelos direitos civis, esse livro narra os principais eventos políticos e culturais e as mudanças de comportamento da época, no Brasil e no mundo. Organizado mês a mês, traz histórias saborosas, personagens emblemáticos, as músicas mais tocadas, os filmes que deram o que falar naquele ano, além de depoimentos e entrevistas com personalidades que viveram intensamente o momento. E mais: moda, Beatles, feminismo, astrologia, arte, teatro, política, entre outros temas, em textos assinados por especialistas. 

Imagem:  Twitter/Reprodução

 

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BSV Especial Coronavírus #48 Lula lá?

Geórgia Santos
10 de março de 2021

Lula tinha certeza que esse dia chegaria

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O dia a que Luiz Inácio Lula da Silva se refere é o dia em que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular as condenações do ex-presidente petista na Operação Lava Jato. Como se não bastasse, o ministro Gilmar Mendes resolveu retomar a discussão sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. No dia seguinte.

Depois de anos, Lula convocou uma coletiva para falar justamente sobre a anulação das condenações. Mas ao contrário do que muitos esperavam, o tom não foi de raiva, ódio ou ressentimentoNo pronunciamento desta quarta-feira (10), Lula mostrou uma face humana, conciliadora, que dialoga com os mais pobres, que se solidariza com os parentes dos mortos pelo coronavírus. O discurso do petista se opõe frontalmente ao de Jair Bolsonaro. Na forma e no conteúdo. Contrasta com a posição raivosa que, infelizmente, estamos habituados a ouvir. Eleva o nível do debate político e deixa de lado grosserias, ameaças, termos chulos. Mas nao se exime de críticas, pelo contrário. Acerta Bolsonaro na jugular e defende a vacina.

Lula não fala em 2022, não diz se será ou não candidato, afinal, essa decisão faz com que ele possa disputar as eleições, mas a disputa está lançada e parece que Bolsonaro entendeu o recado.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

 

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BSV Especial Coronavírus #43 As autoridades também sofrem

Geórgia Santos
3 de fevereiro de 2021

No episódio desta semana, as repercussões da eleição que escolheu o deputado Arthur Lira como o novo presidente da Câmara dos Deputados. O saldo é um Rodrigo Maia derrotado, Jair Bolsonaro (talvez) renascido e Lira abusando do poder – e depois voltando atrás – no primeiro momento em que teve a oportunidade. 

No filme O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, Cabo 70 fala para um João Grilo falsamente surpreso que as autoridades também sofrem. Pois é verdade na ficção e é verdade na realidade. E quem prova é o emotivo Rodrigo Maia, que se despediu da presidência da Câmara dos Deputados com lágrimas nos olhos e a certeza de que falhou.

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No embate entre Maia e Bolsonaro, o presidente que adora leite condensado venceu
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Mas não nos enganemos. Bolsonaro se fortaleceu, sim, com a vitória de Arthur Lira (PP-AL). Mas foi uma vitória cara. Ele está nas mãos do novo presidente da Câmara, que assumiu tirando os opositores da mesa diretora, mas voltou atrás e fez acordo. E o deputado do Progressistas do Alagoas fez festinha, com aglomeração, filha de Roberto Jeferson e Joyce Hasselman.

Na peça – ou livro – do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, o autor diz que se trata de uma história altamente moral, um apelo a misericórdia. Ao que João Grilo responde: ele diz à misericórdia porque sabe que, se fossemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada. Estamos presos em uma peça de literatura. Em uma novela que parece não ter fim.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

 

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #43 As autoridades também sofrem