Voos Literários

A pandemia como fonte de inspiração literária

Flávia Cunha
29 de março de 2022

A pandemia, após 2 anos, tem contornos de rotina. Mesmo quem ainda prossegue – com razão – mantendo as medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades de saúde, já automatizou a máscara e o álcool em gel. Dessa forma, os conscientes são um resiliente exército de mascarados procurando sobreviver às agruras do coronavírus, ainda convivendo com perdas e lidando com os descrentes na manutenção dos cuidados. Diante de um cenário tão desafiador, pode parecer mesquinho falar em necessidade de produção literária. Porém, é inegável a vontade de alguns autores extravasarem, através da escrita, o que sentiram durante as restrições mais rígidas impostas pela pandemia, principalmente em 2020.

Catarse para traumas?

Mas será que os leitores querem consumir esse tipo de literatura sobre um passado tão recente? Nesse sentido, o quanto publicar livros com temáticas pandêmicas vai ajudar no entendimento do que passou? Em termos práticos, sabemos que eventos traumáticos inspiram produções artísticas. A Segunda Guerra Mundial e a ditadura militar brasileira, por exemplo, são fontes aparentemente inesgotáveis de estímulo criativo para autores e roteiristas. 

Esperar ou publicar?

Resta saber se seria ou não mais adequado aguardar um período de elaboração do luto coletivo para tocar em um tema tão sensível. Por outro lado, vivemos em uma época de extrema velocidade no consumo da informação. Sendo assim, talvez escritores devam mesmo publicar agora livros a respeito da pandemia, para demonstrar a relevância do assunto e não o deixar cair no esquecimento.

Já que, afinal de contas, em tempos de fake news e desinformação, precisamos de publicações confiáveis, para evitar que as próximas gerações caiam na conversa fiada de que o coronavírus foi uma grande conspiração mundial. Uma mentira. Uma falácia. E que as pessoas que ficaram confinadas em casa durante o ano de 2020 foram apenas covardes, e não solidárias com a saúde coletiva.

Duas sugestões de livros para refletir sobre os efeitos da pandemia

O Projeto Decamerão: 29 Historias da Pandemia A coletânea conta com nomes como Margaret Atwood, Mia Couto e Charles Yu. Os contos foram publicados originalmente no The New York Times, como uma forma de homenagem histórica a esse difícil momento enfrentado pela humanidade.  

Os impactos sociais da Covid-19 no Brasil, populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia – O livro, lançado pelo Observatório Covid-19 Fiocruz e a Editora Fiocruz, demonstra, com informações técnicas e precisas, como os efeitos de uma pandemia vão muito além da doença em si. O e-book é disponibilizado gratuitamente, na rede Scielo Books.

Imagem: Dan Counsell/Unsplash

 

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O Retrato da Miséria

Geórgia Santos
14 de outubro de 2021

O Brasil de 2021 é um país miserável. E não é um jogo de palavras, é uma realidade dura amparada por dados que mostram que mais de 116 milhões de brasileiros não têm acesso pleno e permanente a alimentos. Mas como chegamos até aqui? Por que o Brasil voltou ao mapa da fome? Nós explicamos esse caminho no documentário em áudio O Retrato da Miséria.

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O retrato da miséria é aquela foto em tom rosado em que pessoas famintas catam carcaças com restos de carne

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É aquela foto que resulta da combinação perigosa de desemprego, queda na renda e aumento no preço dos alimentos. E esse retrato mostra que a escalada da miséria e da fome durante a pandemia não é responsabilidade do coronavírus, mas de escolhas, de negação, negligência e ausência de medidas que protejam a população mais vulnerável.

OUÇA

Uma produção do Vós

Apresentação: Geórgia Santos e Tércio Saccol

Produção: Flávia Cunha, Geórgia Santos, Raquel Grabauska e Tércio Saccol

Trilha sonora original*: Gustavo Finkler

Roteiro e edição: Geórgia Santos

*Além da trilha original, também foram utilizadas melodias de domínio público

Foto original: Domingos Peixoto/ O Globo

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BSV Especial Coronavírus #74 As mentiras de Bolsonaro na ONU

Geórgia Santos
22 de setembro de 2021

Nesta semana, uma série de vergonha: as mentiras de Bolsonaro na ONU e o machismo escancarado na CPI da Covid

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O presidente Jair Bolsonaro foi responsável pelo discurso de abertura da 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Ele foi responsável, também, pela vergonha que os brasileiros passaram no evento.

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Afinal, ele mentiu. Mentiu muito

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Mentiu sobre não haver corrupção no governo, mentiu sobre o Brasil ter estado á beira do socialismo, mentiu sobre a política ambiental, mentiu sobre a economia, sobre o auxílio emergencial, mentiu sobre a pandemia, mentiu que as manifestações do 7 de setembro foram as maiores da história. E como se não bastasse, reforçou a negação da ciência ao defender o mentiroso tratamento precoce contra a Covid-19.

E a vergonha só aumenta, porque o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está quarentenado em Nova York porque testou positivo para Covid. Isso mesmo.

Por aqui, um depoente da CPI da Covid se encarregou da vergonha. O ministro Wagner do Rosário, da Controladoria-Geral da União, chamou a senadora Simonte Tebet (MDB-MS) de “descontrolada”.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

 

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BSV Especial Coronavírus #65 Entrevista com Omar Aziz

Geórgia Santos
7 de julho de 2021

Nesta semana, entrevistamos o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM). Afinal de contas, parece que há uma rede em torno de superfaturamento e propina de vacinas. E não, nós não esquecemos da rachadinhas.

Gravações inéditas apontam o envolvimento direto de Jair Bolsonaro em esquema ilegal de entrega de salários de assessores quando era deputado federal. A reportagem da jornalista Juliana Dal Piva, do Uol, traz áudios de Andrea Valle, ex-cunhada de Bolsonaro, que revela que o irmão foi demitido porque se recusou a devolver parte do salário. É a primeira vez que um ex-assessor admite o envolvimento direto do presidente. Bolsonaro fez da rachadinha um negócio de família.

Mas não nos esqueçamos que há corrupção ocorrendo AGORA, enquanto milhares morrem em função da Covid. Porque à medida que as investigações avançam, se percebe que há todo um esquema em torno do superfaturamento e da propina.

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Por isso vamos conversar com o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM)

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É treta demais. Covaxin, Davati, um dólar, Luís Miranda, Dominghetti, Reverendo, Cristiano, propina, fiscal de contrato, superfaturamento, shopping, depoimento, chopp, coronel, 400 milhões de doses, emails ignorados, servidor exonerado, servidor ameaçado. Ahhh. Só resta dizer uma coisa. Fora Bolsonaro.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol.  Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

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Desigualdade até na dor

Geórgia Santos
30 de junho de 2021

Desigualdade até na dor . a dificuldade de acesso a serviços de acolhimento e saúde mental por pessoas de baixa renda

Desde o início da pandemia de coronavírus, o número de brasileiros que sofrem de transtornos de ansiedade, depressão e estresse só aumenta. E para as pessoas de baixa renda, o sofrimento é ainda maior em função da dificuldade de acesso a serviços de acolhimento e saúde mental. O Brasil está mais triste e continua desigual, até na dor.

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BSV Especial Coronavírus #62 Motociata, Whitney Houston na CPI e tudo muito caro

Geórgia Santos
16 de junho de 2021

Nesta semana, o recorde fake da motociata, máscara como guardanapo, Whitney Houston na CPI da Covid e tudo muito caro.

No último final de semana, ocorreu uma manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro em São Paulo. Era uma manifestação de pessoas que estavam montados em motocicletas. A tal da motociata. Circulou nas redes sociais uma mensagem afirmando que a tal da motociata reuniu 1,3 milhão de veículos e entrou para o Guinness Book. Obviamente, é fake. É falso.

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Vídeo divulgado nesta segunda-feira indica que a mobilização liderada por Jair Bolsonaro reuniu pouco mais de 6mil motos
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É bastante, mas longe de um milhão. O vídeo foi disponibilizado pelo canal “Análise de vídeos”, que estudou imagens da Marginal Pinheiros por 16 minutos e indicou, inclusive a metodologia. Deu ruim.

Pra dar seguimento ao ridículo, em cerimonia no inicio da semana, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro-chefe da casa civil, Luiz Eduardo Ramos, decidiram tirar a máscara logo após o hino nacional. Ramos então deu uma nova utilidade ao acessório e o usou como um guardanapo.

Mas esta semana está demais, ainda tem o ex-governador Wilson Witzel na CPI da Covid, espalhando coisa linda no ventilador. Também conhecido como Whitney Houston, ele complicou Sérgio Moro e trouxe as milícias para o rolo da pandemia.

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O senador Flávio Bolsonaro, também conhecido por 01, não gostou
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Pensou que acabou? Não. Tem a Fundação Palmares, que se desfez de exemplares raros e mais de 5 mil livros do acervo.E ainda vamos falar na queda da renda dos brasileiros e porque o gás, a luz, a comida e tudo está tão caro.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

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Imagem original: Alan Santos/PR
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BSV Especial Coronavírus #61 Tudo é político, até o futebol

Geórgia Santos
9 de junho de 2021

Nesta semana, a gente fala de futebol, porque tudo é político, de Copa América, CPI da Covid e eleições no Peru.

Após disputas internas na CBF, está confirmada a realização da Copa América no Basil. Jogadores levantaram a voz, o técnico foi ameaçado e o presidente da CBF, Rogério Caboclo, ofereceu a cabeça de Tite ao presidente Jair Bolsonaro. O vice, General Hamilton Mourão, também meteu o bedelho. Mas nada disso aconteceu. Caboclo foi afastado por uma denúncia de assédio, mas foi o posicionamento dos jogadores que o derrubou.

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Não são jogadores revolucionários, longe disso, mas se posicionaram
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O governo federal também se posicionou, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que é um evento pequeno e que não oferece risco ADICIONAL.  Ele disse isso em novo depoimento à CPI da Covid. Enquanto isso, Bolsonaro continua mentindo a respeito da COVID, dizendo que não morreu tanta gente assim e usando dados falsamente atribuídos ao Tribunal de Contas da União. O TCU desmentiu a lorota em seguida e o presidente precisou admitir o engodo.

E ainda, as eleições no Peru. A legítima filhote de ditador, Keiko Fujimoi, foi derrotada por Pedro Castillo.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

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BSV Especial Coronavírus #60 Fora Bolsonaro

Geórgia Santos
2 de junho de 2021

Nesta semana, as manifestações contra Bolsonaro, a Copa América e o PIB.

No último sábado, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro. Milhares de pessoas que chegaram à conclusão de que ele é mais perigoso que o vírus. Milhares de pessoas que lamentam a morte de quase 500 mil outras pessoas e a destruição de quase 500 mil famílias.

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Milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra a inoperância e irresponsabilidade de um governo negacionista, que tem projeto de morte
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O presidente Jair Bolsonaro, em resposta, disse que as manifestações foram pequenas e ironizou. Pra citar uma figurinha de WhatsApp da qual eu gosto muito, banhou-se nas águas do equívoco.Bolsonaro tanto se banha nas águas do equívoco que está disposto a oferecer o Brasil para sediar a Copa América, às vésperas de uma terceira onda e do novo pior momento da pandemia no país. Copa América ou Cova América, ou Cepa América…

E ainda vamos falar do porque não podemos ficar otimistas com a alta do PIB no primeiro trimestre.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

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Imagem: montagem a partir de foto de Marcos Corrêa/PR
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BSV Especial Coronavírus #58 O depoimento mentiroso de Pazuello

Geórgia Santos
20 de maio de 2021

No episódio desta semana, o depoimento mentiroso de Pazuello na CPI da Covid. E a gente não esqueceu de Ricardo Salles.

O ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello prestou depoimento ao longo de quarta e quinta-feira na CPI da Covid, no Senado. Ele foi questionado sobre recomendações para o uso da cloroquina, sobre a demora do Brasil em adquirir doses de vacinas contra a Covid-19, sobre a falta de oxigênio no Amazonas, sobre não ter usado máscara em passeio no shopping, sobre não defender distanciamento, sobre as posturas dele mesmo e do presidente Jair Bolsonaro. E mentiu.

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Pazuello mentiu, mentiu e mentiu
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Alguns questionaram as contradições e mentiras, como o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas. Outros questionaram a competência, como o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia. Outros, questionaram a palavra de Bolsonaro, como o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá. E agora estamos aqui, para destrinchar as mentiras e as repercussões do depoimento de Eduardo Pazuello.

Sem esquecer que a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (19) uma operação que teve como alvo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por suspeitas de exportação ilegal de madeira.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

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A morte de Jesus e o Brasil de 2021

Flávia Cunha
4 de abril de 2021
O que o que o conto de Eça de Queirós tem a ver com o Brasil de 2021.
A morte de Jesus, Eça de Queirós

“– Ide! – disse-lhes ele então – vós fazeis da casa da oração uma caverna de ladrões. E com a mão violenta empurrou-os largamente, para além das colunas. Eles iam, tomados de temor. […] Eu olhava, admirado. – Quem é este? – perguntei a João, um galileu, que estava junto dele. […]  – Não o conheces tu? É Jesus de Nazaré, profeta de Galileia!”

O trecho acima é uma releitura da famosa passagem do Novo Testamento sobre os vendilhões do templo. Escrito em 1870 pelo português Eça de Queirós, o conto foi posteriormente incluído na coletânea Prosas Bárbaras. Com uma narrativa em primeira pessoa, A Morte de Jesus nos é contada pelo ponto de vista de um capitão da polícia do templo de Jerusalém. Apesar de ser o responsável por manter a ordem, Eliziel se mostra favorável à expulsão, em um domingo de Páscoa, dos que queriam transformar um local de fé em mero espaço de comércio.

Jesus contra o dízimo?

Nesse sentido, o personagem da prosa de Eça de Queirós admira aquela figura que tomou uma atitude drástica. Apesar disso, permanece com um senso crítico apurado:

“Jesus de Nazaré era-me já simpático e íntimo, pelo sentimento e pela razão. Mas o que era aquele homem? Era um simples visionário? […] Vinha ele pregar contra o imposto e contra o dízimo? 

Um rebelde antissistema

De qualquer forma, a figura de Jesus, seja ela a partir da Bíblia ou de releituras literárias, nos revela uma trajetória repleta de atos de rebeldia e críticas ao sistema. Por isso, me parece até um contrassenso que seu nome seja usado por líderes religiosos que nem disfarçam seus interesses econômicos. Dos primórdios do Cristianismo até agora, pregações repletas de ódio e intolerância foram feitas, supostamente em nome da Cristo. No contexto do Brasil da pandemia, o que observamos é uma resistência religiosa à ideia do distanciamento social para evitar a propagação do coronavírus. 

Cultos em meio à pandemia

Desde março de 2020, há uma pressão para a retomada dos cultos religiosos no país. E nesse sábado de Aleluia, os vendilhões dos templos do século 21 ganharam este presente do ministro do Supremo Tribunal Federal, Kassio Nunes Marques. A decisão, em caráter liminar, libera missas e cultos em território brasileiro, mesmo com a triste marca de 330 mil vítimas da covid-19. O ministro, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro, atendeu pedido da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos. A Anajure contestava decretos estaduais e municipais com restrições à realização de celebrações religiosas. 

Aglomeração religiosa é essencial?

Conforme Kassio Nunes Marques, “ o momento é de cautela, ante o contexto pandêmico que vivenciamos. Ainda assim, e justamente por vivermos em momentos tão difíceis, mais se faz necessário reconhecer a essencialidade da atividade religiosa, responsável, entre outras funções, por conferir acolhimento e conforto espiritual.”

A fé que fortalece interesses

O que me parece evidente é que Jesus, o revolucionário, jamais estaria alinhado aos que preferem colocar seus fiéis em risco com o objetivo de manter engrenagens religiosas em funcionamento. Quem dera houvesse bom senso dos seguidores da Bíblia para enxergar que ser cristão vai muito além de frequentar templos ou igrejas.  

Imagem: Gerd Alttman/Pixabay