BSV Especial coronavírus #63 500mil motivos para gritar Fora Bolsonaro
Geórgia Santos
23 de junho de 2021
Nesta semana, vacina superfaturada e 500mil motivos para gritar Fora Bolsonaro
Depois de o governo de Jair Bolsonaro ignorar dezenas de emails da Pfizer e recusar, inclusive, um desconto, documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo federal comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que era anunciado pela própria fabricante. O Estadão teve acesso a um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado que informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em US$ 1,34 por dose.
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Sabe quanto o governo brasileiro pagou? $15 por unidade. Pela cotação de fevereiro, o Ministério da Saúde pagou $80,70. A mais cara das seis vacinas adquiridas até agora
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Mas o escândalo da vacina superfaturada não para por aí. Porque há indícios de que o presidente Jair Bolsonaro foi alertado sobre um possível esquema. O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), irmão de um servidor do Ministério da Saúde, disse que conversou pessoalmente com Bolsonaro sobre as suspeitas de corrupção. O presidente, por sua vez, disse que levaria o caso à Polícia Federal, mas o parlamentar não teve mais retorno e as vacinas foram compradas.
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Tudo isso acontece na semana em que o Brasil chega a o terrível e trágico número de 500 mil mortos por Covid-19
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Um número que poderia ter sido evitado. Um número que é muito mais que um número. Um número que é feito de gente, de sofrimento, de famílias destruídas, de pais sem filhos, filhos sem mães, homens sem irmãs, mulheres sem amigos. E o presidente não foi capaz de dizer nada.
Jair Bolsonaro esperou dois dias para se manifestar. E apesar de dizer que lamenta as mortes, a reação aos jornalistas foi outra. Por essas e outras que no último sábado, dia 19, o país gritou FORA BOLSONARO. E nós, no Benita Sois Vós, fazemos coro.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
BSV Especial Coronavírus #62 Motociata, Whitney Houston na CPI e tudo muito caro
Geórgia Santos
16 de junho de 2021
Nesta semana, o recorde fake da motociata, máscara como guardanapo, Whitney Houston na CPI da Covid e tudo muito caro.
No último final de semana, ocorreu uma manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro em São Paulo. Era uma manifestação de pessoas que estavam montados em motocicletas. A tal da motociata. Circulou nas redes sociais uma mensagem afirmando que a tal da motociata reuniu 1,3 milhão de veículos e entrou para o Guinness Book. Obviamente, é fake. É falso.
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Vídeo divulgado nesta segunda-feira indica que a mobilização liderada por Jair Bolsonaro reuniu pouco mais de 6mil motos
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É bastante, mas longe de um milhão. O vídeo foi disponibilizado pelo canal “Análise de vídeos”, que estudou imagens da Marginal Pinheiros por 16 minutos e indicou, inclusive a metodologia. Deu ruim.
Pra dar seguimento ao ridículo, em cerimonia no inicio da semana, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro-chefe da casa civil, Luiz Eduardo Ramos, decidiram tirar a máscara logo após o hino nacional. Ramos então deu uma nova utilidade ao acessório e o usou como um guardanapo.
Mas esta semana está demais, ainda tem o ex-governador Wilson Witzel na CPI da Covid, espalhando coisa linda no ventilador. Também conhecido como Whitney Houston, ele complicou Sérgio Moro e trouxe as milícias para o rolo da pandemia.
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O senador Flávio Bolsonaro, também conhecido por 01, não gostou
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Pensou que acabou? Não. Tem a Fundação Palmares, que se desfez de exemplares raros e mais de 5 mil livros do acervo.E ainda vamos falar na queda da renda dos brasileiros e porque o gás, a luz, a comida e tudo está tão caro.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
BSV Especial Coronavírus #61 Tudo é político, até o futebol
Geórgia Santos
9 de junho de 2021
Nesta semana, a gente fala de futebol, porque tudo é político, de Copa América, CPI da Covid e eleições no Peru.
Após disputas internas na CBF, está confirmada a realização da Copa América no Basil. Jogadores levantaram a voz, o técnico foi ameaçado e o presidente da CBF, Rogério Caboclo, ofereceu a cabeça de Tite ao presidente Jair Bolsonaro. O vice, General Hamilton Mourão, também meteu o bedelho. Mas nada disso aconteceu. Caboclo foi afastado por uma denúncia de assédio, mas foi o posicionamento dos jogadores que o derrubou.
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Não são jogadores revolucionários, longe disso, mas se posicionaram
BSV Especial Coronavírus #58 O depoimento mentiroso de Pazuello
Geórgia Santos
20 de maio de 2021
No episódio desta semana, o depoimento mentiroso de Pazuello na CPI da Covid. E a gente não esqueceu de Ricardo Salles.
O ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello prestou depoimento ao longo de quarta e quinta-feira na CPI da Covid, no Senado. Ele foi questionado sobre recomendações para o uso da cloroquina, sobre a demora do Brasil em adquirir doses de vacinas contra a Covid-19, sobre a falta de oxigênio no Amazonas, sobre não ter usado máscara em passeio no shopping, sobre não defender distanciamento, sobre as posturas dele mesmo e do presidente Jair Bolsonaro. E mentiu.
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Pazuello mentiu, mentiu e mentiu
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Alguns questionaram as contradições e mentiras, como o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas. Outros questionaram a competência, como o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia. Outros, questionaram a palavra de Bolsonaro, como o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá. E agora estamos aqui, para destrinchar as mentiras e as repercussões do depoimento de Eduardo Pazuello.
Nesta semana, o tratoraço, a CPI e o STF. Reportagem do jornal Estado de São Paulo revelou um esquema montado pelo governo para conquistar apoio por meio de um orçamento secreto. No ano passado, o governo destinou R$ 3 bilhões em emendas para parlamentares do Centrão. Esses parlamentares puderam escolher onde os recursos de emendas de relator seriam aplicados. E foram aplicados inclusive na compra de tratores superfaturados. O caso foi apelidado de “tratoraço” nas redes sociais.
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Jair Bolsonaro reagiu xingando jornalistas, por isso a gente resolveu fazer um bingo de respostas prontas do presidente
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Mas como desgraça pouca é bobagem, em depoimento à CPI da Covid, o diretor presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, confirmou que houve, sim, uma tentativa de se alterar a bula da cloroquina, conforme havia alertado o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
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Falando em CPI, ainda tem as mentiras no depoimento de Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do Governo Federal, que quase saiu preso da reunião de quarta-feira
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E como se não bastasse, a Polícia Federal pediu ao STF a abertura de inquérito para investigar suspeita de pagamentos ao ministro Dias Toffoli por venda de decisões. O pedido tem como base o acordo de colaboração premiada de Sérgio Cabral. E ainda tem o jornalista colombiano Daniel Guarín, que vai explicar alguns paralelos entre Brasil e Colômbia nessa crise decorrente da pandemia.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
BSV Especial Coronavírus #52 O povo morrendo e Bolsonaro derretendo
Geórgia Santos
7 de abril de 2021
No Brasil em que morrem mais de quatro mil pessoas por dia em função da Covid-19, o presidente da República, Jair Bolsonaro, faz graça.No Brasil em que morrem mais de quatro mil pessoas por dia em função da Covid-19, o presidente da República, Jair Bolsonaro, diz que não vai ter lockdown.
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Mas o Brasil em que morrem mais de quatro mil pessoas por dia em função da Covid-19, temosos primeiros sinais de que Jair Bolsonaro pode estar derretendo, abrindo espaço para o centrão e implorando para não ser abandonado pelos fascistóides que o apoiaram até aqui
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Alguns indícios apontam para esta tendência.As já discutidas trocas nos ministérios, o fato de que Bolsonaro está atrás de Lula nas pesquisas eleitorais, os novos ministros da Saúde e das Relações Exterioresfalando “coisas normais”, e o imbróglio do orçamento, em que ele precisa agradar o Centrão. O problema é que tem santo demais pra pouca missa. E não esqueçamos que Paulo Guedes pode cair.
Tudo isso no país em que morrem mais de quatro mil pessoas por dia e a preocupação do governo é que os empresários possam furar a fila e conseguirem vacina antes dos grupos prioritários.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Por que as pessoas negam os riscos e por que elas estão erradas?
Por que só a vacina pode nos tirar desse buraco?
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As respostas a essas perguntas estão no episódio desta semana. Portanto, se você está com raiva, frustrado, cansado, ouça e passe a palavra da salvação adiante.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tercio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
BSV Especial Coronavírus #49 Ministro novo, política velha
Geórgia Santos
17 de março de 2021
A primeira morte por coronavírus aconteceu há um ano, no Brasil. E agora chegamos à marca de 280 mil vidas perdidas em função da Covid-19 no país. E o que o governo federal e o presidente da República estão fazendo? Colocando um ministro novo e fazendo uma política velha.
Pouco, ou quase nada. Depois de dizer que máscaras não funcionam, que lockdown é inútil, que não vai se vacinar, depois de recusar milhões de doses de vacinas, depois de fazer absolutamente tudo para que o vírus continue circulando, Jair Bolsonaro resolveu trocar o Ministro da Saúde. De novo.
A primeira sondagem foi com a médica Ludhmilla Hajjar, que se mostrou favorável à necessidade do lockdown regionalizado e contrária ao tratamento precoce. Ela, que já poderia parecer suspeita a uma parte da população por aceitar conversar com Bolsonaro, virou alvo da outra metade. Bolsonaristas ameaçaram inclusive a integridade física da médica, segundo ela contou em entrevista à Globonews. E qual foi a resposta do presidente com relação a isso? Que faz parte.
Se isso não é situação extrema, não sabemos o que é. Para termos dimensão da gravidade do momento, conversamos com o Dr. Alexandre Zavascki, médico infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegree professor da UFRGS, que ressalta o papel fundamental do presidente na desinformação.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
O dia a que Luiz Inácio Lula da Silva se refere é o dia em que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular as condenações do ex-presidente petista na Operação Lava Jato. Como se não bastasse, o ministro Gilmar Mendes resolveu retomar a discussão sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. No dia seguinte.
Depois de anos, Lula convocou uma coletiva para falar justamente sobre a anulação das condenações. Mas ao contrário do que muitos esperavam, o tom não foi de raiva, ódio ou ressentimentoNo pronunciamento desta quarta-feira (10), Lula mostrou uma face humana, conciliadora, que dialoga com os mais pobres, que se solidariza com os parentes dos mortos pelo coronavírus. O discurso do petista se opõe frontalmente ao de Jair Bolsonaro. Na forma e no conteúdo. Contrasta com a posição raivosa que, infelizmente, estamos habituados a ouvir. Eleva o nível do debate político e deixa de lado grosserias, ameaças, termos chulos. Mas nao se exime de críticas, pelo contrário. Acerta Bolsonaro na jugular e defende a vacina.
Lula não fala em 2022, não diz se será ou não candidato, afinal, essa decisão faz com que ele possa disputar as eleições, mas a disputa está lançada e parece que Bolsonaro entendeu o recado.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.