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BSV Especial Coronavírus #57 Tratoraço e CPI

Geórgia Santos
12 de maio de 2021

Nesta semana, o tratoraço, a CPI e o STF. Reportagem do jornal Estado de São Paulo revelou um esquema montado pelo governo para conquistar apoio por meio de um orçamento secreto. No ano passado, o governo destinou R$ 3 bilhões em emendas para parlamentares do Centrão. Esses parlamentares puderam escolher onde os recursos de emendas de relator seriam aplicados. E foram aplicados inclusive na compra de tratores superfaturados. O caso foi apelidado de “tratoraço” nas redes sociais.

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Jair Bolsonaro reagiu xingando jornalistas, por isso a gente resolveu fazer um bingo de respostas prontas do presidente
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Mas como desgraça pouca é bobagem, em depoimento à CPI da Covid, o diretor presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, confirmou que houve, sim, uma tentativa de se alterar a bula da cloroquina, conforme havia alertado o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

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Falando em CPI, ainda tem as mentiras no depoimento de Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do Governo Federal, que quase saiu preso da reunião de quarta-feira
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E como se não bastasse, a Polícia Federal pediu ao STF a abertura de inquérito para investigar suspeita de pagamentos ao ministro Dias Toffoli por venda de decisões. O pedido tem como base o acordo de colaboração premiada de Sérgio Cabral. E ainda tem o jornalista colombiano Daniel Guarín, que vai explicar alguns paralelos entre Brasil e Colômbia nessa crise decorrente da pandemia.

Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #57 Tratoraço e CPI
Imagem: Arquivo / Agência Pública
ECOO

Comissão aprova PL do Veneno – e alguns deputados não poderiam estar menos preocupados

Geórgia Santos
26 de junho de 2018

Os deputados da Comissão dos Agrotóxicos aprovaram, nesta segunda-feira, o parecer do relator Luiz Nishimori (PR-PR) sobre o Projeto de Lei 6299/02, que flexibiliza as regras para comercialização de agrotóxicos no Brasil. Em menos de dois meses de debates, o PL do Veneno avança em meio à Copa do Mundo e a portas fechadas.

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

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O tema mobilizou grupos de diferentes setores da sociedade. De um lado, representantes do agronegócio. De outro, ambientalistas e entidades ligadas ao meio ambiente e saúde

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Apesar de todo o interesse em torno do assunto, alguns deputados não estavam preocupados ou atentos ao debate. Ao que tudo indica, tinham coisas mais urgentes a resolver. Segundo reportagem do jornal O Globo, César Halum (PRB) foi flagrado enquanto se divertia e olhava a foto de uma mulher seminua no celular. Ao ser questionado, não só não assumiu a responsabilidade como respondeu com grosseria.

“É o seguinte: você abre o celular, aí os caras vão e colocam isso aí. Eu abro toda hora para ver mensagem e aí de vez em quanto vem isso aí. Também não vou olhar uma foto de macho com pau duro olhando pra mim”, respondeu à reportagem de O Globo.

Já o deputado Victório Galli (PSL-MT) se divertia acompanhando o jogo entre Portugal e Irã pela Copa do Mundo, também pelo celular. Neste caso, não houve resposta do parlamentar. Os dois votaram a favor do projeto que flexibiliza o uso de agrotóxicos. O PL do Veneno foi aprovado por 18 votos a 9 e agora segue para votação na Câmara dos Deputados. 

Os ruralistas afirmam que a proposta trata, apenas, da diminuição da burocracia no processo de certificação dos produtos. Garantem que não há risco para os consumidores. O Vós já se posicionou sobre esse assunto, que acreditamos ser um problema de saúde pública. O PL do Veneno afrouxa a regulação de agrotóxicos e pode trazer sérios riscos à saúde humana. A nossa posição não é uma questão de opinião, mas embasada nos comunicados oficiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Nacional do Câncer.

Se o projeto for aprovado no Congresso, o Ministério da Agricultura terá toda a autonomia para registrar novos agrotóxicos, sem a palavra das entidades de saúde e meio ambiente.

Confira aqui os riscos que a aprovação do PL do Veneno traz à saude.