Cantinho da Leitura #11 Os livros e as emoções das crianças
Geórgia Santos
24 de setembro de 2021
No décimo episódio do podcast Cantinho da Leitura, os livros e as emoções das crianças. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura é um podcast parceiro da Companhia das Letrinhas.
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Tristeza, alegria, raiva. Essas são emoções que todos nós sentimos ao longo da vida.
Mas, na infância tudo é mais intenso
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E os adultos às vezes ficam aflitos ao verem as crianças sem saberem lidar com as próprias emoções. Como as famílias podem ajudar? Nós mostramos que os livros infantis, tem espaço nesse processo. Também conversamos com Anelise Rocha, psicóloga clínica infantil e escolar.
Nas dicas de leitura para as crianças, Contos de Fada em geral, que são uma sugestão da nossa convidada Anelise Rocha; Mau Humor, de Charlotte Zolotow, editora Pingo de Ouro; O Jardim da Lua, de Wianna Kell, pela editora Tigrito; e Os Invisíveis, de Tino Freitas, editora Companhia das Letrinhas.
Mentiu sobre não haver corrupção no governo, mentiu sobre o Brasil ter estado á beira do socialismo, mentiu sobre a política ambiental, mentiu sobre a economia, sobre o auxílio emergencial, mentiu sobre a pandemia, mentiu que as manifestações do 7 de setembro foram as maiores da história. E como se não bastasse, reforçou a negação da ciência ao defender o mentiroso tratamento precoce contra a Covid-19.
E a vergonha só aumenta, porque o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está quarentenado em Nova York porque testou positivo para Covid. Isso mesmo.
Por aqui, um depoente da CPI da Covid se encarregou da vergonha. O ministro Wagner do Rosário, da Controladoria-Geral da União, chamou a senadora Simonte Tebet (MDB-MS) de “descontrolada”.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
BSV Especial Coronavírus #73 Terceira via entre protestos e jantares
Geórgia Santos
15 de setembro de 2021
Nesta semana, a terceira via entre protestos e jantares. Porque além do encontro de homens empoeirados, vamos falar dos protestos contra Jair Bolsonaro no último dia 12.
Afinal, a política brasileira parece estar girando em torno da terceira via, que agora ganha um reforço mofado com a entrada de Michel Temer. Em vídeo divulgado nesta semana, André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho – aquele que apoiou Bolsonaro em 2018 e prestou depoimento sobre o trio “Rachadinha, Flávio e Queiroz” – aparece imitando e ridicularizando o presidente da República em um jantar na casa do especulador Naji Nahas. A imitação de Marinho provocou gargalhadas nos convidados, entre eles, Michel Temer, o novo fetiche da terceira via; o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, o presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad; e o jornalista Roberto Dávila, da Globo News.
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Aliás, girando em torno, não, andando em círculos, porque dizem que todo mundo quer uma terceira via, mas ninguém conhece esse todo mundo. Tanto que, no último domingo, 12, os protestos que pediam uma terceira via foram um fracasso de público.
Mas pera aí, os protestos não eram contra o presidente? Em teoria, sim, mas as faixas e os pixulecos eram bem objetivos: nem Bolsonaro, nem Lula. Logo, eram manifestações pela terceira via. Tanto que vimos Dória, Ciro, Leite e Mandetta desfilando e discursando. Há quem culpe o PT pelo fracasso. Mas bora desapegar da síndrome de Power Ranger, ninguém é criança aqui. Esperar que o PT apoie uma manifestação que infla boneco do Lula vestido de presidiário é um pouco demais.
E só pra gente não ficar um episódio inteiro sem falar das barbaridades de Jair Bolsonaro, ele agora resolveu fazer carinho nas Fake News e dizer que fazem parte da vida. Disso nós já sabíamos, não é mesmo? Ainda mais depois do fiasco com os caminhoneiros na semana passada, que não acreditaram no áudio de Bolsonaro e comemoraram um falso estado de sítio. Pane no sistema, como diria Pitty.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Ativismo e Arte #2 Entrevista com Atena Beauvoir Roveda
Flávia Cunha
10 de setembro de 2021
“Primeiro, tenho que me engajar; em seguida, agir segundo a velha fórmula: ‘não é preciso ter esperança para empreender’. Isso não quer dizer que eu não deva pertencer a um partido, mas que não deverei ter ilusões e que farei o melhor que puder.”
Jean-Paul Sartre
A inspiração sartreana foi um dos motivos que fizeram a filósofa, escritora e professora Atena Beauvoir Roveda ingressar na vida política. A reflexão foi feita durante a entrevista para o projeto Ativismo e Arte. “Me inspirei em Sartre, que propôs a literatura engajada à alguma luta social, política ou popular. Afinal, a literatura quer mudar o mundo de dentro para fora. Na política, é o oposto”, analisa. Além disso, a inspiração da filosofia existencialista de Jean Paul Sartre também já virou livro: Libertê: poesia, filosofia e transantropologia, lançado em 2018.
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Engajamento e luta
No ano passado, ao refletir a respeito deste engajamento à uma luta, a escritora decidiu ir à prática política, concorrendo à vereadora, em Porto Alegre. Atualmente, ocupa o cargo de presidente municipal do PDT Diversidade. Apesar da inegável importância do tema diversidade, ela pondera que ser uma mulher transsexual não a define em todos os seus interesses e causas “As pessoas às vezes acham que por eu ser LGBT essa deva ser a minha única posição epistemológica, existencial, de produção de conhecimento”, observa, referindo-se ao ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico. “Mas se tem algo que me diferencia por ser uma mulher trans é ter a couraça mais dura”, destaca.
Essa “couraça” fez ela não recuar quando teve um livro negado por uma editora. Ao contrário, a fez querer lutar. Após a recusa do original, decidiu criar a editora Nêmesis, em 2019, para dar visibilidade a obras escritas por pessoas trans e travestis. Aliás, Nemêsis é uma escolha, no mínimo, instigante. Já que este é o nome da deusa grega da justiça redistributiva e da vingança. Mas Atena atribui um outro sentido à essa palavra, ao afirmar, em suas redes sociais, que “sua literatura é um ato de vingança: vingar a vida fazendo gerar vida”, em uma menção ao livro Contos Transantropológicos.
E, em breve, o tema política será abordado em livro. A obra A Semente Brasileira será lançada ainda em 2021. “Quero apresentar este assunto de uma forma que não nos distancie da prática. Demonstrar que a política não se prende às estruturas partidárias, já que ela se encontra também em outros espaços.” Atena considera que seu novo livro também é um convite à lucidez. “Se a gente quer uma democracia justa, plural e lúcida, precisamos agir dessa forma no nosso dia a dia”, enfatiza.
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Atena Beauvoir Roveda
Nascida em Porto Alegre-RS, é escritora, poeta, professora e filósofa. Ou como ela mesmo se define, uma livre pensadora em Educação, Cultura e Política. Idealizadora da Nêmesis Editora. Para mais informações sobre os livros e projetos da autora, acessem seu perfil no Instagram.
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Ouça o podcast com a entrevista completa
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Ativismo e Arte – Quem Faz
Uma produção Vós e F Cunha Produtora
Apresentação e produção: Flávia Cunha
Edição de imagem e concepção gráfica: Flávio Siqueira
No último Sete de Setembro, centenas de milhares de pessoas foram as ruas para defender o presidente Jair Bolsonaro. Mesmo assim, a manifestação “flopou”.
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Ué, mas a manifestação não foi grande? Foi. Mas foi grande e fracassou? Sim. Como?
Todo Dia Oito #7 Laudelina, uma lutadora que gostava de dançar
Geórgia Santos
8 de setembro de 2021
Todo dia Oito. Todo dia oito, uma história. Todo dia oito, uma mulher
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No sétimo episódio do podcast, Laudelina, uma lutadora que gostava de dançar. Ativista. Ex-combatente na Segunda Guerra Mundial. Presa pela ditadura militar brasileira. Organizadora de bailes e concursos de beleza negra.Líder sindical e pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas, Laudelina de Campos Melo fundou o primeiro sindicato da categoria.
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Pesquisa: Flávia Cunha e Geórgia Santos
Roteiro: Geórgia Santos e Flávia Cunha
Produção: Raquel Grabauska
Apresentação e edição: Geórgia Santos
Trilha sonora original: Gustavo Finkler
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Os áudios com a voz da sindicalista foram extraídos do documentário “Laudelina, Suas Lutas e Conquistas”, produzido pelo Palácio dos Azulejos e o Museu da Cidade. Você também ouviu depoimentos reais de empregadas domésticas brasileiras, que relataram as dificuldades que ainda enfrentam.
Estamos nos aproximando do 7 de setembro e começam a surgir alguns questionamentos sobre as mobilizações previstas para apoiar o presidente Jair Bolsonaro no Dia da Independência do Brasil. Será que os protestos serão volumosos ou estamos dando palco pra maluco? Será que serão antidemocráticos, como prometem, ou veremos uma espécie de reedição de 2016, com mobilizações festivas? Será que Bolsonaro ainda tem o apoio que tinha? A realidade indica que não, que ele não tem o mesmo apoio.
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Além do governo desastroso, as denúncias e evidências de corrupção começam a se empilhar sobre a família Bolsonaro
Agora é a vez da conta de luz ficar mais cara. E não é só a conta de luz. Tudo fica mais caro o tempo todo. É como se eu finalmente entendesse a matemática da progressão geométrica crescente.
Cantinho da Leitura #10 Educação ambiental para além da escola
Geórgia Santos
27 de agosto de 2021
No décimo episódio do podcast Cantinho da Leitura, educação ambiental para além da escola. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. O Cantinho da Leitura é um podcast parceiro da Companhia das Letrinhas.
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Para que tenhamos uma nova geração mais consciente sobre a importância do meio ambiente, a família precisa se envolver
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Quando a gente fala em educação ambiental, tem quem possa pensar que se trata de uma área de ensino restrita à sala de aula, mas, neste episódio, mostramos que vai além disso. A família precisa conversar sobre preservação ambiental dentro de casa e os livros infantis estão aí para ajudar dessa tarefa. Também conversamos com a educadora Fernanda Lenzi, que desenvolve um trabalho de conscientização em uma ecovila na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais.
Nesta semana, “Nova cloroquina”, cobaias humanas e a esquiva de Bolsonaro, que foi ao STF contra lei que compensa profissional de saúde incapacitado por Covid-19. Sem falar no retorno de Aras. E, sim, vamos falar das coxas do Lula.
Os responsáveis pelo experimento foram o endocrinologista Flávio Cadegiani e o infectologista Ricardo Zimerman, que depôs na CPI da Covid a convite do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), para defender o uso de medicamentos ineficazes contra o coronavírus.
E como o buraco pode ser mais fundo, o presidente Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal contra uma lei aprovada pelo Congresso que prevê compensação financeira a profissionais de saúde que ficaram incapacitados para o trabalho após contrair Covid. O argumento do Executivo é que a lei não prevê fonte de custeio para os gastos e inclui entre os profissionais de saúde assistentes sociais, pessoal administrativo e de segurança.
Pelo menos o Ministério da saúde começou a levar a sério a pandemia, um ano e meio depois, e anunciou terceira dose em idosos a partir de setembro.
Enquanto isso, o plenário do Senado aprovou novo mandato de dois anos para Augusto Aras como procurador-geral da República. Ele que foi indicado por Jair Bolsonaro. Ele passou por uma sabatina de seis horas na Comissão de Constituição e Justiça e, interessantemente, disse que não tem alinhamento com o presidente, fez críticas indiretas ao ex-procurador-geral Rodrigo Janot; e ainda criticou vazamentos, a Lava Jato e a “espetacularização” de inquéritos. Ah, e ainda falou sobre a idoneidade das urnas eletrônicas. É bobo, não.
Participam os jornalistas Geórgia Santos, Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Nesta semana, Sérgio Reis cantando onde não foi chamado, Bolsonaro despencando nas pesquisas e, principalmente, a volta do Talibã ao poder no Afeganistão. Uma situação que é MUITO diferente da do Brasil.
Por aqui, o cantor sertanejo Sérgio Reis está convocando uma manifestação com caminhoneiros e pessoas ligadas ao agronegócio para setembro. O protesto é uma mobilização A FAVOR de Jair Bolsonaro. Segundo o ex-deputado, o movimento pede a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, é claro, o voto impresso. ‘Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo’, disse.
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Ou seja, a tentativa de golpe da semana
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Mas Sérgio Reis, que podia ficar em casa cantando Menino da Porteira, não recebeu o apoio que imaginava. Inclusive, diz-se que ficou chateado com a repercussão negativa da investida, que não tem apoio nem dos caminhoneiros. Afinal, o combustível está caro.
Só Jair Bolsonaro gostou da mobilização do cantor, afinal, ele também não consegue ficar sem a ameaça da semana. Mas é só o que lhe resta, porque ele está despencando nas pesquisas. Levantamento da XP Ipespe mostra que a vantagem de Lula passou de 12 para 16 pontos. Agora, o ex-presidente aparece com 40% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 24%.
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Mas se no Brasil estamos sob ameaça, o que acontece no Afeganistão é infinitamente mais grave