Geórgia Santos

Vamos aproveitar a Copa com leveza

Geórgia Santos
2 de julho de 2018

Por que eu gosto tanto da Copa? A verdade é que eu não sei. Responder que eu gosto de futebol não é suficiente, porque eu não fico assistindo a Champions League, por exemplo, com exceção das finais e olhe lá. Aliás, não assisto muita coisa além dos jogos do Grêmio. Não sei porque gosto tanto da Copa. Mas gosto muito. E aproveito muito.

A primeira Copa de que tenho lembrança é a de 1994. Eu criança, lembro bem dos braços do Bebeto indo de um lado para outro a cada comemoração de gol, balançando aquele nenê invisível mas que todos víamos; está gravado na minha memória o rabinho estranho no cabelo  de Roberto Baggio; quem não recorda do “Vai que é sua, Taffarel!”, e daquela roupa escandalosa do goleiro? Também não preciso do Youtube para lembrar do Galvão pulando, com Pelé pendurado no pescoço, enquanto gritava “Cabô! Acabou! É Tetra! É Tetra!”. Lembro dos meus pais, geralmente discretos, pulando e celebrando e chorando. Não só eles, mas a família inteira. Os adultos pareciam entorpecidos – provavelmente estavam, eu é que não conhecia os efeitos do álcool. Mas não era só o álcool.

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Levei 20 anos para perceber aquela celebração de 94 não era como qualquer outra, mas era o desabafo de um jejum de mais de duas décadas

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Mas foi a Copa do Mundo de 1998 que me marcou. Até a final de 98, tudo o que eu conhecia em Copas era vitória. Brasil era tetra, como o Galvão não nos deixava esquecer. Nós éramos os últimos campeões do mundo, os únicos a vencer o torneio por quatro vezes. Nós éramos o Brasil. Eu não sabia o que era perder até 12 de julho de 1998.

Há 20 anos, eu pedi pra o meu pai o “V” da vitória, o xodó dos torcedores brasileiros. Era uma espécie de luva em látex para os dedos indicador e do meio, o famoso pai de todos. Era muito legal. Não ganhei, meu pai comprou um genérico, de pano, na loja de R$1.99, que era uma novidade. Ficava caindo da minha mão, porque era enorme, mas eu adorava. Pedi uma camisa da seleção, não levei. Minha mãe tinha ganho uma camiseta do Guga falsificada, igual a que ele usava em Roland-Garros, mas era horrível.  Nem aí, usei sempre. Pintei a cara com tinta guache, que secava e craquelava; enrolava o corpo em uma bandeira mal pintada; amarrava uma bandana, também no Guga, na cabeça e era só alegria. Tudo estava bem. Tinha até me conformado com a ausência do Romário.

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Aí apareceu o Zidane e eu descobri o que era perder na Copa

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Eu chorei, chorei muito. Meus pais me abraçavam, com dó. Tenho quase certeza que achavam quase divertido, embora minha cara fosse de cortar o coração. Havia uma obra nos fundos da casa e foi lá que me refugiei, aos prantos, sentada entre os tijolos. Era um pouco de drama, sim, muito antes de Neymar, mas eu estava profundamente triste. Eu não conseguia entender como o todo poderoso Brasil estava naquela situação. Como não ganhamos? Nós não ganhamos sempre? Aos dez anos, era complicado entender o tempo, não sabia o que eram 24 anos, não conseguia assimilar a dimensão daquele hiato.  

Desde aquela Copa da França, ganhamos o penta em 2002 e é isso. Em 2006, a seleção dos sonhos foi parada pela França (de novo) nas quartas de final. Em 2010 eu não sei o que aconteceu, é uma Copa que foi completamente apagada da minha memória. Já a de 2014 eu adoraria esquecer, apagar dos meus neurônios  a lembrança dolorosa do famigerado 7 a 1. E agora estamos aqui, em 2018. Estamos há 16 anos sem ganhar e eu, finalmente, compreendo a dormência do jejum de mais de uma década. 

Bah, mas como eu gosto da Copa do Mundo. Não sei porque gosto tanto da Copa. Mas gosto muito. E aproveito muito. É um momento para exorcizar demônios; para torcer;  se apaixonar;  gritar; abraçar; beijar; curtir; sorrir; cantar. É um momento para encarnar o espírito do canarinho pistola, o melhor mascote de todos os tempos; para esquecer do trabalho; esquecer dos problemas; esquecer da política; esquecer da dor.

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Vamos aproveitar a Copa com leveza. É uma válvula de escape com prazo de validade e ele já está chegando

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Não percam tempo reclamando do nosso melhor jogador, falando de alienação, xingando a geração belga, dizendo que os uruguaios são melhores que a gente, que o Messi não joga nada, que a posse de bola matou o futebol, que o Tite é chato. Aproveitem a Copa com leveza. Já nos tiraram tanto, não vamos deixar que nos tirem o prazer de torcer.

Foto de capa: Joosep Martinson – FIFA/FIFA via Getty Images

 

Voos Literários

Batalha Literária . Espanha x Rússia

Flávia Cunha
1 de julho de 2018

Hoje é domingo e é dia de futebol. E a gente tá nessa também é claro. Inspirada pelas oitavas de final da Copa do Mundo, proponho uma espécie de super trunfo de livros dos países classificados nessa fase da competição. Para a escolha das obras, criei o seguinte critério: escritores contemporâneos e ainda em atividade. Vamos às duas competidoras dessa batalha.

Represente da Espanha . María Dueñas, 54 anos

Minibiografia . A escritora espanhola era professora universitária especializada no estudo da língua inglesa até consagrar-se como uma romancista mundialmente famosa. Atualmente, suas obras já foram traduzidas para mais de 35 idiomas e é um dos destaques literários espanhóis da atualidade.

Livro escolhido para essa batalha . O Tempo entre Costuras, publicado em 2009.

Motivo da escolha: O livro retrata a guerra civil espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939, sob a perspectiva feminina. A história da protagonista Sira Quiroga é entrelaçada com acontecimentos e histórias reais, o que dá mais força ao relato.

Bônus: O enredo do livro virou uma série em 2013, com figurinos e elenco que fazem jus à obra original. Para os interessados em conferir a adaptação, o seriado está disponível na Netflix.

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Representante da Rússia . Victor Pelevin, 55 anos

Minibiografia: O escritor é um dos autores russos contemporâneos com mais representatividade mundial desde o fim da União Soviética. Com inúmeros prêmios em sua trajetória literária, sua obra é reconhecida por mesclar a cultura pop com elementos de ficção científica.

Livro escolhido para essa batalha . A metralhadora de argila, lançado em 1996.

Motivo da escolha: Os delírios oníricos em que o protagonista da obra está imerso acaba sendo a base de uma reflexão sobre os dilemas russos enfrentados com o fim do regime soviético. No fim das contas, os questionamentos apresentados no enredo são universais e servem como ponto de partida para reflexões pessoais dos leitores.

Bônus: Os delírios do protagonista são intercalados por alucinações relatadas por outros personagens. “Nada existe de verdade, tudo depende daquele que olha”, é um das frases mais emblemáticas desse livro.

Nós US

Não espere de pé para a Casa Branca cair

Sacha
13 de julho de 2017
(you can read this article in English here)

Esta semana parece ter-se confirmado o caso de colusão da campanha Trump. Ninguém menos que o filho do presidente, Donald Trump Jr., divulgou uma série de emails em que se revela disposto a receber informações ilícitas sobre Hillary Clinton vindas de agentes russos. Sem sequer considerar o que havia por trás da oferta de informação, Trump Jr. responde com um simples “adoro isso.” Adorou tanto que não lhe importava a negligência de ética em aceitar o que foi apresentado. Adorou tanto que nem tentou esconder a troca. Entre o tanto barulho após o tweet revelador, há quem o classifique como alta traição. Agora só falta ver quais serão as repercussões legais.

Voltamos uns passos. Embora a revelação dos emails seja uma evidência clara de conluio, o caso ainda não tem processo judicial pendente. Até a publicação da íntegra dos emails, a informação foi vazando à imprensa pouco a pouco. De tal modo que Trump Jr. se viu obrigado a tentar controlar os danos possíveis, publicando a informação incriminatória de vez. Por uma campanha centrada num escândalo do servidor privado dos emails de Hillary, este escândalo resulta mais surreal ainda.

Num Congresso tão ineficaz como vem sendo, não há margem para contemplar o abandono total do projeto

 

Muitos representantes republicanos negavam a ligação entre Trump e a Rússia antes do caso dos emails. Reservavam comentários sobre o caso para informação nova e concreta. Agora tendo-a em mão, muitos ainda recusam a proclamar sobre as possíveis ligações Trump-Rússia. Eis o problema.

Caso confirmado, este escândalo seria uma violação de ética e comportamento político sem precedentes nos Estados Unidos. Nem Watergate chegou a ser tão flagrante quanto o que vemos agora. Ainda assim, o estabelecimento republicano continua hesitante. O motivo? Não querem desacelerar o já lento ritmo de legislação.

Visto que o ciclo político aponta para uma perda provável do controle absoluto da legislação nas eleições de 2018, os republicanos não estão dispostos a interferir na oportunidade única que têm para passar os seus projetos de lei mais importantes. O procedimento de destituição do presidente não só parava a atividade do executivo, senão toda a agenda legislativa. Num Congresso tão ineficaz como vem sendo, não há margem para contemplar o abandono total do projeto. Nem quando a evidência se empilha.

Imagem: John evans
Nós US

Don’t Hold Your Breath Waiting for the White House to Fall

Sacha
13 de julho de 2017
(pode ler este artigo em português aqui)

This week, the Trump campaign’s collusion seems to have been confirmed. No one less than the president’s son, Donald Trump Jr., divulged a series of emails in which he appeared willing to receive illicit inside information on Hillary Clinton coming from Russian agents. Without so much as considering what might be behind such an offer, Trump Jr. simply responded “I love it.” He loved it so much that the ethical violation it represents didn’t matter. He loved it so much that he didn’t even try to hide the exchange. Amid all of the noise after the revealing tweet, some qualify it as high treason. Now all that remains is to see what legal repercussions await.

Let’s take a step back. Despite the revelation of the emails being clear evidence of collusion, the case still does not have a judicial case pending. Until the complete publication of the emails, the information was being leaked bit by bit. It was thus that Trump Jr. found himself obliged to stymie possible fallout from the case, publishing the damning information all at once. For a campaign centered on Hillary’s private email server scandal, this scandal is all the more surreal.

In a Congress as ineffectual as this one has been, there is no margin for contemplating the total abandon of its project

Many Republican representatives negated the ties between Trump and Russia before the email case. They reserved their comments on it for new and concrete information to come out. Now, having it in hand, many still refuse to acknowledge possible Trump-Russia ties. Therein lies the problem.

If confirmed, this scandal would be a political and ethics violation on an unprecedented scale in the United States. Not even Watergate managed to be so flagrant as what we’re seeing now. Yet the Republican establishment is still hesitant. Their motive? They don’t want to slow down the already crawling pace of legislation.

Given that the political cycle is pointing to a probable loss of absolute control in the 2018 midterm elections, Republicans are not willing to interfere in the unique opportunity they have to pass their most important legislative projects. The impeachment process would not only halt the executive branch, it would halt the entire legislative agenda. In a Congress as ineffectual as this one has been, there is no margin for contemplating the total abandon of the project. Not even when evidence piles up.

Image: John evans
Voos Literários

A máquina do tempo de Temer

Flávia Cunha
4 de julho de 2017

Vocês repararam que, há alguns meses, a Rússia voltou a ser notícia? Primeiro, foram as “ligações perigosas” entre o presidente norte-americano Donald Trump e o governo russo. Depois, o nosso interino por aqui, o Michel Temer, em meio à crise que ameaça sua própria permanência no governo, resolve ir até Moscou. Daí surge a volta ao passado: Temer chamou os empresários russos de soviéticos.

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Lembrando que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas acabou lá em 1991, com a renúncia do último líder soviético, Mikhail Gorbachev, em meio a turbulências políticas

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Para quem pouco conhece o panorama russo atual, sugiro a leitura do romance policial O Fantasma de Stálin, escrito pelo norte-americano Martin Cruz Smith. O ponto de partida do enredo é a suposta aparição do espírito do ex-governante Joseph Stálin pelos túneis do metrô de Moscou. Aliás, a foto que ilustra esse texto é do metrô de Moscou, conhecido como Palácio Subterrâneo. Tem paredes de mármore, teto alto, candelabros, mosaicos, esculturas e decorações em alto-relevo. Foi inaugurado justamente por Stálin, em 1935.

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Voltando ao livro, o protagonista é o investigador Arkady Renko, que acredita que o fantasma é um teatro para fins políticos, que tem como objetivo reacender uma nostalgia latente no povo russo

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O jornal britânico Daily Express, na época do lançamento da obra, considerou o enredo “um retrato visceral da Rússia moderna em todo seu esplendor e decadência”.

Confiram um trecho:

“Rumo a Tver, Arkady deixou Moscou e entrou na Rússia.

Nada de Mercedes, nem Bolshoi, nem sushi, nem mundo pavimentado; em vez disso, lama, gansos, maçãs caindo de uma carroça. Nada de belas casas em comunidades fechadas, mas chalés divididos com gatos e galinhas. Nada de bilionários, mas homens vendendo jarras na estrada porque a fábrica de cristal onde trabalhavam não tinha dinheiro para pagá-los, então pagava-os com mercadorias, fazendo de cada homem um comerciante que segurava uma jarra com uma das mãos e espantava moscas com a outra.

Para um dia de inverno, o clima estava anormalmente quente, mas Arkady dirigia o veículo de vidros fechados por causa da poeira que os caminhões levantavam. O Zhiguli não tinha ar condicionado nem rádio, mas o motor podia funcionar à base de vodca se necessário. De tempos e tempos, a terra era tão plana que o horizonte abria-se como um leque, e prado e lodaçais se estendiam em todas as direções. Uma estrada de terra se ramificava por um punhado de chalés e uma igreja que parecia um bolo de Páscoa inclinado, emoldurada por bétulas.

[…] As aldeias no caminho estavam definhando, esvaziadas pela evacuação em massa dos jovens, que iam para Tver, para Moscou ou para São Petersburgo em vez de sofrer o que Marx chamara de “a idiota vida rural”.

O contraponto interessante que pode ser feito é a leitura de outra obra do mesmo escritor norte-americano, também situada em Moscou, mas na década de 1980, em que a KGB está em plena ação. Parque Gorki fez um grande sucesso na época e foi parar nas telonas como O Mistério no Parque Gorky, estrelado por William Hurt.

E a Rússia não deve sair tão cedo das manchetes mundiais. Tirando a aproximação com Trump, ainda teremos a Copa do Mundo do ano que vem por lá. Se Michel Temer sobreviver no cargo até lá, é bom aprender que soviéticos só fazem parte mesmo é do passado.

Samir Oliveira

Um campo de concentração para gays na Chechênia: onde fomos parar?

Samir Oliveira
13 de abril de 2017
Foto: Divulgação/Presidência da Rússia

O mundo foi assombrado esta semana por uma informação que nem os piores portais de fake news conseguiriam elaborar: a de que autoridades na Chechênia estariam levando homossexuais para um campo de concentração. Na era da pós-verdade e das notícias falsas, confesso que custei a acreditar. Até que garimpei em diversos sites confiáveis e verifiquei, para meu espanto, que a notícia era verdadeira.

Contudo, a dificuldade de acesso a informações no local, devido ao bloqueio proporcionado pelo poder público na Chechênia, borra ainda mais as fronteiras entre o que é real e o que são especulações.

Por exemplo: até o momento nenhum informe soube precisar onde ficaria este campo de concentração. Mas todos são unânimes em relatar que homossexuais estão sendo perseguidos e assassinados. A maior parte das informações vem de organizações em defesa dos direitos humanos. Tudo começou quando um movimento LGBT da Rússia passou a exigir das autoridades permissão para realização de paradas do orgulho LGBT em diversas cidades do país. A “ousadia” despertou a revolta de comunidades que já são extremamente preconceituosas, deslanchando uma caça às bruxas devastadora para a população LGBT na região – a imensa maioria, aliás, ainda dentro do armário, por motivos óbvios.

?Mas o que a Rússia tem a ver com isso?

Todas as notícias sobre o assunto falham em explicar exatamente o que é a Chechênia. É uma República, mas não é exatamente um país independente. Acontece que na Federação Russa existem vários níveis de autonomia concedidos a seus territórios. Existem 83 divisões territoriais na Rússia: 46 províncias, 21 repúblicas, 9 territórios, 4 regiões autônomas, 2 cidades federais e uma província autônoma.

As repúblicas gozam de uma ampla autonomia em relação ao Kremlin. Têm seus próprios presidentes e parlamentos. Mas isso não justifica a omissão de Vladmir Putin em relação ao que ocorre na República da Chechênia.

Os últimos anos já nos deram provas o suficiente de que a Rússia, como um todo, é uma sociedade bastante conservadora no que diz respeito à população LGBT. Não causa surpresa o fato de o governo central se omitir sobre a perseguição escrachada aos gays em seus territórios.

A República da Chechênia é governada por Ramzan Kadyrov, aliado de Putin e muçulmano sunita, assim como a maioria dos habitantes da região. Não que eu ache que a culpa pelo preconceito seja da religião, muitos países possuem maioria muçulmana, seja ela sunita ou xiita, e não constroem campos de concentração para LGBTs. O Brasil é um país de maioria católica e é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Ou seja, a questão é muito mais profunda e complexa. Infelizmente visões ocidentalistas e mal intencionadas acabam manipulando os fatos para construir um discurso islamofóbico que sirva aos interesses das grandes potências ocidentais.

A própria resposta do governo local da Chechênia às acusações de que estaria perseguindo homossexuais é uma prova cabal de que algo muito obscuro ocorre na região: “Não podemos perseguir quem não existe”.

O autoritarismo de Kadyrov é notório – e não é de hoje. Em 2006, a jornalista russa Anna Politkovskaya foi assassinada em frente ao seu prédio em Moscou semanas após dar uma entrevista a uma rádio qualificando o governante chechênio como “um covarde escondido atrás de um exército”.

Resposta internacional

A comunidade internacional precisa se insurgir contra este absurdo. A construção de campos de concentração para homossexuais nos leva aos períodos mais sombrios da história da humanidade. Há relatos de que as autoridades policiais da Chechênia estariam usando o Facebook para “descobrir” quem é homossexual na região, marcando encontros com homens gays para então prendê-los.

Seria ingenuidade minha pensar que a ONU ou qualquer potência internacional adotariam medidas drásticas contra a Rússia, ela própria uma potência com assento no Conselho de Segurança. Mas é preciso, no mínimo, dar acesso aos grupos em defesa dos direitos humanos para que possam ingressar na Chechênia com plena liberdade para salvar as vidas ameaçadas pela intolerância. Para que possam oferecer aos homossexuais da região uma porta de saída daquele horror.

Foto: Presidente russo, Vladimir Putin, reunido com o presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov.
Crédito da Foto: Presidência da Rússia/Divulgação.