ECOO, Eleições

Meio ambiente . Dois candidatos não contemplam propostas para a área

Geórgia Santos
10 de setembro de 2018

É notório que o problema ambiental se agrava a cada dia que passa. Além do aquecimento global,  há o excesso de consumo de plástico e péssimos hábitos sociais e alimentares. Mas a forma como os governos conduzem as políticas públicas voltadas para o meio ambiente é determinante para o nosso futuro. E a forma como os governos NÃO conduzem as políticas públicas voltadas para o meio ambiente é ainda mais importante.

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Por isso, decidimos explorar o conteúdo dos planos de governo dos candidatos à presidência da República – disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – e compreender o nível de comprometimento de cada um e cada uma com as questões ambientais.

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Alvaro Dias (Podemos) – Plano de metas 19+1: para refundar a República!

O plano de governo de Alvaro Dias (Podemos) tem 15 páginas e traça as principais diretrizes de um projeto com 19 metas. Até pelo tamanho, não é um texto com muitos detalhes sobre a forma como cada proposta será realizada. Uma das metas é voltada para o meio ambiente e se chama  “Verde-água e saneamento 100%”.

No texto, o candidato propõe “preservação e aproveitamento integral dos biomas nacionais; proteção dos mananciais (replantio de matas em 3500 municípios); gestão produtiva dos cursos d’água e aquíferos; cumprimento do plano RenovaBio (créditos para descarbonização); e prioridade Saneamento RS 20 bilhões/ano em esgoto tratado.” 

Alvaro Dias garante, ainda, que “o meio-ambiente não pode ser negligenciado e desenvolvimentos tecnológicos devem ser utilizados para a sua preservação.” São propostas gerais e genéricas, sem um plano focado nos problemas mais graves do Brasil como desmatamento para criação de gado e produção de soja, além da exploração de reservas naturais. 

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Cabo Daciolo (Patriota) – Plano de nação para a colônia brasileira

O plano de governo de Cabo Daciolo (Patriota) não contempla o meio ambiente. Mas faz questão de dizer, em caixa alta, que “BEM-AVENTURADA É A NAÇÃO CUJO DEUS É O SENHOR”. Salmos 33:12″ Ok. 

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Ciro Gomes (PDT) – Diretrizes para uma estratégia nacional de desenvolvimento para o Brasil

O plano de governo de Ciro Gomes tem 62 páginas e lista o que são diretrizes gerais, mas não definitivas, de governo. É um projeto desenvolvimentista que tem no horizonte o fortalecimento do agronegócio, algo que, no Brasil, é um problema em si se considerarmos as atuais práticas de desmatamento e consumo de água para criação de animais e plantio de culturas sem rotação. De qualquer forma, é um dos planos mais completos e específicos no que tange ao meio ambiente e ainda prevê “prática de menores taxas de juros para aquelas que inovarem e preservarem o meio ambiente.”

No ítem “Desenvolvimento e Meio Ambiente”, o candidato dá detalhes do plano para a área ambiental reforçando que processos de desenvolvimento econômico, reindustrialização, agricultura e infraestrutura devem ocorrer de forma sustentável, preservando o meio ambiente. “A maior parte dos conflitos observados na Política de Meio Ambiente é fruto de uma oposição artificial entre dois conceitos originalmente interligados, a ecologia e a economia. Percebemos que não há falta de espaço, mas sim de ordenamento no uso e ocupação das terras.”

Ciro Gomes alerta para o fato de que os sistemas produtivos não precisam ocupar áreas vocacionadas a preservação, o que é um ponto importante para um candidato que tem Kátia Abreu (PDT) como candidata a vice, notória defensora do agronegócio e conhecida informalmente como a “rainha da motoserra”. Ele promete, então, avançar em “políticas de harmonização da preservação com a produção” por meio do desenvolvimento, no país,  de agrotóxicos específicos e menos agressivos e ao incentivo à adoção de sistemas de controle alternativos na agricultura.

O projeto ainda prevê a redução da emissão dos gases de estufa até 2020, definidas pelo Acordo de Paris, e estímulo ao desenvolvimento de ecossistemas de inovação sustentável.

Outro ponto importante é a proposta de estimular setores que possam agregar mais valor à produção a partir parâmetros de sustentabilidade. Por exemplo,  a indústria de móveis pode utilizar madeira de reflorestamento certificada e a indústria de cosméticos pode utilizar insumos vegetais em vez de químicos.

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Eymael (DC) – Carta 27: diretrizes gerais de governo para construir um novo e melhor Brasil

Em um plano de nove página, Eymael dedica um espaço ao “Meio Ambiente Sustentável”, em que promete “proteger o meio ambiente e assegurar a todos o direito de usufruir a natureza sem agredi-la”, além de “orientar as ações de governo, com fundamento no conceito de que a TERRA É A PÁTRIA DOS HOMENS.”

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Fernando Haddad (PT) – O Brasil Feliz de Novo

O plano de governo do candidato do PT tem 58 páginas e é um dos mais detalhados no que tange às propostas para os problemas ambientais, dedicando 13 paginas ao tema. Promete “garantir práticas e inovações verdes como motores de crescimento inclusivo.” No item 5 do programa, Lula propõe uma “Transição Ecológica para a nova sociedade do século XXI”. Esse item em específico contempla propostas para uma economia de baixo impacto ambiental e valor agregado por meio  inovação; políticas de financiamento e Reforma Fiscal verde; infraestrutura sustentável para o desenvolvimento; soberania energética com foco na transição para a energia renovável; diversificação da matriz de transporte; gestão de resíduos e o fim dos lixões; e produção de alimentos saudáveis, com menos agrotóxicos etc.

O programa contempla uma proposta de país em que “as práticas, tecnologias e inovações verdes vão ajudar a criar mais e melhores empregos e serão novos motores de crescimento inclusivo”, com foco no longo prazo, em uma economia justa e de baixo carbono. Além de se comprometer a cumprir as diretrizes do Acordo de Paris.

De maneira geral, o projeto do candidato do PT, seja Lula ou Haddad, considera a área ambiental estratégica para questões de saúde, saneamento e infraestrutura.  Dentre as principais propostas ainda estão a de reduzir o desmatamento e as emissões de gases do efeito estufa; a regulação do grande agronegócio para amenizar os danos socio-ambientais; promoção da agricultura familiar; e um programa de redução de agrotóxicos.Há, ainda, a promessa de adotar medidas concretas para diminuição dos impactos ambientais gerados pelo consumo de descartáveis, estimulando a mudanças de hábitos para redução de seu uso e/ou substituição por materiais biodegradáveis.

O texto do plano de governo do candidato do PT ainda foca nas conquistas dos governo anteriores de Lula e Dilma, em que houve redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estuda. Embora ignore que o agronegócio se fortaleceu nos moldes de sempre e que não houve uma política pública específica para a redução de agrotóxicos.

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Geraldo Alckmin (PSDB) – Diretrizes gerais

No texto de nove páginas, o candidato do PSDB garante que, nas Relações Exteriores, o Brasil vai defender valores como a democracia e os direitos humanos e os “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável” (ODS), servirão como referências no relacionamento externo brasileiro. Geraldo Alckmin ainda garante que a gestão da Amazônia receberá atenção especial, uma vez que o “meio ambiente e o desenvolvimento sustentável são grandes ativos do Brasil.”

Um ponto importante do programa é a garantia do cumprimento das metas assumidas no Acordo de Paris. 

O plano ainda prevê que o Brasil deve liderar a economia verde e garante que a questão ambiental será tratada de forma técnica, “evitando a politização e a visão de curto prazo que pautaram os debates ambientais.” Infelizmente, essas palavras são códigos conhecidos de ambientalistas. Especialmente quando vem de uma candidatura que tem como vice Ana Amélia Lemos (PP), defensora ferrenha do agronegócio e barreira humana quando o assunto é o meio ambiente. Além disso, o partido de Alckmin representa uma série de problemas ao meio ambiente. Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária é um exemplo disso. 

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Guilherme Boulos (PSOL) – Programa da coligação Vamos sem medo de mudar o Brasil

programa de Guilherme Boulos é o mais extenso, com 228 páginas, e é um dos que mais se dedica ao tema do meio ambiente,  recursos naturais, florestas e comunidades humanas. No item 10 do programa, Boulos fala de “Terra, Território e Meio Ambiente: um novo e urgente modelo de desenvolvimento.”

O plano dá muita importância à demarcação de terras indígenas, força da vice da chapa, Sônia Guajajara; reforma agrária e agroecológica; desmatamento zero e restauração das florestas com espécies nativas. 

Boulos afirma, no plano de governo, que é possível e necessário zerar o desmatamento em uma década em todos os biomas e apresenta uma série de medidas para que isso aconteça, como aumento da fiscalização à atividade agropecuária e à grilagem de terra e o confisco de bens associados à crimes ambientais; estabelecimento de novas áreas protegidas; o uso da tributação para o estimulo à conservação; e incentivos financeiros para aumentar a produtividade. Além disso, a União, os Estados, Municípios e o Distrito Federal não mais concederão autorizações de desmatamento das florestas nativas brasileiras.

O programa ainda prevê a proteção das águas e sistemas hídricos; a defesa dos bens comuns e dos direitos da natureza; transição energética e produtiva, visando superar o uso dos combustíveis fósseis. 

Boulos também se compromete a reduzir as emissões de gás  e a restaurar 120 mil km2 de suas florestas até 2030, conforme previsto no Acordo de Paris. 

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Henrique Meirelles (MDB) – Pacto pela confiança!

O programa de 21 páginas indica que o governo patrocinará ações que visem à defesa das riquezas naturais e do meio ambiente – particularmente na Amazônia. Henrique Meireles afirma a importância da valorização da biodiversidade e ações de proteção ao patrimônio natural.

O candidato do MDB afirma que cumprirá com as diretrizes do Acordo de Paris, elevando a participação de bioenergia sustentável, incentivando o reflorestamento e estimulando o investimento em energias renováveis.

O plano de governo de Meirelles ainda prevê programas de redução do desmatamento na Amazônia; de recuperação de nascentes e de revitalização do Rio São Francisco; e a conversão de multas ambientais em novos recursos para serem usados em programas de conservação e revitalização do meio ambiente.

É importante lembrar, porém, que o governo de Michel Temer, do qual Meirelles fazia parte, foi extremamente nocivo ao meio ambiente e  protagonizou retrocessos importantes, como o  decreto extinguindo a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia.

Jair Bolsonaro (PSC) – O caminho da prosperidade

O plano de governo de Jair Bolsonaro tem 81 páginas e não contempla propostas ao Meio Ambiente. O candidato propõe, inclusive, terminar com o ministério da área e unir com o Ministério da Agricultura, tornando a questão ambiental secundária. “A nova estrutura federal agropecuária teria as seguintes atribuições: Política e Economia Agrícola (Inclui Comércio); Recursos Naturais e Meio Ambiente Rural; Defesa Agropecuária e Segurança Alimentar; Pesca e Piscicultura; Desenvolvimento Rural Sustentável (Atuação por Programas) Inovação Tecnológica.”

João Amoêdo (Novo) – Mais oportunidades, menos privilégios

O plano de 23 páginas dá bastante destaque às questões do meio ambiente, ressaltando a “responsabilidade com as futuras gerações com foco na sustentabilidade”.  Como a maioria dos programas, também dá um grande destaque ao agronegócio, mas o que chama de um agronegócio “moderno e indutor do desenvolvimento” com uma economia de baixo  carbono. 

João Amoêdo foca na questão de que é essencial combinar preservação ambiental com desenvolvimento econômico. No longo prazo, pretende universalizar o saneamento no Brasil e promover o que chama de conciliação definitiva entre conservação ambiental e desenvolvimento agrícola.  O candidato do partido Novo também promete eliminar o desmatamento ilegal.

Dentre as principais propostas estão o saneamento e recuperação dos rios por meio de parcerias com o setor privado; aplicação do Código Florestal; avanço no cadastro ambiental rural; fim dos lixões também por meio de PPPs; ampliação da energia renovável na matriz energética e fim de subsídios à energia não-renovável.

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João Goulart Filho (PPL) – Distribuir a renda, superar a crise e desenvolver o Brasil

O plano de João Goulart Filho tem 14 páginas e vincula, inicialmente, a questão ambiental à reforma agrária. O candidato se compromete a priorizar o processo de desapropriação de todas as terras que não cumprem, entre outras coisas,  a preservação do meio ambiente.

O candidato ainda pretende rever o Código Florestal de forma a aumentar a proteção do meio ambiente e garantir a produção agropecuária, promovendo um desenvolvimento que supõe o uso racional dos recursos naturais, de forma a atender às necessidades crescentes da população e a respeitar o meio-ambiente. Segundo o programa, o capitalismo dependente brasileiro é vítima da exploração predatória não apenas da força de trabalho, mas também dos recursos naturais. Dentre as propostas estão o aumento da multa e da pena a crimes ambientais, o fim dos lixões e tratamento de esgoto. Além de fortalecer a transição para combustíveis menos poluentes. 

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Marina Silva (Rede) – Brasil justo, ético, próspero e sustentável

A área do meio ambiente é especial para a candidata Marina Silva, que tem a sustentabilidade como bandeira pessoal há muitos anos. Tanto é assim que o tema aparece já no nome do plano de governo, “BRASIL JUSTO, ÉTICO, PRÓSPERO E SUSTENTÁVEL.  O programa reforça a convicção de uma sociedade socialmente justa e ambientalmente sustentável, “que assuma o papel de líder global, principalmente no que diz respeito à qualidade de vida de sua população, ao uso inteligente dos recursos naturais.” 

O plano de Marina, com relação ao meio ambiente, foca no bem-estar animal; ciência, tecnologia e inovação; cidades sustentáveis e urbanismo colaborativo; futuro com sustentabilidade, inovação e emprego; infraestrutura para o desenvolvimento sustentável; e liderança para uma economia de carbono neutro.

O plano de governo destaca que “em nenhum outro país as condições naturais para uma transição justa para uma economia de carbono neutro são mais evidentes do que no Brasil. Temos alta capacidade para gerar energia de fontes renováveis como biomassa, solar, eólica e hidrelétrica e detemos as maiores áreas de florestas entre os países tropicais, enorme biodiversidade e a segunda maior reserva hídrica do mundo.” A partir disso, Marina propõe o alinhamento das políticas públicas econômica, social, industrial, energética, agrícola, pecuária, florestal, e da gestão de resíduos e de infraestrutura.

Marina também se compromete a cumprir as diretrizes do Acordo de Paris por meio de uma estratégia de longo prazo de descarbonização da economia com emissão líquida zero de gases de efeito estufa até 2050.

O programa ainda  prevê papel de liderança da Petrobras nos investimentos em energias limpas. “Criaremos um programa de massificação da instalação de unidades de geração de energia solar fotovoltaica distribuída nas cidades e comunidades vulneráveis.”

Vera (PSTU) – 16 pontos de um programa socialista para o Brasil contra a crise capitalista

O programa de cinco páginas de Vera Lúcia, do PSTU, não aborda o meio ambiente em específico. Mas no item três, em que fala dos “Planos de obras públicas para gerar emprego e resolver problemas estruturais”, ressalta que o meio ambiente deve ser respeitado. Também, no item sete, vincula o tema à Reforma Agrária. “Defendemos a nacionalização e estatização do grande latifúndio e do chamado agronegócio sob o controle dos trabalhadores para que definam a sua produção de acordo com as necessidades do povo e em harmonia com o meio ambiente.”

 

ECOO

#PlasticFreeJuly . 10 maneiras de evitar o plástico da rotina de higiene e beleza

Geórgia Santos
25 de julho de 2018

Ainda falta uma semana para o mês acabar. Isso significa que ainda dá tempo de participar do desafio do Julho Sem Plástico, ou #PlasticFreeJuly. Tomar a decisão de consumir menos plástico pode ser desafiador, mas é muito importante que se pense sobre esse problema. E esse movimento faz justamente isso, incentiva a refletir sobre a real necessidade do plástico em nossas vidas.

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E um dos momentos em que mais se consome plástico é justamente durante rotina de higiene e beleza

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Por esse motivo, pensamos em 10 maneiras de reduzir o consumo de plástico na hora de cuidar de si. Algumas são mudanças mais drásticas, outras mais simples. Mas todas possíveis.

  1. Utilizar xampu e condicionador em barra – se comprar direto do produtor, melhor ainda. Afinal, algumas marcas que enviam pela internet o fazem em embalagens plásticas 🙁
  2. Fazer depilação definitiva ou utilizar barbeador de metal – aquela “giletezinha” normal mistura plástico e metal e não pode ser reciclada, sem contar que tem uma vida útil reduzida;
  3. Utilizar desodorante natural – mas escolha um que tenha embalagem de vidro ou que seja em barra;
  4. Sabonete natural – da mesma forma que o xampu e o condicionador, quanto menos intermediários, melhor;
  5. Discos de limpeza reutilizável – sabe aquele disco de algodão para limpar o rosto? Então, ele vem em embalagem, né? Que tal usar disquinhos de crochê e evitar mais esse plástico na vida?
  6. Escova de dentes de bambu – a escova tradicional é um pavor, todinha feita de plástico. A de bambu é barata, biodegradável  (com exceção das cerdas) e tão boa quanto;
  7. Coletor menstrual – esse assunto é polêmico e algumas pessoas não se sentem confortáveis, mas é uma ótima alternativa aos montes de plástico dos absorventes comuns, além de ser seguro e deixar a área “respirar”. Se você é do time que não confia no coletor, experimente as calcinhas absorventes. O mesmo vale para protetores diários, que agora tem opões reutilizáveis;
  8. Hidrante caseiro – ao produzirmos os cremes hidratantes – e outros cosméticos – em casa, diminuímos o consumo de plástico e ainda tratamos bem do corpo;
  9. Talco para os pés – abandone os tubinhos plásticos e experimente fazer a mistura em casa, é bem mais barato;
  10. Bucha natural – nada melhor para esfoliar rosto e corpo do que uma bucha vegetal. É barata, natural, biodegradável e vem sem embalagem, prontinha direto da terra;

Há inúmeras outras alternativas como oleo vegetal para demaquilar; pó de café para espantar a celulite; máscara de abacate para os cabelos; mel para combater caspa e espinhas; essas são apenas sugestões para o pontapé inicial. Que tal? Ainda dá tempo de aceitar o #PlasticFreeJuly. E se não for em Julho, não tem problema. Qualquer dia é dia para embarcar em uma jornada sustentável.

Imagens: Pixabay

ECOO

#PlasticFreeJuly . vamos tentar viver sem plástico?

Geórgia Santos
2 de julho de 2018

Você já ouviu falar no Plastic Free July? Em tradução livre para o português, o Julho Livre de Plástico é um movimento global que propõe o desafio de reduzir o uso de plástico no dia a dia. A ação começou na Austrália, em 2011, com poucos participantes. Felizmente, sete anos depois já atinge milhões de pessoas em mais de 150 países. O importante crescimento possibilitou que o grupo se transformasse em uma fundação de caridade, sem fins lucrativos, que vislumbra um mundo sem lixo plástico.

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Desafio #PlasticFreeJuly

Para que as futuras gerações encontram um planeta sustentável e habitável, é imperativo que o consumo de plástico seja reduzido drasticamente. Pouco tempo atrás, falamos sobre a baleia encontrada na Espanha com 29Kg de sacolas plásticas no estômago. Para se ter uma ideia, estima-se que mais de OITO MILHÕES DE TONELADAS de plástico sejam despejadas nos mares em todo o mundo. A crise é global e os números são assustadores. A previsão é de que em 2050 teremos mais plástico do que peixes nadando nos oceanos.

Por esse motivo, foi criado o Desafio #PlasticFreeJuly. Quem aceita o desafio, aceita reduzir o consumo de plástico ao longo de todo o mês de julho, com o compromisso de seguir com os bons hábitos adquiridos. A ideia é conscientizar as pessoas para que as próximas gerações encontrem um mundo mais limpo. Aceitar o desafio é um passo importante na direção da mudança de comportamento.

A hashtag #choosetorefuse é autoexplicativa: recusar o plástico é uma escolha.  É uma escolha recusar sacolas plásticas, canudos plásticos, embalagens de comida e copos plásticos.

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Como participar do Desafio #PlasticFreeJuly

  1. Clique aqui para se inscrever. Esse é o primeiro passo. A partir da confirmação da inscrição, você receberá emails com dicas e receitas ao longo do mês de julho;
  2. Faça o Quiz do Plástico para que você saiba de onde vem o plástico que você consome, é bastante útil para começar a recusar algumas embalagens e mudar hábitos. É bastante surpreendente;
  3. Escolha qual será seu objetivo principal: evitar os plásticos que parecem encher a lixeira dos recicláveis; evitar pedir comida que venha em embalagem plástica; ou ainda escolher o caminho mais difícil e #livredeplástico, nem que seja por um dia, ou uma semana;

Gostou da ideia? A gente vai abraçar o desafio e, ao longo das semanas, vamos contar qual a parte mais difícil e, claro, dividir algumas ideias.

ECOO

Comissão aprova PL do Veneno – e alguns deputados não poderiam estar menos preocupados

Geórgia Santos
26 de junho de 2018

Os deputados da Comissão dos Agrotóxicos aprovaram, nesta segunda-feira, o parecer do relator Luiz Nishimori (PR-PR) sobre o Projeto de Lei 6299/02, que flexibiliza as regras para comercialização de agrotóxicos no Brasil. Em menos de dois meses de debates, o PL do Veneno avança em meio à Copa do Mundo e a portas fechadas.

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

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O tema mobilizou grupos de diferentes setores da sociedade. De um lado, representantes do agronegócio. De outro, ambientalistas e entidades ligadas ao meio ambiente e saúde

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Apesar de todo o interesse em torno do assunto, alguns deputados não estavam preocupados ou atentos ao debate. Ao que tudo indica, tinham coisas mais urgentes a resolver. Segundo reportagem do jornal O Globo, César Halum (PRB) foi flagrado enquanto se divertia e olhava a foto de uma mulher seminua no celular. Ao ser questionado, não só não assumiu a responsabilidade como respondeu com grosseria.

“É o seguinte: você abre o celular, aí os caras vão e colocam isso aí. Eu abro toda hora para ver mensagem e aí de vez em quanto vem isso aí. Também não vou olhar uma foto de macho com pau duro olhando pra mim”, respondeu à reportagem de O Globo.

Já o deputado Victório Galli (PSL-MT) se divertia acompanhando o jogo entre Portugal e Irã pela Copa do Mundo, também pelo celular. Neste caso, não houve resposta do parlamentar. Os dois votaram a favor do projeto que flexibiliza o uso de agrotóxicos. O PL do Veneno foi aprovado por 18 votos a 9 e agora segue para votação na Câmara dos Deputados. 

Os ruralistas afirmam que a proposta trata, apenas, da diminuição da burocracia no processo de certificação dos produtos. Garantem que não há risco para os consumidores. O Vós já se posicionou sobre esse assunto, que acreditamos ser um problema de saúde pública. O PL do Veneno afrouxa a regulação de agrotóxicos e pode trazer sérios riscos à saúde humana. A nossa posição não é uma questão de opinião, mas embasada nos comunicados oficiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Nacional do Câncer.

Se o projeto for aprovado no Congresso, o Ministério da Agricultura terá toda a autonomia para registrar novos agrotóxicos, sem a palavra das entidades de saúde e meio ambiente.

Confira aqui os riscos que a aprovação do PL do Veneno traz à saude.

ECOO

4 coisas que você precisa saber sobre o PL do Veneno

Geórgia Santos
20 de maio de 2018
Faz um exercício comigo. Imagina encher duas garrafas e meia com veneno. Falo dessas garrafas de 2L, garrafas PET de refrigerante. Agora imagina beber esses 5L de veneno. Impossível, né? Qualquer ser humano morreria. Mas e se fosse beber aos pouquinhos? Um golinho por dia? Não?
Lamento informar, mas todos os brasileiros fazem isso.

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Dados  Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que os brasileiros consomem 5L de agrotóxicos por ano. Isso porque o Brasil é líder mundial no uso de pesticidas desde 2008. Aqui, é permitido o uso de determinadas substâncias que são proibidas em países desenvolvidos, por exemplo.

Mesmo assim, há quem queira flexibilizar o uso de agrotóxicos e fazer com que pareça algo bom. No site da Câmara dos Deputados, o PL 6299/02 é apresentado como um projeto de lei que regula Defensivos FitossanitáriosChique, né. Em propagandas redes sociais afora, há quem chame de Defensivos Agrícolas. Bonito.

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O nome é bonito, mas ainda estamos falando de agrotóxicos

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O projeto de lei em questão é o famoso PL do Veneno. Nome apropriado ao teor do texto que revoga a lei que controla o uso de agrotóxicos e flexibiliza o registro, controle e fiscalização desses produto no Brasil. Na gaveta há anos, a ideia volta com toda força. Foi reativada uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados para acelerar a votação e a bancada ruralista não está para brincadeira. A saber, o autor do projeto é Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Michel Temer.

Também estão em análise outras 17 propostas, entre elas o PL 3200/15, que substitui o nome AGROTÓXICO por defensivos fitossanitários e produtos de controle ambiental.  No Twitter, o perfil @LeiDoAlimento advoga pelo que chama de Lei do Alimento Mais Seguro. Há uma página também, em que se garante que a nova legislação fará com que os alimentos cheguem à mesa com mais segurança para todos. Afirma-se que o texto do projeto prevê a proteção dos consumidores e do meio ambiente.

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Não sou ingênua sobre a necessidade do uso de agrotóxicos em produções de grande escala. O problema é que ao invés de caminharmos na direção de uma alimentação cada vez mais limpa, corremos para abraçar uma substância que está nos matando.

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A ideia de que agrotóxicos fazem mal à saúde é amplamente aceita e comprovada, tanto que o consumo de alimentos orgânicos aumenta no Brasil e no mundo. Mesmo assim, parlamentares colocam interesses econômicos acima da saúde de gerações de brasileiros, afinal, agrotóxico não se tira com água. Porém, entre o PL do Veneno e a Lei do Alimento Mais Seguro, fica difícil saber do que se trata o projeto e de que forma ele pode afetar nossa vida de fato. Por isso, vamos listas algumas questões importantes.

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1 Mudança de Nome

O projeto prevê a mudança do nome agrotóxicos para defensivos fitossanitários. Além disso, altera o nome pesticida para enfermidade endêmica que mata. O relator do projeto, Luiz Nishimori (PR-PR) disse à Agência Brasil  que o termo agrotóxico é depreciativo e que não é usado em outros países.

Quem se opõe ao projeto afirma que o risco de mudar o nome está no fato de que as pessoas podem ser enganadas com uma falsa sensação de segurança que a palavra defensivos pode oferecer.  Tanto que entidades como o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o Ministério Público Federal (MPF) publicaram notas em que demonstram grande preocupação com a aprovação do projeto. 
A Anvisa informou que a proposta não contribui com a disponibilidade de alimentos mais seguros. Portanto, “não atendendo, dessa forma, a quem deveria ser o foco da legislação: a população brasileira”. Já o MPF afirmou que a proposta é inconstitucional.
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2 Controle de Registro

A proposta exclui os ministérios da Saúde e o do Meio Ambiente do processo de análise e registro dos produtos sob o argumento de que demora de três a oito anos, o que faz com a tecnologia fique defasada. Isso significa que as atribuições ficam sob responsabilidade exclusiva do Ministério da Agricultura – eu mencionei que  autor do projeto é o atual ministro da Agricultura?

Hoje, o registro só é concedido depois de  passar também pelo Ibama e Anvisa, que analisam os possíveis danos para o meio ambiente e saúde. Ou seja, se apenas o Ministério da Agricultura analisar o produto, não há garantias de que seja seguro para o ambiente e para a saúde das pessoas que vão ingerir a substância.

Obviamente há um problema com relação à morosidade do poder público brasileiro, mas a saúde das pessoas precisa ser prioridade.

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3 Flexibilização

Hoje, a Lei dos Agrotóxicos proíbe o registro de pesticidas  mutagênicos, carcinogênicos teratogênicos. Ou seja, é proibido utilizar qual substância que cause câncer, que prejudique o desenvolvimento do feto, que gere mutações ou danos ao aparelhos reprodutor, além de danos ao meio ambiente e à saúde pública.

A nova proposta torna o conceito mais genérico, o que flexibiliza o uso de substâncias altamente perigosas.

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4 Registro temporário

O projeto advoga que se depois de 12 meses o parecer de um produto não for concedido, pode haver um registro temporário de um pesticida desde que ele tenha sido usado em, ao menos, três países. Basicamente, se as autoridades brasileiras não autorizarem o uso de uma substância, os agricultores podem usar mesmo assim, desde que tenha sido utilizado em outros lugares.

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Dados da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) mostram que quatro mil pessoas por ano sofrem com intoxicação por agrotóxicos – isso só em 2017. Sem contar os inúmeros danos a longo prazo que essas substâncias podem causar ao organismo humano e ao meio ambiente. Apesar disso, nossos parlamentares pretendem flexibilizar o uso de veneno na nossa comida. Tudo para atender ao lobby de gigantes do setor agroquímico como Bayer, Monsanto, Syngenta, Bunge, entre outras. Tudo para atender às demandas de muralistas fichados por crimes ambientais e acusações de trabalho análogo ao escravo.

ECOO

O problema do plástico é pior do que pensávamos

Geórgia Santos
29 de abril de 2018

Nós já falamos aqui sobre o mar de plástico a que estamos submetendo as próximas gerações. E se já parecia ruim, tudo indica que seja ainda pior.

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No início do ano, uma baleia cachalote foi encontrada morta com 29 quilos de plástico no estômago

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O animal media dez metros de comprimento e apareceu em Múrcia, no sul da Espanha, em uma cena que mais parecia saída de um filme de terror. Especialistas do Centro de Recuperação de Vida Selvagem El Valle encontraram, durante a autópsia, 29 quilos de sacolas plásticas de supermercado, um galão de plástico e pedaços de cordas e redes de pesca.

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Os pesquisadores concluíram que a baleia havia morrido justamente porque não conseguia expelir todo o plástico que havia engolido.

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Esse é sinal mais do que alarmante, absurdo, da quantidade de plástico que estamos jogando nos oceanos. Estima-se que mais de OITO MILHÕES DE TONELADAS de plástico sejam despejadas nos mares em todo o mundo. A crise é global e os números são assustadores. Estima-se que em 2050 teremos mais plástico do que peixes nadando nos oceanos.

Por se tratar de um material sintético, há poucos processos naturais capazes de desintegrar o plástico. Isso significa que as sacolas, canudinhos, copos e garrafas podem nadar por décadas, senão séculos. E não é algo que vai parar no estômagos de animais, somente.

Uma pesquisa realizada pela Orb Media encontrou fibras plásticas em 83% das amostras de água potável em todo o mundo. Outro estudo publicado neste ano ainda encontrou partículas de microplástico em 93% das amostras de água engarrafada (geralmente mineral). A pesquisa investigou 259 garrafas, de 19 localidades em noves países. Ao todo, testaram onze marcas diferentes. No Brasil, a marca testada é Minalba, que contém até 863 partículas de plástico por litro de água. A pior é a Nestlé Pure Life, que chega a 10390 por litro.

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O lado bom da história

Há uma série de iniciativas no mundo inteiro para reduzir a produção e consumo de plásticos. A mais conhecida é a proposta de cobrar por sacolas plásticas de supermercado, o que estimula o uso de sacolas de pano reutilizáveis. Inclusive no Brasil. O projeto de lei (PL 91/2018) que prevê a retirada do plástico da composição de pratos, copos, bandejas e talheres descartáveis foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado. A proposta é que o material seja substituído em até 10 anos por opções biodegradáveis. Só espero que não seja tarde.

Foto: Twitter / Espacios Naturales Protegidos de la Región de Murcia

ECOO

Dia da Terra – o que estamos fazendo por ela?

Geórgia Santos
22 de abril de 2018

Muito pouco.

Sim, há muitas pessoas que se dedicam a reduzir o impacto do estilo de vida contemporâneo no planeta. São pessoas corajosas que lutam em várias frentes para que os recursos naturais não se esgotem. Mas enquanto sociedade, enquanto grupo, fazemos muito pouco. E já estamos pagando por isso.

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O Dia da Terra é celebrado em 22 de abril desde 1970 com a finalidade de criar uma consciência ambiental comum, chamar atenção aos problemas ambientais.

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Naquele período surgiu a famosa narrativa de plantar uma árvore. E já nos anos 70 se falava em utilizar uma sacola de pano reutilizável no lugar de sacos plásticos. Mas em 50 anos, os problemas aumentaram muito. O que exige uma narrativa mais forte e incisiva: o planeta pode não resistir.

Precisamos mudar a maneira como vivemos de forma drástica, precisamos mudar hábitos se quisermos continuar vivos

É fundamental entendermos o aquecimento global como uma ameaça real; temos um problema gravíssimo relacionado ao consumo de plástico; estamos imersos em cosméticos e produtos de limpeza abarrotados de química; somos intoxicados com quantidades inverificáveis de agrotóxicos; estamos à mercê de um grupo político que não está preocupado com o meio ambiente; o presidente do país mais importante do mundo ironiza o ativismo ambiental.

Então, o que estamos fazendo por ela?

Muito pouco, repito. Desperdiçamos água, desperdiçamos comida, desperdiçamos energia, desperdiçamos vida

Se há uma crise, a responsabilidade é nossa e cabe a nós a recuperação. Não é fácil, mas comecemos. Comecemos com pouco, mas comecemos. Aqui tem cinco sugestões para dar esse primeiro passo e levar uma vida mais sustentável. Coragem.

ECOO

Glitter não é comida de peixe

Geórgia Santos
4 de fevereiro de 2018

Pode parecer estranho vincular carnaval e sustentabilidade, eu sei. Mas a questão é que não podemos levar uma vida mais verde apenas de segunda a sexta. A mudança de hábitos para uma rotina mais rotina sustentável pode e deve estar presentes em todos os nossos atos, inclusive no carnaval. Inclusive no glitter.

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O carnaval é um prato cheio para pôr em prática novos conceitos

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Comecemos pelo óbvio de não jogar latinhas e garrafas pelo chão, e sim em lixeiras apropriadas. Quem sabe levar o próprio copo para beber cerveja em vez de usar os plásticos descartáveis, ou aquelas canecas que ficam penduradas no pescoço para o caso de o bebum não conseguir segurar, hein.

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Mas e o glitter, hein?

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Eu já falei aqui sobre o estrago que o plástico causa no meio ambiente. E adivinha do que o glitter é feito? Pois é, de plásticos. Aqueles pedacinhos lindos e brilhosos e glamourosos e, aparentemente, inofensivos são feitos de plástico. Um material que não é biodegradável e que é pequeno demais para ser filtrado pelo sistema de tratamento de esgoto. Isso significa que aquele brilho todo que escorre pelo ralo vai parar direto nos rios e mares. Reportagem da BBC explica direitinho todo o caminho.

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Mas nós sabemos que glitter não é comida de peixe

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A boa notícia é que ninguém precisa dispensar o brilho do carnaval, porque há inúmeras opções de glitter biodegradável.  Eu confesso que nunca havia pensado nisso, até porque não costumo usar o produto. Só me dei conta desse impacto no ano passado, quando visitava a cidade de San Luis Obispo, na California. Entrei por acaso na loja da Heart´s Desire Soap Co., uma empresa local que produz cosméticos 100% naturais. Comprando alguns mimos para amigas, deparei com o glitter ecológico e percebi que o brilho tradicional deveria entrar para a lista do que não usar.

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Felizmente, ninguém precisa viajar para a Califórnia para comprar glitter seguro. Abaixo segue uma lista com algumas sugestões:

Pura BioGlitter – A Pura vai para o seu segundo carnaval com glitter biodegradável, vegano e artesanal. E o resultado fica lindo!

Shock –  A Shock é uma empresa carioca que existe desde 2016 e produz glitter biodegradável, vegano e hipoalergênico. E ainda tem a vantagem de ter filtro solar (seguro);

GLITRA – Além de produzir glitter biodegradável, a Glitra ainda investe em projetos que evitam a poluição dos oceanos por plásticos

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Imagens: Pixabay e Instagram Pura BioGlitter

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App ajuda a identificar componentes tóxicos em cosméticos e alimentos

Geórgia Santos
28 de janeiro de 2018

Uma das maiores dificuldades ao fazer a transição dos cosméticos tradicionais para os naturais é saber quais substâncias são tóxicas e quais são de baixo risco. Se o produto for 100% artesanal e natural, esse problema desaparece, afinal, é só conversar com quem fez e analisar os poucos ingredientes seguros da fórmula. Mas quando se fala em cosméticos industrializados, a situação muda de figura.

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São zilhões de substâncias com nomes confusos em latim, escritos em letra miúda e praticamente impossíveis de decifrar

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Há alguns relativamente comuns como parfum e lauril sulfato, ao menos são mais conhecidos. Mas eu, particularmente, não sei a procedência e a consequência da maioria dos componentes utilizados na cosmética industrial. E então? O que se faz nesses casos? Como avaliar as substâncias dos produtos que estão na prateleira?

Pensando nisso, a Environmental Working Group (EWG), uma organização sem fins lucrativos com foco na preservação ambiental e em um estilo de vida natural e saudável, criou um banco de dados. O EWG’s Skin Deep® mostra não apenas cada ingrediente dos cosméticos mais usados pela população em geral como ainda exibe uma classificação de toxicidade. Ou seja, ficou mais fácil saber quais produtos são mais ou menos nocivos.

O banco de dados não está disponível em português, mas é fácil consultar os ingredientes. Lembra dos nomes estranhos? Então, eles seguem um padrão internacional, então isso não muda. O único problema é que alguns produtos de marcas brasileiras não estão no cadastro. Mas aí você pode acrescentar e o programa calcula se é tóxico ou não.

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Como funciona?

Há duas possibilidades: pode ser online ou via aplicativo. A versão do site é uma barbada. É só entrar na página EWG’s Skin Deep®  e digitar, no campo de busca, o nome da marca, produto ou ingrediente.  A plataforma trabalha com a seguinte escala: 1-2 risco baixo; 3-6 risco moderado; 7-10 risco alto. Para desenvolver essa classificação, levam em conta desde riscos a alergias até câncer.

Já o aplicativo EWG’s Healthy Living tem a facilidade estar ao alcance do seu telefone. O banco de dados tem 120.000 cosméticos e alimentos e a busca pode ser feita escaneando o código de barras. O vídeo abaixo mostra como.

https://www.youtube.com/watch?v=mYIurYTifjA

E aí, vai testar? Não precisa escanear cada produto que passa pela tua mão, mas ajuda bastante. É uma boa maneira de começar a transição para cosméticos mais seguros, além de extremamente fácil.

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Não abra mão do filtro solar convencional

Geórgia Santos
21 de janeiro de 2018
Já falei algumas vezes aqui sobre abraçar a natureza para cuidar da pele, saúde e vida. Por isso, sou grande entusiasta dos cosméticos naturais. Desde produtos para o cabelo até hidratantes para o corpo e rosto. Por isso, é natural a busca por um protetor solar que não contenha os ingredientes dos quais tanto fugimos. Infelizmente, ele não existe no Brasil. Há muitas receitas espalhadas por aí que garantem proteção. Misturas de oleo de coco que fritam a pele com sabe-se lá o que.
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A questão é que um filtro solar caseiro não é seguro

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A Cristal Muniz, do Um Ano Sem Lixo, explica aqui porque nós não devemos abrir mão do filtro solar convencional. A nossa pele precisa de proteção diária contra os raios solares. Se abrirmos mão dessa proteção, ficamos expostos e sujeitos a doenças como câncer de pele. E, no final das contas, não há nenhuma garantia de que os protetores naturais são eficazes. Os óleos são extremamente volúveis à luz, não há como criar uma camada homogênea na pele, os óleos essenciais podem criar queimaduras ao reagir com os raios solares e por aí vai.
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Isso significa que posso usar qualquer filtro solar?

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Não. Há composições e composições. Alguns protetores contem substâncias mais tóxicas que outros, por isso, mesmo que não devamos abrir mão do filtro convencional, ainda podemos escolher o que contém menor quantidade de ingredientes nocivos. O site Lookaholic fez uma lista, em parceria com o grupo Cosméticos Orgânicos e Naturais, com as marcas mais seguras para a nossa saúde.

Os filtros mais seguros são

1. BB Cream Sensitive da Alva
2. Protetor Solar Infantil Muito Alta Proteção da Mustela
3. Loção Mineral Solar Eau Thermale da Avène
4. Protetor Solar Físico Sheer Physical UV Defense da Skinceuticals
5. BB Cream da Cativa
6. Protetor Solar Kids Sensitive & Pure da Nivea
*Acesse a lista completa aqui
De qualquer forma, toda e qualquer precaução que pudermos tomar com relação ao sol é válida. Por isso, lembre-se de não pegar sol entre 10h e 16h; use chapéu, óculos com FPS, roupas leves e compridas; e reaplique o filtro solar a cada duas horas.