Cléber Grabauska

Maradona entre o céu e o inferno

Cléber Grabauska
26 de novembro de 2020

Eu não sei se Maradona vai para o céu ou para o inferno. Caso seja enviado ao Paraíso, certamente fará reivindicações e reclamará da rotina e dos horários. Assim como fez na Copa de 1986, quando encarou os cartolas da FIFA afirmando que era desumano obrigar os jogadores a atuarem ao meio-dia do escaldante verão mexicano. Não é coincidência que Maradona só batia com a esquerda. Caso vá para o outro lado, porém, talvez aceite sem contestações, afinal, Maradona sempre foi pouco convencional.  Mas se não gostar, também vai dar um jeito. Provavelmente com um maravilhoso drible no capeta – uma “gambeta” como dizem os argentinos. Uma gambeta no capeta e sairá de lá dando risada e dançando daquele jeito estranho e engraçado com que costumava bailar.

Eu não sei se Maradona vai para o céu ou para o inferno. Mas sei que ele nunca teve medo.  Desafiou muito mais que adversários. Desafiou as regras dentro e fora de campo, desafiou a gravidade, desafiou a divindade e a humanidade. Desafiou a todos. E para desgosto dos conservadores, também desfilou. Desfilou ao lado de Fidel Castro com a tatuagem de Che em um braço, um boné verde oliva na cabeça e um charuto na boca.

.

Durante muito tempo, brasileiros e argentinos discutiram quem era maior: Pelé ou Maradona. Mas isso não importa, agora. Aliás, as duas coisas que mais me sensibilizaram sobre Maradona foram ditas por brasileiros.

Uma delas pelo Careca, o “Carecôni”, que tinha seus gols do Nápoli narrados nas animadas manhãs do campeonato italiano pelo Silvio Luiz. O Careca foi um monstro e só não foi maior porque uma lesão o tirou da Copa de 1982 quando seria titular no lugar do Serginho. E esse brasileiro, que fez dupla com el pibe de oro no Napoli de 1986 até 1981, disse que Maradona foi o maior que ele viu jogar. E  nessa comparação com Pelé, ele não vestiu a amarelinha: “Pelé era mais completo, praticamente perfeito. Sabia chutar de direita, de esquerda e cabecear. Maradona era fantástico, um cara de circo. O que ele fazia com uma perna só era brincadeira. Ele não tinha perna direita e não sabia cabecear. Então, imagina se ele tivesse tudo isso”.

Já Casagrande enxerga o outro lado da vida do argentino. Casão também conhece o pesadelo da dependência química e se emocionou durante um depoimento ao vivo no dia da morte de Maradona. Por perceber que o argentino passou pelo mesmo que ele e teve uma trajetória brilhante e gigantesca mutilada: “Eu me tratei e sempre fiquei revoltado com quem estava ao redor dele, porque quem está do lado dele, está vendo que está indo para o fundo do poço, se destruindo. E ninguém fez alguma coisa para evitar o que aconteceu hoje. Para mim, é muito duro. Fico chocado pela perda de um grande jogador, por um cara que eu conheci, gostava muito e por ser um dependente químico.”

.

Eu não sei se Maradona vai para o céu ou para o inferno. Talvez transite entre os dois como fez em vida. Afinal, ele esteve no paraíso quando venceu a Copa do México marcando o gol com a mão de Deus. E o inferno ele viu quando a performance de alto nível foi encurtada por causa das drogas.  De todo modo, o rei Pelé parece ter a resposta:

“Um dia, eu espero que possamos jogar bola juntos no Céu”, disse ele.

.

Eu não sei, mas espero que ele esteja em um lugar especial reservado aos gênios do futebol. Talvez um lugar em que possa encontrar Garrincha, o anjo das pernas tortas que sucumbiu ao álcool. Um lugar em que possa encontrar Cruijff, que morreu em função de um câncer no pulmão por causa do cigarro. E Puskas, que não sei se tinha algum vício delirante, mas, certamente, como bom húngaro, gostava de uma vodka ou de um bom charuto. Espero que ele os encontre em um lugar reservado aos semideuses que só não foram perfeitos porque eram humanos. E que bom que eram humanos. De outra forma,  não seriam eles.

Como disse Victor Hugo Morales após narrar o segundo gol de Maradona contra a Inglaterra na Copa de 1986: “Obrigado, Deus, pelo futebol, por Maradona e por essas lágrimas.”

.

*Montagem com foto de David Cannon/Allsport/Getty Images/Hulton Archive

ECOO

Não abra mão do filtro solar convencional

Geórgia Santos
21 de janeiro de 2018
Já falei algumas vezes aqui sobre abraçar a natureza para cuidar da pele, saúde e vida. Por isso, sou grande entusiasta dos cosméticos naturais. Desde produtos para o cabelo até hidratantes para o corpo e rosto. Por isso, é natural a busca por um protetor solar que não contenha os ingredientes dos quais tanto fugimos. Infelizmente, ele não existe no Brasil. Há muitas receitas espalhadas por aí que garantem proteção. Misturas de oleo de coco que fritam a pele com sabe-se lá o que.
.

A questão é que um filtro solar caseiro não é seguro

.
A Cristal Muniz, do Um Ano Sem Lixo, explica aqui porque nós não devemos abrir mão do filtro solar convencional. A nossa pele precisa de proteção diária contra os raios solares. Se abrirmos mão dessa proteção, ficamos expostos e sujeitos a doenças como câncer de pele. E, no final das contas, não há nenhuma garantia de que os protetores naturais são eficazes. Os óleos são extremamente volúveis à luz, não há como criar uma camada homogênea na pele, os óleos essenciais podem criar queimaduras ao reagir com os raios solares e por aí vai.
.

Isso significa que posso usar qualquer filtro solar?

.
Não. Há composições e composições. Alguns protetores contem substâncias mais tóxicas que outros, por isso, mesmo que não devamos abrir mão do filtro convencional, ainda podemos escolher o que contém menor quantidade de ingredientes nocivos. O site Lookaholic fez uma lista, em parceria com o grupo Cosméticos Orgânicos e Naturais, com as marcas mais seguras para a nossa saúde.

Os filtros mais seguros são

1. BB Cream Sensitive da Alva
2. Protetor Solar Infantil Muito Alta Proteção da Mustela
3. Loção Mineral Solar Eau Thermale da Avène
4. Protetor Solar Físico Sheer Physical UV Defense da Skinceuticals
5. BB Cream da Cativa
6. Protetor Solar Kids Sensitive & Pure da Nivea
*Acesse a lista completa aqui
De qualquer forma, toda e qualquer precaução que pudermos tomar com relação ao sol é válida. Por isso, lembre-se de não pegar sol entre 10h e 16h; use chapéu, óculos com FPS, roupas leves e compridas; e reaplique o filtro solar a cada duas horas.