Muitas vezes me pego pensando no quão boa é a vida que meus filhos têm. Eles são realmente privilegiados. Muito. Tem um tanto disso que é sorte, tem um tanto que é decisão nossa como pais, tem um tanto que é da vida. De vez em quando eu dou choques de realidade.
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Esses dias um deles começou a dar meu discurso sobre as pessoas que não tem comida ou oportunidade. Eu comecei e ele foi falando junto e disse: tu sempre diz isso, mamãe.
Eu falei: sempre digo e sempre vou dizer.
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Eu recebi muito amor quando era pequena. Tive uma mãe muito amorosa. Meu pai era uma pessoa dura. Do seu jeito, mostrava que se importava conosco, mas a dureza era constante. Já o amor da mãe transbordava, e isso era quase tudo que eu precisava. Passamos por bastante privação, tive poucas oportunidades de fazer programas legais em família, passeios e outras coisas que todos deveriam poder. Quando vejo meus filhos Tendo a vida que têm, fico com o coração cheio. Eles têm uma vida linda. Imagino que as lembranças da infância serão incríveis.
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Eles têm pais amorosos e presentes. Somos pais privilegiados também. Um tanto de sorte, um tanto de opção nossa. Uma série de fatores que nos fazem felizes por estarmos juntos
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Mas me preocupo e até me assusto quando eles estão descontentes. A vontade que tenho é de contar o que vivi, que não foi fácil, porque foi comigo, fui em quem sentiu. Mas que não é nada comparado ao que se vê por aí. Parâmentro é tudo. Não quero assustar, mas quero que saibam a vida linda que têm.
Sei que posso tentar fazer o melhor, que nunca vai ser o suficiente. Eles vão sempre ter do que reclamar. Assim como eu fiz com minha mãe. A semana toda passei cantando essa música.
Gosto mais da versão na voz da mãe dela, mas achei pertinente ser a filha cantando..







