Sempre que viajamos priorizamos os programas que serão possíveis para os nossos filhos. Eles têm sorte por terem pais que não gostam de shopping. Brincadeiras à parte, gostamos de nos divertir vendo eles se divertirem. Agora que estão crescendo, temos conversado a respeito de vermos coisas diferentes, ter outras experiências, novas vivências.
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Uma das coisas que testamos foi levá-los nas férias que passamos em Montevidéu para uma visita guiada ao Teatro Solis
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Aproveitamos que meu irmão, minha cunhada e sua mãe estariam junto – para caso precisássemos amordaçar os guris, digo, caso precisássemos de apoio. Confesso que entrei meio sem respirar. A guia falava em um espanhol mega rápido, estava bastante quente dentro do prédio, ocasionando um festival de tirar roupas. Era muita explicação. Andamos por umas salas e tudo ia bem. Me emociono sempre que conheço um teatro novo. Ter essa experiência com meus queridos foi ainda mais emocionante.
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Quando entramos no majestoso teatro, desconfiança
O mais velho disse: não vai ter peça, né?
Eu disse que não, que iríamos só conhecer
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Estávamos ouvindo a explicação da guia quando alguém dá um grito no teatro. Um dos guris estava comigo e o meu marido e o outro mais atrás com os tios. Eu gelei, suei, tremi até perceber que não era da minha prole que tinha saído o som. Uma pequena apresentação surpresa para alegrar a visita ao teatro. A encenação percorreu a plateia.
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Claro que o ator parou ao lado do meu filho para o qual eu tinha dito que não teria peça
Claro que em dois segundos meu filho estava ao meu lado
Quase ao mesmo tempo ouvi o mais novo: é muita conversa! Porque eles não apresentam lá em cima? (Apontando para o palco)
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Tudo isso durou uns 5 anos (contagem de tempo de mãe em perigo) ou 3 minutos em contagem de tempo de pessoas em situações normais de pressão e temperatura. Quando saímos, todos que estavam na visita estavam parados no saguão e meu filho disse: eu prefiro o teatro da mamãe. Um oinnnnn coletivo e uma mãe com sorriso bobo feliz. Os guris estão crescendo.



