Cantinho da Leitura #28 Como ensinar solidariedade às crianças
Geórgia Santos
7 de julho de 2023
Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, o assunto é solidariedade. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós.
Vamos falar sobre caminhos para que crianças e também adolescentes se tornem mais solidários. E para abordar esse tema tão urgente em uma sociedade desigual como a que temos no Brasil, recorremos não a uma mas a duas entrevistadas. Uma delas é a assistente social Carla Fernanda Pires, pós-graduada em Saúde Pública e Saúde Mental e Assistente Social voluntária no projeto Mãos de Mães, do CQM+, ação de geração de renda para mulheres desempregadas desenvolvida pelo grupo artístico Cuidado que Mancha, aqui de Porto Alegre.
Em uma entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a democracia é relativa. Mas a gente entende que não se conseguiu conversar sobre isso de maneira adequada, sensata ou racional.
E outros exemplos talvez tenham mostrado que os brasileiros tem pensado – ou tuitado – com o fígado. O jogador Luan foi ameaçado e espancado por torcedores do Corinthians enquanto estava em um motel. E houve quem defendesse os agressores. Na sequência, um comercial da Volkswagen mostrou Maria Rita e Elis Regina cantando Como Nossos Pais lado a lado, graças à inteligência artificial. De repente, todo mundo tinha uma opinião sobre, inclusive, o que a cantora faria se estivesse viva.
Parece que a gente não tá conseguindo conversar. Bora tentar? Ah, e tem um cara inelegível pra trazer uma leveza ao episódio.
Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Há dez anos, eclodia um dos principais ciclos de protesto da história da democracia brasileira. As Jornadas de Junho de 2013 são um marco na política do país. Um divisor de águas, podemos dizer. O que começou com um protesto pela redução no preço da passagem do transporte público culminou em uma das maiores mobilizações populares que o Brasil já viu.
A essa altura, já sabemos que não foi apenas por 20 centavos, mas há muito a entender. Os protestos fizeram bem pra o país? Ou foram responsáveis por todo o mal do mundo? Aqui, a gente acredita que não foi nem uma coisa, nem outra. Mas reconhecendo que é um assunto complexo – e com a intenção de cultivas essas complexidades -, vamos dedicar dois episódios ao tema.
Na semana passada, a gente trouxe uma análise técnica sobre as Jornadas de Junho. Conversamos com o professor Marcelo Kunrath Silva, do departamento de Sociologia da UFRGS. Agora, a gente vai contar pra vocês das nossas experiências pessoas em lados diversos. Cobrindo, reportando, estudando e, ainda, o lado de quem estava dentro do governo.
Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Há dez anos, eclodia um dos principais ciclos de protesto da história da democracia brasileira. As Jornadas de Junho de 2013 são um marco na política do país. Um divisor de águas, podemos dizer. O que começou com um protesto pela redução no preço da passagem do transporte público culminou em uma das maiores mobilizações populares que o Brasil já viu.
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A essa altura, já sabemos que não foi apenas por 20 centavos, mas há muito a entender
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Os protestos fizeram bem pra o país? Ou foram responsáveis por todo o mal do mundo? Aqui, a gente acredita que não foi nem uma coisa, nem outra. Mas reconhecendo que é um assunto complexo – e com a intenção de cultivas essas complexidades -, vamos dedicar dois episódios ao tema.
Na semana que vem, a gente vai contar pra vocês das nossas experiências pessoas em lados diversos. Cobrindo, reportando, estudando e, ainda, o lado de quem estava dentro do governo. Mas antes disso, a gente traz uma análise técnica sobre as Jornadas de Junho. Vamos conversar com o professor Marcelo Kunrath Silva, do departamento de Sociologia da UFRGS.
E já que o dia pede, vamos falar sobre a indicação e sabatina de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, o assunto é Rita Lee. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós.
O legado imenso de Rita Lee para a Arte vai além da música. Muito se tem falado sobre as autobiografias da artista, mas a incursão de Rita na literatura infantil não é tão comentada. E é por isso que a gente vai fazer uma justa homenagem à também escritora Rita Lee.
Nos últimos dias, as atenções estiveram voltadas à atuação do Congresso Nacional. Primeiro, com a boiada passando, quando os deputados aprovaram a urgência do PL que discute o famigerado Marco Temporal, inclusive com votos do PT de Lula, e uma comissão mista aprovou textos que desidratam ministérios, inclusive do Meio Ambiente.
E agora com a aprovação do próprio PL-490. Um projeto controverso e inconstitucional até que o STF determine o contrário. Segundo a tese jurídica do Marco Temporal, os povos indígenas têm direito de estar apenas nas terras que já ocupavam em 1988 – e comprovar isso. Mas a questão a se discutir, ao fim e ao cabo, é oimenso poder de Artur Lira, que até ameaçou a base governista.
Para entender melhor esse turbilhão institucional, conversamos com o cientista político Augusto Neftali de Oliveira, professor da PUC-RS.
Apesar da instabilidade na relação entre Legislativo e Executivo, o presidente delega a tarefa de negociar com um Congresso em que tem absoluta minoria ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, enquanto foca na política externa.
Lula reuniu dez chefes de Estado em Brasília nesta semana para falar de integração na América do Sul, em mais um passo para retomar o protagonismo do Brasil no cenário internacional. Até aí, tudo bem. Porém, um dia antes, formalizou o restabelecimento de relações diplomáticas com a Venezuela, recebeu Nicolas Maduro no Palácio do Planalto e minimizou a tragédia do país, dizendo que era uma questão de narrativa.
A manifestação de Lula repercutiu mal entre os outros presidentes que participariam da reunião de cúpula e em diversos setores da sociedade civil e da imprensa. Como resposta, Lula reforçou a defesa a Maduro.
Mais tarde, a jornalista Delis Ortiz, da Rede Globo, afirmou ter sido agredida pela segurança de Maduro e por agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional. Em nota, o governo federal afirma que o GSI abriu sindicância para investigar a agressão.
Apresentação de Geórgia Santos e participação de Marcelo Nepomuceno e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Bendita Sois Vós #81 A força de Vini Jr e um pouco de lavajato
Geórgia Santos
24 de maio de 2023
Nesta semana, a gente passa pela graça de quem quer pular da barca lavajatista, mas também fala de algo que não tem graça nenhuma, o racismo contra Vinícius Júnior.
O jogador do Real Madrid vem sendo vítima de ataques racistas há algum tempo. Constantemente. Violentamente. E o problema escalou de tal forma que tornou a desumanidade dos atos explícita, obscena. No último domingo, durante um jogo contra o Real Madrid de Mini, torcedores do Valência não economizaram nas ofensas racistas. O jogador reagiu. Foi expulso.
No mesmo dia, o jogador reagiu também nas redes sociais, dizendo que não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. Segundo ele escreve no texto, o racismo é normal na La Liga. “A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país racista.”
E é interessante que o Vini fale do Brasil, porque o Brasil reagiu. De torcedores ao presidente da República, passando por uma homenagem no Cristo Redentor. Será que nós estamos mesmo à frente? Afinal, no mesmo final de semana, o goleira do Ypiranga de Erechim, Caíque, também sofreu um ataque racista. Aqui, no nosso país. Pois a gente perguntou isso para o Marcelo Carvalho, coordenador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que também falou sobre a luta antirracista no futebol e a representatividade do caso Vini Jr.
Enquanto isso, na política brasileira, novidades no front lavajatista
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O juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, foi afastado cautelarmente depois que uma investigação apontou que ele teria acessado um processo com o contato do filho de Marcelo Malucelli, desembargador afastado da operação, e feito uma ligação a João Malucelli, sócio do senador e da esposa dele em um escritório.
O afastamento de Appio foi celebrado pela bolha lavajatista, que estava prestes a implodir depois da cassação de Deltan Dallagnol.
Tanto que o senador Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz da Operação Lava Jato, falou em entrevista ao Estúdioi, na GloboNews, que Eduardo Appio foi revanchista em suas ações. Era uma entrevista para lavar a alma. Pra quem não lembra, no final de março, Appio enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a acusação do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava Jato, de que havia ocorrido extorsão por parte de Moro. Uma entre várias rixas. Mas a entrevista que poderia ser a redenção rendeu mais memes do que frutos.
A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno participa do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Bendita Sois Vós #80 Chuva de CPIs e a cassação de um deputado aí
Geórgia Santos
17 de maio de 2023
Nesta semana, chuva de CPIs. E a cassação de um deputado, aí.
Depois do sucesso – de audiência – da CPI da Covid, o Brasil testemunha agora uma chuva das famigeradas Comissões Parlamentares de Inquérito. Acertei no Plural? Algumas muito recomendadas, outras com pouco ou nenhum fundamento e ainda as que já nascem sem futuro.
Nesta semana, apenas, a Câmara está às voltas com a CPI das Apostas Esportivas – na categoria das muito recomendadas; com a CPI do MST, na categoria das sem fundamento; e com a CPI das Americanas, que já nasce morta, tadinha. Isso sem falar na CPI do Golpe, que ninguém mais sabe se quer.
A gente conversa, então, sobre as possibilidades de cada CPI e sobre a imensa chance de a oposição dar um tiro no pé ao mirar no Movimento dos Sem-Terra. Afinal, a tentativa de virar o jogo sobre o oito de janeiro já não está funcionando e toda a semana é uma lapada diferente de Flávio Dino e outros membros do governo.
E a cereja do bolo é a surpresa da terça, que foi quase um sextou. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, o pedido de cassação do mandato de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado, segundo a rápida Wikipédia. Mas eterno fazedor de Power Points. E ainda tem depoimento do Bolsonaro. E baixou o preço da gasolina e do gás.
A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno participa do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, o assunto é sobre maternidade real. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós.
Esse episódio é especial para as mães que nos escutam e para todo mundo que quer aprender como respeitar a maternidade alheia. Dizem que quando nasce uma mãe, nasce junto a culpa. Mas a maternidade pode e deve ser encarada de outra forma por mulheres e pela sociedade em geral. Para isso, vamos ter o suporte dos livros, claro, além da palavra de uma especialista.
A entrevistada é Emilia Xavier Londero, psicóloga, psicoterapeuta e assessora parental, especialista em Terapia Sistêmica de Família, Casal e Indivíduo pelo CEFI, (Centro de Estudos da Família e do Indivíduo), integrante do Núcleo de Parentalidade do Infapa (Instituto da Família de Porto Alegre). Consultora em Amamentação e mãe do Gabriel, de 4 anos.
Dicas da Flávia: Segredo, de Raquel Matsushita e Vana Campos, da editora Cachecol; Mamãe tem medo, de Beatrice Masini, da editora Pulo do Gato; Quando mamãe virou um monstro, de Joanna Harrison, da editora Companhia das Letrinhas.
Nesta semana vamos falar do famigerado PL 2630/2020. O PL das Fake News, ou PL… não, esse último apelido, não. E ainda a operação da PF contra Bolsonaro em função de fraude no cartão de vacinação.
O PL 2630/2020 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O projeto é de autoria do senador Alessandro Vieira (PSDB) e tem o deputado Orlando Silva (PCdoB) como relator. A votação do polêmico PL das Fake News estava marcada para essa terça, 02, mas foi adiada depois de forte pressão das big techs, entre outras coisas. O texto foi bastante alterado ao longo dos últimos tempos, também após discussões entre diversas entidades da sociedade. Ele torna crime a promoção ou financiamento de divulgação em massa de mensagens com conteúdo mentiroso por meio das chamadas contas-robôs.
Além disso, estabelece que provedores tenham representação por pessoa jurídica no Brasil; sejam responsabilizados por conteúdos cuja distribuição tenha sido impulsionada por meio de pagamento; que as plataformas digitais mantenham regras transparentes de moderação; exige a retirada imediata de conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes; determina que conteúdos jornalísticos deverão ser remunerados; além da extensão da imunidade parlamentar às redes sociais.
A proposta começou a tramitar no Congresso em 2020 e chegou a ser aprovada pelo Senado no mesmo ano. Mas parou na Câmara. Desde então, o relator tem trabalhado na construção de um texto que seja palatável para a maioria das bancadas. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que havia maioria para aprovação da proposta, mas o clima não foi favorável e a votação foi adiada.
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Os dias que antecederam a data marcada para a votação foram marcados por um forte embate, especialmente depois que as big techs entraram na jogada
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Google e outras grandes empresas de tecnologia se empenharam em um lobby intenso contra o projeto. Ao mesmo tempo que grandes veículos de comunicação também se empenharam em defender a proposta. Além, é claro, da disputa de narrativas justamente nas redes sociais. Na arena de apoiadores de Lula versus Bolsonaristas, temos os governistas defendendo o projeto de lei e os apoiadores de Bolsonaro tentando derrubar a proposta. Quem diria, google e igrejas evangélicas do mesmo lado.
Pra não dar palpite furado, nós convidamos o professor Marcelo Träsel pra participar do episódio de hoje. Träsel é professor do departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Mas não para por aí, porque estamos gravando em um grande dia. Na quarta-feira, 03, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os agentes ainda prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos. Suspeita é que grupo tenha agido para fraudar cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e assessores.
A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno participa do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.