Voos Literários

Milton Ribeiro está preso! E não está…

Flávia Cunha
22 de junho de 2022
O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, anuncia o relatório final do Grupo de Trabalho da reestruturação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, está preso desde a manhã desta quarta-feira por suspeita de corrupção. Mas um homônimo da área da Literatura encara com muito bom humor a infeliz coincidência de compartilhar o nome com uma figura tão emblemática dos defeitos do governo Bolsonaro. Nesta quarta-feira, não foi diferente e ele resolveu publicar no Twitter uma “nota oficial” sobre não estar preso.

Iguais apenas no nome

Porém, é bom explicar aos desavisados: o Milton Ribeiro livreiro e escritor em nada se assemelha ao seu xará, envolvido em suspeita de liberação irregular de verbas, em um esquema que envolveria dois pastores e até propina em ouro

Desde que o Milton pastor assumiu o cargo, em julho de 2020, o Milton dos livros ganhou junto a carga de ser hostilizado nas redes sociais por quem é de esquerda. Uma ironia do destino, já que o homônimo do ministro é contrário a Bolsonaro desde 2018 e não esconde isso nas redes sociais.

Falando com o homônimo que interessa

Em entrevista à coluna Voos Literários, Milton Ribeiro comentou que logo que o ministro assumiu o governo, sua reação foi de incômodo. Mas, com o tempo, foi aprendendo a lidar com a situação. 

“Depois que o xará entrou no governo, todos os dias no twitter @miltonribeiro recebia aplausos e críticas. Em um primeiro momento, eu sempre negava ser o ministro. Depois, comecei a me divertir.”

Entre os momentos cômicos, Ribeiro cita que respondia a apoiadores do governo com comentários como “Fora, Bolsonaro”, o que provocava perplexidade. A confusão era tão recorrente que seu perfil no twitter chegou a ser marcado em publicações do Ministério da Educação. Então, o Milton que não é pastor aproveitava para fazer críticas ao governo, o que gerava espanto por parte dos seguidores.

A ressalva aos militantes de esquerda também era continuamente necessária, já que muitos não compreendiam que aquele perfil não era do integrante do primeiro escalão do governo.

“Em determinadas situações, aproveitei a visibilidade para abordar temas que achava importantes, como a descriminalização do aborto. Também aproveitei para fazer publicidade da Bamboletras e dos livros que vendemos lá. No final, consegui enxergar como cômica essa coincidência”, explicou. 

Tempos cinzentos em busca de esperança

E convenhamos que só recorrendo mesmo a um pouco de humor e à Arte para a gente suportar tantas e tantas desgraças nesse Brasil bolsonarista. Um país com uma população cada vez mais sofrida, que precisa lidar com a dor de assassinatos de quem defende causas nobres. Suportar crianças coagidas a manterem a gravidez decorrentes de estupros. Se compadecer com pessoas LGBTs atacadas diariamente por simplesmente existirem, entre outras barbáries. 

Por isso, aproveitamos a dica de leitura do Milton Ribeiro que realmente nos interessa, o que ama os livros, e não o que exalta armas e conservadorismo (hipócrita). Sendo assim, também recomendamos Carcereiros, de Drauzio Varela. A obra trata do cotidiano dos agentes penitenciários a partir do olhar sensível de quem também vivenciou o cotidiano do sistema prisional brasileiro.   

O livro tem na Bamboletras, claro. Porém, vale a ressalva: aqui na coluna Voos Literários não ganhamos propina para divulgar boas iniciativas literárias, ao contrário de algumas pessoas meio suspeitas por aí. Pois acreditamos em conceitos utópicos como redes colaborativas e amor aos livros para que, um dia, o mundo seja mais agradável para quem defende os direitos humanos e a cultura. Entretanto, estes são tempos difíceis para os sonhadores, como disseram a Amélie Poulain. Porém, seguimos em frente, com esperança de que o futuro seja melhor.

 

Este texto foi sugerido pela editora-chefe do Vós, Geórgia Santos, com produção de Igor Natusch. Quer enviar uma sugestão de pauta para a coluna Voos Literários? Então, escreva para flavia@vos.homolog.arsnova.work ou me siga no Instagram @fcunhaprodutora, onde dou mais dicas de literatura e do mercado editorial.

Imagem: Fabio Rodrigues / Agência Brasil

 

 

 

 

Voos Literários

João e o pé sem feijão, uma história triste

Flávia Cunha
31 de agosto de 2021

O João da nossa história não tem um pé de feijão. Isso porque ele mora em uma área periférica de uma grande cidade, em uma república assolada por uma pandemia e massacrada por um governo federal mesquinho. Mas João não sabe disso. Ele acredita em um conto de fadas no qual a pandemia foi inventada por chineses e em que o presidente é impedido de trabalhar por um vilão chamado STF.

Mas vamos à história

João está sentado, em frente à televisão, depois de mais um dia de trabalho como motorista de aplicativo. Perto dele, em uma mesa no mesmo cômodo, está a família do nosso personagem. Nesse momento, a esposa serve arroz e feijão para o filho do casal, um menino de uns 8 anos.

Apesar de visivelmente cansado, João fica feliz ao ver o presidente aparecer no noticiário.

“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar.”

Reagindo à notícia, a mulher de João faz cara feia e revira os olhos, sorrindo para o filho, que resmunga:

“Eu prefiro feijão. E não gosto desse homem feio!”

João se volta em direção aos familiares, com os olhos brilhando, e argumenta:

“Vocês não entendem o presidente. Ele quer que a gente fique protegido contra os bandidos. E o preço do feijão não é culpa dele, é dos governadores.”

Apesar de contrariada, a mulher de João não reage e faz um sinal para o filho ficar quieto. Permanecem calados até o fim da refeição e depois vão cuidar de suas vidas longe do nosso protagonista. João segue em frente à TV, mas sem prestar atenção ao que está passando. Apesar do ar absorto, parece estar sonhando com algo bem concreto. Sorri para si mesmo, enquanto pensa em como será bom o seu futuro podendo levar uma arma em seu carro. 

“Liberdade de verdade para os cidadãos de bem”, sussurra, satisfeito.

No dia seguinte, João acorda e vai trabalhar. Ele ainda não sabe, mas será morto por uma bala perdida, em uma suposta troca de tiros entre policiais e traficantes. Também não imagina que seu filho, no futuro, fará campanhas contra armas e lutará por coisas como justiça social e feijão no prato de todos. João ficaria escandalizado com seu herdeiro virando o que ele mais temia, um comunista.

A inspiração real para o texto

Escrevi o reconto “João e o pé sem feijão” baseado em mais uma das falas lamentáveis do presidente da República. 

O original literário

Para quem se interessar sobre textos literários deste gênero, sugiro a leitura de Contos de Fadas em suas versões originais, da editora Wish. 

Imagem: Ariel Nuzeg/Pixabay





 

Igor Natusch

Deixem a família Bolsonaro em paz!

Igor Natusch
19 de fevereiro de 2020

A família Bolsonaro não tem nada, absolutamente nada a ver com a morte de Adriano da Nóbrega, miliciano, assassino de aluguel e chefe do Escritório do Crime. Nadinha de nada, coisíssima nenhuma. Estão completamente inocentes, sem culpa nenhuma no cartório. Qualquer um consegue ver: é só querer enxergar.

Por exemplo: vocês não viram o presidente Jair Bolsonaro no Twitter, deixando clara sua preocupação com a aparente execução do ex-PM? Ninguém perguntou nada, ninguém disse um ai, e lá estava ele, cedo de manhã em plena terça-feira, desviando de seus muitos compromissos para deixar claro que estava muito, muito preocupado com a morte de Adriano da Nóbrega. Exigindo uma perícia independente, temendo que inocentes sejam acusados no caso Marielle, que sejam forjadas mensagens e áudios nos celulares apreendidos junto ao morto. Um homem preocupado com a verdade!

Vocês acham que Jair Bolsonaro agiria assim, de forma tão desprendida, pedindo justiça para a morte de uma pessoa como Adriano da Nóbrega, se tivesse algo a ver com a história?

Ora, é claro que não!

Quanta tolice, quantas insinuações cruéis desse bando de malvados esquerdopatas!

E o advogado dos Bolsonaro, Frederick Wassef, dando entrevista para dizer que a morte do miliciano é uma farsa e que querem incriminar a família presidencial no crime? A maldade chegou a tal ponto que ele precisou vir a público defender os pobres Jair e Flávio das cretinas e cruéis insinuações! Teve até que defender o morto, denunciar as horríveis torturas que a perícia com certeza vai revelar, dizer que o miliciano não era miliciano! Pede para federalizar o caso, e é claro que isso é com a melhor das intenções, com o objetivo exclusivo de esclarecer essa situação toda!

Longe de tentar desviar a atenção para longe de seu cliente, Wassef quer apenas nos chamar à razão. O que Marielle tinha que Adriano não tem?

Respondam, bando de hipócritas, corações de pedra, malvados!

É bonito ver que mesmo Flávio Bolsonaro, perseguido por acusações absurdas de rachadinha, desviou-se de seus inúmeros problemas para defender o santo homem que morreu sozinho em solo baiano. Postou um vídeo da autópsia em seu perfil de Twitter, vejam só. Tudo para denunciar as torturas sofridas pelo corpo! Dirão que é excesso de preocupação, que está querendo esconder algo, mas é o contrário: um homem sério, desinteressado, que se importa com seu povo e quer revelar a verdade, doa a quem doer! Quanta dignidade, a de nosso querido Flávio!

E essa imprensa sem-vergonha, que inventa que Adriano foi morto na fazenda de um filiado ao PSL, que fica lembrando que parentes próximos de Adriano da Nóbrega trabalhavam no gabinete de Flávio Bolsonaro? Ora bolas, o que há de suspeito nisso? Claro está que é apenas uma coincidência. Terem homenageado Adriano em plenário, as muitas falas defendendo milicianos como gente “do bem”, o fato de alguns dos prováveis assassinos de Marielle Franco morarem no mesmo condomínio em que Jair Bolsonaro reside, talvez até tocando em seu interfone para pedir autorização para entrar – qual o sentido de supervalorizar todas essas coisas? É uma maquinação diabólica, coisa de gente que vende o corpo para ter matéria, pessoas que não têm um pingo da moral ostentada pelos sempre impolutos, sérios e respeitáveis membros do clã Bolsonaro!

Como se vê, não existe motivo algum para desconfianças e insinuações. Vocês estão entendendo? Ficou claro? Será que precisamos frisar mais duzentas, quinhentas, mil vezes que os Bolsonaros não têm nada a ver com nada disso daí?

Não existe nada acontecendo. Nada. Circulando. Deixem a família Bolsonaro em paz!

Não há nada a temer, de qualquer forma. Uma explicação surge no submundo das redes sociais: Adriano foi executado pela PM da Bahia, estado governado pelo PT, o que deixa evidente que a queima de arquivo foi para favorecer os malvados do PT! Vão forjar provas contra Bolsonaro, vocês não percebem? Ninguém nunca enxergou qualquer conexão entre Adriano e os petistas, e muita gente enxergou inúmeras conexões entre a família Bolsonaro e as mílicas, mas quem se importa? Problema é o Rui Costa, que é amigo de bandidos como Lula! E os mandantes da facada em Bolsonaro, onde estão? É tudo fraude, tudo fruto de fake news, a imprensa protege os petistas e persegue os que querem salvar o país!

Do Celso Daniel ninguém fala nada nunca nunca nunca, já perceberam?

Que coisa.

Foto: Polícia Federal / reprodução

Voos Literários

O príncipe e o plebeu

Flávia Cunha
15 de novembro de 2019

Nesta sexta-feira, chegamos a 130 anos do fim da monarquia no Brasil. E para o espanto republicano, cá estamos nós vendo um “príncipe” brasileiro em destaque nos noticiários.

A transição para a república, em 1889, ocorreu por meio de um golpe militar e temos um governo brasileiro no século 21 que dá poder e visibilidades aos militares. Conforme análise de historiadores, o Império só caiu no Brasil por problemas de Dom Pedro II com o próprio Exército e também por não ter se aliado à Igreja Católica. No Brasil de 2019, são os evangélicos que dão as cartas. Os conservadores da época do império temiam que uma mulher assumisse o poder depois da morte do imperador, já que ele não tinha herdeiros homens. No Brasil dos anos 2010, uma mulher presidente sofreu críticas misóginas à sua atuação na política, que passavam por ofender sua aparência, fato irrelevante para homens no governo. (Alguém acha o Bolsonaro bonito? Pois ele venceu do boa pinta Haddad, mostrando que beleza não é relevante para o sexo masculino na política brasileira. Já as mulheres, são consideradas “musas” ou “dragões” e esse fato é extremamente destacado pela mídia e redes sociais.)   

Mas voltemos ao autoproclamado “príncipe” –  afinal, não vivemos mais na monarquia. O presidente Bolsonaro comentou que Luiz Philippe de Orleans e Bragança, deputado federal pelo PSL de São Paulo e descendente da família imperial, é quem deveria ter sido o vice dele na chapa para as eleições de 2018. 

O que explica o fascínio de Bolsonaro por figuras da realeza?

Recentemente, o presidente brasileiro também fez elogios ao príncipe da Arábia Saudita, dizendo que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente as mulheres”. Qual seria o motivo desse deslumbramento com a realeza tantos anos depois da proclamação da República?

No livro As Barbas do Imperador, de Lilia Moritz Schwarcz, podemos ter uma ideia do que a realeza evoca no imaginário popular:

Transcendendo a figura humana do rei, as representações simbólicas do poder imperial evocavam elementos de ‘longa duração’ que associavam o soberano à ideia de justiça, ordem, paz e equilíbrio. […] Talvez seja essa a razão da pouca legitimidade inicial dos símbolos republicanos, em um país ainda atrelado à eficácia e à inserção alargada dos emblemas da realeza. O fato de os ícones da República mais bem-sucedidos — como o hino e a bandeira — estarem de alguma maneira ligados à simbologia monárquica evidencia não apenas o pequeno impacto da ‘invenção de tradições’ republicanas, como sobretudo a penetração de uma simbologia imperial, para além dos marcos políticos oficiais.”

Mesmo que Luiz Philippe de Orleans e Bragança não pertença ao ramo da família que assumiria o trono no remotíssimo caso do retorno da monarquia ao Brasil,  ele é um símbolo da família imperial e demonstra ter valores ultraconservadores e reacionários. Começou a se interessar por política ao se aliar ao movimento que atuou para tirar Dilma Rousseff da presidência da República. Trabalhou forte para a eleição de Bolsonaro e, pelo menos até agora, mantém-se leal ao presidente. 

Fica a pergunta: Dom Pedro II, que preferiu se manter afastado do Exército e dos religiosos durante seu reinado no Brasil, concordaria com as decisões políticas de seu descendente? 

 

 

Voos Literários

Fernanda Young: “Tudo que você não soube”

Flávia Cunha
28 de agosto de 2019

A morte de Fernanda Young pegou a todos de surpresa. Aos 49 anos, de forma repentina e depois de posicionar-se de forma bastante contundente contra “tudo isso que está aí”.  Fernanda soube em vida ter a intensidade que precisamos para sobreviver ao atual momento sociopolítico. Seu último texto Bando de cafonas, publicado no jornal O Globo, foi exaustivamente compartilhado nas redes sociais e mostra que o muro e as meias palavras são cada vez mais o lugar dos covardes. 

“A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias.”

E coragem era uma das características dessa escritora, roteirista, apresentadora e atriz. Coragem para expor seu comportamento nada tradicional, suas loucuras e idiossincrasias, que transbordavam em suas obras cinematográficas, televisivas e literárias.  Ela sofreu pressão por parte da elite intelectual, que não a respeitava artisticamente. Com o tempo, foi impondo-se mais como sucesso de público do que de crítica, mas parecia não importar-se tanto com isso.

Para quem duvidava da sua capacidade literária, publicou 14 obras ao longo de duas décadas. Escolhi para homenagear essa figura controversa e inesquecível o livro Tudo que você não soube, um romance ficcional em que uma filha relata, de forma crua e honesta, detalhes de sua vida ao pai moribundo e ausente. Muito além da relação familiar, o texto denota todo o sarcasmo e ironia da escritora:

Eu fujo de gente que afirma não se irritar com nada. São, sem dúvida nenhuma, os mais perigosos. Porque não pensam naquilo que sentem e, sem pensar, agem. São como crianças, acreditam que um pensamento errado já é algo criminoso, então abafam suas mentes numa vaga letargia disfarçada de cuca fresca. Dizem-se calmos. Na verdade, estão atrapalhando o mundo e a natureza com seus comportamentos antinaturais. Não existe o bem-estar completo, e isso definiu o ser humano. Gente que não se incomoda com nada é o atraso da humanidade”

R.I.P, Fernanda Young. Seguiremos por aqui nos incomodando com os desmandos desse governo e tentando tornar nossa irritação produtiva e criativa, como bem nos ensinaste.

Foto: Reprodução/Instagram

 

 

Voos Literários

O homem que calculava (o desmatamento)

Flávia Cunha
6 de agosto de 2019

Depois de uma verdadeira cruzada contra os cursos de Humanas, o presidente Jair Bolsonaro parece agora estar voltando sua verborragia para as Exatas. Refiro-me ao caso da demissão do diretor do Inpe, por “discordar” dos números do desmatamento na Amazônia.

Divergir  de dados mapeados por satélite me parece algo bastante difícil de sustentar-se enquanto recurso lógico. Mas na narrativa do governo, alertar que o desmatamento da floresta amazônica aumentou nos últimos meses é algo condenável. 

Houve inclusive uma tentativa de desmerecer a trajetória de Ricardo Magnus Galvão e insinuar interesses escusos no alerta do INPE: que seria para favorecer alguma ONG. O Currículo Lattes do físico fala por si. Entre outras titulações, é integrante da Academia Brasileira de Ciências. 

A Ciência, que se ampara em métodos e não aceita suposições como verdade, não é do agrado do atual governo.

No Brasil de Bolsonaro, o personagem principal do aclamado livro O Homem que Calculava, Beremiz Samir, podia não ser tão bem visto como no enredo da obra de Malba Tahan, pseudônimo do escritor brasileiro Julio Cesar de Mello e Sousa.

No livro, publicado em 1938, a Matemática, enquanto ciência, é vista como inquestionável, mesmo em um ambiente medieval na região do Oriente Médio:

Por ter alto valor no desenvolvimento da inteligência e do raciocínio, é a Matemática um dos caminhos mais seguros por onde podemos levar o homem a sentir o poder do pensamento”.

O livro, de caráter paradidático, é reconhecido mundialmente como uma forma de incentivar o gosto pela Matemática e pelas ciências exatas de uma forma geral. E o Conhecimento é a chave para nos libertamos da nova Idade Média brasileira. 

Imagem: Agência Brasil / Arquivo