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Glitter não é comida de peixe

Geórgia Santos
4 de fevereiro de 2018

Pode parecer estranho vincular carnaval e sustentabilidade, eu sei. Mas a questão é que não podemos levar uma vida mais verde apenas de segunda a sexta. A mudança de hábitos para uma rotina mais rotina sustentável pode e deve estar presentes em todos os nossos atos, inclusive no carnaval. Inclusive no glitter.

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O carnaval é um prato cheio para pôr em prática novos conceitos

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Comecemos pelo óbvio de não jogar latinhas e garrafas pelo chão, e sim em lixeiras apropriadas. Quem sabe levar o próprio copo para beber cerveja em vez de usar os plásticos descartáveis, ou aquelas canecas que ficam penduradas no pescoço para o caso de o bebum não conseguir segurar, hein.

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Mas e o glitter, hein?

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Eu já falei aqui sobre o estrago que o plástico causa no meio ambiente. E adivinha do que o glitter é feito? Pois é, de plásticos. Aqueles pedacinhos lindos e brilhosos e glamourosos e, aparentemente, inofensivos são feitos de plástico. Um material que não é biodegradável e que é pequeno demais para ser filtrado pelo sistema de tratamento de esgoto. Isso significa que aquele brilho todo que escorre pelo ralo vai parar direto nos rios e mares. Reportagem da BBC explica direitinho todo o caminho.

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Mas nós sabemos que glitter não é comida de peixe

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A boa notícia é que ninguém precisa dispensar o brilho do carnaval, porque há inúmeras opções de glitter biodegradável.  Eu confesso que nunca havia pensado nisso, até porque não costumo usar o produto. Só me dei conta desse impacto no ano passado, quando visitava a cidade de San Luis Obispo, na California. Entrei por acaso na loja da Heart´s Desire Soap Co., uma empresa local que produz cosméticos 100% naturais. Comprando alguns mimos para amigas, deparei com o glitter ecológico e percebi que o brilho tradicional deveria entrar para a lista do que não usar.

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Felizmente, ninguém precisa viajar para a Califórnia para comprar glitter seguro. Abaixo segue uma lista com algumas sugestões:

Pura BioGlitter – A Pura vai para o seu segundo carnaval com glitter biodegradável, vegano e artesanal. E o resultado fica lindo!

Shock –  A Shock é uma empresa carioca que existe desde 2016 e produz glitter biodegradável, vegano e hipoalergênico. E ainda tem a vantagem de ter filtro solar (seguro);

GLITRA – Além de produzir glitter biodegradável, a Glitra ainda investe em projetos que evitam a poluição dos oceanos por plásticos

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Imagens: Pixabay e Instagram Pura BioGlitter

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App ajuda a identificar componentes tóxicos em cosméticos e alimentos

Geórgia Santos
28 de janeiro de 2018

Uma das maiores dificuldades ao fazer a transição dos cosméticos tradicionais para os naturais é saber quais substâncias são tóxicas e quais são de baixo risco. Se o produto for 100% artesanal e natural, esse problema desaparece, afinal, é só conversar com quem fez e analisar os poucos ingredientes seguros da fórmula. Mas quando se fala em cosméticos industrializados, a situação muda de figura.

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São zilhões de substâncias com nomes confusos em latim, escritos em letra miúda e praticamente impossíveis de decifrar

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Há alguns relativamente comuns como parfum e lauril sulfato, ao menos são mais conhecidos. Mas eu, particularmente, não sei a procedência e a consequência da maioria dos componentes utilizados na cosmética industrial. E então? O que se faz nesses casos? Como avaliar as substâncias dos produtos que estão na prateleira?

Pensando nisso, a Environmental Working Group (EWG), uma organização sem fins lucrativos com foco na preservação ambiental e em um estilo de vida natural e saudável, criou um banco de dados. O EWG’s Skin Deep® mostra não apenas cada ingrediente dos cosméticos mais usados pela população em geral como ainda exibe uma classificação de toxicidade. Ou seja, ficou mais fácil saber quais produtos são mais ou menos nocivos.

O banco de dados não está disponível em português, mas é fácil consultar os ingredientes. Lembra dos nomes estranhos? Então, eles seguem um padrão internacional, então isso não muda. O único problema é que alguns produtos de marcas brasileiras não estão no cadastro. Mas aí você pode acrescentar e o programa calcula se é tóxico ou não.

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Como funciona?

Há duas possibilidades: pode ser online ou via aplicativo. A versão do site é uma barbada. É só entrar na página EWG’s Skin Deep®  e digitar, no campo de busca, o nome da marca, produto ou ingrediente.  A plataforma trabalha com a seguinte escala: 1-2 risco baixo; 3-6 risco moderado; 7-10 risco alto. Para desenvolver essa classificação, levam em conta desde riscos a alergias até câncer.

Já o aplicativo EWG’s Healthy Living tem a facilidade estar ao alcance do seu telefone. O banco de dados tem 120.000 cosméticos e alimentos e a busca pode ser feita escaneando o código de barras. O vídeo abaixo mostra como.

https://www.youtube.com/watch?v=mYIurYTifjA

E aí, vai testar? Não precisa escanear cada produto que passa pela tua mão, mas ajuda bastante. É uma boa maneira de começar a transição para cosméticos mais seguros, além de extremamente fácil.

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Não abra mão do filtro solar convencional

Geórgia Santos
21 de janeiro de 2018
Já falei algumas vezes aqui sobre abraçar a natureza para cuidar da pele, saúde e vida. Por isso, sou grande entusiasta dos cosméticos naturais. Desde produtos para o cabelo até hidratantes para o corpo e rosto. Por isso, é natural a busca por um protetor solar que não contenha os ingredientes dos quais tanto fugimos. Infelizmente, ele não existe no Brasil. Há muitas receitas espalhadas por aí que garantem proteção. Misturas de oleo de coco que fritam a pele com sabe-se lá o que.
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A questão é que um filtro solar caseiro não é seguro

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A Cristal Muniz, do Um Ano Sem Lixo, explica aqui porque nós não devemos abrir mão do filtro solar convencional. A nossa pele precisa de proteção diária contra os raios solares. Se abrirmos mão dessa proteção, ficamos expostos e sujeitos a doenças como câncer de pele. E, no final das contas, não há nenhuma garantia de que os protetores naturais são eficazes. Os óleos são extremamente volúveis à luz, não há como criar uma camada homogênea na pele, os óleos essenciais podem criar queimaduras ao reagir com os raios solares e por aí vai.
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Isso significa que posso usar qualquer filtro solar?

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Não. Há composições e composições. Alguns protetores contem substâncias mais tóxicas que outros, por isso, mesmo que não devamos abrir mão do filtro convencional, ainda podemos escolher o que contém menor quantidade de ingredientes nocivos. O site Lookaholic fez uma lista, em parceria com o grupo Cosméticos Orgânicos e Naturais, com as marcas mais seguras para a nossa saúde.

Os filtros mais seguros são

1. BB Cream Sensitive da Alva
2. Protetor Solar Infantil Muito Alta Proteção da Mustela
3. Loção Mineral Solar Eau Thermale da Avène
4. Protetor Solar Físico Sheer Physical UV Defense da Skinceuticals
5. BB Cream da Cativa
6. Protetor Solar Kids Sensitive & Pure da Nivea
*Acesse a lista completa aqui
De qualquer forma, toda e qualquer precaução que pudermos tomar com relação ao sol é válida. Por isso, lembre-se de não pegar sol entre 10h e 16h; use chapéu, óculos com FPS, roupas leves e compridas; e reaplique o filtro solar a cada duas horas.
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Por que é tão difícil aceitar que o aquecimento global existe?

Geórgia Santos
14 de janeiro de 2018

Eu faço essa pergunta com frequência. O planeta está entrando em colapso em função do nosso estilo de vida e, mesmo assim, há quem prefira acreditar que está tudo bem. Acham que é questão de opinião, de ideologia. Entre eles está o presidente dos Estados Unidos, o que torna a mudança ainda mais difícil. Em meio a onda de frio extremo que atinge o leste dos Estados Unidos, Donald Trump tuíta o seguinte:

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“No Leste, pode ser o Ano Novo mais FRIO de que se tem registro. Talvez a gente pudesse usar um pouco daquele bom e velho Aquecimento Global pelo qual o nosso país, mas não outros países, ia pagar TRILHÕES DE DÓLARES para se proteger”

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Mas aquecimento global não é questão de opinião, de ideologia ou conspiração dos chineses. É um fato científico. CIENTIFICAMENTE COMPROVADO. Porque acreditamos que cigarro faz mal para a saúde mas não acreditamos no aquecimento global? Como disse o astrofísico Neil Degrasse Tyson em 10 de agosto do ano passado:

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“Estranho. Ninguém está negando o eclipse solar do dia 21 de agosto nos EUA. Assim como o aquecimento global, métodos e ferramentas científicos previram o acontecimento”

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Mas afinal, por que é tão difícil acreditar que aquecimento global existe? O lance é que as mudanças climáticas são causadas, em grande parte, por indústrias milionárias que não pretendem deixar de ganhar dinheiro. E aí vamos desde a indústria do petróleo, combustíveis fósseis, até a agropecuária. Sim, aquele bifinho e aquela soja estão nessa lista. Ou seja, as grandes potências econômicas não tem interesse em mudar a configuração social que se estabelece há décadas. Todo o estilo de vida propiciado pela revolução industrial causou algum tipo de impacto no meio ambiente. Isso significa que o famoso “progresso” ocorreu às custas do planeta. E se o “progresso” é o grande responsável pelo aquecimento global, é melhor que o aquecimento global não exista.

Volto a dizer, não é questão de opinião. Em 2013, uma pesquisa reuniu 4mil artigos acadêmicos publicados ao longo de duas décadas e chegou à conclusão que 97% da literatura científica concorda com a premissa de que os humanos estão causando as mudanças climáticas conhecidas como aquecimento global. Por mais que a gente goste de dirigir e comer hambúrguer, negar que o aquecimento global existe é um retrocesso que não podemos bancar, por mais que a ignorância e a ganância de alguns tentem nos fazer acreditar.

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Três passos para começar o ano de forma sustentável

Geórgia Santos
7 de janeiro de 2018

Dar o primeiro passo para uma vida mais sustentável pode ser mais simples do que parece. Não envolve nada mirabolante e ainda pode tornar a vida mais leve e fácil. Aproveitando a onda das resoluções de Ano Novo, que tal incluir uma vida mais verde como uma meta para 2018? Mas não vou mencionar coisas como diminuir o consumo de energia elétrica, não desperdiçar água ou separar o lixo. Isso é o básico, né?

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Vamos começar com apenas três passos, mas ousados

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1. Alimentação saudável

Aposto que a maioria das pessoas colocou na lista das resoluções algo sobre emagrecer, comer melhor, ser mais saudável. Pois saiba que uma alimentação saudável está totalmente associada a um estilo de vida sustentável. Optar por alimentos naturais no lugar de ultraprocessados faz bem à saúde e ao meio ambiente, porque produz menos lixo, deixa menos pegadas e faz parte do ciclo da terra. Se deixar a carne de lado, melhor ainda;

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2. Reduza os químicos

A gente coloca uma quantidade absurda de químicos nosso corpo e despeja essa mesma quantidade de volta ao meio ambiente. Substituir cosméticos e produtos de limpeza que são cheios de derivados do petróleo por alternativas naturais é uma boa maneira de começar a levar uma vida mais verde. Xampu, condicionador, desodorante e até sabão para lavar roupa e louça. De grão em grão, a gente empanturra a galinha. Sem contar que dá pra fazer grande parte deles em casa e economizar uma grana bem legal;

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3. Abandonar o plástico

O plástico é um dos grandes vilões do nosso planeta, causando um impacto enorme em diversos ecossistemas. E evitar o consumo é bastante simples. Leve uma caneca ao trabalho e abandone o copinho; tenha sempre uma sacola de pano na bolsa; leve potes ou saquinhos de pano na hora de comprar a granel. Já é um começo, né?

E aí, achou difícil? Não é, com um passo de cada vez já podemos provocar mudanças importantes na nossa vida e das outras pessoas.

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Ideias de presentes sustentáveis (e baratos!) para o Natal

Geórgia Santos
17 de dezembro de 2017

Esse ano (in)tenso vai chegando ao fim, mas com a proximidade do Natal a nossa ansiedade só aumenta. Por isso a gente pensou em algumas coisas que podem te ajudar a lidar com, pelo menos, uma parte desse problema: os presentes. Que tal inovar e investir em presentes sustentáveis, baratos e feitos por ti? Dessa forma é possível fazer um consumo consciente, que evita os excessos e desperdícios, com itens que, de quebra, serão úteis. Não serão jogados no cantinho dos anjinhos de gesso da vó – com todo o respeito aos anjinhos de gesso da vó 😉

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Os presentes que a gente selecionou são amigos do teu bolso, do planeta e são cheios de amor

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 Barrinhas hidratantes naturais

Essas barrinhas além de lindas podem ser usadas por pessoas de qualquer idade, porque são feitas com ingredientes naturais e que não agridem o nosso corpo – nem o meio ambiente. Clique aqui para ver a receita.

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Difusor de ambientes

Quem não adora entrar em uma sala ou quarto cheirosinhos? Banheiro, então, nem se fala. Pois um difusor de aromas é muito fácil de fazer, basta misturar algumas gotas de óleo essencial da sua preferência com óleo de amêndoas (ou outro óleo vegetal que tenha um aroma mais neutro ou adocicado, como o óleo de semente de uva). Aí é só colocar em uma garrafinha de vidro bem charmosa e juntar os palitinhos de bambu. Eu gosto de colocar a planta in natura do óleo essencial, mas é só pra ficar bonitinhos. As quantidades variam de acordo com o tamanho. Em uma garrafa de 50ml eu usei 45ml de óleo de amêndoas e 30 gotas de óleo essencial.

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Se tu não estiveres afim de fazer o presente, experimenta fugir do óbvio. Hoje há uma série de opções de cosméticos naturais, por exemplo. Bolsas feitas com tecidos reutilizados e/ou sustentáveis. Ou quem sabe começa evitando aquela embalagem desnecessária para embrulhar o presente. Em vez de usar aquele monte de papel e plástico, compra um lenço e bacana e embrulha com tecido. Dois presentes em um 😉

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Faça você mesmo (DIY) – Sabão líquido natural

Geórgia Santos
3 de dezembro de 2017

A ideia de produzir em casa um sabão líquido que seja natural faz parte da nossa caminhada em direção a uma vida mais sustentável, que agrida menos o meio ambiente. E essa receita da Flávia Aranha é uma mão na roda por uma série de motivos: é menos poluente que os produtos químicos que a gente costuma usar, não contém derivados de petróleo, produz menos lixo, é indicado para lavar roupas E louça e ainda é recomendado para quem sofre com alergias.

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E ainda é barata e rende TRÊS LITROS

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Uau! Isso porque essa receita tem só três ingredientes: sabão de coco, alcool e bicarbonato de sódio. Só precisa prestar atenção para que o sabão em barra seja, de fato, natural. É fundamental que apareça ÓLEO DE COCO ou ÓLEO DE BABAÇU na composição. E quanto menos ingredientes na lista, melhor. Se puder, compre um artesanal.

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RECEITA

  • 3L de água
  • 1 barra de sabão de coco (200g)
  • 50ml de álcool
  • 3 col de sopa de bicarbonato de sódio
  • Óleo essencial da sua escolha (opcional)

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Coloque a água para ferver. Enquanto isso, rale o sabão de coco. Coloque o sabão na panela quando a água estiver fervendo e mexa devagar, até que esteja dissolvido – use uma panela grande, porque pode transbordar. Acrescente o álcool e depois o bicarbonato de sódio. Mexa por mais alguns minutos, com cuidado. Desligue o fogo e acrescente o óleo essencial – não é obrigatório, mas o sabão não tem cheiro, então pode ser uma boa ideia.

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Deixe o detergente descansando por uma hora e, depois de frio, guarde em recipientes de vidro. Não se assuste com a textura, fica líquido feito água, mesmo. Não é um sabão viscoso. Além disso, costuma ficar transparente – o meu ficou turvo dessa vez, confesso que não sei porquê. A vantagem de quando fica turvo é que não corremos o risco de alguém achar que é água parada e jogar fora. Já aconteceu por aqui =)

Pronto, agora é só usar. =)

 

Nós US

O carvão não voltará tão cedo

Sacha
11 de outubro de 2017
(you can read this article in English here)

O Brasil é afortunado em ter uma abundância de fontes de energia renováveis, fazendo com que a rede brasileira seja uma das mais limpas entre todos os grandes países do mundo. Já os Estados Unidos não contam com o mesmo luxo. Lá, o carvão mineral foi o principal recurso energético nas usinas do país até 2016, ano em que foi ultrapassado pelo gás natural. A queda do carvão, em suma, é devida às forças do mercado. O preço dos combustíveis fósseis tem caído drasticamente nos últimos anos. Junto com isso, avanços tecnológicos têm contribuído a uma queda ainda maior no preço dos renováveis.

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Tudo isso é relevante por causa da reversão do Clean Power Plan (Plano para Energia Limpa) instaurado no mandato de Obama

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O que a administração de Trump pretende conseguir com a reversão do Clean Power Plan é uma revitalização da indústria de carvão mineral, que tem sofrido grandes quedas em produção e receitas. Isto pode ser visto como apelo a dois dos princípios mais importantes para Trump: a lealdade e a negação da mudança climática. Primeiro, porque os mineiros de carvão e chefes dessa indústria foram entre os primeiros a dar apoio absoluto à candidatura de Trump. Segundo, simplesmente porque o carvão é altamente poluente. O carvão mineral tem as taxas de emissão mais altas de todas as formas de produção elétrica. O pensamento é simples: retirar os regulamentos da indústria para a aplacar e dar um golpe simultâneo à ciência climática e às políticas de Obama.

O problema com isso é que a deterioração da indústria de carvão é devida a uma queda de demanda por causa da viabilização de tecnologias mais eficientes e menos poluidoras. O gás natural tem desenvolvido no meio do fluxo do preço de petróleo para ser uma opção mais barata e flexível, com o benefício de poluir menos do que outros combustíveis fósseis. Energia solar e eólica têm beneficiado de caídas nos custos de produção e operação. Isso é fruto de avanços tecnológicos, principalmente com silicone. Devido a isso, 2016 foi o ano em que o gás natural ultrapassou o carvão em volume de produção. Assim, virou a fonte principal de energia nos Estados Unidos pela primeira vez na história.

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O carvão foi expulso do ápice pelo mesmo mercado que o colocou aí

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Por certo, a indústria de energia solar emprega mais do que o dobro de funcionários que emprega a indústria de energia de carvão mineral. A solar, juntamente com outras fontes renováveis de energia, tem a vantagem de poder empregar pessoas em qualquer parte do país. Carvão, no entanto, depende de extração limitada a poucas regiões. Enquanto caírem os preços, haverá cada vez mais incentivos de instalar renováveis, com ou sem subsídios. Ao contrário, a indústria de carvão necessitará de subsídios para sobreviver durante a implosão do setor.

O carvão também está sendo eliminado por uma indústria elétrica cada vez mais diversificada. Sem depender de uma única fonte para a maioria de produção, o risco de flutuações repentinas de preço é reduzido. Sustentabilidade é apenas mais economicamente segura. É melhor não ficar à espera que volte com força, por mais que Trump e os seus votantes o gostassem.

Imagem: Patrick Moore
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Faça você mesmo (DIY) – Barra hidratante natural

Geórgia Santos
8 de outubro de 2017

Eu nunca gostei de passar hidratante no corpo, por vários motivos. Acho uma mão (sim, me julguem), detesto a sensação de ficar melecada depois, demora pra absorver, não fico com a sensação de pele macia, é ruim pra vestir a roupa logo em seguida e sinto que perco um tempão. Não gosto mesmo. Simples assim. Por isso, nunca foi um hábito. Eu me decidia a começar a usar e minha determinação durava uns dois dias, no máximo. E quando descobri todas as tranqueiras que colocam nos cremes, aí sim minha antipatia só aumentou.

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Isso mudou quando eu conheci as barras hidratantes naturais

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Comprei uma barra de massagem da LUSH. A Percup é feita com manteiga de cacau e grãos de café. Natural (depois percebi que tinha fragrância artificial), cheirosa, uma delícia. Mas ainda tinha o problema da textura, ainda me sentia melecada depois de passar e, sim, continuava sendo uma mão. Até que resolvi testar outro produto da mesma marca, o Scrubee. É um hidratante e esfoliante para passar no final do banho.

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É só passar a barra em todo o corpo da mesma forma que um sabonete. Quando terminar, enxágua o excesso e seca o corpo com uma toalha, normalmente

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É perfeito. Porque se eu não tenho paciência para passar o creme, não gosto de ficar grudenta, acho difícil vestir a roupa depois de passar hidratante e perco um tempão, isso não acontece com a barrinha.

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É como passar sabonete duas vezes. Simples, fácil e a pele fica cheirosa e macia

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Eu percebi essa facilidade com o Scrubee, mas a verdade é que essa rotina pode ser aplicada a qualquer barra hidratante. Todas podem ser usadas durante o banho. E se é assim, porque não cortar o intermediário e produzir a própria barrinha em casa? Além de garantir a qualidade dos ingredientes, é BEM mais barato.

No site Um Ano sem Lixo, a Cristal Muniz ensina a fazer uma barra de massagem hidratante em casa. Eu adaptei um pouco a receita para as minhas necessidades – e você pode fazer isso também de acordo com o tipo de pele.

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Receita base

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1 parte de manteiga de cacau

1 parte de cera de abelha

1 parte de óleo vegetal (isso só é necessário se a pele for muito seca. Pode ser coco, amêndoas, semente de uva etc)

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Derreta todos os ingredientes e coloque em formas de silicone. Assim que a mistura endurecer, está pronta para uso.

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Além desses ingredientes, é possível acrescentar óleos essenciais de acordo com a necessidade do corpo ou ainda determinados grãos para ajudar na esfoliação (antes de derreter). Abaixo, alguns exemplos dos ingredientes e suas funcionalidades:

Combate à celulite – acrescente grãos de café e algumas gotas de óleo de laranja, que age como descongestionante linfático;

Problemas de pele – acrescente algumas gotas de óleo de camomila ou até mesmo a flor seca, que ajudará a esfoliar a pele de maneira delicada. A camomila é aconselhada para tratar acne, eczema, feridas, pele seca, dermatites e até reações alérgicas;

Combate à insônia – acrescente algumas gotas de óleo essencial de lavanda e algumas flores para um sono mais tranquilo. A lavanda reduz a hiperatividade e ainda age como um ótimo cicatrizante;

Má circulação – acrescente algumas gotas de óleo de alecrim e algumas folhas da erva. O alecrim estimula a circulação e ajuda a combater varizes e dores musculares;

E se a intenção é só acrescentar um aroma aconchegante, ótimo. Abuse do oleo e pétalas de rosas, canela, caramelo, enfim, seja criativa.

Afinal de contas, se a manteiga de cacau sempre salvou nossos lábios durante o pior dos invernos, porque não pode ajudar a hidratar o restante do corpo? E além de ser natural, não produz lixo =)

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Horário de verão é assunto sério

Geórgia Santos
24 de setembro de 2017

Todo mundo tem opinião sobre o horário de verão e não há unanimidade. Enquanto eu, particularmente, adoro o fato de que o dia fica maior e dá pra tomar um chopinho na calçadas às 21h, há quem considere uma desvantagem. E agora, com a intenção de acabar com o horário de verão, o governo federal reacende esse debate.

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A justificativa é que a adoção do horário de verão para economia de energia, não se justifica mais

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que “a avaliação é que, sob a perspectiva do setor elétrico, o horário de verão não se justifica”. Isso porque, segundo dados do governo, a economia gerada com a aplicação do horário de verão diminuiu nos últimos quatro anos. Entre 2013 e 2016, caiu de R$405 milhões para R$159,9 milhões.

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Confesso que não compreendo essa justificativa. Mesmo que a economia tenha diminuído, ela ainda existe, certo?

Por que alguém não ia querer economizar R$ 159 milhões?

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No Brasil, o horário de verão é aplicado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal (Brasília). De acordo com os dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia nos últimos quatro anos, o Brasil economizou cerca de R$1,4 bilhão. A adoção do horário de verão gerou uma economia de R$853 milhões para os consumidores. Tanto que especialistas recomendam a manutenção da extensão do dia.

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Mas a discussão está centrada em uma abordagem equivocada

Testemunhei jornalistas bradando em suas TLs sobre achar o horário de verão ótimo ou desagradável e, lamento, mas considero essa abordagem extremamente leviana. Até agora, as justificativas que apresentei se sustentam na questão financeira. Obviamente é um fator importante, mas não podemos nos esquecer que economia na geração de energia é, antes de mais nada, uma redução no impacto ambiental. Em tempos de negação da ciência e do aquecimento global, é preciso levar em conta este aspecto do horário do verão, que é uma medida adotada pela maioria dos países ocidentais, com resultados efetivos e eficazes.

Por outro lado, há cientistas que acreditam que o horário de verão contribui para o aquecimento global, e não o contrário, uma vez que o ar-condicionado permaneceria ligado por mais tempo. O problema com essa afirmação é que ela é derrubada pela redução do consumo de energia, afinal, ar-condicionado depende da mesma eletricidade que a lâmpada.

Pode não parecer, mas horário de verão é assunto sério e precisa tratado como tal, com seus prós e contras devidamente pesados. Por isso formulamos uma lista de benefícios e malefícios (formulada a partir de uma pesquisa com múltiplas opiniões), para que você possa tomar uma decisão informada caso o governo resolva consultar a população. Não pensa no choppinho no final da tarde, não pensa no dia que não termina nunca. Pensa no planeta.

BENEFÍCIOS

  • Economia de energia
  • Redução de impacto ambiental (com a economia de energia elétrica)
  • Redução no número de acidentes nos horários de pico
  • Redução no número de assaltos

MALEFÍCIOS

 

Foto: Pixabay