Raquel Grabauska

O Dia dos Pais e o dia em que me senti a pior mãe do mundo (e arredores)

Raquel Grabauska
10 de agosto de 2018

Estávamos fazendo uma viagem em família. Passeio gostoso, com tempo, caminhadas sem pressa ou destino. Parávamos para contemplar o que queríamos, crianças correndo atrás dos pombos. Éramos o próprio comercial de margarina (se é que existe comercial de margarina ao ar livre).

Só uma coisa, antes de continuar a história: sou o tipo de pessoa que perde o amigo, mas não perde a piada. Sempre. Já me meti em cada fria, cada constrangimento. Mas não aprendo. Quando vi, a bobagem já saiu.

Voltando ao passeio. Eu estava andando de noite com minha querida cunhada. Vimos uma faixa com um pitoresco desenho que era IGUAL ao meu marido. Na manhã seguinte, repetimos o caminho com a família toda e eu estava ansiosa pela piada. Quando chegamos, apontei para a faixa, bem feliz mostrando aos meus filhos.

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Olhem só, uma foto do papai!!!!!

Os dois me olharam incrédulos. O menor logo mudou o foco. O maior ficou paralisado: “esse não é o meu pai!!!!!” Eu achei estranha tamanha veemência. Ele tem bastante senso de humor. Fazemos muitas piadas juntos.  Olhei pra ele, olhei pra faixa, olhei pra ele e olhei pra faixa de novo. Olhei de novo e gritei!

A pintura da faixa tinha uma grande faca cravada nas costas
Eu só não tinha percebido esse pequeno detalhe

Depois disso, haja pombos, passeios e brincadeiras pra extrair a culpa das minhas costas! Um feliz Dia dos Pais para todos os pais. Especialmente para o pai dos meus filhos, que além de ter me dado os nossos dois gurizinhos, ainda segue comigo há 15 anos. Com todas as minhas piadinhas.

Raquel Grabauska

Casa de ferreiro…

Raquel Grabauska
20 de abril de 2018

Eu escrevo histórias. Histórias para crianças, histórias que ouvi, contos, adoro. Quando estava grávida do meu primeiro filho, imaginava tudo o que ia fazer com ele. Os passeios, as brincadeiras, a bagunça. Mas o que eu mais sonhava mesmo era com as histórias que iria inventar pra ele. Com as histórias que iríamos criar juntos.

Ele nasceu. Brincadeiras, passeios, bagunça. Tudo aconteceu melhor do que eu esperava. Comecei a ler histórias pra ele desde muito cedo. Ele era bebezinho e lembro de uma moça que limpava o aeroporto parar ao meu lado e ficar me observando contar história pra ele. Quando acabei, ela perguntou: “mas ele entende?” Conversei com ela e, no final da conversa, ela confessou: nunca leram pra mim. E ficou ali, ouvindo a história conosco.  Aquilo me comoveu muito e desde esse dia li com mais paixão ainda. Temos uma combinação de ler três histórias por noite.

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Só que a minha tão sonhada vontade de inventar as histórias, nunca passou disso: vontade. A história mesmo,  nunca chegou!

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Meu marido inventa mil histórias. No outro dia, as crianças pedem pra contar a mesma de novo. Ele tenta relembrar, eles vão corrigindo os detalhes esquecidos. Comigo, não sei o que acontece. Até começo a inventar. Nos dias bons, consigo ir até a terceira frase e logo chego ao fim.

Quando escrevo uma história, ela sai rápida, como se já estivesse toda comigo. Ainda bem que eles gostam das histórias lidas pela mamãe e das inventadas pelo papai!

Raquel Grabauska

O melhor brinquedo para dar para uma criança 

Raquel Grabauska
9 de fevereiro de 2018

 Férias chegando, arrumação de mala, aquela função toda. Uma amiga também estava precisando de férias e não teria como sair da cidade. Ofereci pra ela e o filho ficarem em nossa casa. Me dei conta que o filho dela é mais velho que os meus.

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Comentei que não sabia se ele ia se interessar pelos brinquedos dos guris.

Ao que ela me respondeu: tu sabe qual o brinquedo que uma criança gosta?

Enquanto eu estava no hummmm… ela disse: outra criança

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Isso fez tanto sentido pra mim, me desmontou, me remontou, me fez sorrir e trouxe leveza. Já vi crianças deixando o brinquedo de lado e indo brincar com a caixa. Ahhhh, mas ter um amigo pra brincar, não tem coisa melhor.

Outra amiga está passando um tempo fora do país. Não muito tempo a ponto de colocar o filho na escola, nem tão pouco a ponto de não precisar ter amigos novos. Quando me contou do quanto está gostando da viagem, a única ressalva era a falta de amigos para o filho brincar.

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Quando ficamos morando fora por seis meses, raros os dias em que meus guris não falassem nos amigos. E teve dias em que até brincadeira através da internet as mães dos amigos  eu promovemos, porque a saudade era gigante

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Agora estamos em férias numa pousada. Os guris fizeram amizade de cara. O outro menino foi embora uns dias após a nossa chegada e deu pra ouvir os corações rachando. Ao mesmo tempo, foi lindo de ver os irmãos tão próximos, brincando, estando ali um para o outro. Brigando, dizendo coisas duras. Reconciliando depois. Assim como fazem os bons amigos.

Raquel Grabauska

Batmãe

Raquel Grabauska
19 de maio de 2017

Aos olhos dos filhos, me sinto muitas vezes uma heroína.

Tom com 3 anos: Mamãe, desenha o Thor?

Desenhei.

Ele ficou muito feliz e se entusiasmou: Mamãe, desenha um lobo?

 

 

Benjamin, 6 anos:

Mamãe, tu só sabe desenhar o Batman?!

(agora ficou evidente o motivo pelo qual acabei no teatro)