ECOO

10 momentos em que minha mãe foi ecologicamente correta sem saber

Geórgia Santos
14 de maio de 2017

Não fui criada com uma intenção de ser ecologicamente correta. E falo de intenção porque há famílias em que ensinam isso pra os filhos desde muito cedo ou sempre. Lá em casa, não era parte da conversa ou da rotina. Isso não significa que meus pais não são conscientes. E eu não estou falando de reciclagem de lixo, falo de medidas bastante importantes.

Na casa dos meus pais há duas claraboias que iluminam as áreas de convivência, o que elimina a necessidade de usar lâmpadas durante o dia. Além disso, o aquecimento da água da casa e da piscina é solar. Bacana, né? Mas a minha mãe é mais consciente do que ela imagina.

10 momentos em que minha mãe foi ecologicamente correta sem saber – ou sem perceber

1 “Vai a pé”

 

2 “Rápido nesse banho, Geórgia. Tu tá aí há quase uma hora, a água do planeta vai acabar”

 

3 “Apaga a luz quando tu for pra cama”

 

4 “Come a sobra de ontem, não precisa fazer mais comida”

 

5 “Usa açúcar pra esfoliar a cara, é mais barato. Ou farinha de milho”

 

6 “Vai a pé”

 

7 “Vai caminhando ou de bici”

 

8 “Deve ter na horta do vô”

 

9 “Para de fumar”

 

10 “Vai à pé”

Tão série

Especial Dia das Mães – Modern Family

Geórgia Santos
13 de maio de 2017

Depois de oito temporadas e inúmeros Emmys e Globos de Ouro, o sucesso de Modern Family é inegável. Não é exatamente uma série sobre mães e filhos, eu sei. Mas então por que falar dela justamente hoje? Explico. Porque acho que ela aborda maternidade de uma maneira saudável ao invés de exibir aquela imagem clichê que mostra a mãe como uma mulher perfeita ou como a fonte de todos os problemas dos filhos. Geralmente, é o tal do oito ou oitenta. Mas não em Modern Family.

A série mostra o turbulento dia-a-dia de três núcleos da – nada convencional – família Pritchet, O que nos interessa, no entanto, são as mães. Ao menos por hoje. E, nesse caso, são dois tipos bastante diferentes de mãe. De um lado temos Gloria (Sofía Vergara), a mãe superprotetora, que elogia o filho o tempo inteiro e tem certeza de que ele é a criatura mais maravilhosa do mundo. E faz tudo isso ao mesmo tempo em que sufoca o rebento e o isola do mundo real. De outro, temos Claire (Julie Bowen), bastante pragmática, que não hesita em julgar e esfregar o mundo real na cara deles. Tudo isso ao mesmo tempo em que ajuda com o trabalho de Ciências e faz cupcakes pra feira da escola.

As duas exibem uma característica que quase todas as mães tem em comum: aquele amor doido e incondicional pelos filhos

Mas o que me interessa é que as duas exibem outras características das quais quase todas as mães compartilham: elas se frustram, elas ficam com raiva, elas ficam cansadas, elas se irritam quando os filhos sabem de mais ou quando sabem de menos; não gostam quando as meninas usam roupa muito curta ou esquecem de passar maquiagem; se preocupam se os filhos saem muito, se preocupam se os filhos não saem; ficam doidas se os filhos não estudam, ficam doidas se os filhos estudam demais. E às vezes isso é demais.

Claire e Gloria nos mostram que as mães querem mandar tudo à merda, às vezes. E elas tem toda a razão.

As duas acertam e erram com seus filhos e normalizam essa humanização da família. E eu acho isso extremamente saudável. Todo mundo comete erros, e todo mundo tenta acertar enquanto isso também.

Há mães que erram mais, é verdade, como DeDe (Shelley Long), mãe de Claire e Mitchel (Jesse Tyler Ferguson). Ela bagunçou legal a cabeça dos dois, o que mostra que às vezes as mães simplesmente não conseguem lidar com a situação – ou não querem. E, às vezes, não há mãe na parada. Lily (Aubrey Anderson-Emmons) é criada pelos pais Mitchel e Cameron (Eric Stonestreet) e vai muito bem obrigada, tudo isso porque é cercada de muito amor e carinho. Afinal, é isso o que importa, né?

Enfim, Modern Family nos faz pensar sobre muitas coisas, eu acho. Tem casal com diferença de idade, tem casal homossexual, tem casal “tradicional”, tem estrangeiros, tem criança adotada, tem criança gênio e outra bem longe disso, tem gente bonita e outras nem tanto. E tem maternidade. Só falta uma coisa para Modern Family ser perfeita no quesito evolução humana na contemporaneidade: uma mulher que não queira ser mãe.

 

 

Raquel Grabauska

Sobre dizer sim

Raquel Grabauska
3 de março de 2017

Existe todo  tipo de mãe.  Mãe que trabalha fora, mãe que trabalha em casa, mãe que faz as duas coisas. Mãe que é mãe e pai. Eu sou dessas mães grudentas. Sempre fui.

Sempre, não. No início eu pensei em ser mais racional, pra “não deixar o guri com balda”. Isso durou minutos. Ele chorou, eu fiquei na dúvida sobe o que fazer e meu marido disse: “É claro que a gente não vai deixar ele chorando”. E assim fizemos. E gostamos. Muito. Me apresentei em teatro até quase parir; parei faltando um mês pro Benjamin nascer. Voltei a apresentar quando ele tinha três meses. Uma sorte a minha, trabalhar em algo onde sempre pude estar perto dos meus filhos.

“Cada vez que chegava o filho de outra pessoa, eu tinha que dizer não pros meus”

Com o meu filho menor ainda pequeno, criei uma casa de brincar, um lugar onde crianças se encontram, brincam, exploram e se divertem. Uma felicidade grande. Vimos as famílias chegando, confiando em nosso trabalho, amizades surgindo, apoio, troca de experiências, aprendizado. Mas também foi um distanciamento grande meu dos meus filhos. Cada vez que chegava o filho de outra pessoa, eu tinha que dizer não pros meus. Espera um pouquinho, já vou. Muitas vezes. Eles entenderam. Eu também. Mas foi estranho. Aos poucos a casa de brincar foi virando a nossa casa também. Os clientes, virando amigos Vinhamos assim até que…

Nesse semestre meu marido está como professor visitante numa universidade na Alemanha. A família toda veio junto. Ganhei um semestre sabático. Posso escolher o que fazer. Eu, a rainha da rotina, estou completamente desprogramada. Um alívio respirar diferente um pouco. E agora tenho dito muitos “sim” para os meus filhos. Paro o que estou fazendo e dou a atenção que eles precisam. A casa tá mais suja, a comida não tão boa, tudo um pouco mais bagunçado e todos nós bem mais tranquilos. Não sei por quanto tempo. Não importa. Por ora, tá muito é bom.

Coisas de casa que temos feito juntos

– bolo
– lavar a louça
– colocar a roupa na máquina
– estender a roupa
– colocar a louça na máquina
– brincar de falar alemão (isso rende horas de risos!)

Tudo bem mais demorado. Mas tudo beeem mais divertido!