Um dos maiores desafios do mundo é justamente sua existência. Uma das maiores lutas da nossa sociedade é continuar existindo. Parece drástico, dramático ou radical, mas é dessa maneira que o planeta tem se transformado. De maneira drástica, dramática e radical.
Para alguns é balela, para outros, propaganda, para outros, ainda, é coisa dos chamados ecochatos. Mas a verdade é que nossos recursos naturais não são inesgotáveis. E nós precisamos deles.
A melhor parte é que cada um pode ajudar. Começa separando aquele lixo, vai? Vamos fazer eco.
Substituindo – Sacolas plásticas por sacolas de pano
Geórgia Santos
18 de junho de 2017
Quando a gente fala em adotar hábitos mais sustentáveis, de imediato imaginamos imensos sacrifícios. Coisas caras, gastos em excesso, investimentos que a gente simplesmente não tem como bancar.
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A verdade é que alguns hábitos não são apenas simples de adotar, são baratos e economizam dinheiro e o planeta.
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A melhor maneira de começar a fazer isso é substituir aquela sacola plástica de supermercado por sacolas de pano – ou outro material, desde que seja grande e possa ser reutilizado. Pode ser até uma bolsa de palha. Tá super na moda e é sustentável, um belo combo. Aquilo que nona chamava de sporta, mesmo =)
É muito simples: é só deixar algumas sacolas de pano no porta-malas e levá-las pra o mercado na hora de fazer as compras do mês ou qualquer outra. Se não dirige, não é problema. Eu não tenho carro e sempre que vou ao mercado levo minha sacola de pano dentro da mochila ou da bolsa e pronto, tá resolvido o problema.
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Impacto das sacolas plásticas ao meio ambiente
Parece bobagem, afinal, que tanto impacto uma sacolinha pode causar? Uma sacolinha, pouco, o problema é que se estima que cada pessoa use 25 mil sacolas plásticas ao longo da vida. Pra se ter uma ideia, OITO MILHÕES DE TONELADAS vão parar nos oceanos todos os anos. Só os brasileiros consomem um milhão e meio de sacolas plásticas POR HORA.
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Agora junta tudo isso ao fato de que o plástico leva 400 anos para se decompor. Temos um problema
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Como lidar com o problema?
É complicado, óbvio. Primeiro porque não existe substituto perfeito. Há duas alternativas: 1) Sacola reutilizável, que é o que proponho aqui. Ainda assim, uma sacola de pano tem de ser usada mais de cem vezes para compensar a troca, mas é um começo se a pessoa não jogar fora a sacola de pano, né; 2) Sacolas biodegradáveis ou compostáveis. As primeiras se deterioram no meio ambiente e as segundas podem ser recicladas por indústrias especializadas.
Com relação a políticas públicas, observa-se dois movimentos. O primeiro é a taxação, em que as sacolas plásticas não são distribuídas gratuitamente, fazendo com que o consumidor seja estimulado a levar sua sacola reutilizável. O segundo é o banimento completo de sacolas que não são biodegradáveis. A Itália foi o primeiro país a aderir a essa medida, ainda em 2011. Aqui no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente tem um programa chamado Saco é um Saco, que trabalha com a conscientização para o uso de sacolas plásticas.
10 momentos em que minha mãe foi ecologicamente correta sem saber
Geórgia Santos
14 de maio de 2017
Não fui criada com uma intenção de ser ecologicamente correta. E falo de intenção porque há famílias em que ensinam isso pra os filhos desde muito cedo ou sempre. Lá em casa, não era parte da conversa ou da rotina. Isso não significa que meus pais não são conscientes. E eu não estou falando de reciclagem de lixo, falo de medidas bastante importantes.
Na casa dos meus pais há duas claraboias que iluminam as áreas de convivência, o que elimina a necessidade de usar lâmpadas durante o dia. Além disso, o aquecimento da água da casa e da piscina é solar. Bacana, né? Mas a minha mãe é mais consciente do que ela imagina.
10 momentos em que minha mãe foi ecologicamente correta sem saber – ou sem perceber
1 “Vai a pé”
2 “Rápido nesse banho, Geórgia. Tu tá aí há quase uma hora, a água do planeta vai acabar”
3 “Apaga a luz quando tu for pra cama”
4 “Come a sobra de ontem, não precisa fazer mais comida”
5 “Usa açúcar pra esfoliar a cara, é mais barato. Ou farinha de milho”
Parece uma pregunta idiota, e é. É uma pergunta extremamente idiota. O problema é que a resposta da sociedade tem sido ainda mais imbecil. Sobre o que é mais importante, planeta ou lucro, estamos ficando com a segunda opção.
Alguém sempre vai dizer que é exagero, que não é bem assim. Que esse papo é coisa de ecochatos da esquerda autoritária que são contra o empreendedorismo. Que o planeta está a alvo e que o aquecimento global é invenção dos chineses (?). Acontece.
O problema é que esse alguém é o presidente dos Estados Unidos
Mesmo que o presidente em questão seja Donald Trump, o que é algo bizarro em si, é extremamente preocupante. Significa que o comandante em chefe do país mais poderoso do mundo acredita que a humanidade pode fazer o que quiser com os recursos naturais e que tudo ficará bem assim. Senão melhor. O absurdo chegou ao ponto em que se está negando a ciência. O resultado é que as pessoas foram obrigadas a marchar pelo senso comum, como bem disse o nosso colunista Sacha Nixon, no espaço Nós US.
Mas mesmo que seja uma marcha pelo mínimo e pelo óbvio, que coisa tão linda é ver lutarem pela bem estar comum
Sim, porque não estamos falando de um protesto baseado em questões individuais. Talvez na Marcha pela Ciência (March for Science) alguém tenha protestado porque perdeu financiamento para a pesquisa que estava realizando, mas no caso da Marcha das Pessoas pelo Clima (People´s Climate March), que ocorreu neste final de semana, a reivindicação é simplesmente continuar existindo.
Parece drástico, mas não é. Chegamos a um ponto em que absorvemos o descontrole em nossas rotinas como algo natural. Com a água, com o lixo, em nossas casas, na escola, em nossas indústrias. É mais barato, ganho mais, vendo mais, lucro mais, mais, mais, mais.
E vivemos menos, menos, menos, menos
Que bom que fomos às ruas para proteger nosso meio ambiente e declarar a responsabilidade do presidente dos Estados Unidos ao conduzir essa questão. Precisamos celebrar o fato de estarmos acordados para dizer, em alto e bom som e no meio da rua, que o planeta é mais importante. Respondendo a uma pergunta idiota.
Três hábitos simples e sustentáveis para adotar no trabalho
Geórgia Santos
9 de abril de 2017
Levar uma vida verde não é fácil, já entendi. Mas isso não significa que tudo seja difícil. A seguir, veja 3 hábitos simples e sustentáveis para adotar no trabalho – e em casa. Acredite, já é um passo enooooorme.
1 – Adote uma caneca
Fala aí, tu passas o dia inteiro tomando café pra conseguir chegar ao final de um dia de trabalho, né? Começa por aí. Em vez de utilizar copos de papel, plástico ou isopor a cada cafezinho, adote uma caneca. Beba café o dia inteiro em uma caneca só tua, é até mais gostoso.
2 – Use talheres de verdade
Cada vez mais as pessoas levam o almoço de casa em vez de almoçar fora, certo? Seja por economia ou pra manter a forma. Sem contar as telentregas que nos economizam um tempão. Aproveita essa onda e abandona os talheres descartáveis. Usar garfo e faca reutilizáveis deixam o almoço mais agradável e o planeta agradece.
3 – Utilize guardanapos de tecido
Essa é uma mudança mais radical, mas é tão simples quanto as outras duas e pode ser adotada em casa. Basta substituir os guardanapos de papel por guardanapos de pano. É mais barato, limpa melhor e, no trabalho, ainda serve de toalhinha. “Ah, mas tem que lavar!” E daí? Por acaso tu usas roupas de papel pra não ter que lavar?
Nesta semana eu sofri a minha primeira derrota ecológica desde que iniciei uma jornada para recobrar a consciência ambiental que eu nunca tive. Não pensei que fosse fácil. Ao contrário, sei da dificuldade que envolve ir contra o fluxo. Ainda assim, acho que é a primeira vez que eu digo: é difícil ser ecologicamente correta. Muito difícil.
“Conforme avanço, deparo com obstáculos cada vez maiores”
Não me entendam mal, não pretendo desistir. Inclusive fiz progressos importantes ao longo dos meses, especialmente com a rotina da casa e cosméticos, uma jornada que divido com vocês aos poucos. Mas conforme avanço, deparo com obstáculos cada vez maiores e mais frustrantes.
Este post deveria ser sobre minha transiçãoo para um xampu sólido e natural. Ou seja, um produto que não polui, não agride meu corpo e ainda dispensa embalagem. Uma sequencia dos cuidados capilares que venho mostrando aqui com a hidratação e leave-in. Mas não rolou.
No último mês, testei três produtos diferentes e nenhum me deixou satisfeita. E não, não testei só uma vez, testei várias. Cada um deles. Todos deixaram meu cabelo empapado, oleoso e com aspecto de sujo. Fiquei muito frustrada.
Eu resolvi dividir isso com vocês porque parte da minha frustração vem do fato de que a maioria das blogueiras que escrevem sobre o assunto falam maravilhas desses produtos. É verdade que elas falam da dificuldade, mas nenhuma testou três produtos e os três deram resultados péssimos. O lance é que eu parecia um personagem do Mágico de OZ – e não era nem a Dorothy nem o Homem de Lata.
Eu não vou desistir. Fiquei feliz que o terceiro xampu funcionou melhor do que o segundo. Ou seja, houve uma evolução. Ainda preciso descobrir se o produto é ruim, se eu não estou lavando direito ou se não estou removendo o cosmético adequadamente – por isso não vou falar quais as marcas. Nesse meio tempo, encontrei um produto com o mínimo de química possível e tá tudo bem.
Nessa vibe de ser ecologicamente correta, a gente enfrenta algumas dificuldades e complicações. É uma vida toda na comodidade de usar os produtinhos que estão na prateleira do supermercado ou da farmácia e era isso. Agora, surge o gel de linhaça.
Não serei ingrata, os cosméticos tradicionais me salvaram a vida. Quando eu era criança e adolescente, não tinha esse lance de creme para pentear, modeladores de cachos e muito menos os leave-in. Fala sério, no máximo um Neutrox amarelinho. Ou seja, se já não tinha finalizador tradicional, imagina se eu ia ter acesso aos que não prejudicam o ambiente e a saúde. Eu nem sabia que existiam. Mas isso mudou.
Há uns meses, descobri o melhor finalizador DA VIDA para os cabelos, especialmente para cabelos ondulados, cacheados ou crespos: o gel de linhaça. Ele deixa o cabelo macio, sedoso e modelado ao mesmo tempo. Os cachos ficam lindos, leves e soltos. E tem INÚMERAS vantagens
É natural;
Fácil de fazer;
Barato;
Saboroso;
Light;
Hein? Mas é de passar no cabelo ou de comer? Os dois!
MODELADOR DE CACHOS – QUE, DE QUEBRA, DÁ PRA COMER
Ingredientes
½ xícara de linhaça dourada
2 xícaras de água
folhas de gaze
1 pote de vidro
Modo de fazer
Misture a linhaça e a água em uma panela, leve ao fogo e mexa até que forme um gel;
Coe o gel com a gaze, espremendo até que o gel saia limpo;
Acondicione em um pote de vidro e guarde na geladeira;
Se quiser potencializar o efeito, pode misturar com babosa, especialmente se o seu cabelo for O produto dura cerca de um mês na geladeira, mas além de passar no cabelo, ele pode virar uma geleia light e delicinha. É só misturar o gel com uma xícara de purê de qualquer (prefiro de morangos) fruta e passar no pão. Super nutritivo, docinho, gostoso e light. Nham =)
Cabelo tonhonhóin, lindo e consciente – como hidratar os cabelos de maneira natural
Geórgia Santos
5 de março de 2017
Eu já falei aqui que resolvi encarar o desafio de mudar meus hábitos de consumo e passei a utilizar cosméticos naturais no meu corpo. E comecei pelos cabelos. Saí do comodismo dos cosméticos tradicionais para ser mais consciente – cuidar mais de mim e da terrinha ao evitar petrolatos e sulfatos. Pra mim é especialmente difícil porque meus cabelos são crespos e descoloridos (coisa que não faço mais), duplamente mais difíceis de cuidar (domar) do que fios lisos.
Para fazer essa transição, o indicado é começar de trás pra frente. Ou seja, primeiro substituir as máscaras de hidratação, depois os modeladores, o condicionador e então substituir o xampu químico por um natural – e de preferencia sólido para evitar a embalagem.
De cara, descobri A MELHOR MÁSCARA HIDRATANTE PARA CABELOS CRESPOS do mundo. Adivinha: óleo de oliva.
“Isso mesmo, azeite é melhor do que qualquer produto que eu tenha usado. E acredite, eu já usei muitos, caros e baratos, nacionais e importados”
Na verdade, o de oliva foi o que melhor funcionou para o meu tipo de cabelo, mas a ideia é utilizar óleos vegetais para hidratação capilar no lugar de produtos caros e cheios de química. E, pasmem, funciona inclusive para quem tem cabelo oleoso.
A técnica se chama umectação e consiste, basicamente, em aquecer o óleo e passar nos cabelos. Abaixo, veja como recuperar os seus cabelos de maneira natural, sustentável e cheirosa, sem agredir o meio ambiente e o nosso corpo.
MÁSCARA HIDRATANTE PARA CABELOS
½ xícara de óleo vegetal de sua preferência (só!)
Aqueça o óleo em banho maria até que ele esteja morno;
Divida o cabelo em mechas e aplique o óleo nas pontas ressecadas. Se o seu cabelo for seco, pode aplicar em todo o comprimento, apenas evite a raiz;
Massageie levemente enquanto aplica o óleo, para que o produto penetre nos fios;
Cubra com uma touca ou uma toalha morna e deixe agir por uma hora – se tiver tempo, pode deixar até duas, mas tome cuidado para não deixar o cabelo pesado. Melhor não arriscar se o seu cabelo for oleoso;
Depois é só lavar e ser linda =)
Há vários tipos de óleo vegetal que podem ser usados para hidratar o cabelo. Abaixo, uma listinha com as propriedade de cada um 😉
ÓLEO DE OLIVA
Ideal para cabelos cacheados. É rico em antioxidantes como vitaminas A e E. Nutre e repara o couro cabeludo, ajuda no combate à caspa e promove o crescimento do cabelo. Também tem propriedades anti-inflamatórias e hidrófilas, que ajudam na formação de uma camada protetora, além de intensa nutrição. Reduz o ressecamento dos cabelos danificados e reduz as pontas duplas e o frizz;
ÓLEO DE COCO
Ideal para cabelos secos e danificados. Rico em vitaminas E e K, além de ácidos graxos. Consegue penetrar profundamente nos fios, combate o ressecamento, pontas duplas e reduz o frizz. Promove restauração capilar e é um bom aliado no combate à caspa e coceiras;
ÓLEO DE JOJOBA
Ideal para cabelos oleosos. Por ter uma composição parecida a do óleo produzido pela pele humana, desintoxica o couro cabeludo e reduz o excesso de sebo. A região fica limpa além de estimular a circulação sanguínea. Mas verifique se óleo é realmente puro antes de usar no couro cabeludo;
ÓLEO DE RÍCINO
Ideal para cabelos finos e com intensa queda. Poderoso aliado contra a queda e quebra dos fios. Rico em vitamina E e sais minerais, estimula o crescimento do cabelo ao ser aplicado no couro cabeludo, além de auxiliar no tratamento da calvície. Também previne pontas duplas;
Neste ano não foi diferente. A Imperatriz Leopoldinense foi para a Marquês de Sapucaí com o enredo “Xingu, o clamor que vem da floresta”. Mas o que parecia somente mais um desfile cuja temática era um povo da Amazônia com uma vibe “salvem o verde” transformou-se em um polêmica no momento em que tocou no bolso de um setor poderoso da nossa economia. A chamada Rainha de Ramos escancara o estrago que o crescimento desenfreado do agronegócio causa à natureza. Abordando o problema das derrubadas e queimadas na Amazônia para criação de gado até o problema com o uso excessivo de agrotóxicos. As entidades ligadas ao setor, obviamente, não gostaram nada disso.
“Vamos falar da rica contribuição dos povos indígenas do Xingu à cultura brasileira e ao mesmo tempo construir uma mensagem de preservação e respeito à natureza e à biodiversidade.
Segundo relato da própria população que vive ali, a região do Xingu ainda é alvo de disputas e constantes conflitos. A produção muitas vezes sem controle, as derrubadas, as queimadas e outros feitos desenfreados em nome do progresso e do desenvolvimento afetam de forma drástica o meio ambiente e comprometem o futuro de gerações vindouras. Os resultados, como sabemos, são devastadores e na maioria das vezes irreversíveis.
Acreditamos que, para além do entretenimento, o carnaval e a escola de samba – levando em consideração que os olhos do mundo se voltam para nossa festa – têm um compromisso com o social e o desenvolvimento sustentável.”
Passada a polêmica, a escola desfilou linda e emocionante. Além de explorar a fauna e a flora da região, a Imperatriz abordou uma série de questões polêmicas como a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Representantes das etnias do Xingu, incluindo o Cacique Raoni, participaram do desfile.
Cabelo comportado é o que não polui – Aprenda a desintoxicar as madeixas
Geórgia Santos
19 de fevereiro de 2017
No post anterior, eu falei sobre empresas de produtos de higiene e beleza que realizam testes em animais. Mas a opção consciente de cosméticos vai além do problema horroroso com os bichinhos. Descobri que cabelo comportado é o que não polui. As nossas escolhas exercem uma série de impactos sobre o meio ambiente, especialmente no que tange à produção de lixo e no despejo de químicos que poluem rios e lençóis freáticos. Isso sem falar no efeito (devastador) à nossa saúde. Há muitos aditivos relacionados a uma lista interminável de doenças, inclusive câncer.
“Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha”
Escolher produtos de acordo com a consciência ambiental e que não fazem mal à saúde é uma transição SUPER difícil de fazer, eu reconheço. Normalmente se escolhe um produto de acordo com o efeito e preço, a boa e velha relação custo/benefício. E é aí que a porca torce o rabo. Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha.
Eu decidi começar pelos meus esvoaçantes cabelos crespos. Uau, difícil, hein. Comecei pelo xampu (erradamente!) e fui parar direto no site da LUSH, que produz cosméticos com ingredientes naturais e auto conservantes. Comprei dois: o REHAB e o CURLY WURLY, o primeiro é uma espécie de antirresíduos e o outro é específico para o meu tipo de cabelo. Adorei. Eles limpam super bem e deixam o cabelo lindo. Já o condicionador sólido (comprei o Jungle) é horrível. Difícil de usar, espesso e não desembaraça ou hidrata.
Só que eles não são naturais. Tóin!
A LUSH afirma que 71% dos seus produtos são produzidos de maneira natural e sem conservantes sintéticos. E eles realmente tem muitas alternativas legais. Mas os que eu escolhi não fazem parte desse grupo.
VEJA QUAIS SUBSTÂNCIAS EVITAR NA HORA DE LAVAR OS CABELOS
1. SULFATOS
A limpeza bonitinha a que estamos acostumados é fruto de um coquetel de surfactants, substâncias que limpam produzem aquela espuma toda. Os mais comuns, são:
Sodium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Sódio)
Sodium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Sódio)
Ammonium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Amônio)
Ammonium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Amônio)
Pesquisas do EWG, que estuda o efeito de substâncias químicas tóxicas, indicam que esses aditivos são responsáveis pela intensa descamação no couro cabeludo e coceira. Eles suspeitam, ainda, que o Lauril Sulfato de Sódio seja um poluente ambiental. Mais do que isso, o JOURNAL OF THE AMERICAN COLLEGE OF TOXICOLOGY alerta para o fato de que essa substância pode desnaturar as proteínas da pele e ser absorvido. Já o Lauriléter Sulfato de Sódio e o Lauril Sulfato de Amônio podem ser contaminados por substâncias tóxicas e cancerígenas como o dioxano e óxido de etileno.
2. AS FRAGRÂNCIAS SINTÉTICAS
A mais famosa é o tal do PARFUM, esse sim está por tudo. O problema é que essa palavrinha pequena pode esconder mais de 3 MIL SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS. Foi minha perdição por tantos anos, sem falar nos tantos produtos orgânicos que utilizam em suas fórmulas como um sintético seguro. O problema é que podem causar danos ao sistema respiratório e ocasionar alergias em pessoas sensíveis. Há ESTUDOS que ainda indicam que as fragrâncias são tóxicas para o sistema imunológico.
3. SILICONES E DERIVADOS DE PETRÓLEO
Essas substâncias costumam ser responsáveis pela hidratação e pelo brilho nos nossos cabelos:
São produtos comuns de se encontrar em rótulos e eles não tratam o cabelo de verdade, só dão a ilusão de um aspecto mais bonito. E eles não são solúveis em água, ou seja, poluem o meio ambiente.
Mas não voltei à estaca zero, os produtos da LUSH são bons para transição. Afinal, não são 100% naturais mas são melhores do que os que a gente costuma utilizar em função das quantidades reduzidas de sintéticos. Resolvi ler mais sobre o assunto e descobri algumas coisas úteis que quero compartilhar com vocês.
Mas não é um processo fácil. Usando os cosméticos convencionais, uma troca abrupta para os orgânicos pode ser um grande choque. E o resultado pode não ser bom. Há quem não se adapte ao cheiro, às texturas ou até não limpar como gostaríamos. Para a transição ser mais suave, é importante desintoxicar o cabelo.
COMO DESINTOXICAR O CABELO
Comece de trás pra frente. Ou seja, comece substituindo a máscara hidratante, passe para o leave-in, depois o condicionador e depois substitua o xampu;
Os produtos da LUSH que eu usei são ótimos para transição, além de feitos à mão, eles são produzidos com ingredientes e naturais e tem quantidades baixas de conservantes sintéticos, bastante inferiores aos produtos convencionais. E eu comprei líquido, mas o ideal é utilizar o sólido, porque além de evitar a embalagem a gente já se acostuma com a lógica de lavar o cabelo com algo que parece um sabonetinho. Só que é caro =/
Nos próximos posts eu vou passar por cada um dos passos, começando pela máscara hidratante, então fica de olho por aqui. É difícil, mas é possível. Um dia a gente chega lá. =)
Nunca tive muita proximidade com os animais. Aliás, morro de medo da maioria deles. Quando criança, queria um cachorro mas não fui atendida, minha mãe dizia que eu não ia cuidar do bichinho e ela não queria mais essa responsabilidade. E ela provavelmente estava certa. Gatinhos nunca foram meus amigos, me sinto intimidada por eles. O máximo que eu consegui foi uma tartaruga de aquário, minúscula e com o peculiar entusiasmo dos répteis. De anfíbios, quero distância. Nesse caso é fobia, mesmo. Com direito a taquicardia.
Nem vou falar de animais de fazenda, tenho medo de todos eles, até das pacíficas vacas. Nem parece que fui criada na colônia. Mas sobre vacas, bois, porcos e galinhas eu falo em outro momento.
De qualquer maneira, já deu pra perceber que nunca fui uma ávida defensora dos direitos dos animais. Não fui criada com essa empatia e, como já perceberam, não me sinto à vontade perto deles. Isso fez com que minha percepção sobre o abuso animal fosse retardada. Somente agora, perto dos meus 30 anos, estou conhecendo a dura realidade a que os animais são submetidos ao redor do mundo. Existem várias frentes de ação do ser humano contra os animais e, aos poucos, pretendo falar sobre todas elas. Mas hoje abordo a mais convenientemente ignorada: os testes com animais.
Testes em animais nas indústrias farmacêutica e cosmética
Como fruto da minha desinformação, deparei com o fato de que quase todas as marcas de produtos de higiene e limpeza que eu utilizo realizam testes em animais. Fiquei bastante impressionada com o fato de isso ainda existir. Após algumas pesquisas, a conclusão foi chocante: dentre as marcas mais conhecidas, a maioria utiliza desse subterfúgio bárbaro. No site da PETA (People for Ethical Treatment of Animals), há várias informações sobre isso e é devastador. Por exemplo, a M.A.C Cosmetics, que sempre foi uma das minhas favoritas, não realizava testes em animais há muito tempo. Mas a Estée Lauder, companhia da qual a marca faz parte, voltou a vender na China. E lá, pasmem, o teste em animais é OBRIGATÓRIO. Bizarro.
Felizmente, há muitas opções legais e excelentes. Especialmente aqui no Brasil. Dentre outras, O Boticário, Natura e Quem Disse, Berenice? Não realizam testes em animais.
CLIQUE AQUI e confira se a sua marca favorita realiza testes em animais. Você também pode procurar pelo selo CRUELTY FREE nos produtos.
Se você pensa que é bobagem e que os testes não fazem tão mal assim. Ou se acredita que os animais aguentam e que é frescura pensar nos pobres coelhinhos que não tem o menor interesse em usar rímel, dá uma olhada nesse vídeo aí embaixo. A marca britânica LUSH Cosmetics fez uma ação em que atores (humanos, certo?) foram submetidos aos mesmos testes realizados nos bichinhos para que o nosso rímel seja incrível. É tenso, mas é preciso. Você vai pensar duas vezes antes de comprar aquele batom maravilhoso ou lavar o corpinho com Dove. Meus hábitos de compra mudaram. Falo mais sobre isso no próximo post 😉