Sabe aquela clássica frase: “Nasce um filho, nasce uma mãe?” Acrescento: “Nasce uma culpa.”
Acho que passei mais tempo tentando não ter culpa do que ninando meus filhos. E olha que não os ninei pouco! Uma das primeiras culpas que lembro foi quando viajamos pela primeira vez e tive que cozinhar uma beterraba que não era orgânica pra papinha do Benjamin. Me senti a pior pessoa do mundo.
Me dei conta disso esses dias, quando vi os dois comendo o segundo picolé do dia. Culpa por ser o segundo picolé, culpa pelo choro se não deixasse comer o segundo picolé. Como isso é raro de acontecer, escolhi a culpa sem o choro.
Haja exercício de paciência comigo mesma. Eu acerto muito com eles. Então tenho me permitido errar. E tenho demonstrado isso pra eles. Tento deixar de ser a super mãe para ser uma mãe real, embora eles me chamem muitas vezes de Mulher Maravilha.
Cabelo comportado é o que não polui – Aprenda a desintoxicar as madeixas
Geórgia Santos
19 de fevereiro de 2017
No post anterior, eu falei sobre empresas de produtos de higiene e beleza que realizam testes em animais. Mas a opção consciente de cosméticos vai além do problema horroroso com os bichinhos. Descobri que cabelo comportado é o que não polui. As nossas escolhas exercem uma série de impactos sobre o meio ambiente, especialmente no que tange à produção de lixo e no despejo de químicos que poluem rios e lençóis freáticos. Isso sem falar no efeito (devastador) à nossa saúde. Há muitos aditivos relacionados a uma lista interminável de doenças, inclusive câncer.
“Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha”
Escolher produtos de acordo com a consciência ambiental e que não fazem mal à saúde é uma transição SUPER difícil de fazer, eu reconheço. Normalmente se escolhe um produto de acordo com o efeito e preço, a boa e velha relação custo/benefício. E é aí que a porca torce o rabo. Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha.
Eu decidi começar pelos meus esvoaçantes cabelos crespos. Uau, difícil, hein. Comecei pelo xampu (erradamente!) e fui parar direto no site da LUSH, que produz cosméticos com ingredientes naturais e auto conservantes. Comprei dois: o REHAB e o CURLY WURLY, o primeiro é uma espécie de antirresíduos e o outro é específico para o meu tipo de cabelo. Adorei. Eles limpam super bem e deixam o cabelo lindo. Já o condicionador sólido (comprei o Jungle) é horrível. Difícil de usar, espesso e não desembaraça ou hidrata.
Só que eles não são naturais. Tóin!
A LUSH afirma que 71% dos seus produtos são produzidos de maneira natural e sem conservantes sintéticos. E eles realmente tem muitas alternativas legais. Mas os que eu escolhi não fazem parte desse grupo.
VEJA QUAIS SUBSTÂNCIAS EVITAR NA HORA DE LAVAR OS CABELOS
1. SULFATOS
A limpeza bonitinha a que estamos acostumados é fruto de um coquetel de surfactants, substâncias que limpam produzem aquela espuma toda. Os mais comuns, são:
Sodium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Sódio)
Sodium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Sódio)
Ammonium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Amônio)
Ammonium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Amônio)
Pesquisas do EWG, que estuda o efeito de substâncias químicas tóxicas, indicam que esses aditivos são responsáveis pela intensa descamação no couro cabeludo e coceira. Eles suspeitam, ainda, que o Lauril Sulfato de Sódio seja um poluente ambiental. Mais do que isso, o JOURNAL OF THE AMERICAN COLLEGE OF TOXICOLOGY alerta para o fato de que essa substância pode desnaturar as proteínas da pele e ser absorvido. Já o Lauriléter Sulfato de Sódio e o Lauril Sulfato de Amônio podem ser contaminados por substâncias tóxicas e cancerígenas como o dioxano e óxido de etileno.
2. AS FRAGRÂNCIAS SINTÉTICAS
A mais famosa é o tal do PARFUM, esse sim está por tudo. O problema é que essa palavrinha pequena pode esconder mais de 3 MIL SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS. Foi minha perdição por tantos anos, sem falar nos tantos produtos orgânicos que utilizam em suas fórmulas como um sintético seguro. O problema é que podem causar danos ao sistema respiratório e ocasionar alergias em pessoas sensíveis. Há ESTUDOS que ainda indicam que as fragrâncias são tóxicas para o sistema imunológico.
3. SILICONES E DERIVADOS DE PETRÓLEO
Essas substâncias costumam ser responsáveis pela hidratação e pelo brilho nos nossos cabelos:
São produtos comuns de se encontrar em rótulos e eles não tratam o cabelo de verdade, só dão a ilusão de um aspecto mais bonito. E eles não são solúveis em água, ou seja, poluem o meio ambiente.
Mas não voltei à estaca zero, os produtos da LUSH são bons para transição. Afinal, não são 100% naturais mas são melhores do que os que a gente costuma utilizar em função das quantidades reduzidas de sintéticos. Resolvi ler mais sobre o assunto e descobri algumas coisas úteis que quero compartilhar com vocês.
Mas não é um processo fácil. Usando os cosméticos convencionais, uma troca abrupta para os orgânicos pode ser um grande choque. E o resultado pode não ser bom. Há quem não se adapte ao cheiro, às texturas ou até não limpar como gostaríamos. Para a transição ser mais suave, é importante desintoxicar o cabelo.
COMO DESINTOXICAR O CABELO
Comece de trás pra frente. Ou seja, comece substituindo a máscara hidratante, passe para o leave-in, depois o condicionador e depois substitua o xampu;
Os produtos da LUSH que eu usei são ótimos para transição, além de feitos à mão, eles são produzidos com ingredientes e naturais e tem quantidades baixas de conservantes sintéticos, bastante inferiores aos produtos convencionais. E eu comprei líquido, mas o ideal é utilizar o sólido, porque além de evitar a embalagem a gente já se acostuma com a lógica de lavar o cabelo com algo que parece um sabonetinho. Só que é caro =/
Nos próximos posts eu vou passar por cada um dos passos, começando pela máscara hidratante, então fica de olho por aqui. É difícil, mas é possível. Um dia a gente chega lá. =)