Raquel Grabauska

Monstro da culpa

Raquel Grabauska
5 de maio de 2017

Sabe aquela clássica frase: “Nasce um filho, nasce uma mãe?” Acrescento: “Nasce uma culpa.”

Acho que passei mais tempo tentando não ter culpa do que ninando meus filhos. E olha que não os ninei pouco! Uma das primeiras culpas que lembro foi quando viajamos pela primeira vez e tive que cozinhar uma beterraba que não era orgânica pra papinha do Benjamin. Me senti a pior pessoa do mundo.

Me dei conta disso esses dias, quando vi os dois comendo o segundo picolé do dia. Culpa por ser o segundo picolé, culpa pelo choro se não deixasse comer o segundo picolé. Como isso é raro de acontecer, escolhi a culpa sem o choro.

Haja exercício de paciência comigo mesma. Eu acerto muito com eles. Então tenho me permitido errar. E tenho demonstrado isso pra eles. Tento deixar de ser a super mãe para ser uma mãe real, embora eles me chamem muitas vezes de Mulher Maravilha.

Foto: Monstro da Culpa, ilustração do Tom

ECOO

Cabelo comportado é o que não polui – Aprenda a desintoxicar as madeixas

Geórgia Santos
19 de fevereiro de 2017

No post anterior, eu falei sobre empresas de produtos de higiene e beleza que realizam testes em animais. Mas a opção consciente de cosméticos vai além do problema horroroso com os bichinhos. Descobri que cabelo comportado é o que não polui. As nossas escolhas exercem uma série de impactos sobre o meio ambiente, especialmente no que tange à produção de lixo e no despejo de químicos que poluem rios e lençóis freáticos. Isso sem falar no efeito (devastador) à nossa saúde. Há muitos aditivos relacionados a uma lista interminável de doenças, inclusive câncer.

“Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha”

Escolher produtos de acordo com a consciência ambiental e que não fazem mal à saúde é uma transição SUPER difícil de fazer, eu reconheço. Normalmente se escolhe um produto de acordo com o efeito e preço, a boa e velha relação custo/benefício. E é aí que a porca torce o rabo. Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha.

Eu decidi começar pelos meus esvoaçantes cabelos crespos. Uau, difícil, hein. Comecei pelo xampu (erradamente!) e fui parar direto no site da LUSH, que produz cosméticos com ingredientes naturais e auto conservantes. Comprei dois: o REHAB e o CURLY WURLY, o primeiro é uma espécie de antirresíduos e o outro é específico para o meu tipo de cabelo. Adorei. Eles limpam super bem e deixam o cabelo lindo. Já o condicionador sólido (comprei o Jungle) é horrível. Difícil de usar, espesso e não desembaraça ou hidrata.

Só que eles não são naturais. Tóin!

A LUSH afirma que 71% dos seus produtos são produzidos de maneira natural  e sem conservantes sintéticos. E eles realmente tem muitas alternativas legais. Mas os que eu escolhi não fazem parte desse grupo.

VEJA QUAIS SUBSTÂNCIAS EVITAR NA HORA DE LAVAR OS CABELOS

1. SULFATOS

 A limpeza bonitinha a que estamos acostumados é fruto de um coquetel de surfactants, substâncias que limpam produzem aquela espuma toda. Os mais comuns, são:

  • Sodium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Sódio)
  • Sodium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Sódio)
  • Ammonium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Amônio)
  • Ammonium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Amônio)

Pesquisas do EWG, que estuda o efeito de substâncias químicas tóxicas, indicam que esses aditivos são responsáveis pela intensa descamação no couro cabeludo e coceira. Eles suspeitam, ainda, que o Lauril Sulfato de Sódio seja um poluente ambiental. Mais do que isso, o JOURNAL OF THE AMERICAN COLLEGE OF TOXICOLOGY alerta para o fato de que essa substância pode desnaturar as proteínas da pele e ser absorvido. Já o Lauriléter Sulfato de Sódio e o Lauril Sulfato de Amônio podem ser contaminados por substâncias tóxicas e cancerígenas como o dioxano e óxido de etileno.

2. AS FRAGRÂNCIAS SINTÉTICAS

 A mais famosa é o tal do PARFUM, esse sim está por tudo. O problema é que essa palavrinha pequena pode esconder mais de 3 MIL SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS. Foi minha perdição por tantos anos, sem falar nos tantos produtos orgânicos que utilizam em suas fórmulas como um sintético seguro. O problema é que podem causar danos ao sistema respiratório e ocasionar alergias em pessoas sensíveis. Há ESTUDOS que ainda indicam que as fragrâncias são tóxicas para o sistema imunológico.

3. SILICONES E DERIVADOS DE PETRÓLEO

Essas substâncias costumam ser responsáveis pela hidratação e pelo brilho nos nossos cabelos:

  • Silicones (dimethicone, simethicone, cyclomethicone, dimethiconol)
  • Parafina (paraffin)
  • Óleo mineral (mineral oil/paraffinum liquidum)
  • Petrolato (petrolatum)

São produtos comuns de se encontrar em rótulos e eles não tratam o cabelo de verdade, só dão a ilusão de um aspecto mais bonito. E eles não são solúveis em água, ou seja, poluem o meio ambiente.

Mas não voltei à estaca zero, os produtos da LUSH são bons para transição. Afinal, não são 100% naturais mas são melhores do que os que a gente costuma utilizar em função das quantidades reduzidas de sintéticos. Resolvi ler mais sobre o assunto e descobri algumas coisas úteis que quero compartilhar com vocês.

No site do UM ANO SEM LIXO, que é um guia incrível pra quem quer mudar os hábitos, tem uma lista maravilhosa de MARCAS DE XAMPUS E SABONETES NATURAIS. Todos para comprar online =)

Mas não é um processo fácil. Usando os cosméticos convencionais, uma troca abrupta para os orgânicos pode ser um grande choque. E o resultado pode não ser bom. Há quem não se adapte ao cheiro, às texturas ou até não limpar como gostaríamos. Para a transição ser mais suave, é importante desintoxicar o cabelo.

COMO DESINTOXICAR O CABELO

  • Comece de trás pra frente. Ou seja, comece substituindo a máscara hidratante, passe para o leave-in, depois o condicionador e depois substitua o xampu;
  • Os produtos da LUSH que eu usei são ótimos para transição, além de feitos à mão, eles são produzidos com ingredientes e naturais e tem quantidades baixas de conservantes sintéticos, bastante inferiores aos produtos convencionais. E eu comprei líquido, mas o ideal é utilizar o sólido, porque além de evitar a embalagem a gente já se acostuma com a lógica de lavar o cabelo com algo que parece um sabonetinho. Só que é caro =/

Nos próximos posts eu vou passar por cada um dos passos, começando pela máscara hidratante, então fica de olho por aqui. É difícil, mas é possível. Um dia a gente chega lá. =)