Tão série

Três maratonas para curtir durante as férias de julho

Geórgia Santos
8 de julho de 2017

As férias de julho estão aí, trazendo com elas o friozinho do inverno. E nada combina melhor com o inverno do que passar horas em frente à televisão – embaixo de um cobertor, claro. E comendo pipoca, óbvio. Por isso, pensamos em três maratonas para curtir durante as férias. São séries que estrearam no último mês no Netflix e que acomodam essa necessidade urgente de deixar a marca do bumbum no sofá.

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House of Cards

Já discutimos a nova temporada de House of Cards por aqui, e como se uma indicação não bastasse, aqui vai a segunda. Tem estômago para encarar um político de moralidade dúbia dando um jeitinho na legislação e contornando a Constituição para permanecer no poder? Não, eu não estou falando do Temer, só do casal Underwood. A maratona é perfeita para as férias de Julho, afinal, frieza é o que não falta. Prepara o cobertor!

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Orange Is The New Black

A nova temporada começa três dias após a morte de Poussey Washington (Samira Wiley), é de partir o coração. Mas mais do que isso, as detentas abordam temas que tem permeado a nossa realidade durante uma rebelião, como o movimento Black Lives Matter. A gente vê, através das grades da Penitenciária de Litchfield, o preconceito do nosso mundo enquanto mulheres tentam encontrar sua voz. É possível verVale cada minutinho, cada grão de pipoca.

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GLOW

Toda a exuberância da década de 80 transborda em GLOW – Gorgeous Ladies of Wrestling. Em tradução livre, Damas Maravilhosas da Luta. A série retrata os desafios de Ruth Wilder (Alison Brie), uma atriz cuja última chance em Hollywood é participar de um programa de TV sobre luta feminina. Collants, drogas, meias de lurex e mais um monte de coisas inapropriadas e engraçadas. A trama toda é baseada em uma história real, de um programa real.

Glow

Música brasileira para alinhar a vibe

Fernanda Ferrão
9 de fevereiro de 2017

 

A imagem não bate com o que tu esperas do som? AINDA BEM. Hoje o espaço é dedicado a esses três musos da nova música brasileira – Jaloo, Liniker e Johnny Hooker. Estilos bem particulares mas que têm em comum essa “imagem que faz questionar”. Se depois de olhar, ouvir, tu seguires com alguma estranheza, recomendamos uma booooa reflexão. Se não, é só dar o play.

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A nova música brasileira tem um lineup de chorar de tão bom e, graças a Dios, tem levantado questionamentos e bandeiras sobre sexualidade, gênero, racismo e todo preconceito

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Jaloo tem um ímã. Para mim, ele tem um canto de sereia, uma coisa que hipnotiza. Jaime Melo tem 28 anos, veio do Pará, faz as vezes de modelo, é tímido e contou em entrevista ao HuffPost que acabou aprendendo a cantar para acompanhar as batidas que já fazia. Nos dois shows que fui, encontrei um Jaloo calmo, com looks e apresentações marcantes e acompanhado por duas bailarinas. Os clipes do artista e os remixes que circulam por aí (como do BossInDrama) merecem o seu tempo. Uma amiga diz que “o som dele não é fácil de consumir”. E talvez não seja mesmo, mas eu prefiro classificar como “música para dançar e sentir de olhos fechados”.

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Buena onda e lacração! Para mim, isso define o fenômeno Liniker. No dia 15 de outubro de 2015, o canal Liniker fazia o upload do EP ‘Cru’. Três músicas em três vídeos gravados em casa, em uma sala de estar, para passar exatamente a vibe dos músicos. Liniker comanda sua trupe de companheiros, Os Caramelows, com turbante, saia longa, argolas, colares, brincos, delineador, batom e bigode. Sim, bigode e uma voz grave que canta “deixa eu bagunçar você” com uma potência incrível! Hoje, o vídeo tem milhões de views e o cantor contou em mais de uma entrevista que foi surpreendido pela aceitação e sucesso. O show? Você não para um minuto mesmo que não conheça todo o repertório; ‘Zero’ é cantada a plenos pulmões por todos e ainda tem o momento ‘culto’ quando Liniker e as cantoras que o acompanham fazem um verdadeiro louvor ao lacre, ao poder, ao glitter. Dá uma esperança saber que Liniker faz tanto sucesso e, por onde vai, diz que é “bicha e preta”. O cantor lançou um projeto no Catarse para financiar o disco Remonta e você pode ajudar aqui.

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“Esse é pra sangrar!”, me disse uma amiga quando perguntei qual o clima do show do pernambucano Johnny Hooker. E é a melhor definição. Nem sei se podemos chamar apenas de cantor um cara de 28 anos que é também compositor, roteirista, ator e faz performances inesquecíveis. Johnny tem um timbre rasgado, com sotaque, que marca e canta coisas como “eu vou chamar Iansã, Ogum e Oxalá, vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito”. O clipes também são sempre uma obra à parte e contam histórias de amores latinos, sofridos, barrocos, dramáticos. Que tal começar a assistir os seis minutos de “Amor Marginal”?

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Além de produzirem arte de qualidade com sons, batidas, shows, vídeos, poesias, Hooker, Liniker, Jaloo e outros como As Bahias e a Cozinha Mineira, Filipe Catto, Rico Dalassam estão redefinindo padrões (quebrando com os que existem), rompendo barreiras preconceituosas, fazendo todo mundo se questionar e evoluir através da arte.