ECOO

Horário de verão é assunto sério

Geórgia Santos
24 de setembro de 2017

Todo mundo tem opinião sobre o horário de verão e não há unanimidade. Enquanto eu, particularmente, adoro o fato de que o dia fica maior e dá pra tomar um chopinho na calçadas às 21h, há quem considere uma desvantagem. E agora, com a intenção de acabar com o horário de verão, o governo federal reacende esse debate.

.

A justificativa é que a adoção do horário de verão para economia de energia, não se justifica mais

.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que “a avaliação é que, sob a perspectiva do setor elétrico, o horário de verão não se justifica”. Isso porque, segundo dados do governo, a economia gerada com a aplicação do horário de verão diminuiu nos últimos quatro anos. Entre 2013 e 2016, caiu de R$405 milhões para R$159,9 milhões.

.

Confesso que não compreendo essa justificativa. Mesmo que a economia tenha diminuído, ela ainda existe, certo?

Por que alguém não ia querer economizar R$ 159 milhões?

.

No Brasil, o horário de verão é aplicado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal (Brasília). De acordo com os dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia nos últimos quatro anos, o Brasil economizou cerca de R$1,4 bilhão. A adoção do horário de verão gerou uma economia de R$853 milhões para os consumidores. Tanto que especialistas recomendam a manutenção da extensão do dia.

.

Mas a discussão está centrada em uma abordagem equivocada

Testemunhei jornalistas bradando em suas TLs sobre achar o horário de verão ótimo ou desagradável e, lamento, mas considero essa abordagem extremamente leviana. Até agora, as justificativas que apresentei se sustentam na questão financeira. Obviamente é um fator importante, mas não podemos nos esquecer que economia na geração de energia é, antes de mais nada, uma redução no impacto ambiental. Em tempos de negação da ciência e do aquecimento global, é preciso levar em conta este aspecto do horário do verão, que é uma medida adotada pela maioria dos países ocidentais, com resultados efetivos e eficazes.

Por outro lado, há cientistas que acreditam que o horário de verão contribui para o aquecimento global, e não o contrário, uma vez que o ar-condicionado permaneceria ligado por mais tempo. O problema com essa afirmação é que ela é derrubada pela redução do consumo de energia, afinal, ar-condicionado depende da mesma eletricidade que a lâmpada.

Pode não parecer, mas horário de verão é assunto sério e precisa tratado como tal, com seus prós e contras devidamente pesados. Por isso formulamos uma lista de benefícios e malefícios (formulada a partir de uma pesquisa com múltiplas opiniões), para que você possa tomar uma decisão informada caso o governo resolva consultar a população. Não pensa no choppinho no final da tarde, não pensa no dia que não termina nunca. Pensa no planeta.

BENEFÍCIOS

  • Economia de energia
  • Redução de impacto ambiental (com a economia de energia elétrica)
  • Redução no número de acidentes nos horários de pico
  • Redução no número de assaltos

MALEFÍCIOS

 

Foto: Pixabay

ECOO

Eu testei – Anticaspa natural

Geórgia Santos
17 de setembro de 2017

Sim, eu tenho caspa. Essa coisinha nojentinha e desgraçada que insiste em armar acampamento no nosso couro cabeludo é uma forma leve de dermatite seborreica. Ao contrário do que muitos pensam, esse problema não está associado a falta de higiene, não é coisa de quem não lava o cabelo – aliás, lavar demais pode agravar o quadro. A intensidade da caspa aumenta de acordo com alguns fatores como mudanças bruscas de temperatura, oleosidade do couro cabeludo, temperatura da água (quanto mais quente, pior), estresse e alterações hormonais.

.

Mas o maior problema é que a caspa não tem cura

.

É isso mesmo. É tipo celulite, existe só pra atrapalhar. Os xampus anticaspa funcionam muito bem quando o assunto é reduzir a quantidade e melhorar o aspecto do couro cabeludo. Nos casos mais graves, em que há prurido (coceira), esses produtos também auxiliam. O problema é que são mais eficazes os que contem metais pesados, como zinco, especialmente.

Por isso, seguindo o conselho da Mona Soares, da Ewé Alquimias. Em um post do Instagram, ela contou que dilui o xampu no mel orgânico. O ingrediente, segundo ela, é ótimo pra quem tem caspa porque é antifúngico, regenerador celular e antioxidante. Se você for vegan, o mel pode ser substituído por melado de cana.

.

Eu testei – e aprovei

.

Resolvi seguir o conselho e testar o mel como um anticaspa natural. A receita é bastante simples: partes iguais de mel orgânico e do xampu que se costuma usar diariamente. O resultado é incrível. Em uma semana já notei que meu couro cabeludo fica limpo por mais tempo e meu cabelo mais macio. Com o passar dos dias, já foi possível notar uma redução na caspa – já não noto caírem no ombro quando uso preto.

 

ECOO

Caro é NÃO preservar o ambiente

Geórgia Santos
3 de setembro de 2017

Entre decretos e arrependimentos, o governo de Michel Temer é reconhecido nacional e internacionalmente como um desastre no que tange às políticas de proteção ambiental, especialmente na Amazônia. Ele simplesmente as ignora. Ou reescreve. Na última semana, o Brasil testemunhou o descaso do tal presidente quando um decreto acabava com uma reserva ambiental. Uma estratégia já empregada anteriormente em circunstâncias parecidas.

.

E nesse turbilhão de frustração, uma entrevista tão

esclarecedora quanto estarrecedora passou despercebida

.

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, falou à DeutscheWelle Brasil. O líder da chamada bancada ruralista, que conta com 211 deputados que defendem o agronegócio (inclusive o explorador) com unhas dentes, explica melhor do que ninguém o que ele e seus pares pensam da preservação da Floresta Amazônica:

.

“Manter floresta em pé é apenas um gasto? Um custo?
Claro que é um custo. Você tem os problemas naturais, incêndios. Para preservar é preciso ter um monte de coisas: cisternas, água, caixas de água, toda uma estrutura dentro da propriedade. E quem paga a conta por isso? Cobrar é fácil. Quem paga é o produtor rural. Se alguém quer muito que o Brasil seja esse modelo que nenhum outro país do mundo foi, nós concordamos. Mas é preciso ser remunerado por isso.”

.

Pobres produtores. Coitadinhos. Como vão ter lucro se não for destruindo tudo o que há pela frente?

Veja bem, não falo de pequenos produtores, não falo da agricultura familiar ou do cara que tem meia dúzia de vacas. Falo dos caras que queimam metade floresta pra um zilhão de bois pastarem enquanto seus empregados vivem em condições subumanas e eles passeiam por Miami.

A entrevista completa pode ser acessada aqui e é um festival de surrealidades. O nobre deputado garante que é mentira que fazendeiros invadam espaço de reservas ambientais, apoia a exploração do minério e plantio de soja em terras indígenas – ele inclusive acredita que pode falar em nome deles. Falando assim não parece o bicho, mas a desinformação do parlamentar assusta. Ele acredita, por exemplo, que os índios americanos são milionários, quando a realidade é bastante cruel.

.

Para ele, preservar o meio ambiente atrasa o progresso

.

Me sinto voltando uns cem anos no tempo. Especialmente quando vejo que o Brasil ainda lidera o ranking dos países que mais matam ambientalistas. Se preservar o meio ambiente é caro, imagina não preservar.

ECOO

Temer é o enfisema do mundo?

Geórgia Santos
27 de agosto de 2017

Sempre achei bonita a noção que aprendi na escola quando era menina, a de que a Amazônia é o pulmão do mundo. Nela está embutida uma responsabilidade pela nossa existência. Nós, brasileiros, somos diretamente responsáveis pela manutenção deste espaço sagrado, crucial para a continuidade do planeta como o conhecemos. Mas se a Amazônia é o pulmão do mundo, seria Michel Temer o enfisema?

.

Se Temer é o enfisema do mundo, não sei.

Mas certamente não é o oxigênio

.

Temer assinou decreto na última quarta-feira, 23, extinguindo a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia. Publicado no Diário Oficial da União no dia seguinte, 24, o decreto permite que uma área de 46 mil quilômetros quadrados seja explorada pela iniciativa privada. A área, maior que a extensão da Dinamarca, estava protegida desde 1984 e é rica em cobre e outros minerais.

Tudo isso foi feito sem aviso, explicação ou discussão e surpreendeu a muita gente. Tanto que a atitude de Temer foi notícia não apenas no Brasil, mas nos principais jornais internacionais em manchetes temerosas (sem trocadilho, juro). Em entrevista à BBC, o engenheiro Bruno Milanez, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e membro do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que reúne 110 ONGs, sindicatos e movimentos sociais, disse que não houve qualquer comunicado.

.

Mas alguém sabia

.

A mesma reportagem da BBC mostra que, há cinco meses, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresários canadenses que essa área de preservação da Amazônia seria extinta que a exploração seria leiloada a empresas do setor privado. Raul Seixas alertou que a solução poderia ser alugar o Brasil, mas o nosso estimado governante a está vendendo, mesmo.

.

Enquanto isso, nosso meio ambiente respira por aparelhos

.

Foi preciso uma crítica da modelo Gisele Bundchen para que o governo federal se dignasse a emitir um comunicado. Mas que comunicado bem mequetrefe.

“A Renca não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns. Hoje, infelizmente, territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas nacionais, destrói a natureza e polui os cursos d ‘água com mercúrio.”

.

Ora, se há territórios degradados em função do garimpo clandestino, a solução é aumentar a proteção. Certo?

Não, a grande ideia de Temer é legalizar a exploração

.

Não é a primeira vez que esse governo age desse forma. Há um mês, foi retirada a proteção da Floresta Nacional do Jamanxim. E a lógica (ou falta de) daquela decisão é similar a esta. Para evitar o DESMATAMENTO ILEGAL, o governo resolveu retirar a proteção que impede o desmatamento. Logo, o desmatamento passa a ser LEGAL e o conflito deixa de existir.

Se depois dessas Temer não é o enfisema do mundo é, no mínimo, um cigarrinho. Mas a gente não desiste.

Foto/arte: Greenpeace Brasil, www.todospelaamazonia.org.br

ECOO

Faça você mesmo (DIY) – Talco para os pés

Geórgia Santos
6 de agosto de 2017

Um dos melhores amigos da minha família é o tal do Pó Pelotense. Pai e mãe sempre usaram e eu não ficava pra trás. Volta e meia esquecia, mas era só usar uma Melissa em um dia de calor que eu lembrava do porquê amávamos tanto o Pó Pelotense. A verdade é que ninguém gosta de chulé, né. E se pudermos usar algo pra espantar esse cara que insiste em nos acompanhar, tá valendo. Por isso pensei num talco para os pés que seja natural e que a gente pode ser em casa.

.

Mas e quais as alternativas sustentáveis pra o chulé? 

.

É mais fácil do que tu imaginas. Eu pesquisei sobre o tema na internet, além de perguntar pra algumas pessoas, e há inúmeras receitas pra espantar o mau cheiro nos pés, mas a melhor resposta é simples: BICARBONATO DE SÓDIO E AMIDO DE MILHO. Substitui o talco por uma mistura de partes iguais de bicarbonato de sódio com maisena e o resultado será absolutamente o mesmo. O amido controla a umidade (muito importante, senão o pé fica cheiroso porém encharcado) e o bicarbonato controla o chulé.

Se sentir falta de um cheirinho mentolado ou um cheirinho qualquer, pinga umas gotas de óleo de essencial e mistura com o pó. Deixa secar e coloca em um tubinho que facilite a aplicação, tipo esse aí embaixo.

Mas assim, usa um óleo que não tenha cor. Porque eu pinguei óleo de laranja (que é amarelo) e o resultado foi esse aí, ó =(

Muito idiota. Era óbvio que isso aconteceria, a meia ficou amarela por causa do oleo de laranja. Claro que se usar o calçado sem meias ou com uma meia escura, a cor do “talco” deixa de ser problema. Mas por via das dúvidas, eu evitaria.

.

Chulé prévio

E o que fazer se o chulé já tomou conta do calçado? Ah, aí a trama complica. Quer dizer, nem tanto. Nesse caso, a solução também é muito simples: VINAGRE BRANCO. Mistura uma parte de vinagre (eu prefiro o de maçã) para cinco partes de água. Umedece um pano com essa mistura e passa no calçado fedorento. Deixa secar à sombra e pronto, o chulé vai embora. Depois é só usar o bicarbonato.

ECOO

Cinco passos para uma vida mais sustentável

Geórgia Santos
30 de julho de 2017

Há poucos dias eu conversava com meus pais sobre o problema do aquecimento global. Mais especificamente, discutíamos o fato de o iceberg gigante ter se desprendido de plataforma de gelo na Antártica. Conforma a conversa evoluiu, começamos a conversar sobre os efeitos do nosso estilo de vida. Um artigo da revista New York fala que algumas partes da terra estarão inabitáveis já nos próximos 100 anos. Mesmo os cientistas que discordam do alarmismo e questionam alguns dados ressaltam que a situação é grave. Eles afirmam, porém, que é reversível.

.

Papo vai, papo vem, minha mãe perguntou: o que eu posso fazer ?

.

A dúvida que ela tem é a mesma de milhares de pessoas. E assim como a dona Tude, essas milhares de pessoas acreditam que levar uma vida mais sustentável é difícil e caro. Mas é mais simples do que se imagina. Mais do que isso, é totalmente possível. Por isso nós preparamos algumas dicas para quem não sabe por onde começar.

 

Cinco passos para começar a levar uma vida sustentável

 .

  1. 1. Economize energia

Essa era meio óbvia, né? Nem por isso a gente se preocupa o suficiente. E eu sou a primeira a assumir a culpa por deixar todas as luzes da casa ligadas – ou pelo menos deixava, no passado.

Começa por aí, apagando as luzes; desligando aparelhos que não estão em uso; tirando os carregadores da tomada; tomando banhos mais curtos; secando a roupa no varal; lavando a roupa e a louça à mão sempre que possível. Também evite usar o ar condicionado o tempo inteiro e escolha lâmpadas que consumam menos energia.

Se quiser dar um passo adiante, comece a utilizar fontes de energia renovável, como a solar – tem até c. Essas medidas não só ajudam o meio ambiente, mas reduzem – e muito – a conta de luz no final do mês. Ser sustentável economiza até grana. E nunca é demais lembrar que vivemos uma grave crise de energia. Quem não lembra dos apagões?

  1. 2. Economize água

Há estimativas de que 50% da água consumida em uma casa seja desperdiçada. E olha, eu lembro de fazer uma apresentação no colégio cantando aquela música horrível do Guilherme Arantes, Planeta Água, para chamar atenção para o desperdício. Isso há mil anos. Será que a gente não evoluiu nem um pouquinho?

Vamos lá, precisamos tomar banhos mais curtos (estou melhorando esse item); fechar a torneira enquanto escovamos os dentes; enquanto lavamos a louça; consertando vazamentos. Sem contar que já passou a era em que era necessário lavar calçada, né? Água da chuva tá aí pra essas e outras coisas.

As nossas fontes de água potável estão se esgotando e precisamos ser responsáveis quanto a isso. A quem acha que não passa de alarmismo, lembro que o nordeste brasileiro enfrentou, em 2017, a pior seca em 100 anos. Agora mesmo, fazendeiros do sul da europa enfrentam a pior estiagem em décadas. O estado da California, nos Estados Unidos, de onde escrevo neste momento, enfrentou os piores anos de seca de sua história. Estudos atestam que foi a pior estiagem em 1200 anos. É isso mesmo, eu não escrevi errado, em MIL E DUZENTOS ANOS.

Abaixo, o vídeo do National Geographic explica: menos de 3% da água do planeta é potável; apenas 0,3% está disponível para consumo humano; e isso é tudo o que temos. E deu. 

 

  1. 3. Abandone o carro

Ande a pé ou de bicicleta sempre que possível. Além de ser saudável, é outra maneira de ser gentil com o ambiente. Se usar o carro for imperativo, opte por um modelo mais econômico, de preferencia elétrico. Parece um contrassenso, mas há maneiras de abastecer o carro em plugues alimentados por energia solar. Sem contar que é BEM mais barato que gasolina.

 

  1. 4. Evite o plástico

Esse não é simples, há plástico por tudo e em tudo. Mas também não é impossível, é só mudar alguns hábitos. Troque as mil sacolas de plástico por uma de tecido; use uma garrafa reutilizável em vez de garrafa plástica; tenha uma caneca no trabalho, além de talheres de metal; evite pedir teleentrega; coloque as frutas e verduras da feira em saquinhos de tecido; use gilete reutilizável; prefira alimentos naturais e evite os industrializados e processados.

Enfim, evite o plástico sempre que possível. Prefira as alternativas produzias em materiais naturais e biodegradáveis. Esse pequeno documentário divulgado pela ONU Brasil ajuda a compreender o problema. 

 

  1. 5. Adote uma rotina de higiene natural

Essa passa por evitar os químicos, e também é uma alternativa saudável. Opte sempre por produtos naturais, desde sabonetes; desodorantes; maquiagem; xampu e condicionador; pasta de dentes; hidratantes para o rosto e corpo e por aí vai.

 

E aí, tá afim de experimentar uma vida mais verde? Vale a pena. Ah, e não esquece de separar o lixo 😉

 

Foto: Pixabay

ECOO

Cedeu e retrocedeu – Governo reduz proteção de floresta na Amazônia

Geórgia Santos
16 de julho de 2017

Nesta semana eu ia dar algumas dicas sobre como começar a viver de maneira mais sustentável, motivada por uma conversa que tive com meus pais. Mas o governo federal não permitiu. Não, não fui censurada. Acontece que o presidente Michel Temer cedeu à pressão da bancada ruralista e enviou ao Congresso um projeto de lei propondo uma REDUÇÃO NA PROTEÇÃO de floresta na Amazônia.

.

É isso mesmo, em meio a uma latente crise de negação da ciência – de dimensões apocalípticas, talvez – o governo brasileiro quer reduzir a proteção ao meio ambiente

.

Há um mês, o Executivo vetou a Medida Provisória 756, que reduzia a Floresta Nacional de Jamanxim (Flona), no Pará. Apesar da sinalização positiva, o governo cedeu e retrocedeu: o novo texto prevê uma redução de 349.046 hectares nos limites da Flona.

.

O PL propõe uma redução de 27% na área da Floresta Nacional

.

Segundo comunicado do Ministério do Meio Ambiente, o projeto foi desenhado para diminuir os conflitos na região e estancar o desmatamento:

“A área onde se localiza a Floresta Nacional do Jamanxim tem sido palco de recorrentes conflitos fundiários e de atividades ilegais de extração de madeira e de garimpo associados a grilagem de terra e a ausência de regramento ambiental. Com reflexos na escalada da criminalidade e da violência contra agentes públicos, sendo necessária a implantação de políticas de governo adequadas para enfrentar essas questões”.

Deixa eu ver se entendi: para evitar o DESMATAMENTO ILEGAL, o governo resolve retirar a proteção que impede o desmatamento. Logo, o desmatamento passa a ser LEGAL e o conflito deixa de existir porque os proprietários das terras da região não vão mais atacar agentes do IBAMA (oito viaturas foram queimadas nas últimas semanas). É isso?

Eu não sou escolada nesse assunto, confesso. Apesar de me preocupar com o meio ambiente e tentar levar uma vida sustentável, não conheço a situação dos conflitos e desmatamentos na Amazônia a fundo. O que sei é que é um problema grande e em ascensão há muitos anos. Mesmo assim, me parece um paradoxo.

.

Vamos abrir mão de proteger o meio ambiente para que ele deixe de ser destruído. Essa é a gênese da justificativa genial do PL

.

Posso estar errada e estou aberta à discussão, mas me parece mais uma atrocidade contra o meio ambiente. Não só isso, nos mostra que a nossa liberdade termina onde começa o dinheiro do outro, afinal, alguém está enchendo os bolsos com o ar que a gente deveria respirar.

 

 

ECOO

Eu testei – Depilação sustentável (what?)

Geórgia Santos
9 de julho de 2017

Nessa nossa jornada para tentar causar menos impacto no meio ambiente, há coisas mais fáceis de se fazer, como deixar de usar sacolas plásticas, e outras menos confortáveis, como aderir a cosméticos naturais. E há outras sobre as quais simplesmente não pensamos, como depilação. Sim, esse hábito não é nem um pouco verde. Mesmo assim, não vou deixar de me depilar, óbvio. Então precisei encontrar alternativas para não usar cera ou mil gilettes, que são caras e rendem poucos usos.

.

Depilação definitiva

Meu primeiro passo foi procurar um método de depilação definitiva. Escolhi usar a luz pulsada e fiz na axila e virilha. Os resultados são realmente impressionantes. O número de sessões necessárias varia de acordo com o contraste do tom da pele e do pelo, mas em geral de cinco a seis sessões é mais do que suficiente. Eu não fui disciplinada. O correto é ter um intervalo de 20 dias entre cada sessão. Eu ficava meses e, consequentemente, meu tratamento ainda não terminou. Mesmo assim, só uso gilette para depilar minha axila uma vez por mês e olha lá.

 

Em Porto Alegre, o melhor custo benefício é no salão Wall Cabelos, no centro. A Cris é responsável pela depilação e faz um ótimo trabalho. E vale a pena cortar o cabelo por lá, também hehe =)

.

Safety razor

Como não terminei o tratamento, ainda preciso da gilette. Além do mais, ainda tenho pernas e o orçamento não permite laser no corpo inteiro. O problema é que elas são caras e não tem uma vida útil muito longa. Sem contar a quantidade de lixo não reciclável que gera – como mistura plástico e metal, não tem como ser separado corretamente. Já o problema da cera é que é cara e causa um impacto grande no meio ambiente (especialmente as de roll-on), além de DOER. E vamos combinar que tem que ser feito no salão, em casa fica uma meleca e não é prático – eu até já usei aquelas folhas de cera fria, mas são caras e produzem um montão de lixo.

Foi aí que cheguei no barbeador de metal Safety Razor. Sim, aqueles com cara de antiguinho que os tios das barbearias usam. Ele é reutilizável (tipo pra sempre), tem dois lados para depilar ou barbear e como a lâmina é feita só de metal, é reciclável. A troca da lâmina depende do uso, mas se for toda a semana pode ser trocada uma vez por mês.

Vantagens – É mais eficiente porque as lâminas são mais afiadas – e são recicláveis; dura uma vida inteira; é sustentável; bonitinho =); e é mais barato no longo prazo. Se comprar no exterior, o custo é ainda menor, eu paguei $18 dolares pelo meu Safety Razor com cinco lâminas incluídas.

.

Desvantagens – a chance de ser cortar é ENORME, realmente não é tão fácil quanto com uma gilette tradicional. E, claro, em comparação com a cera, o pelo vai crescer mais rápido. De qualquer forma, eu espero que a essas alturas tu saibas que a história de que o pelo cresce mais grosso é a mais absoluta bobagem.

.

Como se depilar?

Essa questão é BEM delicada, porque exige uma série de cuidados. Mas depois que a gente se acostuma, fica mais fácil.

  1. Lave bem a pele e utilize algo para facilitar que a lâmina deslize. Não precisa ser creme de barbear, pode ser um sabonete hidratante, um xampu sólido, ou até condicionador;
  2. Cuidado com o ângulo, não pode ser 90graus, senão a gente se corta. O ideal é acompanhar a curvatura do barbeador e da pele (o vídeo abaixo mostra direitinho)
  3. Não pressione, a lâmina vai funcionar apenas deslizando pela pele;

Dá uma olhada nesse vídeo e vê como é fácil. Eu testei e super recomendo. Pode comprar online, mesmo. 

ECOO

Eu testei – Desodorante natural

Geórgia Santos
2 de julho de 2017

Desodorante é sempre assunto delicado, especialmente a falta dele. É impossível sobreviver a um dia quente sem usar desodorante após o banho – com exceção do meu pai, que não usa e é cheiroso e é um mistério da natureza. Mas e se esse produto nos deixar doentes?

Há algum tempo, fiz um extenso exame de sangue e descobri que tenho uma quantidade excessiva de alumínio no organismo. Não sabia exatamente o que signifcava, mas fui pesquisar. Para minha surpresa, há uma forte relação desse metal com doenças como o mal de Alzheimer, câncer de pulmão e inflamações em geral. Fiquei bastante alarmada e já comecei a rever panelas e formas nas quais eu estava cozinhando, porque certamente isso vinha da ingestão.

.

Mas havia outro motivo (além da comida) pra o aumento de alumínio no meu organismo: desodorantes e antitranspirantes.

.

Sim, há uma quantidade bastante grande de alumínio nos desodorantes antitranspirantes a que estamos tão acostumados. Para piorar, estudos recentes indicam que o alumínio dos desodorantes podem estar associados ao aparecimento do câncer de mama. São pesquisas preliminares e talvez precipitadas, mas cientistas detectaram a absorção do alumínio em aplicação tópica através dos sais de alumínio que estão, adivinhem, em antitranspirantes.

Comecei, então, uma pesquisa para encontrar alternativas. Eu não quero ficar fedendo, mas também quero cuidar da saúde e do meio ambiente. Foi aí que encontrei os desodorantes naturais. Só há uma questão: eles não são antitranspirantes.

.

Diferença entre desodorante e antitranspirante

Desodorante é um produto que contém uma ou mais substâncias capazes de combater ou disfarçar o odor. Antitranspirante é o produto que reduz a quantidade de suor, seja inibindo a produção ou dificultando a eliminação do suor pelas glândulas sudoríparas.

No caso dos produtos naturais, eles são desodorantes. Isso significa que a gente sua normalmente, fica com a axila úmida e, eventualmente, aquela famosa marca de pizza embaixo do braço. Conforme o produto, isso acontece mais ou menos. Mas ficamos sempre cheirosos. Há soluções muito simples como passar LEITE DE MAGNÉSIA na axilas (com um algodão, bem simples); BICARBONATO DE SÓDIO (com os dedos, espalha o pó pelas axilas); ou mesmo uma mistura dos dois.

Mas também há desodorantes naturais, elaborados com fórmulas especiais. Não foi uma adaptação fácil, até porque usei várias marcas e diferentes tipos até descobrir o meu. Aí vai o que descobri e qual o meu preferido.

1 – T´EO – Lush

Foi o primeiro que usei. É um desodorante sólido feito com ingredientes em pó. Promete excelente absorção e pele seca. Segundo o fabricante, controla a transpiração e absorve odores.

Vantagem –  tem um toque seco, é cheiroso e, apesar de ser uma barrinha, a forma de passar é a mesma do roll´on. Realmente absorve a umidade e não deixa cheiro ruim. Além de não ter embalagem, o que é ótimo pra o ambiente.

Desvantagem –  a barra precisa ser acondicionada em uma caixinha longe de qualquer tipo de umidade. Ou seja, não rolou guardar no banheiro. Com a umidade do chuveiro, o pozinho grudou e eu precisava raspar a barrinha antes de passar. Nada prático.

PS.: transformei em pó e uso como “talco” para os pés

2 – Aromaco – Lush

À primeira vista, perfeito. Parece um sabonete e o fabricante promete uma pele renovada e seca graças a ingredientes que fecham os poros.

Vantagem – com o formato de sabonete, é bem prático para passar e pode ser acondicionado de qualquer maneira. Também não tem embalagem.

Desvantagem – a pele não fica seca e tem um cheiro estranho, a ponto de eu não saber se era mau cheiro na minha axila ou era o olor do desodorante.

PS.: assim como o primeiro, ajuda como chulé.

3 – Schmidt´s – Potinho

Descobri esse por acaso enquanto vasculhava as prateleiras da TJ-Max. O fabricante promete auxiliar na neutralização dos odores e absorção da umidade.

Vantagem – O aroma é delicioso (testei o de lavanda e sálvia) e funciona durante o dia inteiro. O pote é de vidro e pode ser reutilizado (o ambiente agradece). Além disso, ajuda a controlar a transpiração, é uma beleza.

Desvantagem – A única desvantagem é a maneira de passar. Ele tem uma textura de um creme durinho, quebradiço. Vem uma pequena espátula dentro do potinho, que serve para pegar o produto. A gente coloca o desodorante nos dedos e passa na axila conforme ele derrete. Não é difícil, só não é super prático.

4 – Schmidt´s – Bastão

O GRANDE VENCEDOR. Em outra incursão pela TJ-Maxx, descobri que existia outro tipo além do potinho – que eu já estava anunciando como o melhor desodorante natural do mundo. Resolvi comprar.

Vantagem – Fácil de passar (imagina um protetor labial gigante), cheiro maravilhoso (testei o de Ylang e calêndula), aguenta suor o dia inteiro e ajuda a absorver a umidade. Perfeito.

Desvantagem – Não vende no Brasil =/ Mas a internet tá aí pra ajudar.

 

  • *Se o cheiro ainda for muito forte e os desodorantes naturais não sustentarem, faça uma solução de álcool (pode ser o normal ou de cereais) com bicarbonato de sódio e passe na axila antes de dormir. Ajuda a aliviar.
ECOO

Papel reciclado de … cocô de elefante

Geórgia Santos
25 de junho de 2017

Há duas semanas estive no Zoológico de San Diego e enquanto bisbilhotava a lojinha para ver se encontrava algo interessante para comprar, deparei com algo que, confesso, me surpreendeu: papel reciclado de cocô de elefante. Achou pesado? Desculpa pelo o trocadilho.

.

Não resisti. Quer algo melhor que um bloquinho de papel reciclado de cocô pra uma jornalista que está tentando levar uma vida sustentável? Foi amor à primeira vista.

.

A capa garante: “Made with real Poo!” Ou seja, feito com cocô de verdade. A patente (outro trocadilho, lamento) foi registrada pela marca PooPooPaper TM, que fabrica produtos em papel reciclado E SEM CHEIRO (ufa!) a partir das fezes desses animais fofinhos.

A explicação é bastante lógica: eles usam uma matéria prima que existe em abundância (esse não foi intencional) e fazem produtos funcionais com isso. E ainda salvam um bocado de árvores no processo. O lance é que os elefantes de alimentam quase que exclusivamente de grama e capim, e eliminam quase a mesma quantidade. Mas o sistema digestivo desses animais não consegue romper a fibra das folhas, o que significa que suas fezes estão cheinhas de fibras. Assim, chegamos ao seguinte:

Cocô de elefante tem muitas fibras -> fibras são a base para a pasta de papel -> cocô de elefante pode virar papel

Simples, né?