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Bendita Sois Vós #88 Um estado submerso

Geórgia Santos
6 de setembro de 2023

Nesta semana, um estado submerso. Durante a passagem de mais um ciclone extratropical, o Rio Grande do Sul enfrenta a pior “tragédia natural” da história enquanto regride na preservação do meio ambiente. Especificamente em Porto Alegre, é como se estivéssemos diante de um pintura de água sobre concreto.

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Até o momento em que gravamos este episódio, o número de mortes em função da passagem de mais um ciclone extratropical pelo estado do Rio Grande do Sul chega a 27. Esse número que não é só um número já é superior à tragédia de junho, quando 16 pessoas morreram. Em entrevista na noite de terça-feira, dia 05, o governador Eduardo Leite confirmou que se trata da pior “tragédia natural” do estado.

Mas é uma “tragédia natural” entre muitas aspas porque não é isolada

Nós temos sido testemunhas, além da nossa tragédia particular, da onda de calor mortal no hemisfério norte e de outros eventos que há muito os cientistas alertam que não tem nada de natural. São consequência das mudanças climáticas induzidas pelo homem. A temperatura do planeta aumentou e continua a aumentar graças à progressiva queima de combustíveis fósseis e as águas são cada vez mais destruidoras também em função da progressiva redução de mata nativa e da consequente erosão do solo. Sem contar na falta de políticas públicas para o meio ambiente.

Mesmo em Porto Alegre, que não foi uma das cidades atingidas pelo ciclone, podemos ver como isso funciona. As árvores do Parque da Harmonia foram substituídas por concreto e o resultado foi um alagamento. Conversamos com o urbanista Roberto Andrés, da UFMG, que diz que cidades que investem nessa abordagem estão cometendo “suicídio ambiental”. 

Foto: Guilherme Hamm/Secom

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Cantinho da Leitura #30 Como estimular a curiosidade

Geórgia Santos
5 de setembro de 2023

Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, falamos sobre como estimular a curiosidade. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. 

A curiosidade infantil por vezes pode ser desconcertante para nós, adultos, condicionados a reprimir ou disfarçar essa habilidade tão humana. Mas a verdade é que quando bem estimulada, a curiosidade pode ser de grande ajuda para o aprendizado em sala de aula e também para termos sempre vontade de aprender coisas novas, independente da faixa etária.

A convidada do episódio é a atriz e escritora Lolita Goldschmidt, autora do livro A Menina do Cabelo Vermelho.

Dicas de leitura: Pequenas Criaturas – Meu Grande Livro de Perguntas, de Marcia Duarte Companhone; e A Curiosidade Premiada, de Fernanda Lopes de Almeida, da editora Ática.

Foto: Juliano Ambrosini / Divulgação

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Reunião de Pauta #4 A incredulidade diante da obviedade

Geórgia Santos
4 de setembro de 2023

No Reunião de Pauta desta semana, a incredulidade diante da obviedade.

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Tem CPI do MST, transplante de coração do Faustão, além de UFOs – ou OVNIS – e suco de Bolsonarismo. Tudo para desafiar a lógica dos teóricos da conspiração, também conhecidos como os alecrins dourados que enxergam as verdades do mundo onde ninguém mais vê.

Imagem: Golconde, René Magritte (1898-1967) / Reprodução

PodCasts, Reportagens Especiais

O gato fantasma do Pampa

Geórgia Santos
23 de agosto de 2023

Reportagem: Duda Menegassi e Geórgia Santos, uma parceria do Vós com o site ((o)) eco 

Pesquisadores tentam monitorar o raro e ameaçado gato-palheiro-pampeano e construir estratégias para salvá-lo da extinção. Restam menos de 50 indivíduos na natureza, o que faz dele o felino mais ameaçado do mundo.

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Bastou um clique. O contraste da cena em preto e branco evidencia as listras pretas que estampam as quatro patas do felino. A característica é inconfundível: trata-se de um gato-palheiro-do-pampa, um dos felinos mais ameaçados do mundo, com menos de 50 indivíduos estimados na natureza. Fotografá-lo em seu ambiente natural é um ato raro. O que faz dessa singela fotografia, feita por uma armadilha fotográfica, inestimável.

“A armadilha filma e fotografa, quando acionada pelo sensor de movimento, mas o equipamento teve uma falha técnica e não filmou, mas pelo menos ficamos com a foto”, conta a professora Ana Rovedder. A pesquisadora coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Recuperação de Áreas Degradadas (NEPRADE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), responsável pelo projeto RestauraPampa, realizado com apoio do GEF Terrestre, através do Funbio, e iniciou este ano a coordenação da Rede Sul de Restauração Ecológica.

O registro foi feito em janeiro deste ano, na Reserva Biológica do Ibirapuitã, uma área protegida estadual de 351 hectares, situada no município gaúcho de Alegrete, na região da Fronteira. É a primeira vez que o animal é documentado dentro de uma unidade de conservação.

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     Ouça a história dessa descoberta pela voz da repórter Geórgia Santos no podcast     

     O GATO FANTASMA DO PAMPA     

 

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O gato-palheiro-do-pampa (Leopardus munoai), como o nome sugere, tem uma relação íntima com o bioma gaúcho, já que a “cor de palha” permite que ele se camufle na vegetação campestre. Além disso, a distribuição da espécie se sobrepõe a dos campos nativos, que se estendem do Rio Grande do Sul para o Uruguai e Argentina. Monitorá-lo, entretanto, não é fácil. “Ele é um gato errante, um gato fantasma, ele não forma famílias e anda o tempo inteiro. E ele precisa do campo, não é um gato de floresta”, enfatiza Rovedder.

O zoólogo Fábio Mazim, consultor ambiental que apoia o projeto de monitoramento e membro do Pró-Carnívoros, reforça que essa relação é mais específica ainda, já que os gatos-palheiros preferem campos que não sejam nem muito rasteiros, nem muito arbustivos. “Hoje restam só em torno de três milhões de hectares desse campo, sendo que ele sofre muito impacto”, ressalta.

Somada ao principal problema, que é a perda de habitat, estão ameaças como predação por cachorros, caça por retaliação e atropelamento. “Setenta por cento dos registros que nós temos é por atropelamento. Sabe por quê? Porque eles estão se restringindo a viver nas faixas de domínio de rodovia [as laterais da pista] que é o único lugar que não está impactado pela agricultura. Então aquele campinho que fica ali é a área que eles estão e aí se torna uma armadilha ecológica”, explica Fábio.

Um levantamento recente liderado pelo zoólogo mostra que desde que a espécie foi descrita, no início do século XX, foram feitos somente pouco mais de 200 registros deste gato, o que equivale a 1,28 por ano. O gato-palheiro-do-pampa é considerado, portanto, o felino mais ameaçado do Brasil e possivelmente o mais ameaçado do mundo. Estima-se que existam apenas entre 35 e 50 indivíduos na natureza.

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“É uma espécie que não se salva mais sozinha. Tem que ter interferência humana”, sentencia

Registro da armadilha fotográfica instalada na Reserva Biológica do Ibirapuitã, o primeiro feito dentro de unidade de conservação. Fonte: Projeto RestauraPampa

Ainda que possa ser considerada uma medida drástica, Fábio acredita que talvez a única solução para a espécie seja capturar indivíduos de vida livre para reproduzí-los em cativeiro, o que é chamado de manejo ex situ, ou seja, fora do ambiente natural. Atualmente, não há nenhum indivíduo da espécie em cativeiro no Brasil. A única experiência do tipo acontece no Uruguai, onde há três desses felinos em cativeiro, mas, até agora, os uruguaios não tiveram sucesso nas tentativas de reprodução. “Porque senão vai se perder não apenas a espécie na natureza, mas também na face da terra”, alerta. 

Apesar disso, a espécie nem sequer aparece na Lista Vermelha da fauna ameaçada do país. Na época da avaliação de felinos, atualizada pela última vez em 2014, conhecia-se somente uma espécie de gato-palheiro, o Leopardus colocolo – classificado como Vulnerável à extinção – que teria duas subespécies. Isso foi revisto apenas em 2020, quando a ciência passou a reconhecer o gato-palheiro-do-pampa (Leopardus munoai) como uma espécie.

O trabalho de monitoramento começou em dezembro de 2020, com armadilhas fotográficas em duas unidades de conservação. Além da Rebio, onde o gato-palheiro foi documentado, há câmeras no Parque Estadual do Espinilho, a cerca de 200 quilômetros da reserva biológica.

Por serem animais errantes e solitários, é muito difícil monitorá-los. Através das câmeras, os pesquisadores esperam conseguir novas informações sobre a espécie, sobre a qual ainda se sabe muito pouco. “A gente manteve as câmeras nos mesmos locais, porque se a gente conseguir captar comportamento fixo em uma trilha, em um local, talvez seja a primeira vez que a gente vai poder falar em população de gato-palheiro, porque como eles são solitários”, explica Ana Rovedder, professora da UFSM.

Esse comportamento solitário era reforçado pelo fato de que, até muito recentemente, não havia o registro de nenhuma população de gato-palheiro-do-pampa. Graças ao esforço de monitoramento dos projetos de conservação, foi possível fazer seis novos registros da espécie por armadilha fotográfica e identificar duas populações, em dois locais diferentes. “É a primeira vez que se repete o registro dos mesmos indivíduos”, comemora o consultor do projeto Fábio Mazim. A reportagem teve acesso aos arquivos que mostram o mesmo indivíduo, no mesmo local, em dois momentos diferentes.

O gato-palheiro-do-pampa em novo registro feito pela Expedição Gato-Palheiro-Pampeano em junho de 2023

Uma parte desses novos registros é da Expedição Gato-Palheiro-Pampeano. Além do Fábio Mazim (Pró-Carnivoros), participam o Moisés Barp, Mauricio Santos e Yan Rodrigues (iniciativa privada), e Paulo Wagner (CETAS-IBAMA/RS). “O nosso plano hoje é tentar registrar uma população ou indivíduos que estejam ocupando um território de forma residencial. E aí tentar capturar, colocar um rádio colar e monitorar ecologia espacial. Ver realmente qual é o tipo de campo que ele gosta e necessita, tamanho de área de vida, etc”, explica o zoólogo.

As imagens das armadilhas fotográficas do RestauraPampa são monitoradas a cada trimestre. Junto com o registro do gato-palheiro-do-pampa, também foram flagrados outras duas espécies de felinos: o gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi), documentado no Parque Estadual do Espinilho, e o gato-maracajá (Leopardus wiedii), que foi registrado na Reserva Biológica do Ibirapuitã. Ambas as espécies são classificadas como Vulneráveis à Extinção no país. “São duas unidades de conservação muito invisibilizadas e esses registros mostram o valor dessas áreas, que são os corredores finais de Pampa que a gente tem. Se a gente não tiver elas, a gente não tem refúgio para essa fauna e flora específica”, destaca Rovedder.

A especificidade da biodiversidade citada pela pesquisadora é o que a ciência chama de endemismo, ou seja, as espécies que só ocorrem num local ou bioma específico, que coevoluíram com o ambiente e, por isso, só conseguem sobreviver ali. É o caso do gato-palheiro-do-pampa, mas não apenas dele. A vegetação dos campos sulinos abriga mais de 400 espécies endêmicas da flora, com ocorrência restrita ao Pampa brasileiro. “O Pampa é um dos biomas de campo mais biodiversos do mundo”, reforça Ana Rovedder.

Em contrapartida, apenas 3,14% do Pampa está coberto por unidades de conservação, que equivalem a menos de 600 mil hectares. Dentro desse já pequeno território protegido, menos de um quarto (21,4%) contam com proteção integral, o restante está na categoria de uso sustentável, mais flexível e permissivo às atividades humanas e seus impactos.

“O comportamento do gato-palheiro-do-pampa é se esconder nas moitas de campo, ali ele esconde os filhotes, se reproduz, se alimenta de pequenos ratinhos nativos do pampa. Ele tem todo o comportamento de alimentação, abrigo e reprodução nos campos. A espécie demora milhares de anos para se adaptar a esse campo, sem campos como ela vai fazer?”, destaca a pesquisadora da UFSM.

A paisagem natural do Pampa, o bioma brasileiro que mais perdeu vegetação nos últimos anos. Foto: Geórgia Santos

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É preciso proteger o pampa

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O Pampa foi o bioma brasileiro que mais perdeu vegetação nativa entre 1985 e 2021, em termos proporcionais, de acordo com dados do Mapbiomas. No período, 3,4 milhões de hectares de diferentes tipos de campos deram lugar para a agricultura e silvicultura, o que representa uma perda de 29,5% de vegetação. 

Dentro dos diferentes tipos de vegetação do Pampa, são justamente as áreas campestres que mais sofreram. Os campos perderam 36% de cobertura entre 1985 e 2021, em grande parte para dar espaço às monoculturas.

As áreas ocupadas pelo homem já cobrem quase metade do bioma, sendo 41,6% somente para a agricultura. O plantio de madeiras para exploração, como eucalipto e pinus, também tem avançado nas últimas décadas. “A soja e a silvicultura comercial entraram muito forte nesses últimos quatro anos. A gente está perdendo campo nativo e o gato-palheiro precisa do campo nativo”, conta Ana Rovedder. 

A pesquisadora alerta ainda para uma proposta de alteração do zoneamento ambiental para a atividade da silvicultura, que pode quadruplicar a área de floresta plantada de eucalipto sobre os campos nativos. A proposta está em discussão na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

O zoólogo Fábio Mazim reforça que o Pampa – e os campos de forma geral – é invisibilizado e tem muito menos espaço na agenda de conservação do que as florestas. “Outro problema, ele [o gato-palheiro] está num habitat, que é o campo, sobre um solo totalmente fértil, que é o solo pampeano. Tanto no sul do Rio Grande do Sul, quanto no Uruguai e no pedacinho que ele ocorre no oeste argentino, e está sendo convertido em lavoura”, acrescenta.

Soja avança sobre os campos do Pampa no Brasil. Foto: Geórgia Santos

Tão pouco do Pampa é protegido, que todos os outros registros conhecidos anteriores do gato-palheiro-do-pampa foram feitos em áreas particulares. Em outubro do ano passado, a espécie foi vista em uma vinícola na região da Campanha Gaúcha, mais ao sul do estado.

Recentemente, em artigo científico na Biota Neotropica, foi divulgado o registro inédito de um gato-palheiro-do-pampa melânico, ou seja, todo preto, feito em julho de 2021, numa área rural do município de Rosário do Sul.  

O monitoramento de fauna realizado pelo RestauraPampa também está de olho em outra ameaça ao gato-palheiro: as espécies exóticas invasoras. Além dos javalis – que invadem cada vez mais áreas no Brasil – os cervos conhecidos como chital (Axis axis), nativos das florestas asiáticas. 

Para além de uma eventual competição por recursos, a presença de invasores representa um desequilíbrio nos ecossistemas nativos e suas espécies originárias, como o gato-palheiro.

 

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Reportagem: Duda Menegassi e Geórgia Santos

Texto: Duda Menegassi

Arte de capa: Gabriela Güllich

Podcast

Produção: Todavós

Roteiro e Edição: Geórgia Santos

Trilha sonora original: Gustavo Finkler

Trilha sonora adicional: Artlist

 

 

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Bendita Sois Vós #87 Tic, tac, o cerco está se fechando em torno de Bolsonaro

Geórgia Santos
16 de agosto de 2023

Nesta semana, tic, tac, falamos do cerco fechando em torno de Jair Bolsonaro. Entre a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e o comércio de jóias operados pelos asseclas do ex-presidente, a coisa está feia para o lado do presidente de honra do PL. E para completar a diversão, falamos dos 17 mil emails esquecidos na lixeira.

Vós Pessoas no Plural · Bendita Sois Vós #87 Tic, tac, o cerco está se fechando em torno de Bolsonaro

Vamos de trás pra frente? Nos últimos dias, apesar de todos pensarmos que nada mais poderia nos surpreender, fomos presenteados com um vídeo de Jair Bolsonaro recebendo um presente secreto de uma oficial da FAB. Parecia a minha vó me dando 50 reais de aniversário, mas era o cara que vestia a faixa de presidente do Brasil à época. Como se não bastasse, ainda vimos o rosto do pai do Mauro Cid no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas nos Estados Unidos. Ao melhor estilo General vende espelho nunca usado. Sim, porque o pai do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, que está preso, também é militar. E como se não bastasse, ex-funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência da República durante a gestão de Bolsonaro apagaram ao menos 17 mil e-mails funcionais da caixa de entrada e esqueceram de deletar o material das lixeiras.

Essas três bizarrices fazem parte do mesmo problema: uma operação da Polícia Federal que investiga a venda ilegal de joias dadas como presentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Até então, tudo era negado e desviado e desdito. Nesta quarta-feira, dia 16, o advogado de Mauro Cid, o filho, resolveu falar. Em entrevista à Globo News, Cezar Bitencourt disse que ele apenas cumpria ordens.

Pois é. E antes de tudo isso, na última quarta-feira, dia 9, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso preventivamente. O motivo? A interferência no segundo turno das eleições de 2022. Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze em diversas cidades, sobretudo no Nordeste, onde o então candidato Lula (PT) tinha vantagem nas pesquisas de intenção de voto. A PF indica que pode provar que as blitze foram realizadas deliberadamente para interferir no resultado das eleições. Por isso, os crimes incluem prevaricação, que é quando um servidor público não cumpre o dever que lhe cabe; violência política, afinal, usou-se a força policial para impedir cidadãos de exercerem um direito político; e impedir ou atrapalhar a votação, que é, em si, um crime previsto no Código Eleitoral. Só que tem mais, horas após blitze no 2º turno, Vasques se reuniu com o então ministro da Justiça, Anderson Torres e com o então presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro.

É, parece que o jogo virou.

Foto: Anderson Riedel/PR

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O caminho para o fim do mundo

Geórgia Santos
7 de agosto de 2023

A temperatura do planeta aumentou e continua a aumentar graças à progressiva queima de combustíveis fósseis. “O Caminho para  o fim do mundo” mostra que o investimento em infraestruturas de transportes precisa ser parte da agenda ambiental e deve ser prioridade para um governo que se preocupa em mitigar os efeitos do aquecimento global e também da desigualdade. No Brasil, e no resto do planeta.

 

A jornalista Geórgia Santos se debruçou sobre uma série de relatórios e documentos para entender de que forma os governos e a sociedade podem agir de modo a interromper o aquecimento da superfície da Terra e, com a ajuda de especialistas, apresenta três possibilidades de ação. Todas elas envolvem tirar o automóvel do centro da vida.

Atualizado em 11/08/2023

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Cantinho da Leitura #29 A cidade como espaço lúdico

Geórgia Santos
5 de agosto de 2023
Ilustraçao de Luísa Amoroso para o livro "Vou a Pé", da Pistache Editorial, de autoria de Bianca Antunes e Luísa Amoroso

Neste episódio do podcast Cantinho da Leitura, falamos sobre as cidades como espaços lúdicos para as crianças – e adultos. A jornalista Geórgia Santos conversa com Flávia Cunha, jornalista, mestre em Literatura pela UFRGS, produtora editorial de livros infanto-juvenis e colunista do Vós. 

 

As cidades brasileiras são espaços lúdicos e acolhedores para as crianças? Qual importância de destacar a memória e o  patrimônio nas cidades para o público infantil? E arquitetura e urbanismo são temas relevantes para a literatura infantil? Essas são algumas das questões que vamos abordar nesse episódio, com a ajuda de três convidados. 

Entrevistamos Bianca Antunes e Luísa Amoroso, autoras do livro “Vou a Pé”, um lançamento da Pistache Editorial. E também conversamos com o historiador João Carlos Salgado de Los Santos, que é conselheiro de cultura, na instância estadual do Rio Grande do Sul e municipal de Porto Alegre, no segmento patrimônio. Ele também desenvolve ações para a comunidade, incluindo crianças, na Casa da Estrela, no bairro Petrópolis, aqui na capital gaúcha, que é a sede da Associação dos Escultores do Estado.

Dicas de leitura: “Sofia e Otto conhecendo Porto Alegre”, de Pedro Leite, edição independente do autor; “A menina que parou o trânsito”, de Fabrício Valério, da VR Editora; “Vou a Pé”, de Bianca Antunes e Luisa Amoroso, da Pistache Editorial.

Imagem: Ilustração de Luísa Amoroso para o livro “Vou a Pé”, da Pistache Editorial, de autoria de Bianca Antunes e Luísa Amoroso

 

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Reunião de Pauta #3 A obsolescência não programada das reuniões online

Geórgia Santos
2 de agosto de 2023

Hoje a gente traz pra vocês o terceiro episódio da Reunião de Pauta e a a obsolescência não programada das reuniões online.

 

Vós Pessoas no Plural · Reunião de Pauta #3 A obsolescência não programada da reunião online

A essa altura vocês já sabem que a Reunião de Pauta é o espaço para os nossos devaneios mais diversos, aquele momento em que a gente conversa livremente, sem filtro e muito deboche. Nesta semana, a obsolescência não programada das reuniões online.

Fomos obrigados, por circunstâncias diversas, a gravar um episódio de forma remota e fomos tomados por um profundo ódio às novas tecnologias e videochamadas. E, ao que parece, há mais gente incomodada com as internets da vida. Além dos golpistas do oito de janeiro que acessaram a rede do Congresso usando o próprio nome e CPF e, assim, gerando provas contra si, há a investida da Polícia Federal contra Carla Zambelli e o Hacker de Araraquara.

A apresentação é de Geórgia Santos, com participação, reclamando das reuniões online, de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno. E tu, gosta de uma reunião online? Responde aí na caixinha.

Imagem: “A Última Ceia”, Leonardo Da Vinci (1452-1519)

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Bendita Sois Vós #86 A insustentável leveza de quem é eleito por exclusão 

Geórgia Santos
19 de julho de 2023

Nesta semana, a insustentável leveza de quem é eleito por exclusão. Falamos sobre Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, a partir da famosa perspectiva da expectativa versus realidade.

Vós Pessoas no Plural · Bendita Sois Vós #86 A insustentável leveza de quem é eleito por exclusão

Os números (quase) nunca mentem, Eduardo leite foi eleito por eleitores da esquerda. No primeiro turno, Onyx Lorenzoni (PL) foi o mais votado e a diferença de Leite (PSDB), o segundo colocado, para Edegar Pretto (PT), que ficou em terceiro lugar, foi de 2.441 votos. Ao vencer as eleições no segundo turno, Leite fez quase 2 milhões de votos a mais. A vantagem do tucano superou os 385,7 mil votos que Lorenzoni tinha de sobra.

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Ou seja,  Eduardo Leite precisava dos votos de Edegar Pretto e levou os votos do petista

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Ele foi eleito com o voto de confiança, mas também foi eleito pelo voto de exclusão. Mas por que estamos falando disso agora? Nos últimos tempos, algumas decisões de Eduardo Leite vão na direção contrária do que os eleitores da esquerda esperariam. Venda da Corsan, alterações no Ipergs e, agora, mais recentemente, a decisão de manter as 18 escolas cívico-militares do Estado são bons exemplos disso.

Leite está traindo quem o elegeu? Ele deve lealdade aos eleitores da esquerda? Ou não, eles conheciam o terreno em que estavam pisando? Ideologia importa?

Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.

Foto: Reprodução / Twitter RBSTV

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Reunião de Pauta #2 Sobre trens e déspotas esclarecidos

Geórgia Santos
12 de julho de 2023

Tá no ar o Bendita Sois Vós … não, pera, não é o Bendita. Hoje, a gente traz pra vocês o segundo episódio da Reunião de Pauta. Sobre trens e déspotas esclarecidos. 

Vós Pessoas no Plural · Reunião de Pauta #2 Sobre trens e déspotas esclarecidos

 

Já era assim quando a gente gravava os episódios remotamente, mas desde que a gente retomou o modelo presencial, as conversas que antecedem a gravação do Bendita, as conversas em que a gente ajusta as ideias antes de ligar o microfone, tem se tornado mais extensas e mais interessantes.

Desde então, o gravador fica ligado. Às vezes só se fala sobre o tema do episódio de maneira menos comprometida e mais debochada. Outras vezes, são devaneios diversos. Hoje, a gente volta por aclamação e com muitos, muitos devaneios.

Igor Natusch e Geórgia Santos estavam conversando na semana em que o submarino desapareceu e, de repente, passaram a dissertar sobre trens e déspotas esclarecidos com direito a churrasco em latão, roda de samba e o golpe do arraiá.

E tu? Tu que tá nos ouvindo, o que faria se fosse o ditador do mundo? Não valem respostas filosóficas nem muito profundas – que nos perdoem os tripulantes do submarino. Escreve pra gente no Twitter e na caixinha do Spotify e bora trocar essa ideia. 

Imagem:”La Gare de Perpignan” – Salvador Dalí/ (1904-1989)