PodCasts

BSV Especial Coronavírus #44 A luta por sobrevivência do Brasil que anda de moto

Geórgia Santos
10 de fevereiro de 2021

Estamos há quase um ano vivendo a pandemia do novo coronavírus no Brasil e mais, muito mais, de 200 mil pessoas já perderam a vida em função da Covid-19. E como estamos chegando perto dessa marca de um ano, nós resolvemos mostrar, com depoimentos e entrevistas, como essa pandemia afetou as pessoas de forma diferente. Em meio a mobilização de olhar, de forma justa, para os profissionais de saúde, fragilizados e agredidos publicamente, outros trabalhadores passaram ao largo das atenções midiáticas e sociais. E é deles que vamos falar nos próximos quatro episódios.

.
Neste semana, falamos sobre a luta por sobrevivência do Brasil que anda de moto. Vamos falar dos motofretistas e entregadores de delivery
.

Para diminuir o contato entre as pessoas, em diversas cidades, como Porto Alegre e São Paulo, apenas atividades essenciais foram mantidas funcionando durante alguns meses de 2020. Shoppings, comércio de rua, escolas, universidades, tudo fechado. Em casa, muitos recorreram ao delivery e compras online.

Comida, pacotes, presentes, eletrônicos, medicamentos. O Brasil andou de moto e bicicleta durante alguns meses de 2020. Mas ainda que na maioria das cidades do Brasil o trânsito tenha se reduzido, a situação para os motofretistas e entregadores não mudou para melhor.

Na Palavra da Salvação, Flávia Cunha traz a coluna Breque dos apps: o espírito da revolta.

Participam Geórgia Santos, Flávia Cunha e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no SpotifyItunes e Castbox

Vós Pessoas no Plural · BSV Especial Coronavírus #44 A luta por sobrevivência do Brasil que anda de moto
Raquel Grabauska

Proibido estacionar

Raquel Grabauska
4 de maio de 2018

Tenho vivido algumas situações que me deixam com vergonha de ser adulta e ter que explicar o que é ser adulto para meus filhos. Na frente da escola do meu filho mais velho tem uma placa: proibido estacionar. Carga e descarga permitida.

O que acontece? Carros estacionados. carros em fila dupla. Mil buzinas. Todo dia eu fico constrangida. TODOS OS DIAS. Desde fevereiro, não teve nenhum dia em que não tivessem carros estacionados na vaga destinada ao embarque e desembarque.

É grave? Pra mim é. Muito. Como vou falar pra eles sobre isso? Eles não entendem porque tem que caminhar cinco quadras enquanto os colegas sobem e descem na frente da escola. (nem penso em entrar aqui na conversa de carro/transporte público, isso rende outros textos…)

Fila dupla é inaceitável. Mas fila dupla em frente de escola, pra mim é ainda pior. Porque como pais, cobramos várias posturas da escola na educação de nossos filhos. E não conseguimos respeitar o básico do básico: não estacione onde é proibido. não parar em fila dupla. O que estamos ensinado para os nossos filhos? O que não nos foi ensinado? O que nos negamos a aprender?

Tem um funcionário da escola que fica ali parado, acompanhando a entrada e saída das crianças. E ele nunca disse nada. A diretora da escola vê. E nunca disse nada. Eu vejo. E nunca disse nada. Fico constrangida de falar. E fico com vergonha por não falar. Alguém teria que falar sobre isso. Já me perguntei sobre quem deveria falar sobre isso, mas a única coisa que consigo pensar é que não precisaria alguém falar se existisse o mínimo de respeito com os outros. não só os outros pais, não só os vizinhos (uns santos que aturam isso todos os dias!! Um beijo, vizinhos!!!!), não só aos pedestres. É um desrespeito geral, ali a única coisa que importa é que tu precisa resolver a tua vida. Então se tu pode ficar ali parado numa vaga que é para embarque/desembarque, tu também deve poder estacionar mesmo em fila dupla, não precisa parar na faixa de segurança para o pedestre, não precisa deixar a ambulância passar… Para os pais que deixam seus filhos de carro na escola, meu pedido, por favor, um pouquinho de respeito. E não adianta depois vir falar mal dos políticos, por favor…

Confesso que fiquei com vergonha de escrever sobre isso. Num mundo onde tem gente morrendo de fome, gente sem casa, sem o mínimo do mínimo de dignidade, eu escrevo sobre não conseguirmos respeitar uma placa de trânsito…