Os canalhas no poder não suportam poesia, arte, solidariedade e empatia. Os canalhas no poder não suportam senso crítico, estado de bem-estar social e apoio governamental para minimizar os danos da pandemia no combate à miséria e ao desemprego.
Os canalhas no poder não suportam comércio fechado e trabalhadores em segurança em casa. Os canalhas no poder não respeitam as vítimas de um vírus mortal. Não suportam humanidade.
Os canalhas no poder são misóginos, machistas e precisaram ser pressionados no Congresso para dar uma renda emergencial diferenciada às milhares de mães solo que precisam garantir o sustento de seus filhos. Os canalhas no poder não se importam com as aglomerações e filas nas agências bancárias de trabalhadores informais desesperados. Os canalhas no poder enxergam apenas como um gasto esse auxílio emergencial e não como um direito, por estarmos vivendo um grave problema sanitário. Os canalhas no poder só se importam como eles mesmos.
E agora, o que faremos?
Poesia. No sentido literal e artístico.
Ou poesia metafórica, com ações solidárias e manifestações contra o governo. Que o feriado do Dia do Trabalhador sirva como inspiração para pensarmos estratégias para essa luta. Porque se governo e grandes empresários priorizam somente a economia, cabe, a nós, a resistência.
Quem é o autor dos cartuns
São de Rafael Corrêa as imagens usadas nesse texto. O cartunista, ilustrador e designer gráfico já ganhou mais de 50 prêmios nacionais e internacionais. Desde abril de 2018, o cartum sobre os canalhas que não suportam poesia circula pelas redes sociais, muitas vezes sem crédito.
Em entrevista à coluna Voos Literários, o cartunista comentou que chegou a receber ameaças na época das eleições, por ter feito campanha contra o então candidato Jair Bolsonaro. Mas isso não fez ele desanimar. Continua firme e forte com seu trabalho durante a pandemia. “Está sendo um desafio. Me sinto na obrigação de fazer um retrato ilustrado deste período histórico. A função do cartunista não é só a de fazer rir, mas também de registrar seu tempo, como um cronista mesmo.”
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Imagens: Reprodução/Facebook
