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Imperatriz Leopoldinense – Carnaval da sustentabilidade na Sapucaí

Geórgia Santos
27 de fevereiro de 2017

Volta e meia uma escola de samba do Rio de Janeiro escolhe um elemento da natureza para homenagear na avenida. Isso quando o assunto não é a preservação do meio ambiente em si. Assim, de cabeça, lembro da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1991, com seu “Chuê, Chuá… As Águas Vão Rolar”; da Beija-Flor, em 2004, exaltou a Amazônia no enredo “Manôa – Manaus – Amazônia – Terra Santa Que Alimenta O Corpo, Equilibra A Alma E Transmite A Paz”; da Portela, em 2008, “Reconstruindo a Natureza, Recriando a Vida: o Sonho Vira Realidade”. Felizmente, essa lista é realmente grande e de tempos em tempos o Carnaval do Rio nos põe a pensar sobre nossos hábitos.

Xingu, o clamor que vem da floresta

Neste ano não foi diferente. A Imperatriz Leopoldinense foi para a Marquês de Sapucaí com o enredo “Xingu, o clamor que vem da floresta”. Mas o que parecia somente mais um desfile cuja temática era um povo da Amazônia com uma vibe “salvem o verde” transformou-se em um polêmica no momento em que tocou no bolso de um setor poderoso da nossa economia. A chamada Rainha de Ramos escancara o estrago que o crescimento desenfreado do agronegócio causa à natureza. Abordando o problema das derrubadas e queimadas na Amazônia para criação de gado até o problema com o uso excessivo de agrotóxicos. As entidades ligadas ao setor, obviamente, não gostaram nada disso.

Em nota, a escola respondeu de maneira clara e objetiva e esclareceua o fato de que não tem interesse em demonizar o agronegócio, mas de trazer à tona uma discussão importante e necessária.

“Vamos falar da rica contribuição dos povos indígenas do Xingu à cultura brasileira e ao mesmo tempo construir uma mensagem de preservação e respeito à natureza e à biodiversidade.

Segundo relato da própria população que vive ali, a região do Xingu ainda é alvo de disputas e constantes conflitos. A produção muitas vezes sem controle, as derrubadas, as queimadas e outros feitos desenfreados em nome do progresso e do desenvolvimento afetam de forma drástica o meio ambiente e comprometem o futuro de gerações vindouras. Os resultados, como sabemos, são devastadores e na maioria das vezes irreversíveis.

Acreditamos que, para além do entretenimento, o carnaval e a escola de samba – levando em consideração que os olhos do mundo se voltam para nossa festa – têm um compromisso com o social e o desenvolvimento sustentável.

Passada a polêmica, a escola desfilou linda e emocionante. Além de explorar a fauna e a flora da região, a Imperatriz abordou uma série de questões polêmicas como a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Representantes das etnias do Xingu, incluindo o Cacique Raoni, participaram do desfile.

Aqui é possível ver um trecho do desfile.

 

 

 

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Cabelo comportado é o que não polui – Aprenda a desintoxicar as madeixas

Geórgia Santos
19 de fevereiro de 2017

No post anterior, eu falei sobre empresas de produtos de higiene e beleza que realizam testes em animais. Mas a opção consciente de cosméticos vai além do problema horroroso com os bichinhos. Descobri que cabelo comportado é o que não polui. As nossas escolhas exercem uma série de impactos sobre o meio ambiente, especialmente no que tange à produção de lixo e no despejo de químicos que poluem rios e lençóis freáticos. Isso sem falar no efeito (devastador) à nossa saúde. Há muitos aditivos relacionados a uma lista interminável de doenças, inclusive câncer.

“Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha”

Escolher produtos de acordo com a consciência ambiental e que não fazem mal à saúde é uma transição SUPER difícil de fazer, eu reconheço. Normalmente se escolhe um produto de acordo com o efeito e preço, a boa e velha relação custo/benefício. E é aí que a porca torce o rabo. Custo pra quem e benefício pra quem? Ao escolher à revelia, é benefício pessoal e custo pro planetinha.

Eu decidi começar pelos meus esvoaçantes cabelos crespos. Uau, difícil, hein. Comecei pelo xampu (erradamente!) e fui parar direto no site da LUSH, que produz cosméticos com ingredientes naturais e auto conservantes. Comprei dois: o REHAB e o CURLY WURLY, o primeiro é uma espécie de antirresíduos e o outro é específico para o meu tipo de cabelo. Adorei. Eles limpam super bem e deixam o cabelo lindo. Já o condicionador sólido (comprei o Jungle) é horrível. Difícil de usar, espesso e não desembaraça ou hidrata.

Só que eles não são naturais. Tóin!

A LUSH afirma que 71% dos seus produtos são produzidos de maneira natural  e sem conservantes sintéticos. E eles realmente tem muitas alternativas legais. Mas os que eu escolhi não fazem parte desse grupo.

VEJA QUAIS SUBSTÂNCIAS EVITAR NA HORA DE LAVAR OS CABELOS

1. SULFATOS

 A limpeza bonitinha a que estamos acostumados é fruto de um coquetel de surfactants, substâncias que limpam produzem aquela espuma toda. Os mais comuns, são:

  • Sodium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Sódio)
  • Sodium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Sódio)
  • Ammonium Lauryl Sulfate (Lauril Sulfato de Amônio)
  • Ammonium Laureth Sulfate (Lauriléter Sulfato de Amônio)

Pesquisas do EWG, que estuda o efeito de substâncias químicas tóxicas, indicam que esses aditivos são responsáveis pela intensa descamação no couro cabeludo e coceira. Eles suspeitam, ainda, que o Lauril Sulfato de Sódio seja um poluente ambiental. Mais do que isso, o JOURNAL OF THE AMERICAN COLLEGE OF TOXICOLOGY alerta para o fato de que essa substância pode desnaturar as proteínas da pele e ser absorvido. Já o Lauriléter Sulfato de Sódio e o Lauril Sulfato de Amônio podem ser contaminados por substâncias tóxicas e cancerígenas como o dioxano e óxido de etileno.

2. AS FRAGRÂNCIAS SINTÉTICAS

 A mais famosa é o tal do PARFUM, esse sim está por tudo. O problema é que essa palavrinha pequena pode esconder mais de 3 MIL SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS. Foi minha perdição por tantos anos, sem falar nos tantos produtos orgânicos que utilizam em suas fórmulas como um sintético seguro. O problema é que podem causar danos ao sistema respiratório e ocasionar alergias em pessoas sensíveis. Há ESTUDOS que ainda indicam que as fragrâncias são tóxicas para o sistema imunológico.

3. SILICONES E DERIVADOS DE PETRÓLEO

Essas substâncias costumam ser responsáveis pela hidratação e pelo brilho nos nossos cabelos:

  • Silicones (dimethicone, simethicone, cyclomethicone, dimethiconol)
  • Parafina (paraffin)
  • Óleo mineral (mineral oil/paraffinum liquidum)
  • Petrolato (petrolatum)

São produtos comuns de se encontrar em rótulos e eles não tratam o cabelo de verdade, só dão a ilusão de um aspecto mais bonito. E eles não são solúveis em água, ou seja, poluem o meio ambiente.

Mas não voltei à estaca zero, os produtos da LUSH são bons para transição. Afinal, não são 100% naturais mas são melhores do que os que a gente costuma utilizar em função das quantidades reduzidas de sintéticos. Resolvi ler mais sobre o assunto e descobri algumas coisas úteis que quero compartilhar com vocês.

No site do UM ANO SEM LIXO, que é um guia incrível pra quem quer mudar os hábitos, tem uma lista maravilhosa de MARCAS DE XAMPUS E SABONETES NATURAIS. Todos para comprar online =)

Mas não é um processo fácil. Usando os cosméticos convencionais, uma troca abrupta para os orgânicos pode ser um grande choque. E o resultado pode não ser bom. Há quem não se adapte ao cheiro, às texturas ou até não limpar como gostaríamos. Para a transição ser mais suave, é importante desintoxicar o cabelo.

COMO DESINTOXICAR O CABELO

  • Comece de trás pra frente. Ou seja, comece substituindo a máscara hidratante, passe para o leave-in, depois o condicionador e depois substitua o xampu;
  • Os produtos da LUSH que eu usei são ótimos para transição, além de feitos à mão, eles são produzidos com ingredientes e naturais e tem quantidades baixas de conservantes sintéticos, bastante inferiores aos produtos convencionais. E eu comprei líquido, mas o ideal é utilizar o sólido, porque além de evitar a embalagem a gente já se acostuma com a lógica de lavar o cabelo com algo que parece um sabonetinho. Só que é caro =/

Nos próximos posts eu vou passar por cada um dos passos, começando pela máscara hidratante, então fica de olho por aqui. É difícil, mas é possível. Um dia a gente chega lá. =)

 

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Veja porquê os animais não usam rímel

Geórgia Santos
12 de fevereiro de 2017

Nunca tive muita proximidade com os animais. Aliás, morro de medo da maioria deles. Quando criança, queria um cachorro mas não fui atendida, minha mãe dizia que eu não ia cuidar do bichinho e ela não queria mais essa responsabilidade. E ela provavelmente estava certa. Gatinhos nunca foram meus amigos, me sinto intimidada por eles. O máximo que eu consegui foi uma tartaruga de aquário, minúscula e com o peculiar entusiasmo dos répteis. De anfíbios, quero distância. Nesse caso é fobia, mesmo. Com direito a taquicardia.

Nem vou falar de animais de fazenda, tenho medo de todos eles, até das pacíficas vacas. Nem parece que fui criada na colônia. Mas sobre vacas, bois, porcos e galinhas eu falo em outro momento.

De qualquer maneira, já deu pra perceber que nunca fui uma ávida defensora dos direitos dos animais. Não fui criada com essa empatia e, como já perceberam, não me sinto à vontade perto deles. Isso fez com que minha percepção sobre o abuso animal fosse retardada. Somente agora, perto dos meus 30 anos, estou conhecendo a dura realidade a que os animais são submetidos ao redor do mundo. Existem várias frentes de ação do ser humano contra os animais e, aos poucos, pretendo falar sobre todas elas. Mas hoje abordo a mais convenientemente ignorada: os testes com animais.

Testes em animais nas indústrias farmacêutica e cosmética

Como fruto da minha desinformação, deparei com o fato de que quase todas as marcas de produtos de higiene e limpeza que eu utilizo realizam testes em animais. Fiquei bastante impressionada com o fato de isso ainda existir. Após algumas pesquisas, a conclusão foi chocante: dentre as marcas mais conhecidas, a maioria utiliza desse subterfúgio bárbaro. No site da PETA (People for Ethical Treatment of Animals), há várias informações sobre isso e é devastador. Por exemplo, a M.A.C Cosmetics, que sempre foi uma das minhas favoritas, não realizava testes em animais há muito tempo. Mas a Estée Lauder, companhia da qual a marca faz parte, voltou a vender na China. E lá, pasmem, o teste em animais é OBRIGATÓRIO. Bizarro.

Felizmente, há muitas opções legais e excelentes. Especialmente aqui no Brasil. Dentre outras, O Boticário, Natura e Quem Disse, Berenice? Não realizam testes em animais.

CLIQUE AQUI e confira se a sua marca favorita realiza testes em animais. Você também pode procurar pelo selo CRUELTY FREE nos produtos.

Se você pensa que é bobagem e que os testes não fazem tão mal assim. Ou se acredita que os animais aguentam e que é frescura pensar nos pobres coelhinhos que não tem o menor interesse em usar rímel, dá uma olhada nesse vídeo aí embaixo. A marca britânica LUSH Cosmetics fez uma ação em que atores (humanos, certo?) foram submetidos aos mesmos testes realizados nos bichinhos para que o nosso rímel seja incrível. É tenso, mas é preciso. Você vai pensar duas vezes antes de comprar aquele batom maravilhoso ou lavar o corpinho com Dove. Meus hábitos de compra mudaram. Falo mais sobre isso no próximo post 😉