Hoje saímos de férias. Trabalhos encaminhados, providências tomadas, tudo organizado. Malas prontas, filhos banhados e alimentados. Tudo certo. Já na porta, resolvo dar o último carinho pra gata. Tem água, comida. Mais um carinho. Vai ter gente pra cuidar dela. Mas não seremos nós. Tô nessas divagações, uma lagriminha quase caindo. Ouço um murmúrio que evolui rapidamente pra um dos prantos mais sofridos que já ouvi:
.
Vou sentir saudades da Titaaaaaaaaaaa… A seguir, outra voz dilacerada se soma: vou sentir saudades da Titaaaaaaaaaaaaa! Os dois meninos se olham, olham pra gata que já havia pressentido o que estava por vir e, ao mesmo tempo: vou sentir saudades da Tiiiiiiitaaaaaaaaa!
.
Ficamos, meu marido e eu, explicando que estava tudo bem, que ela seria bem cuidada. O choro continua cada vez mais forte. Muito mais forte e mais sentido. Lembrei dos meus bichinhos de estimação da infância. Era um amor imenso. A morte deles era algo dilacerante.
Hoje meus filhotes se deram conta da dor da separação. Tão com os olhinhos inchados e num funga-funga de dar dó. Me impressionei com o quanto ficaram sentidos. Achei bonito o carinho e respeito que tiveram pela gata. Eles vão sentir saudades da Titaaaaaaaa. Eu também.
