Guia de Viagem

San Andres – A comida suspeita

Geórgia Santos
14 de abril de 2017

Passamos pelos mosquitos de Cartagena, pelos sicários de Playa Blanca e, finalmente, chegamos ao final da saga da lua-de-mel nas ilhas caribenhas de San Andres e a comida mais do que suspeita.

Não tinha ouvido falar de San Andres até começar a pesquisar roteiros em potencial para relaxar com meu marido antes de voltar à realidade da vida. E conforme eu pesquisava, mais me convencia de que seria o final perfeito para um roteiro montado com muito amor. Afinal, é um pedaço de terra abençoado pelo universo e banhado pelo mar do caribe – sem custar os olhos, o nariz e a boca da cara como costuma ser com Cancuns da vida.

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É, sem dúvida, um dos lugares mais lindos que já conheci na minha vida. E o melhor: é Zona Franca. Isso mesmo, gentes, muitas compras e nenhum imposto. Agora me digam se não é a definição de paraíso?

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San Andres tem um probleminha, no entanto, não tem muitos lugares legais pra comer. Circulamos bastante pelo centro e após um jantar não muito agradável, chegamos à conclusão que o restaurante do nosso hotel era melhor e que era jogo comer por lá. E assim fizemos pelos cinco dias que ficamos por lá. E tudo correu bem, até que não correu mais – ou correu demais.

No último dia, já estávamos “empacotados” e vestidos para vazar. Almoçamos e fomos nos sentar em umas poltroninhas interessantes. Claro, eu comecei a passar mal. Minha pressão baixou de repente e eu senti um forte enjoo. Tentei jogar água no rosto, tirei os tênis e não passava. Me “pelei” ao máximo e me deitei na recepção mesmo e fiquei em posição fetal até o momento de sair. Quando fomos ao aeroporto, eu estava melhor, mas não 100%. Embarcamos e o enjoo voltou. Fui estranha até o Panamá.

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No Panamá, tomei um Coca e tal e melhorei. Achei que o sufoco havia passado. Que nada. Comecei a jantar e já vi que não ia descer. A essas alturas, minha dor de barriga já havia ultrapassado todos os limites da vida. Quando nos aproximamos de Porto Alegre, ficou insustentável. Corri pro banheiro e fiquei lá. Por muito tempo. Muito. Voltei desmilinguida

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Poucos minutos antes de aterrissarmos, comecei a suar. Estava correndo pra o banheiro que acolheu tão bem quando uma aeromoça me interrompe: “vuelve a su asiento, vamos aterrar”, ou algo assim. Eu só lembro de olhar pra ela e dizer: “não”. E quando o piloto iniciava a descida, eu iniciava outra coisa.

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Voltei, apertei o cinto e combinei com o Cléber: “Assim que essa merda parar (o avião, no caso), eu vou sair correndo. Então tu pega nossas coisas e me encontra na esteira de bagagem.” E assim foi. Saí correndo

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Fui ao banheiro mais duas vezes somente antes de as nossas malas chegarem. Imaginem como foi o resto do dia. Ou não. É melhor.

Não sei o que foi, não sei se foi algo que comi, se foi a água, se foi a pressão, se foi vírus, se foi bactéria. Mas que foi suspeito, foi. E, óbvio, não podia terminar uma viagem sem algo dar errado.

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Lugares para ver

Centro

Na verdade, deveria ter uma categoria especial chamada “lugares para comprar”. O centro de San Andres é bem agradável à noite – nem adiante ir durante o dia, não existe. Com um calçadão enorme e uma série de barzinhos, é ótimo pra uma caminhada. Mas é melhor ainda pra torrar dinheiro na Zona Franca que tanto amamos. Perfumes, cosméticos, bebidas, acessórios e usa série de coisas legais. Fiz um rancho.

Johnny Cay

É um dos lugares mais lindos que já vi na minha vida. Daquele tipo que não parece de verdade, como se estivéssemos dentro de uma fotografia. Os barcos saem em dois horários do centro, às 11h30 e às 12h50. O passeio inclui almoço.

A ilha é paradisíaca, absolutamente linda, com um mar de um azul que chega a doer, comida boa, música divertida e ótimos drinques. Sim, ali na foto não é água de coco.

Rocky Cay

É uma ilha minúscula, mas bem bonitinha. É um passeio legal, mas só se estiver no teu caminho. Não vale desviar pra isso. Nós tínhamos o privilégio de ter acesso pelo nosso hotel.

El Acuario

A ilha é, de fato, um aquário natural. Há uma série de piscinas formadas por bancos de corais e uma diversidade incrível, de peixes pequenos a ouriços-do-mar, pepinos-do-mar (bizarros) e arraias. A ilha tem uma pequena infra, que inclui barracas que oferecem comida, bebida e ainda armários (guarda-volumes) e venda e aluguel de equipamentos para mergulho. Além de um sapato de neoprene, que eu achei basante útil pra caminhar por lá.

Há um passeio de barco muito legal que ajuda a conhecer melhor a região. O fundo da embarcação é de vidro, então dá pra ver uma quantidade imensa de animais marinhos. Até eu, que tenho medinho, curti.

Nesse passeio é possível notar sete cores diferentes no mar de San Andres.

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Onde comer

Não sei mesmo, te vira. Mas os passeios incluem almoço.

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Onde ficar

Hotel Cocoplum Beach

Um hotel maravilhoso, com praia particular, de frente para a ilha Rocky Cay. Serviço impecável, quartos enormes, espaçosos e confortáveis. Café da manhã incluso e é uma delícia. Os drinques são uma perdição. Essa era a vibe, ó.

Como se movimentar

Táxi e barco no caso das ilhas, óbvio. Mas não tem muito mistério. Pergunte à gerência do seu hotel para providenciar os transportes.

Guia de Viagem

Cartagena 2 – As praias e os sicários

Geórgia Santos
8 de abril de 2017

Já falei aqui sobre as maravilhas de Cartagena, uma das cidades mais belas e procuradas da Colômbia. Só tem um probleminha: as praias são decepcionantes. Uma vibe meio litoral gaúcho – com todo o respeito que tenho pelo litoral gaúcho. O mar é escuro, bastante agitado, areia estranha, enfim, não são praias bonitas. Mas há opções belíssimas no entorno: a Playa Blanca Baru e o Arquipelago de Rosario. E mesmo parecendo duas lombrigas pálidas que fogem do sol, Cléber e eu não perdemos a oportunidade e começamos pela Playa Blanca. Mas foi aí que tudo começou a dar errado. Óbvio.

As pessoas podem escolher ir à Playa Blanca de barco ou carro – há uma ponte que liga a ilha ao continente. Nós conversamos com a gerente do hotel em que estávamos e ela disse que se fôssemos por terra teríamos uma experiência exclusiva, digamos assim. Iríamos sozinhos e teríamos atendimento personalizado em vez de viajarmos em um barco atrolhado de gente. E foi o que fizemos. Acontece que o irmão da moça fazia isso eventualmente (ele era mecânico originalmente) e ficou de viajar conosco. Às 7h da manhã estava nos esperando com um carro limpinho, cheiroso, aguinha e umas cumbias no rádio. Muy bueno.

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“Após uma hora e alguma coisa de viagem, avistamos um grupo de oito motoqueiros parados em uma encruzilhada”

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Aos poucos fomos nos afastando de Cartagena e indo em direção a um local bastante remoto, digamos assim. Estrada de chão batido, casebres, raras pessoas no entorno e coisa e tal. Após uma hora e alguma coisa de viagem, avistamos um grupo de oito motoqueiros parados em uma encruzilhada. Todos encostados em suas motos, como se esperassem algo acontecer. Ou alguém aparecer.

Não seguimos adiante, viramos à direita. Foi a deixa para os rapazes simpáticos montarem em suas motos e acelerarem na direção do carro. Conforme avançávamos pela via estreita e coberta pelo mato, eles se aproximavam. Até que nos cercaram. Dois ultrapassaram o carro e guiavam o caminho; quatro avançavam ao nosso lado na mesma velocidade como um pequeno comboio; Outros dois nos seguiam.

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Eram sicários, eu tinha certeza. Seríamos assassinados ali

No meio do nada

Na Colômbia

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Cléber me olhou mais pálido do que o normal, com um semblante ligeiramente apavorado, agarrou minha mão e eu senti que ele havia entendido o que estava acontecendo: estávamos paranoicos de tanto assistir Narcos e El Patrón del Mal. Lógico.

Eram apenas vendedores ambulantes, todos vindos de uma vila de pescadores vizinha, esperando os turistas para achacar. Estávamos entre os primeiros a chegar à praia e, por isso, fomos seguidos. Foi colocar o pé pra fora do carro para começar a oferta de tudo o que se possa imaginar. Até massagem, veja só.

Mas passado o susto, a viagem valeu a pena. Cada minuto de sol, mojito, pescado e mar transparente compensou o medo de morrer. Até voltarmos e o motorista quase nos enfiar embaixo de um carro durante uma ultrapassagem.

 

PLAYA BLANCA

Desculpem pelos pés do Cléber, mas o cenário era esse. E aquele pontinho acima do pé direito sou eu.

Como chegar

O lugar é absoltamente incrível: uma areia branca (rá), mal azulzinho, drinques e espreguiçadeiras. Um ótimo lugar pra passar o dia. Há duas formas de chegar: barco ou carro. Os barcos saem de um porto próximo à Torre do Relógio e tem uma desvantagem: o passeio é em grupo. Ou seja, horário pra sair, pra voltar, almoço no restaurante ao estilo refeitório com bandeja. E uma galera no entorno pra infernizar. Já de carro, que me parece a melhor opção, é uma viagem privada. Os pacotes também incluem uma refeição (pescado, arroz con coco e patacones), a diferença é que o guia entrega o almocinho na espreguiçadeira e a gente finge que é rico. É só falar com a gerência do hotel em que se está hospedado e eles arranjam a viagem, seja de barco ou carro.

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O que fazer

É um dia na praia, sem preocupações e com uma água quentinha. Há, porém, algumas atividades como mergulhos, trilhas e passeios de barco. Nós, como bons preguiçosos, passamos o dia embaixo do guarda-sol, lindamente deitados e ociosos.

Cuidados

A praia é lotadassa de ambulantes. Sério. Nós, brasileiros, estamos relativamente acostumados com isso, mas lá a coisa toma outra proporção. E eles vendem de colares a mariscos. De pulseiras a…. massagens. Sim. Aliás, as minas massagistas já chegam te pegando pra cobrar depois. Eu tava deitadona lá e uma delas chegou me apalpando. Não rolou.

A recomendaçãoo é não comer nada que os ambulantes oferecem e só aceitar massagens das meninas credenciadas. Enquanto descansávamos rolou um barraco entre duas massagistas, foi massa. Rolou até tapa na cara. A nossa deixa pra sair de lá.

ISLA DEL SOL

Como chegar

Nesse caso, o barco é a única alternativa. Também parte da Torre do Relógio, mas é uma viagem bastante longa e é feita em uma espécie de lancha – não conheço barcos. Não vista nada que não possa molhar, porque vai molhar. E guarde qualquer coisa eletrônica, porque vai molhar. Confesso que detestei a viagem, me borrei toda e achei que morreríamos afogados. Mas a gente chegou e voltou e valeu a pena. O pacote inclui um belo almoço tradicional. Esse passeio também pode ser organizado pela gerência do seu hotel.

O que fazer

É uma ilha pequena e faz parte do Arquipelago de Rosario – ou seja, há outras ilhas. Mas também há passeios, trilhas e mergulhos. Nós, novamente, ficamos deitados ao sol sem fazer absolutamente nada. Há mar, piscinas naturais e piscinas artificiais. Cabanas e redes. Ócio pra que te quero…

Cuidados

Nenhum. É uma ilha privada, tudo muito seguro e as únicas pessoas no local são as pessoas com as quais se divide o barco. Mas eu me preocupei muito com os lagartos.

Guia de Viagem

Bruxelas – O tombo

Geórgia Santos
17 de março de 2017

Quando eu era uma jovenzinha e fiz um mochilão sozinha pela Europa, passei de trem pela Bélgica e fiquei encantada com o que vi pela janelinha. Pensava em quando voltaria a ver aquele lugar tão austero e caloroso ao mesmo tempo. Sentia, de fato, algo especial ali. Anos depois, a oportunidade surgiu e, em 2014, conheci Bruxelas.

Eu vivia em Lisboa em função de um mestrado e o instituto no qual eu estudava organizou um seminário de três dias no Parlamento Europeu – phynos. Era a oportunidade perfeita para mim, que mesclava estudo, política e turismo. Ou seja, meu pequeno paraíso particular.

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Bruxelas é cosmopolita, cheia de imigrantes e uma variação enorme de idiomas que transforma o cinza do inferno

em um arco-íris

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Partimos, então, em pleno inverno. O grupo relativamente grande foi instruído a usar roupas adequadas ao Parlamento, obviamente. Ou seja, nada de calça jeans e tênis. Vesti um belo vestido envelope com cara de executiva, meia calça e sapatos de salto alto, combinados com um trench coat e um cachecol. Chiquérrima e empolgadíssima para meu dia de cientista política famosa. Nem as belas cervejas belgas acompanhadas de um delicioso waffle me empolgariam tanto quanto o roteiro intelectual que me esperava. Com uma leve garoa, nos apressávamos para atravessar a praça em frente ao prédio do Parlamento quando … POFT.

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Caí. Assim, do nada, simplesmente desabei. De joelhos. De quatro. No meio da rua.

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A linda, maravilhosa e chiquérrima executiva/politóloga – também conhecida como eu – estava espatifada no meio da rua com a bunda pra cima e embaixo de chuva. Olho pra baixo e noto que, além da dor absurda que eu sentia, minha meia estava rasgada e meu joelho sangrava. Havia uma parte da pele esfolada e, ao lado, um corte bastante feio. Meu dia começou bem.

Parlamento Europeu

Chegamos ao Parlamento Europeu e lá eu fui informada que não havia quem pudesse limpar meu ferimento. Eles sequer me ofereceram um band-aid. Nadica de nada. Lavei com água e sabão no banheiro, mesmo, e uma alma caridosa me deu um curativo que mal tapava o corte gigante que minha perna ostentava. Quanto à meia, não tive tempo de ir ao hotel trocar de roupa, fiquei com a peça rasgada, mesmo. Estava muito frio, não poderia tirar.

Empinei o nariz e saí andando como se nada fosse. Chiquérrima com a meia rasgada. Eu mencionei que o dia terminou com um jantar no Parlamento, no mesmo lugar em que são recebidos os chefes de estado? E eu com a meia rasgada

 

Mas não é um tombinho (?) que vai estragar uma viagem dessas, não é mesmo? Bruxelas merece um crédito e valeu muito a pena. Conheci até a OTAN – mas lá não apenas não podíamos tirar fotografias como era “expressamente discutir política”, como anunciava uma placa. Tenso.

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Lugares para ver

Bruxelas, apesar de ser a capital da União Europeia, é uma cidade relativamente pequena, mas tem muito pra ver. Aliás, acho melhor dizer que tem muito para curtir. A vantagem é que muitas das atrações estão no que chamam de Petite Ceinture, o pequeno centro.

Grand Place

A Grand Place, ou Grote Markt, é Patrimônio Histórico da Humanidade. Os prédios datam dos séculos 14 a 17 e serviam como espaço para os mercados da cidade. Hoje, recebe uma série de atrações, entre elas a feira de natal.

Manneken Pis

Basicamente, é menininho fazendo xixi. A estátua está ali desde 1619 e é bastante interessante. Já houve inúmeras tentativas de furto e, em datas especiais, recebe roupinhas comemorativas. Tem uma versão feminina, que é menos popular, chamada Janneken Pis, que fica escondida na mesma rua do Delirium Café.

Place de la Bourse

A praça comporta o prédio em que funcionava a bolsa de valores. É o local em que os cidadãos costumam se reunir em eventos importantes, como eleições, protestos etc. Bem pertinho, dá pra ir caminhando até a Place Sainte-Catherine, onde há  restaurantes e galerias.

Jardins do Monts de Arts

Há belos jardins e um mirante de tirar o fôlego. Sem contar que as ruelas do entorno são bem charmosinhas e abrigam o Museu Real de Belas-Artes da Bélgica e o Museu de Instrumentos Musicais.

Palácio Real de Bruxelas

É o local em que mora e trabalha o Rei da Bélgica, apenas. A visitação só é aberta durante o verão, entre 22 de julho a 4 de setembro.

Distrito Europeu

É o bairro em que ficam todos os prédios das Comissões Europeias e o Parlamento. Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o funcionamento da União Europeia, há um espaço aberto a visitação, o Parlamentarium. É uma exposição interativa, com um tour pela história da UE que dura cerca de 90 minutos. Fica aberto todos os dias da semana e a entrada é gratuita.

Museus

Para os amantes das artes, há paradas obrigatórias: o Museu René Magritte e o Museu Horta apresentam o que há de melhor dos dois artistas.

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Onde comer/beber

Há três coisas cujo consumo é obrigatório na Bélgica: waffle, chocolate e cerveja. Não tem como fugir. Com relação ao chocolate, é possível encontrar os mais famosos como o Godiva Neuhaus, e outros mais populares como Côte D’or. São todos absolutamente deliciosos.

Chez Leon

A especialidade da casa é, justamente, a culinária típica: moules (mexilhões), peixes, carbonnades flamandes (carne cozida na cerveja escura), stoemp (purê de batatas com uma série de ingredientes), waterzooi (um tipo de sopa de frango). Fica bem pertinho do Delirium.

Delirium

É o mais famoso, nem por isso é ruim ou “muito turístico”. Ao contrário, é parada obrigatória. Para se ter uma ideia, está no Guiness por conta dos mais de 2mil rótulos diferentes de cerveja que a casa oferece. São três andares cheios desse líquido dos deuses.

Brasserie Georges 

É um dos favoritos entre os turistas que visitam Bruxelas. As porções são ótimas e os preços são amigos. E, claro, deliciosos.

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Onde ficar

Lamento, mas essa vou ficar devendo pra vocês. Fiquei hospedada em um ótimo hotel, mas não lembro o nome e sequer fiz a reserva. Lamento. Mas vale a pena ficar em local próximo do centro para poder aproveitar a cidade caminhando.

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Como se movimentar

Como Bruxelas é pequena, o ideal é se movimentar a pé. Mas também é possível andar de metrô, que funciona super bem.

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Cartagena – O calor e o mosquito

Geórgia Santos
10 de março de 2017

Lua de mel é daqueles momentos que a gente espera com certa ansiedade, por uma série de motivos bastante óbvios, e planeja minuciosamente. Quando era criança, eu dizia a todos que viajaria para as ilhas gregas após a celebração de meu matrimônio. Não rolou.

Por uma grata surpresa do destino e uma combinação de conveniência e curiosidade, Cléber e eu resolvemos passar nossa lua de mel em Cartagena de Indias, na Colômbia. E que bela decisão. Fomos de Porto Alegre ao Panamá e, rapidinho, chegamos ao nosso destino final.

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No aeroporto, estavam nos esperando a gerente do hotel em que nos hospedamos, um calor infernal de 57 graus e uma horda de mosquitos

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Ao longo do trajeto, já deu pra sentir a vibe da cidade. Um lugar diferente, em que o antigo e o novo conversam em meio a uma explosão de cores, luzes e som. Era janeiro e o verão estava na pele das pessoas, que passeavam pelas ruas da cidade. Livres. Tudo naquela cidade transpirava liberdade, calor e movimento.

Estávamos cansados e resolvemos dormir, mas só depois de bebermos um espumante rosé em temperatura perfeita sobre as flores espalhadas pela cama. Phynos. Acordamos cheios de energia e bem cedo para aproveitar o café da manhã e a piscina do hotel.

O calor e os mosquitos

Era 7h da manhã e a temperatura era de 32 graus. Delícia. Estávamos de férias, mesmo, e uma aguinha nos aguardava – não todo aquele concreto da capital gaúcha. Dei uma mordida em um patacón e o primeiro mosquito atacou. Sem problemas, já estou acostumada. Um gole no suco de abacaxi e o segundo avançou, também nas pernas. Foi colocar a granola na boca e o terceiro veio sem dó nem piedade.

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Foi aí que me deu um estalo. Cedo da manhã, calor, mosquitos aos montes, voando baixo e picando nas pernas e pés. Isso tem nome e é nome de rico: Aedes Aegypti

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Sim, a nossa viagem à Cartagena foi durante o surto de Zyka que acometeu o Brasil e, também, a Colômbia.

A partir daí eu fiquei completamente paranoica, especialmente ao lembrar que não havia levado repelente. Eu empacotei laxante mas esqueci do repelente (se bobear tinha até supositório). Fomos à piscina – que ficava no terraço do hotel – e tudo o que eu fiz foi obcecar com insetos que boiavam bem belos e faceiros. Eu olhava cada mosquito, um por um, procurando por patas compridas e listradas. A cada suspeita, eu pirava. Só descansei depois de umas 13 picadas, uma coceira infernal e a compra de um repelente.

Depois disso, aí sim, eu pude aproveitar Cartagena do jeito que a cidade de Gabo merece: com atenção, dedicação e deleite. E valeu cada minutinho. Cada picadinha. Ah, e Zyka free.

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Lugares para ver

Por mais que Cartagena fique no litoral colombiano, não espere praias bonitas. É um lance meio litoral gaúcho, nada de marzinho verde e coisa e tal. Porém, há ilhas e praias próximas à cidade como o Arquipélago de Rosário e Playa Blanca. Mas pra isso vale outro post. Quanto à Cartagena, é um lugar histórico, colorido e com uma culinária maravilhosa.

Cidade Amuralhada

Cartagena é a cidade amuralhada. As Muralhas de Cartagena tem 11 km de extensão e foram construídas para proteger a região dos piratas e outros invasores no século 16. Dentro das muralhas estão muitos dos principais pontos turísticos da cidade. Ela pode ser visitada por dentro e por cima, ou seja, é possível caminhar por ela ou simplesmente sentar para apreciar o por-do-sol. Dentro das muralhas estão as melhores lojas, restaurantes e passeios. Vale bater perna, mesmo, e explorar cada cantinho.

Torre do relógio

É uma das entradas da cidade murada. O melhor: há um sebo com livros incríveis e diversos exemplares de livros de Gabriel García Márquez. Inclusive primeiras edições. Eu garanti um exemplar da primeira edição de O Amor Nos Tempos do Cólera, que está devidamente protegido por uma caixa de vidro em minha estante.

Portal de los Dulces

Em frente à torre há um caminho de bancas de doces com as coisas mais deliciosas do mundo. Cocadas de todos os tipos e sabores e uma variedade interessante de doces de leite. Como essas cabeças de bonecas bizarras e docinhas.

Palácio da Inquisição

Dentro dos muros também fica o Palácio da Inquisição. A inquisição espanhola instalada em Cartagena em 1610 foi das mais sangrentas e não terminou até 1821. É possível ver alguns dos instrumentos de tortura utilizados, listas de livros proibidos e de pessoas perseguidas e assassinadas como forma de controle da população e fixação do poder da Igreja Católica. É um ambiente tenso e assustador, mas fundamental para entendermos um pouco de nossa história. Funciona de segunda a sábado das 09h às 18h e aos domingos das 10h às 16h. A entrada custa 16mil COPS, cerca de R$20,00.

Castelo San Felipe de Barajas

É a maior obra militar do novo mundo construída pela coroa espanhola. É uma construção imponente que oferece uma vista incrível da cidade. No caminho, é bacana parar para uma foto com os Sapatos Velhos, feito em homenagem ao poeta local Luis Carlos López, autor do poema “A mi ciudad nativa”. Na obra, ele compara a cidade com um par de sapatos velhos, pelo carinho que inspiram. O monument, criado em 1946, é obra de Héctor Lombana Piñeres.

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Onde comer/beber

La Cevicheria

Impossível viajar àquela região e não experimentar uma das iguarias mais apreciadas, o ceviche. Em La Cevicheira, é possível experimentar um dos melhores da cidade. Recomendo pedir o trio, em que é possível provar de três preparações diferentes. O ambiente tem temática marítima e mesas na calçada. Um charme.

Cl. 39 #7 14, Cartagena, Bolívar, Colombia

La Casa de Socorro

Um restaurante com comida típica colombiana, em que se prova um bom peixe, patacones e arroz con coco. O preço é acessível e fica próximo à cidade murada. Parada obrigatório para conhecer o sabor de Cartagena.

Cl. 25 #8B-112, Cartagena, Bolívar, Colombia

La Cocina de Pepina

Serve a cozinha colombiana tradicional e revisitada. Os preços são um pouco mais salgados, mas vale a visita. Os pratos são sofisticados e cheios de sabor.

Cl. 25 #10B-6, Cartagena, Bolívar, Colombia

Bazurto Social Club

O lugar ideal para bons drinques e ouvir uma bela música. Mas o charme especial fica por conta do passado: era o bar favorito de Gabo.

Getsemaní, Av. del Centenario, Cra 9 #30-42.

Teléfono: +57 (5) 664 3124 / +57 317 648 1183

info@bazurtosocialclub.com

Cafe Havana

Uma das casas mais tradicionais da cidade serve bebidas e oferece ótima música cubana ao vivo. Salsa até dizer chega. O ambiente é incrível, como se fosse uma volta ao passado, já que fica em um autêntico clube de jazz dos anos 50. Mas os preços são bastante salgados. Só aguentamos um drinque e umas cervejas. Bem carinho.

ESQUINA, Cra. 10, Cartagena, Getsemaní, Colombia

La Casa del Habano

É uma charuteria. Basicamente um cubículo em que enrolam e vendem charutos cubanos. Mas, meus amigos, serve o melhor mojito de Cartagena e uns sanduíches dos deuses. O Ropa Vieja vale cada mordida. Mas assim, eu andei lendo que há outra (ao menos o endereço é diferente do que eu vi) e que é fake e tal, ou seja, não é parte da franquia a que diz fazer parte e que os charutos são falsificados. Não entrei lá pelos charutos, apesar de ter fumado, então tá de boa. De qualquer maneira, o botequinho em que entramos era perto do Cafe Havana e serviu um almocinho delícia.

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Onde ficar

Hotel Boutique Santa Ana

Além de charmoso, ofrece um café da manhã dos deuses e personalizado. O serviço é impecável e feito sob medida para casais. O hotel conta com piscina no terraço, redes e tem ótima localização. Próximo à Praça da Santíssima Trindade, local de efervescencia cultural. Além disso, é possível ir até a cidade murada a pé. Perfeito.

Calle del Carretero (29) No. 10B – 34 · Getsemaní · Cartagena · Colombia

Teléfono: (+575) 643 6125 · (+575) 643 6451

Móvil: (+57310) 586 1393 · (+57312) 584 8511 Solo Whatsapp

Email: info@casasantaana.net · infousa@casasantaana.net

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Roma – O atraso, o frio e o hotel

Geórgia Santos
11 de fevereiro de 2017

 

O atraso

Estávamos em Lisboa, ansiosos para chegar a Roma e usarmos a desculpa do frio para jantarmos uma comida pesada e um bom vinho tinto. De fato, era apenas nisso que pensávamos naquele fim de tarde cinzento. Na massa. Por isso, não nos atrasamos e chegamos ao aeroporto no horário sugerido, com antecedência, conforme havíamos planejado. Só não tínhamos contado com o atraso na decolagem (é, amigos, atraso não é privilégio de brasileiro, como vocês poderão ver nesta e em outras publicações desta humilde coluna). Enfim, não chegaríamos mais às 19h, como previsto. E então eu noto que no papel que eu imprimi antes da viagem e que continha as informações do hotel estava escrito, em tinta borrada pelos pingos de chuva:

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Check-in até 21h

Assim mesmo, em letras maiúsculas, a famosa caixa alta. E eu não tinha visto antes de embarcar para Roma. Ou seja, fiquei inquieta quando li, porque o relógio marcava 20h (horário local) e o avião ainda estava no ar. Não ia dar tempo. De jeito nenhum.

20h05 – Desembarque

20h10 – Na esteira

20h15 – Esperando a bagagem

20h20 – Esperando a bagagem

20h25 – Esperando

20h30 – Pois é

20h40 – Então

20h45 – Resmungos

20h50 – A bagagem chegou!

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O frio

Mas aí mesmo é que não ia dar tempo. Pensei, no entanto, que eles colocam isso no papel só pra apressar a gente, assim não precisam trabalhar até tarde e coisa e tal. Sei lá. Não iam deixar alguém do lado de fora àquela hora, afinal, o dia já havia partido e era (muito) inverno.

Por isso, lá fomos nós, cheios de esperança. Eu mencionei que o Aeroporto Fiumicino – ou Aeroporto Internazionale Leonardo da Vinci, não fica na cidade? Pois, fica a uns 30km. Do aeroporto para a estação de metrô, fomos de ônibus, do subsolo rumamos ao destino final. Corríamos feito doidos dentro do possível para duas pessoas cansadas e com pinta de estátua de gelo que carregavam duas malas (ou mais, não lembro). O meu cabelo parecia um animal atropelado, e quando vi meu reflexo no espelho comecei (?) a ficar muito irritada. E com medinho.

21h35 – Perdidos em uma rua escura, extremamente suspeita, com temperatura negativa e muitas malas (ainda não lembro quantas)

O frio era daqueles que congelava as hemácias. Se fizessem um corte na minha mão, sairia um sangue pastoso, ao melhor estilo zumbi. Difícil de respirar mesmo para dois gaúchos acostumados a invernos rigorosos sem poncho. E por mais que o metrô fosse próximo ao hotel, sob tais condições a sensação era de que caminhávamos há muito tempo e sob temperaturas glaciais. Ok, eu estou exagerando, mas não muito.

Finalmente, encontramos a rua do hotel perto das 22h, mas nada do nostro albergo, Dio! As rodinhas das malas já eram amigas da Via Atilio Regolo, mas nada do albergo, Dio Madonna!

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O hotel

Depois de quase meia hora de uma caminhada que mais parecia prova do líder, descobrimos que o albergue ocupava dois andares de um prédio comercial. E que realmente fechava às 21h, porque os hóspedes ficavam com uma chave. Não tínhamos onde dormir, estava frio, tudo muito escuro e sem uma viva alma por perto. Ah, mas do outro lado da rua estava o restaurante 3Quarti. Resolvemos que o fato de estarmos desamparados e sem ter onde pernoitar não seria um problema. Nós teríamos a nossa massa.

E é aí que a viagem que deu errado começa a dar certo. Simplesmente porque é Roma. E com o melhor italiano que pude providenciar àquelas alturas, expliquei nossa situação e perguntei se poderíamos entrar no phyno estabelecimento com a nossa bagagem. Todos foram extremamente gentis e, esquecendo do problema, tivemos uma noite incrível. Que jantar, senhores. O restaurante é intimista, com decoração impecável e requinte ao melhor estilo romano. Pedi o Spaghetti alla Carbonara, já o Cléber preferiu outro prato, mas não lembro (perdão!). Tudo absolutamente delicioso. Exatamente como nós esperávamos.

Mas ainda havia o problema da hospedagem. Resolvi não pirar e não pensar em dinheiro e lembrei do nome e localização do hotel em que eu havia estado na minha visita anterior à Roma. Confesso que o nome me deu esperança: Rinascimento. Perfecto, hã? E foi. Havia um quarto disponível e, finalmente, estávamos instalados.

Claro que, para completar a noite, tive uma dor de barriga horrível combinada com uma queda de pressão ainda pior, mas Roma vale a pena.

Na manhã seguinte, fomos nós e nossas amadas malas ao albergo original e nos instalamos lá. Bem mais simples que o outro, mas um ótimo quarto, com banheiro imenso, mesa, sofá. Um pequeno apartamento, de fato. Enfim, podíamos curtir Roma de verdade. Com céu azul e tudo.

Roma

O nome é emprestado de um dos maiores impérios da história, mas hoje perdeu o glamour aos olhos de muitos. Roma não é a capital da moda nem na Itália, não é uma cidade viva e efervescente, a maconha não é liberada. Enfim, não é o principal destino de jovens mochileiros. É, ao contrário, o lugar mais procurado por católicos fervorosos e beatos devotos por abrigar o Vaticano em suas entranhas.

Mas Roma transcende modismos. É uma metrópole linda que oferece aulas de História em tijolos erodidos e passeios em tons alaranjados. E se faz tudo com o estômago feliz ao embalo de um bom vinho e muito carboidrato. Ah, e de preferência sem nenhuma culpa, porque culpa e mimimi não combinam com Roma em nenhum aspecto. Vou dividir com vocês meus lugares favoritos e alguns que não se pode deixar de ver quando se está em Roma =)

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LUGARES PARA VER

Coliseu e o Fórum Romano

O Coliseu é considerado o maior símbolo do Império Romano e o principal ponto turístico de Roma.  No auge, era capaz de acomodar 50 mil pessoas durante o “circo” ou “divertimento” da população, que consistia em batalhas sangrentas entre gladiadores, animais e até execuções. É um lugar impressionante, com uma energia pesada, como se todos os que sofreram dois mil anos atrás ainda estivessem presos naquelas paredes. Aproveite e visite as ruínas do Fórum Romano, o ingresso pode ser o mesmo.

PS.: há outro local do período do Império que pode ser interessante. O Circus Maximus era um estádio para jogos e corridas de biga – lembra do filme Ben-Hur? Mas confesso que hoje é um pouco frustrante por se tratar de um parque relativamente abandonado.

Piazza di Spagna

O conjunto conta com a fonte La Barcaccia, de Bernini, e com a famosa Scalinata di Spagna, uma escadaria do século 18 onde os turistas e romanos costumam sentar para descansar enquanto observam o movimento e tomam um gelato. Ao fundo, há a igreja Trinità dei Monti, que começou a ser construída em 1502. Ao final da escada, começa a famosa Via de Condotti, que conta com lojas das marcas mais famosas como Gucci e Versace. É de chorar no cantinho.

Fontana di Trevi

É usado como reservatório de água desde a antiguidade e foi construída no ponto final do Acqua Vergine, um dos mais antigos aquedutos que abasteciam a cidade de Roma. Construída em 1762 por Nicola Stevi, é um dos mais procurados pontos turísticos de Roma. Reza a lenda que jogar uma moeda na Fontana di Trevi garante mais uma visita à cidade. Não sei quanto a ti, mas eu achei que valia a pena.

Ah, se possível, visite a fonte também à noite, é um espetáculo à parte.

Pantheon

Antes, esse templo fora dedicado aos deuses romanos. Hoje, é um templo cristão. É um dos poucos monumentos da arquitetura greco-romana que permanence em bom estado. Além disso, é local do descanso final de personalidades como o pintor renascentista Rafael. A estrutura é impressionante com a cúpula que chega a 43m de altura.

Piazza Navona

A praça conta com três belíssimas fontes: Fontana dei Quattro Fiumi, Fontana di Nettuno e Fontana del Moro. O local foi transformado em praça no século 15, por ordem do Papa Inocêncio X, que contratou Bernini – olha ele aí de novo – para construir a fonte central. O local, na minha opinião, é mais atraente à noite, com seus ambulantes e restaurantes. Ah, a Embaixada do Brasil fica na Piazza Navona.

Campo De Fiori

Confesso que se não tivesse me hospedado próximo ao Campo de Fiori na primeira vez que estive em Roma, talvez não tivesse percebido seu encanto.

De segunda a sábado, acontece ali a maior feira aberta de Roma. Há de tudo. Comida, flores, souvenirs, pastas e por aí vai. Os produtos são impecáveis e é possível comprar massas diversas e produtos feitos à base de trufas. É também a única praça de Roma que não tem nenhuma igreja. Por outro lado, há uma série de restaurantes que servem um ótimo vinho. Os fervorosos que me desculpem, mas é sagrado o suficiente pra mim.

Castel Sant´Angelo

O Castelo é nada mais, nada menos, que o túmulo do Imperador Adriano, construído em 139 d.c. Fica bem próximo ao Vaticano e é uma construção impressionante às margens do Rio Tibre (que também merece atenção).

Cidade do Vaticano

Basílica de São Pedro – Foto: Geórgia Santos

A Praça de São Pedro é outro projeto de Bernini e foi construída no século 17. O local abriga a Basílica de São Pedro e é também onde vive o Papa. Há sempre uma movimentação intensa de católicos esperando pela sorte de ver o Santo Padre de perto, mas o Vaticano é muito mais que isso. É história.

No centro da Praça de São Pedro há um obelisco egípcio que foi levado à Roma por Calígula. Há uma lenda na cidade que diz que as cinzas de Júlio César estavam em uma bola dourada, no topo do obelisco, até a idade média.A entrada na Basílica é de graça.

Mas não pode sair de lá sem ver o Museu do Vaticano. É onde fica a Capela Sistina, cujo teto é adornado com afrescos de Michelangelo. Aliás, há peças belíssimas no interior do museu e inclusive espalhadas pelo jardim. Definitivamente, não é um passeio somente para católicos.

É possível adquirir o ingresso na bilheteria do Museu ou online, clicando aqui. As filas costumam ser grandes, mas vale a pena e costuma andar ligeirinho.

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ONDE FICAR (entendeu porquê eu comecei por este item, né?)

Hotel Rinascimento

Via del Pellegrino, 122, Roma

Hotel requintado, não muito barato, mas com ótima localização.

Attilio Regolo

Via Attilio Regolo 12 D, Vatican City – Prati, 00192 Rome, Italy

Atenção para o Check in até às 21h, mas é um ótimo local para ficar e muito bem localizado.

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ONDE COMER

Roma é algo como a casa da bruxa na história de João e Maria, é como se fosse comestível. Há somente um segredo para evitar comida ruim: faça suas refeições o mais distante possível de pontos turísticos. Geralmente, os restaurantes no entorno de lugares tão movimentados costumam ser caros e péssimos.

Você pode comer um panini na rua por 2 euros, mas eu acho que quando em Roma, faça como os romanos e coma um belo prato de pasta ou uma maravilhosa pizza. Há restaurantes impecáveis que servem pratos excelentes por cerca de 12 euros.

Como eu disse, a cidade toda é comestível, mas eu vou dividir com vocês meus três restaurantes preferidos.

3 Quarti

Via Atilio Regolo, 21/23, Roma, quartiere Prati

Mercatto Hostaria

Piazza Campo de Fiori, 53, Roma

Meu lugar preferido em Roma. Um restaurante despretensioso que serve uma pasta espetacular. Mesmo durante o inverno, o ideal é jantar do lado de fora, com lareiras e cobertores no colo. Cléber pediu um Spaghetti alla Carbonara e eu um Gemelli Bolognese, tudo combinado com um Primitivo Soleone =)

Enoteca e Taverna Capranica

Piazza Capranica, 104

Comi a melhor pizza da minha vida, aqui. Mas assim, brasileiros normalmente se frustram com a pizza italiana. Estamos acostumados a toneladas de queijo e 60 tipos de coberturas atrozes. Não é o caso, a cobertura é suave, leve e, nesse caso, a massa é bem fininha. Jesus, sonho com essa pizza até hoje – em caso de dúvidas, aquelas coisinhas escuras são trufas.

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COMO SE MOVIMENTAR

É muito fácil transitar por Roma, porque os pontos turísticos se concentram no “centro histórico” da cidade. Se tiver tempo de sobra, é perfeitamente possível – e recomendável – andar a pé. Caminhar é o melhor meio de locomoção para conhecer esse lugar incrível. É a única maneira de conhecer cada viela e descobrir igrejas escondidas, restaurantes preciosos e, claro, se perder.

Mas se não for tua praia, tem o metrô e ainda os táxis. Como a cidade é relativamente pequena, o táxi acaba não saindo caro, especialmente se não for um passeio solo.

 

Fotos: Geórgia Santos