Nesse domingo de Copa do Mundo, vamos à segunda batalha literária. Inspirada pelas oitavas de final, proponho uma espécie de super trunfo de livros dos países classificados nessa fase da competição. Para a escolha das obras, criei o seguinte critério: escritores contemporâneos e ainda em atividade.
Represente da Croácia . Dubravka Ugresic, 69 anos
Minibiografia . Professora de literatura russa, deixou a Croácia em 1993, após ser perseguida por suas críticas ao governo vigente no país na época. Foi tachada de “bruxa, puta e traidora” por seus posicionamentos políticos. Viveu durante um tempo em Berlim até ir morar definitivamente em Amsterdam.
Livro escolhido para essa batalha . O Museu da Rendição Incondicional, traduzido para a língua portuguesa em 2011.
Motivo da escolha . A obra retrata o período de exílio da escritora na Alemanha. O relato é considerado um dos mais relevantes livros lançados na Europa nas últimas décadas.
Bônus . Em uma entrevista, a escritora comentou sobre a verdadeira caça às bruxas que enfrentou em seu país de origem. Ela avaliou que sempre existiu uma hostilidade contra mulheres intelectuais, escritoras e pensadoras e que esse sentimento ressurge mais fortemente em momentos mais críticos, como em crises políticas. “Nessas situações, as mulheres são sempre as mais vulneráveis.”
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Represente da Dinamarca . Peter Hoeg, 61 anos
Minibiografia . Antes de dedicar-se à literatura, o escritor nascido em Copenhague teve diferentes ocupações. Foi marinheiro, dançarino e ator, além de praticar esgrima e montanhismo. Ter experiências tão variadas acabou servindo de combustível para contar histórias e essas vivências acabam aparecendo em seus livros.
Livro escolhido para essa batalha . Senhorita Smilla e o Sentido da Neve, lançado em 1992.
Motivo da escolha . Uma protagonista feminina forte em uma trama de suspense já é de chamar a atenção. Situado na Groenlândia, o enredo mostra um cotidiano completamente desconhecido para a maior parte dos leitores brasileiros.
Bônus . O livro traz frases emblemáticas, como essa: ”Não há ser humano que não fique aliviado quando alguém o obriga a falar a verdade.” A obra ganhou uma adaptação para o cinema, em uma coprodução da dinamarquesa, sueca e alemã.

