Raquel Grabauska

Erros e acertos

Raquel Grabauska
24 de novembro de 2017

Tô ficando repetitiva, eu sei, mas tenho pensado muito nisso. A gente sempre quer o melhor pra os filhos, sempre, mas o que é esse melhor?

.

Nossa, como é difícil criar filhos!

.

Porque pra mim é importante ter rotina com meus filhos. Eles ficam seguros. Eu fico segura, nos organizamos melhor. Para outra pessoa, a rotina é ruim. Aprisiona, incomoda. Quem de nós está certa? As duas. Ou nenhuma. Cada família tem o seu funcionamento. Às vezes o funcionamento é caótico, mas pra eles, funciona. Minha mãe sempre me dizia: o que seria do azul se não existisse o amarelo? Quando era pequena isso não me fazia muito sentido. Mas como era a mãe falando, sabia que devia ser coisa importante.

Com meus dois filhos, percebo que precisamos mesmo ter o azul e o amarelo. E o roxo, o preto, o rosa, o vermelho… Os dois recebem o mesmo carinho, o mesmo tratamento, a mesma educação. E cada um reage de um jeito. Água e vinho. É incrível como podem ser tão semelhantes e tão distintos ao mesmo tempo. Então, se na minha casa é assim, imagina no mundo? Se na tua casa é assim, imagina no mundo? Tenho procurado ter menos certezas no mundo. Isso tira um pouco do peso. Me permite observar mais, tentar mais. Avançar e recuar, sempre tendo em vista que estamos lidando com pessoas. E que nós somos pessoas também. Erros, acertos, azul, amarelo.

Raquel Grabauska

Sobre julgamentos sem fim

Raquel Grabauska
11 de agosto de 2017

Tenho lido muitas brigas/críticas sobre partos, criação de filhos, enfim, assuntos que envolvem a maternidade. Sempre fui entusiasta do parto natural. Daí tive perda de líquido e acabei numa cesárea. Com o segundo filho, consegui o tão desejado parto: sem interferências, sem anestesia, como eu queria. O resultado? Amos os dois filhos da mesma forma. Sou mãe dos dois, do mesmo jeito. Se tivesse um terceiro filho, tentaria de novo o natural. Mas paramos por aqui.

.

Eu nunca quis ter filhos. Quando tive o primeiro, quis ter dois. Quando tive o segundo, quis ter vinte. Meu marido, ouvindo eu contar isso pra uma amiga, disse: quando eu tive o primeiro, quis ter vários.

Quando tive o segundo, quis ter dois

.

Quando eu dizia que não queria ter filhos, ouvia que ia ficar sozinha, que só filhos completam vida da pessoa. Eu amo meus filhos mais que tudo no mundo. Muito mais que tudo. Mas não acho que ter filhos é garantia de felicidade. Porque com filhos tu dorme menos, come quando dá, namora quando dá, toma banho quando dá… Claro que isso é por um tempo. Mas que tempo!

Então, cesária ou natural, com filhos ou sem filhos, um filho, dois, três ou quatro… São escolhas muito pessoais. Seria bom que nós pais, responsáveis por ensaiar os filhos a respeitarem os outros, aprendêssemos isso também.